Capítulo 13 A Função Oferta de Moeda

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Sumário Exercícios
Advertisements

Unidade 8 COMPETIÇÃO IMPERFEITA
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas Centro Superior de Educação Tecnológica Divisão de Telecomunicações Propagação de Ondas e Antenas Prof.Dr. Leonardo.
MEIOS DE PAGAMENTO.
Vamos contar D U De 10 até 69 Professor Vaz Nunes 1999 (Ovar-Portugal). Nenhuns direitos reservados, excepto para fins comerciais. Por favor, não coloque.
RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 2012
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 2010 Brasília, janeiro de 2011 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS Novembro/2010 Brasília, dezembro de 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS MAIO/2010 BRASÍLIA, JUNHO DE 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS Abril/2013 Brasília, maio de 2013 SPPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS setembro/2010 BRASÍLIA, OUTUBRO DE 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
Prof Silvio Ribeiro ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS.
Resultados da Pesquisa "Identificação de Valores de Jovens Brasileiros – Uma Nova Proposta", realizada pela Profª. Dra. Rosa Maria Macedo, da PUC de São.
Sumário, aula 9 Elasticidade Elasticidade arco Elasticidade no ponto
Sumário, aula 7 Mercado Equilíbrio de concorrência perfeita
Sumário, aula 12 Intervenções do Governo Imposição de um Preço Máximos
Sumário, aula 10 Exercícios sobre elasticidade Elasticidade e despesa
Sumário Teoria da utilidade Bens complementares Bens substitutos
Preços variáveis: o modelo AS-AD
Moeda e mercado cambial
Mercados Financeiros e o Caso Especial da Moeda
Oferta Agregada e Procura Agregada
Visão Global da Macroeconomia UNIVERSIDADE DOS AÇORES
Ludwig Krippahl, 2007 Programação para as Ciências Experimentais 2006/7 Teórica 9.
Ludwig Krippahl, 2008 Programação para as Ciências Experimentais 2007/8 Teórica 11.
Curso de ADMINISTRAÇÃO
Indicadores de Performance Macroeconômica
Relações Adriano Joaquim de O Cruz ©2002 NCE/UFRJ
Departamento de Supervisão Indireta
Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível 1 1 SIMULAÇÕES.
Demanda por moeda 4.1 O Fed (apelido do Federal Reserve Bank) é o Banco Central dos Estados Unidos. A moeda, que você pode usar para transações, não paga.
O mercado de bens e a relação IS
Provas de Concursos Anteriores
Incertezas em um novo cenário Roberto Padovani Setembro 2008.
Governo do Estado de Sergipe Secretaria de Estado da Fazenda AUDIÊNCIA PÚBLICA 3º Quadrimestre 2008 Fev/ AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação do Cumprimento.
1 Jovens Urbanos 3ª edição Resultados da Avaliação Econômica Jovens Urbanos 3ª edição São Paulo março/2010.
MECÂNICA - ESTÁTICA Cabos Cap. 7.
MECÂNICA - DINÂMICA Cinemática de uma Partícula Cap. 12.
Cinemática Plana de um Corpo Rígido Cap. 16
MECÂNICA - DINÂMICA Cinemática de uma Partícula Cap Exercícios.
CAPITULO 1 A MACROECONOMIA
Os Temas da Microeconomia
Oferta e Demanda A Curva de Oferta
1 António Arnaut Duarte. 2 Sumário: primeiros passos;primeiros passos formatar fundo;formatar fundo configurar apresentação;configurar apresentação animação.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Projeto de Lei Orçamentária 2011 Ministro Paulo Bernardo Silva Brasília, novembro de 2010.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Projeto de Lei Orçamentária 2010 Ministro Paulo Bernardo Silva Brasília, 31 de agosto de 2009.
EXERCÍCIOS PARA GUARDA-REDES
Parte II: Determinantes do Produto
CURVA IS EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
1 2 Observa ilustração. Cria um texto. Observa ilustração.
Grupo A – Azul Claro, Marrom, Laranja
DEPARTAMENTO DE ECONOMIADA UCG
Preleções Científicas Universidade Estadual do Ceará Pró-Reitoria de Extensão Integrais Múltiplas e Integrais de Volume Ministrante: Prof. K. David Sabóia.
Matemática Financeira
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 2013 Brasília, janeiro de 2014 SPPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
Rio Verde - Goiás - Brasil
A Influência das Políticas Monetária e Fiscal Sobre a Demanda Agregada
GINÁSTICA LABORAL UM NOVO CAMINHO.
Introdução às Políticas Fiscal e Monetária Equilíbrio real e monetário Situações de desequilíbrio Demanda agregada da economia Política fiscal Política.
Introdução Análise IS-LM: Visão geral
Introdução à Macroeconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida 6/5/2003.
Demanda por moeda 4.1 Conceitos:
O Modelo OA - DA 7.1 Este modelo agrega todos os mercados, isto é, usa as condições de equilíbrio dos mercados de bens, financeiro e de trabalho para derivar.
Produto, desemprego e inflação
Macroeconomia Política Monetária Aula 2 Rafael de la Vega GESTÃO
O lado monetário da economia
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 7 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Agregando Todos.
Capítulo 13 A Função Oferta de Moeda
Transcrição da apresentação:

Capítulo 13 A Função Oferta de Moeda

Introdução Nos modelos macroeconômicos a oferta de moeda é uma constante, uma variável exógena ou uma variável endógena?

A função oferta de moeda Por definição, tem-se: M1 = P0 + D e B = P0 + Z Em que M1 = papel-moeda em poder do público não-bancário mais depósitos a vista nos bancos comerciais P0 = papel-moeda em poder do público não-bancário D = depósitos a vista nos bancos comerciais B = base monetária Z = encaixes dos bancos

A função oferta de moeda M1 = P0 + D Agosto 1994 a junho 2013

A função oferta de moeda M1 = P0 + D Agosto 1994 a junho 2013

A função oferta de moeda B = P0 + Z Agosto 1994 a junho 2013

A função oferta de moeda B = P0 + Z Agosto 1994 a junho 2013

A função oferta de moeda Considere as seguintes relações: c = P0/M1 (papel-moeda em poder do público não-bancário/meios de pagamento) d = D/M1 (depósitos a vista nos bancos comerciais/meios de pagamento) R = Z/D (encaixe total dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais) Observe que c + d = 1

A função oferta de moeda R = Z/D (encaixe total dos bancos comerciais / depósitos a vista nos bancos comerciais)

A função oferta de moeda R = Z/D (encaixe total dos bancos comerciais / depósitos a vista nos bancos comerciais)

A função oferta de moeda B = P0 + Z P0 M1 c =  P0 = c · M1 Z D R =  Z = R · D B = c · M1 + R · d · M1 B = M1 (c + R · d) D M1 d =  D = d · M1 1 = c + d

A função oferta de moeda função da oferta de moeda M1 sobe se: B subir R diminuir d subir Para se alterar R deve-se analisar como se compõem os encaixes bancários (Z).

A função oferta de moeda Encaixes: Z1 = caixa dos bancos Z1 R1 = D = depósitos a vista D Z2 = depósitos voluntários dos bancos comerciais Z2 R2 = D Z3 = depósitos compulsórios dos bancos comerciais Z3 R3 = D

A função oferta de moeda As alterações de B e R3 são decisões de política econômica e, portanto, os valores dessas variáveis são determinados fora do modelo macroeconômico. Z1 e Z2 são encaixes voluntários dos bancos comerciais.

A função oferta de moeda Dependendo da taxa de juros, os bancos poderão manter (Z1 + Z2) em volume alto ou baixo. A alternativa dos bancos é colocar parte dos recursos em títulos e apelar para o redesconto junto ao Banco Central se houver falta de liquidez.

A função oferta de moeda Assim, Z1 + Z2 = f(r – rd) em que r = taxa de juros de mercado e rd = taxa de redesconto de liquidez. Quanto maior for r, para dada rd, menor será (Z1 + Z2), pois os bancos preferem colocar os recursos na forma de títulos que pagam juros.

A função oferta de moeda Logo, quanto maior for r, maior será M1. Então, o aumento de r causa o aumento de M1 (ou seja, r   M1). M1 = M(B, r, rd, R3)

A função oferta de moeda M1 = M(B, r, rd, R3) Essa função define que parte da oferta de moeda é exógena ao modelo (e depende dos valores de B, rd e R3) e a outra parte é endógena ao modelo (pois depende da taxa de juros, r, que é determinada no modelo).

A função oferta de moeda fórmula genérica da oferta de moeda M1 = M(B, r, rd, R3) Fórmula específica da oferta de moeda (exemplo) em que ms = oferta real de moeda (ou seja, Ms/P) B = valor nominal da base monetária r = taxa de juros de mercado rd = taxa de juros de redesconto de liquidez do Banco Central R3 = taxa do depósito compulsório Espera-se que: f1 > 0, f2 > 0, f3 < 0 e f4 < 0.

A função oferta de moeda Considerado a oferta de moeda como sendo fixa m0 r r M0 r1 r1 B B m(y1) A r0 A r0 m(y0) L0 m0 y0 y1 MP y Curvas de oferta e demanda de moeda Curvas LM

A função oferta de moeda Considerado que a oferta de moeda é positivamente relacionada à taxa de juros m0 r r M0 M(r – rd) P M1 r1 r1 B B r2 C r2 m(y1) C A r0 A r0 L1 m(y0) L0 m0 m1 y0 y1 y1 MP y Curvas de oferta e demanda de moeda Curvas LM

A função oferta de moeda Um dos efeitos de se fazer a oferta de moeda depender da taxa de juros é tornar a curva LM menos inclinada m0 r r M0 M(r – rd) P M1 r1 r1 B B r2 C r2 m(y1) C A r0 A r0 L1 m(y0) L0 m0 m1 y0 y1 MP y Curvas de oferta e demanda de moeda Curvas LM

A função oferta de moeda Considere que a demanda de moeda se faz para fins de transação e para especulação. A demanda de moeda para transação tem a seguinte especificação: , em que k > 0. E a demanda de moeda para especulação tem a seguinte especificação: , em que Portanto, a demanda total por moeda é:

A função oferta de moeda Uma variação em y (y) alterará a demanda de moeda em ky. Uma variação em r (r) leva à variação na demanda de moeda de l´(r)r. Se a oferta de moeda não variar, tem-se a seguinte expressão necessária para manter o mercado de moeda em equilíbrio: ky + l´(r)r = 0 em que k > 0 e l´(r) < 0

A função oferta de moeda ky + l´(r)r = 0 A inclinação da curva LM é . No caso da expressão acima tem-se: l´(r)  r =  k  y ou

A função oferta de moeda Inclinação = m0 r r M0 M(r – rd) P M1 r1 r1 B B r2 C r2 m(y1) C A r0 A r0 L1 m(y0) L0 m0 m1 y0 y1 MP y Curvas de oferta e demanda de moeda Curvas LM

A função oferta de moeda Se a oferta de moeda variar com a taxa de juros: Ms = M(r – rd) M’ > 0 Tem-se a seguinte expressão necessária para manter o mercado de moeda em equilíbrio: k  y + l´(r)  r = M´(r)  r Logo, [l´(r) – M´(r)]  r = k  y, ou

A função oferta de moeda Inclinação = m0 r r M0 M(r – rd) P M1 r1 r1 B B r2 C r2 m(y1) C A r0 A r0 L1 m(y0) L0 m0 m1 y0 y1 MP y Curvas de oferta e demanda de moeda Curvas LM

A função oferta de moeda Curvas LM y0 y y1 r L0 L1 r0 r1 r2 M1 M0 A B C Inclinação Inclinação O fato da curva LM ser menos inclinada – quando a oferta de moeda depende da taxa de juros – do que quando a oferta de moeda é fixa provoca mudança na eficácia da política fiscal. (Ver exercício 3 do livro)

Estimativas da equação de oferta de moeda no Brasil Nos estudos sobre a oferta de moeda no Brasil observa-se a preocupação com a exogeneidade dessa variável (o que leva ao formato vertical ou positivamente inclinado da curva de oferta de moeda) ou a endogeneidade da oferta de moeda (o que leva ao formato horizontal da curva de oferta de moeda) no plano cartesiano M versus r. Junto a essa discussão está a análise da eficácia ou não da política monetária em alterar a oferta de moeda.

Estimativas da equação de oferta de moeda no Brasil Assis (1983) estimou uma equação excluindo a variável rd (taxa de redesconto de liquidez) e tomando valores nominais para a oferta de moeda e para a base monetária. Isto permitiu ao autor ressaltar a eficácia da política monetária, destacando que parte da oferta de moeda é exógena.

Estimativas da equação de oferta de moeda no Brasil estatística t (37,75) (2,88) (2,28) elasticidade (0,96) (0,08) (-0,07) R² = 0,9986 DW = 1,21 n = 10 em que: MOEDA= oferta de moeda em preços correntes BASE = base monetária em preços correntes TJLTN = taxa de juros das Letras do Tesouro Nacional TRESBC = taxa de reserva obrigatória cobrada sobre depósitos à vista feitos nos bancos comerciais

Estimativas da equação de oferta de moeda no Brasil estatística t (37,75) (2,88) (2,28) elasticidade (0,96) (0,08) (-0,07) R² = 0,9986 DW = 1,21 n = 10 Como previsto pela teoria: o aumento da base monetária e da taxa de juros aumenta a oferta de moeda, o aumento da taxa do depósito compulsório diminui a oferta de moeda.

Estimativas da equação de oferta de moeda no Brasil estatística t (37,75) (2,88) (2,28) elasticidade (0,96) (0,08) (-0,07) R² = 0,9986 DW = 1,21 n = 10 Na equação acima, constata-se serem pequenas as elasticidades da variação da oferta de moeda em relação a variações na taxa de juros e na taxa do depósito compulsório. Pode-se concluir que, na década de 1970, a política monetária era eficaz em alterar a oferta de moeda, existindo uma curva de oferta de moeda positivamente inclinada no plano cartesiano M/P versus r.

Referências Bibliográficas ASSIS, M. A estrutura e o mecanismo de transmissão de um modelo macroeconométrico para o Brasil (MEB). In: Revista Brasileira de Economia, 37(4): 483-512, out./dez. 1983. BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006 CONTADOR, C. R. A exogeneidade da oferta de moeda no Brasil Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 8, n.2, Ago. 1978, pp. 475-504. BLANCHARD, O. Macroeconomia: teoria e política econômica. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. 5a edição. São Paulo: Makron/Mcgraw-Hill, 1991. MANKIW, N.G. Macroeconomia: Rio de Janeiro: LTC, 2004. PAULA, G. M. As duas teorias da endogeneidade da oferta de moeda. Economia Ensaios, Uberlândia, v. 8, n.2, Jul. 1994, pp. 69-87.