Filosofia cristã Introdução.

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Transcrição da apresentação:

Filosofia cristã Introdução

Informações iniciais Objetivo: Compreender como a contradição entre razão e fé foi apaziguada de modo a possibilitar o surgimento de uma Filosofia Cristã. Filosofia Cristã: aproximadamente do século II d.C. (final da Idade Antiga, período Imperial Romano) até o século XV (Idade Média).

Visualizando os períodos históricos da Antiguidade tardia Período helenístico: 323 a.C. a 31 a.C (ou a 146 a.C.) Fim do período republicano romano (31 a 27 a.C.) Período Imperial Romano (27 a.C. a 476 d.C.) 27 a.C. a 380 d.C → politeísmo grego 380 d.C. a 476 d.C. → cristianismo Idade Média (27 a.C. a 476 d.C.)

Contexto anterior Paulo de Tarso – São Paulo

Paulo de Tarso – São Paulo (5-67 d.C.) Um dos mais influentes escritores e pregadores do cristianismo primitivo; Era judeu dotado de cidadania romana, o que lhe conferia certos privilégios; Dedicava-se à perseguição dos cristãos antes da sua conversão.

Cristianismo: mudança de perspectiva Paulo de Tarso e o “deus desconhecido” aos atenienses: Monoteísmo; Deus pobre, humilhado, assassinado; Virtudes da humildade, castidade e igualdade.

Paulo e a pregação aos gregos Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso; 1 Coríntios 3:18-21

Paulo e a pregação aos gregos Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 1 Coríntios 13:1

Razão e fé na Filosofia cristã

Filosofia cristã Marcada pelo conflito entre razão e fé: Razão → colocava-se como tarefa construir todo o edifício do saber filosófico – pensamento crítico; Fé → traz consigo a ideia de verdade revelada – dogma; Papel da racionalidade na filosofia cristã (a partir do sec. II a.C.) → serva da fé: Fundamentar e esclarecer os dogmas (verdades incontestáveis adquiridas por meio da revelação ou pela encarnação de Deus na figura humana, Cristo); Os resultados da investigação racional teriam de coincidir com o da verdade revelada.

Filosofia cristã Tentativa de síntese entre o Cristianismo e as filosofias gregas e latinas: A filosofia continua se ocupando dos temas fundamentais (deus, imortalidade da alma, origem de todas as coisas, etc.), embora dentro dos limites da revelação; Primeira vez que uma religião busca uma fundamentação racional. Principais vertentes: Patrística Escolástica

Primeira fase da filosofia cristã Patrística (II-VII d.C.) Pensamento elaborado pelos primeiros padres (pais) da igreja—os chamados “apologistas”; Apologia: textos de defesa e elogio ao Cristianismo; Objetivos: Converter os pagãos; combater as heresias e ataques; justificar a fé; Principal representante: Agostinho de Hipona.

Exemplo: Agostinho e a interpretação do Exodus 3 Os que são chamados filósofos (…) quando puderam, por vezes, enunciar teses verdadeiras e compatíveis com a nossa fé, é preciso não somente não serem eles temidos nem evitados, mas antes que reivindiquemos essas verdades para nosso uso, como alguém que retoma seus bens a possuidores injustos. De fato, verificamos que os egípcios não apenas possuíam ídolos e impunham pesados cargos a que o povo hebreu devia abominar e fugir, mas tinham também vasos e ornamentos de ouro e prata, assim como quantidade de vestes. Ora, o povo hebreu, ao deixar o Egito, apropriou-se, sem alarde, dessas riquezas (Ex 3.22), na intenção de dar a elas melhor emprego. E não tratou de fazê-lo por própria autoridade, mas sob a ordem de Deus (Ex 12.35-36). E os egípcios lhe passaram sem contestação esses bens, dos quais faziam mau uso. Ora, dá-se o mesmo em relação a todas as doutrinas pagãs. Elas possuem, por certo, ficções mentirosas e supersticiosas, pesada carga de trabalhos supérfluos, que cada um de nós, sob a conduta de Cristo, ao deixar a sociedade dos pagãos, deve rejeitar e evitar com horror. Mas eles possuem, igualmente, artes liberais, bastante apropriadas ao uso da verdade e ainda alguns preceitos morais muito úteis.