Daniela Zaia Thaís Pietro

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A Semana da Arte Moderna
Advertisements

A SEMANA DE ARTE MODERNA
SEMANA DE ARTE MODERNA 1922.
O nascimento de uma arte nova e a Semana de 22
2ª geração do Modernismo
Vanguardas e Modernismo
O romantismo I – Contexto Histórico.
Victor Brecheret.
Mario Raul de Moraes Andrade
MODERNISMO.
PRÉ-MODERNISMO.
Modernismo no Brasil *Marco de uma nova visão artístico-filosófica do século XX, a partir da Semana da Arte Moderna de 1922; *1922 – Fundação do Partido.
SEMANA DE ARTE MODERNA.
Como surgiu o Modernismo?
Realismo - Naturalismo
MODERNISMO “Época triste a nossa, em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo” Albert Einsten Paulo Neto.
Oswald de Andrade.
Modernismo no Brasil.
Fases do modernismo Primeira fase - fase heroica- de 1922 a 1930
MODERNISMO – 1ª Fase ( ) Literatura Brasileira - Profª Graziani França.
MUDANÇAS CULTURAIS PROMOVIDAS PELA SEMANA DE ARTE MODERNA
Pré-Modernismo EE CORONEL CALHAU.
1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO
MODERNISMO.
Banditismo Social ou Cangaço (NE 1890 – 1940):
Luiza Monteiro.
Revolucionários da “Arte no Brasil”!
Mudanças culturais promovidas pela semana da arte moderna
Semana da Arte Moderna Semana de 22.
Prof Luiza Monteiro.
A Semana da Arte Moderna
Semana de Arte Moderna Objetivo: Combater a arte tradicional.
"Minha família e meus amigos, eram de opinião de que eu deveria continuar meus estudos de pintura. Achavam meus quadros muito crus, mas, felizmente,
Modernismo – 2 ª fase A prosa regionalista.
Aula: Modernismo – Geração de 45 Profª: Paulo Monteiro Data: 18/10/2005 Instruções: Para que esta apresentação seja exibida de forma satisfatória é necessário.
ENEM LITERATURA Prof Hélia.
1ª fase modernista (1922 – 1930).
Eugène Delacroix - La liberté guidant le peuple
PRÉ-MODERNISMO.
ABAPORU (1928) Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil.
Literatura PRÉ-MODERNISMO
Semana de Arte Moderna A Semana de Arte Moderna deve ser vista não só como um movimento artístico, mas também como um movimento político e social.
MODERNISMO: ANOS POSTERIORES
Semana de Arte Moderna Nomes: Michael Douglas Bruno
PROFESSOR: FRANCISCO HERCULANO C. DE SOUZA
MODERNISMO NO BRASIL Profª Indianara.
REALISMO PORTUGUÊS Prof. Karen Olivan.
1ª fase (1922 – 1930): Geração de 22 – destruidora &Heroica
A SEMANA DE ARTE MODERNA
Pré-Modernismo.
Semana de Arte Moderna de 22 e Modernismo (Arte Moderna no Brasil)
Literatura Brasileira
Abapuru Operários. Abapuru Operários Oswald de Andrade (11/01/1890 – 22/10/1954), defende a idéia de valorização das raízes nacionais, que devem.
SEMANA DE ARTE MODERNA SÃO PAULO - BRASIL
13, 15 e 17 de Fevereiro MODERNISMO NO BRASIL 13, 15 e 17 de Fevereiro
MODERNISMO B R A S I L PRIMEIRA GERAÇÃO.
MODERNISMO NO BRASIL.
A ARTE NO PERÍODO DO REALISMO
Movimento Antropofágico
Modernismo no Brasil profª sandra.
Movimento Antropofágico Alunos: Bruno Trentini Tiago Belletti Filipe Belletti Alessandro Crupsacky Turma T61.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
PARNASIANISMO PORTUGUÊS CAM 242 IFRJ LOUYSE FREIRE THALES SOARES PABLO DOS SANTOS MATHEUS RODRIGUES.
 Prof. Florêncio Caldas.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
Semana da Arte Moderna  1900 a 1920 caldeirão cultural (Realismo-Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Vanguardas)  Vanguardas: Ruptura.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
PARNASIANISMO LITERATURA.
A Realização da Semana de Arte Moderna.. “Pela primeira vez na cidade de São Paulo as conversas no salões, nos cafés e nos jornais deixaram de girar em.
Modernismo no Brasil. Contexto Histórico - Fim da escravidão (1888) Brasil República: - Política do café-com-leite ( ) Imigração Industrialização.
Transcrição da apresentação:

Daniela Zaia Thaís Pietro Modernismo Daniela Zaia Thaís Pietro

SEMANA DE ARTE MODERNA Aconteceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, ano do Centenário da Independência e da Criação do Partido Comunista Brasileiro Marco cultural de um novo movimento literário: o Modernismo Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo A semana de 22 causou um choque no público, pois os poemas eram sem rimas, as músicas ruídos, estrondos. Durante essa Semana ocorreram os “festivais.

Eventos que influenciaram a Semana de 22 Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do Futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados cinqüenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”. Primeira exposição de pintura de Anita Malfati, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas. Organização da revista Orpheu, com manifestos e poemas do Modernismo português, por Luís de Montalvor e Ronald de Carvalho. Banquete no palácio do Trianon, em homenagem ao lançamento de As Máscaras, de Menotti del Picchia. Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista no Brasil.

O dia 13 de fevereiro A semana foi aberta por Graça Aranha com a sua conferencia “A emoção estética na arte moderna”, que começa assim: “Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de ‘horrores’. Aquele Gênio suplicado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida se não são jogos de fantasia de artistas zombeteiros, são seguramente desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está terminado o vosso espanto. Outros ‘horrores’ vos esperam. Daqui a pouco, juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado. Para estes retardatários a arte ainda é o Belo.” Na mesma noite, além da conferência “A pintura e a escultura no Brasil”, apresentada por Ronald de Carvalho, foi declamado o poema-sátira Os sapos.

O dia 15 de fevereiro O dia 15, apesar das vaias, é considerado o auge da Semana, quando Menotti del Picchia discorreu sobre a arte moderna, propondo mudanças e, sobretudo, o abandono de motivos europeus, incentivando o nacionalismo e a exploração de nosso folclore: “(...) Nada de postiço, meloso, artificial, arrevezado, precioso: queremos escrever com sangue – que é humanidade; com eletricidade – que é movimento, expressão dinâmica do século; violência – que é energia bandeirante. Assim nascerá uma arte genuinamente brasileira, filha do céu e da terra, do Homem e do mistério. (...)”

O dia 17 de fevereiro A ultima noite foi dedicada à música, apresentando Villa lobos e Guiomar Novaes. Além das conferências e apresentações, havia no saguão do teatro exposições de obras dos artistas plásticos do momento. A despeito de muitas críticas e divisão de opiniões, iniciava-se, desse modo, o Modernismo no Brasil.

PARTICIPANTES Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernâni Braga Literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Sérgio Milliet, Afonso Schimidt, Graça Aranha Pintura: Anita Malfati, Di Cavalcanti Escultura: Victor Brecheret Arquitetura: Antonio Moya

Alguns dos organizadores e participantes da Semana de Arte Moderna

Cartaz de Di Cavalcanti

Di Cavalcanti Moças

PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA Inicia-se em 1922, com a Semana de Arte Moderna, e se prolonga até 1930 Rompimento com todas as estruturas do passado: Parnasianismo, Simbolismo e Arte acadêmica A geração de 22 caracteriza-se como guerreira e combativa em conseqüência da necessidade de definições. Daí um caráter anárquico e um forte sentido destruidor, definido por Mário de Andrade: "(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...) Linguagem também rompe com o tradicional: a métrica, a rima, a linearidade do discurso não são mais usados

Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo gerado neste período se manifesta em múltiplos aspectos: uma volta às origens, a procura de uma "língua brasileira" (a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias - numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras - e a valorização do índio verdadeiramente brasileiro. Esse nacionalismo, ora é crítico, ora é ufanista: crítico: denuncia a realidade, identificado politicamente com as esquerdas ufanista: utópico e exagerado, identificado com as correntes de extrema direita Período rico em manifestos e revistas de curta duração: Vertentes críticas: Manifesto da Poesia Pau-Brasil e Manifesto Antropófago, comandado por Oswald de Andrade Vertentes ufanistas: Manifesto Verde-amarelismo ou Grupo da Anta, comandado por Plínio Salgado

Manifesto da Poesia Pau-Brasil Escrito por Oswald de Andrade Inicialmente publicado no jornal Correio da Manhã – 1924 No ano seguinte, inaugurou o livro de poesia Pau-Brasil – uma forma reduzia e alterada do manifesto – ilustrada por Tarsila do Amaral Propõe uma literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil Trechos: “A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.” “(...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano. (...)” Vendedor de frutas, de Tarsila do Amaral. Tela da fase Pau-Brasil da pintora, que alia a construção cubista à fauna, à vegetação e às cores tropicais

Verde-Amarelismo Surge em 1926, como uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil Crítica ao "nacionalismo afrancesado" de Oswald de Andrade e apresentava como proposta um nacionalismo primitivista, ufanista e identificado com o fascismo  Parte-se para a idolatria do tupi e elege-se a anta como símbolo nacional Oswald de Andrade contra-ataca com o artigo “Antologia”, fazendo  uma série de brincadeiras, utilizando palavras iniciadas ou terminadas com anta Um ano depois, Oswald escreve o Manifesto Antropófago, ainda como resposta aos seguidores da Escola da Anta

Revista de Antropofagia Duas fases: Iniciada com o polêmico Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade.  A revista foi exemplo prático da mistura ideológica em que o movimento modernista se transformou: artigos de Oswald, Mário de Andrade, Drummond; e textos de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida, típicos representantes da Escola da Anta A segunda fase apresenta-se mais definida ideologicamente – houve uma ruptura entre Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Afinal, vivia-se uma época de definições. Abaporu, de Tarsila do Amaral. Obra que inspirou o movimento antropofágico e cujo título significa, em tupi, aquele que come Trecho: "Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy or not tupy, that is the question.

SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA Iniciada em 1930, com a publicação de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, e encerada em 1945 As conquistas de 22 - o verso livre, a liberdade temática; a prosa, o coloquial e o irônico no contexto poético e o antiacademicismo - caracterizam também as obras dos poetas de 30, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes Período extremamente rico tanto na produção poética quanto na prosa

Poesia Representa um amadurecimento e um aprofundamento das conquistas da geração de 1922 É possível perceber a influência de Mário e Oswald de Andrade sobre os jovens – os que iniciaram sua produção poética após a realização da Semana. Carlos Drummond de Andrade dedicou seu livro de estréia, Alguma poesia (1930), a Mário de Andrade  Os novos poetas seguindo o verso livre e a poesia sintética. Por exemplo, o poema "Cota zero", de Drummond: "Stop. A vida parou ou foi o automóvel?”  O artista passa a se questionar como indivíduo e como artista em sua "tentativa de explorar e de interpretar o estar no mundo” Revalorizam e conciliam elementos da tradição com os novos tempos. Os gêneros literários (lírico, épico, dramático), as formas poéticas fixas – como o soneto – e também os estilos tradicionais voltam a aparecer: Neo-Simbolismo de Cecília Meireles e Neo-Romantismo de Vinicius de Moraes

Prosa Registrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiro Autores como Graciliano Ramos e Jorge Amado, produzem um literatura de caráter mais construtivo, mais madura em sua prosa inovadora Romance caracterizado pela denúncia social, relações eu/mundo atingindo um grau mais elevado  O regionalismo ganha extrema importância, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste que me deu uma alma agreste“ Paulo Honório, personagem-narrador do romance São Bernardo de Graciliano Ramos. Neo-Realismo , dando uma nova dimensão ao estilo realista e ao romance regionalista brasileiro. Essa tendência alcançou maior repercussão e importância na época, pois denunciou alguns problemas sociais como a seca, a miséria, a fome e o coronelismo

TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA Iniciada em 1945 e se prolonga até 1960 O período de 1960 até os dias de hoje é considerado Tendências Contemporâneas Retrocesso em relação às conquistas de 22: propõe uma volta ao passado, revalorizando a rima, a métrica, o vocabulário erudito Geração de 45: Passadista, acadêmica. Por outro lado, introduziu uma nova cultura internacional nas letras brasileiras. Autores como Fernando Pessoa e Frederico Garcia Lorca influenciaram-na significativamente

Em contraposição as produções literárias passadista, três grandes escritores se sobressaem: Prosa: Guimarães Rosa e Clarice Lispector Poesia: João Cabral de Melo Neto Tais escritores têm em comum o senso do compromisso entre a arte e a realidade, o comprometimento do escritor e de sua obra na vida social. Assim retomam: nacionalismo da geração de 22 o universalismo da geração de 30