Sérgio Praça edspraca.wordpress.com srpraca@uol.com.br Pierre Bourdieu (1930-2002): propriedades dos campos e a “autoridade para falar” Sérgio Praça edspraca.wordpress.com srpraca@uol.com.br
Objetivos da Aula 1) Introdução breve à obra de Bourdieu; 2) O conceito de “campo”: suas características e aplicações à política brasileira;
(I) As características dos campos 1) São espaços estruturados de posições; 2) Posições têm certas propriedades que existem independentemente de quem as ocupa [lembrando: isso remete à questão burocrática em Weber];
(I) As características dos campos 3) Têm atores dominantes (que tendem a defender seu monopólio e excluir a concorrência) e atores dominados (que tendem à subversão, ou seja, a tentar mudar as regras do jogo);
(I) As características dos campos 4) Têm objetos de disputa e interesses específicos que pertencem somente àquele campo e que não são percebidos por quem não foi formado para entrar neste campo (lembrando: o Oscar é um troféu/objeto de disputa do campo artístico, mas tem forte repercussão no campo econômico. E outros troféus/objetos de disputa/prêmios? Seguem a mesma dinâmica?);
(I) As características dos campos 5) Todo campo precisa de pessoas prontas para disputar o jogo, dotadas de habitus que impliquem o conhecimento e reconhecimento das regras e objetos de disputa; 6) A estrutura do campo reflete o estado da distribuição do capital específico que foi acumulado ao longo de lutas passadas e orienta estratégias futuras;
(I) Campo político, autoridade e expertise 7) Somente os detentores de certo capital específico ao campo conseguem interpretar os objetos do campo (obras de arte, legislação, táticas do time de futebol) – mais do que isso, só eles são vistos como intérpretes legítimos – e, assim, justificam sua existência como os “únicos capazes de explicitar a razão de ser do objeto e do reconhecimento do valor que ele tem”.
(I) Campo político, autoridade e expertise (Lembrando: seria bastante diferente ler uma crítica de cinema escrita pelo Neto, comentarista de futebol da Bandeirantes, ou do Rubens Ewald Filho, crítico de cinema, certo? Levaríamos um a sério, e o outro não, no campo artístico. Se usarmos os mesmos nomes e pensarmos na crítica de um jogo de futebol, a lógica continua a mesma – com os nomes invertidos)