AVALIAÇÃO DO RISCO ACÚSTICO NO AMBIENTE SUBTERRÂNEO

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Formador: Correia Medronho Curso: Ruído Laboral
Advertisements

PME Acústica Aplicada ao Controle de Ruído
Acústica de ambientes fechados
Uma viagem rumo ao conhecimento.
PROTEÇÃO AUDITIVA Segurança em Primeiro Lugar
SEMINÁRIO AVANÇADO: FISIOLOGIA DE VÔO
Existem coisas que você não precisa perder.
ONDAS SONORAS São ondas longitudinais  as partículas do meio realizam deslocamentos paralelos ao sentido do movimento da onda. As ondas sonoras no ar.
Condições Ambientais em Salas de Aula: conforto acústico
Objectivos Objectivos Enquadramento legal Segurança no Projecto
Desenvolvimento Sustentável
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A MINERAÇÃO SUBTERRÂNEA
Ambiente Acústico.
Proteção Auditiva.
ACÚSTICA Prof. Renato Nunes.
COLÉGIO MILITAR de FORTALEZA PROPRIEDADES FISIOLÓGICAS do SOM
MINISTÉRIO da DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO D E C Ex - DEPA COLÉGIO MILITAR de FORTALEZA.
INTRODUÇÃO À HIGIENE DO TRABALHO
EFICIÊNCIA DE RADIAÇÃO
Fenômeno da Transmissão
Detector Ultra-Sônico
Segurança nas Vibrações sobre o Corpo Humano
unesp Laboratório de Acústica e Vibrações
Metodologia Científica
AQUECIMENTO GLOBAL “EFEITO ESTUFA”
Agrupamento de escolas Serra da Gardunha
FUNDAMENTOS GERAIS DE SHST
Equipamentos de Protecção Individual
Som Matéria do 8ºano.
O Som Trabalho realizado por: Daniela Silvério-Nº7 Filipa Correia-Nº8
Prof. Diones Charles Física 2
HIGIENE DO TRABALHO “O MESTRE TEM A RESPONSABILIDADE DE FAZER COM QUE O ALUNO DESCUBRA, NÃO O CAMINHO PROPRIAMENTE DITO, MAS AS VIAS DE ACESSO A ESSE CAMINHO,
ACÚSTICA.
SUSTENTABILIDADE DO AMBIENTE MINEIRO SUBTERRÂNEO
Técnicas de Medição de Som
MÉTODOS EXPERIMENTAIS EM ENERGIA E AMBIENTE
ILUMINAÇÃO NOS LOCAIS DE TRABALHO
1.2.5 Poluição sonora Professora CFQ.
HIGIENE DO TRABALHO “O MESTRE TEM A RESPONSABILIDADE DE FAZER COM QUE O ALUNO DESCUBRA, NÃO O CAMINHO PROPRIAMENTE DITO, MAS AS VIAS DE ACESSO A ESSE CAMINHO,
ACÚSTICA Ondas sonoras (Capítulo 19)
Objetivos da Higiene e Condições Ambientais do Trabalho
Bases físicas da audição
Emissão e absorção de radiação
UFCD: Fundamentos gerais de Higiene no Trabalho
A poluição, e os seus efeitos
Audição de Sons.
Segurança e Higiene no Trabalho
Poluição sonora em centros urbanos
Segurança e Higiene no Trabalho
HIGIENE OCUPACIONAL.
Agentes Físicos 1º Período
Legislação aplicada ao controle da pressão sonora
REVISÃO.
Ruído.
Acústica – Ondas Sonoras
Análise do ruído / Vibrações Segurança e Higiene no Trabalho.
AUDIÇÃO.
MSc. Ana Beatriz Ribeiro
Ruído O que é o Ruído?.
PCA – Programa de Conservação Auditiva
Diagnóstico por Imagem.
Unidade Um Do Sol ao Aquecimento
A Utilização Racional de Energia (URE) consiste num conjunto de acções e medidas, que têm como objectivo a melhor utilização da energia. A URE é cada.
1. ENERGIA – DO SOL PARA A TERRA
Ondas sonoras.
Ondulatória.
23/10/20081 Higiene Industrial Por: Bruno Cotta Danilo Sobral Filipe Campos José Francisco da Silva FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA.
2.1. Comunicação de informação a curtas distâncias
FÍSICA - PROJETO REVISÃO 2015 MW
Eco e Reverberação Eco é o som refletido percebido com intervalo de tempo suficiente para ser distinguido do som original; e a reverberação acontece quando.
Transcrição da apresentação:

AVALIAÇÃO DO RISCO ACÚSTICO NO AMBIENTE SUBTERRÂNEO 2ª Jornada Ibero-americana da Rede Meio Ambiente Subterrâneo e Sustentabilidade CONTAMINAÇÃO DA ATMOSFERA SUBTERRÂNEA 11 a 13 de Novembro de 2010 Instituto Superior Técnico LISBOA AVALIAÇÃO DO RISCO ACÚSTICO NO AMBIENTE SUBTERRÂNEO EVALUACIÓN DEL RIESGO ACÚSTICO EN EL AMBIENTE SUBTERRÂNEO Gustavo Paneiro

INTRODUÇÃO “Na Natureza existe sempre um determinado nível de som ambiente mas, quando o ruído provocado pelas actividades normais atinge determinado nível, torna-se insuportável” (Sarsby, 2000) Os efeitos do ruído incluem: distúrbios no trabalho, lazer ou no sono, interferência com a comunicação, incómodo e efeitos na saúde física e mental

OS EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO A poluição sonora corresponde a uma contaminação ambiental, ocasionada pela energia mecânica ou acústica Os efeitos patológicos manifestam-se em todo o organismo humano, não apenas no aparelho auditivo

OS EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO A nível FISIOLÓGICO: Perda da audição até surdez; Dores de cabeça; Fadiga; Distúrbios cardiovasculares; Distúrbios hormonais; Gastrite; Disfunção digestiva; Alergias; A nível PSICOLÓGICO: Perda da concentração; Insegurança quanto a eficiência dos actos; Perda dos reflexos; Perda da inteligibilidade das palavras; Irritação permanente;

(Valores percentuais) OS EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO O risco de surdez permanente varia de acordo com a intensidade e a duração da exposição, como foi demonstrado pelo estudo realizado pela International Standard Organization ISO 1999 (Valores percentuais) Sendo a susceptibilidade ao ruído muito diferente de pessoa para pessoa, nem todos ensurdecem quando sujeitos à mesma dose de ruído. Actualmente, ainda não existe forma de diferenciar com precisão, estes diferenciais de susceptibilidade

FONTES DE RUÍDO NA ATMOSFERA SUBTERRâNEA

Nível de pressão sonora ABORDAGEM MATEMÁTICA DO RUÍDO Contínuo Nível de pressão sonora RUÍDO Nível de pressão sonora + Tempo de medição Variável Curvas de compensação A, B e C

ABORDAGEM MATEMÁTICA DO RUÍDO Toda a fonte de som cria um campo no ambiente à volta dele, a partir do qual, a energia sonora propaga-se pelo espaço em todas as direcções. À medida que as ondas sonoras se propagam no espaço, verifica-se uma redução da energia por dispersão e por absorção molecular no ar e superfície rochosa das aberturas subterrâneas A ATENUAÇÃO depende: Temperatura Humidade

ABORDAGEM MATEMÁTICA DO RUÍDO ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DO RUÍDO: Nível de pressão sonora Nível percentil Nível sonoro contínuo equivalente Nível de exposição sonora Nível pico ou máximo Determinados considerando o tempo de exposição e a intensidade sonora

ABORDAGEM MATEMÁTICA DO RUÍDO Em termos gerais…

Fases da transmissão do som em ambiente subterrâneo MODELAÇÃO DO RUÍDO EM SUBTERRÂNEO A propagação do ruído em aberturas subterrâneas pode ser feita de duas formas: Ondas directas Ondas reflectidas Fases da transmissão do som em ambiente subterrâneo

MODELAÇÃO DO RUÍDO EM SUBTERRÂNEO Na atmosfera subterrânea, a atenuação pode ser dada por (Howes, M.J, 1982) : Lds é a pressão sonora d a distância da fonte P é o perímetro da escavação A é a secção da abertura subterrânea  é o coeficiente de absorção

MODELAÇÃO DO RUÍDO EM SUBTERRÂNEO Distância crítica: equilíbrio entre transmissão do som directo e o reflectido

Factores de correcção do espectro da banda oitava para ventiladores MODELAÇÃO DO RUÍDO EM SUBTERRÂNEO No caso de o ruído ser produzido pela acção de uma só fonte, a pressão do ruído emitido deve ser calculado para cada caso (Howes, M.J, 1982) Martelos pneumáticos Equipamentos com motor diesel Factores de correcção do espectro da banda oitava para ventiladores

NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA O ruído ocupacional afecta os trabalhadores durante o tempo de exposição, estando relacionado com o ruído produzido no processo operacional e com o uso de equipamentos.

NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA O ruído ambiental é o produzido, por exemplo, pelo tráfico ou outras actividades que não são directamente relacionadas com as actividades profissionais e, neste caso, considera-se um raio de acção em torno da fonte.

ISO 1996 (International Standard Organization) NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA ISO 1996 (International Standard Organization) ISO 1996 – 1 (Quantidades básicas e procedimentos) ISO 1996-2 (Medição e concentração do ruído) ISO 1996-3 (Aplicações para os limites do ruído) LAr,T = LAeq,T + K1 + K2 LAr,T é o nível de avaliação do ruído LAeq,T é o nível sonoro continuo equivalente ponderado A em período de tempo T (dB) K1 é o factor de correcção por tom (0 a 6 dB) K2 é o factor de correcção por componentes impulsivos (0 a 7 dB)

UNIÃO EUROPEIA (86/188/CEE) NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA UNIÃO EUROPEIA (86/188/CEE) Contempla a protecção dos trabalhadores contra riscos de exposição do ruído no trabalho, considerando dois níveis: Exposição diária (LEP,d) Média semanal dos valores diários (LEP,s) Quando o nível de exposição diária ultrapassa os 85 dB (A), o trabalhador deve ser alertado dos riscos e entretanto usar protectores de ruído Se o nível de exposição diária ultrapassa os 95 dB (A) deve-se-á pôr em marcha um programa de redução

O Departamento de Trabalho dos E.U.A. (1971 – 1979) NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA O Departamento de Trabalho dos E.U.A. (1971 – 1979)

NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA PORTUGAL No Decreto-Lei n.º 162/90 do 22 de Maio que instituiu o Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras, no Artigo 149 indica: Nos locais de trabalho devem ser adoptadas medidas adequadas à eliminação ou redução da propagação do ruído, não devendo ultrapassar os valores de 85 dB (A) para o ruído e de 200 Pa para pressão acústica instantânea não compensada. Quando as medidas técnicas de protecção aplicáveis não forem suficientes, os trabalhadores devem usar protectores auriculares adequados, ou se necessário, limitar o tempo de exposição ao ruído

NORMAS E PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL SONORA PERÚ - D.S. n.º 023-92-EM Reglamento de Seguridad e Higiene Minera do 13 de Outubro

MEDIDAS CORRECTIVAS Quando o nível de ruído identificado é moderado a alto as medidas tecnológicas correctivas são orientadas para três aspectos: a FONTE a TRAJECTÓRIA de propagação e/ou o RECEPTOR Fonte A redução do nível de emissão do ruído é conseguida utilizando a atenuação pela distância Sistemas de atenuação nos equipamentos Manutenção preventiva dos equipamentos Isolamento Encapsular as operações, equipamentos ou parte destes com uma estrutura hermética Materiais resilientes Colocados nas zonas de forte impacte entre o material sólido e estrutura Protecção do ouvido Protecção auricular de distintos tipos e tampões (plástico, algodão, etc.)

MONITORIZAÇÃO E CONTROLE sonómetro As medições do ruído são afectadas pela temperatura (correcção de 1 dB), humidade, velocidade do ar (~ 3 m/s) e ruído de fundo

MONITORIZAÇÃO E CONTROLE No ambiente subterrâneo, a monitorização deve-se realizar em três (3) a cinco (5) pontos de medição para cada fonte de ruído

MONITORIZAÇÃO E CONTROLE

CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA

CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA Poço de extracção

CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA

CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA

Característica técnica do protector de ouvido tampão BILSOM Série 300 CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA MEDIDAS CORRECTIVAS: Protecção do Ouvido Característica técnica do protector de ouvido tampão BILSOM Série 300 Características técnicas do protector de ouvido tampão de silicone BILSOM PERFLEX

CASO DE ESTUDO: MINA DA PANASQUEIRA Tipos de protector recomendados para atenuar o impacte ambiental sonoro

CONCLUSÕES Dadas as patologias, originadas pelo fenómeno físico do ruído no corpo humano e pelas particularidades que se afiguram no ambiente subterrâneo, a monitorização permanente do ruído e a aplicação de medidas minimizadoras deste descritor ambiental são uma necessidade Esta temática se torna ainda mais importante à medida de crescem as exigências por parte dos trabalhadores de melhor qualidade ambiental nos respectivos locais de trabalho e o decréscimo de surtos patológicos provocados por doenças profissionais. A metodologia apresentada mostrou-se eficiente para a análise do ruído em ambiente subterrâneo, a qual, poderá ser aplicada para qualquer situação desta natureza. Mostrou-se ainda a importância da determinação da matriz de impacte ambiental que permite o dimensionamento exacto das medidas de minimização a adoptar

CONTAMINAÇÃO DA ATMOSFERA SUBTERRÂNEA Instituto Superior Técnico 2ª Jornada Ibero-americana da Rede Meio Ambiente Subterrâneo e Sustentabilidade CONTAMINAÇÃO DA ATMOSFERA SUBTERRÂNEA 11 a 13 de Novembro de 2010 Instituto Superior Técnico LISBOA OBRIGADO!