ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA Autor: Caíque Acácio.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A criança internada na Unidade Intermediária
Advertisements

Infecções virais respiratórias associadas à assistência à saúde em pediatria Felipe T de M Freitas NCIH /HMIB Brasília, 12/6/2012.
J Pediatr (Rio J) 2010;86(6): Apresentação: Paula Balduíno Coordenação: Dr. Filipe Lacerda Hospital Regional da Asa Sul/Materno Infantil de Brasília/SES/DF.
Bronquiolite INTERNATO DE PEDIATRIA ORIENTADORA: PROFª DRA CARMEN LÍVIA MARTINS THIAGO JEFFERSON COELHO BORGES CARVALHO Brasília,
Vacina contra a Influenza A(H1N1) Helena Keico Sato Diretora Técnica Divisão de Imunização/CVE/CCD/SES-SP.
DVVTR/CEPI/SVS/SESA Vigilância Epidemiológica da INFLUENZA 2016 PARANÁ.
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA DENGUE. PRIMEIRA MANISFESTAÇÃO - Febre alta de início abrupto; - Associada à cefaléia, adinamia, mialgias, artralgias,
Características Gerais Enfermidade sistêmica, exclusiva do ser humano, conhecida desde o século XV. Agente etiológico: Treponema pallidum. Modo de Transmissão.
Tromboembolismo pulmonar Eguinaldo Lopes do Nascimento Técnico/Tecnólogo em Radiologia Esp. em imaginologia.
ANÁLISE DA EPIDEMIOLOGIA DE TRANSMISSÃO VERTICAL DO VÍRUS HIV NO DISTRITO FEDERAL ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM.
Reconhecimento e Manejo das SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS no Pronto Atendimento Débora Carla Chong - Silva.
Bronquiolite Viral Aguda
Medidas de Ansiedade e Depressão através do questionário HAD em pacientes internados na clínica médica do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes.
PRINCIPAIS INFECÇÕES OPORTUNISTAS E SINTOMAS APRESENTADOS NO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO DE AIDS EM PACIENTES NOTIFICADOS NO SINAN NO ESTADO DO RIO GRANDE DO.
CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES
RELAÇÃO ENTRE OS FATORES DE RECURSOS DE CONSTRUÇÃO QUE AFETAM O CUSTO DO PROJETO Aluno: Michelle Kemper Campos de Melo Profª. Pastor Brasília, 2015.
ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA Autor: Caíque Acácio.
PROGRAMA DE SAÚDE DA CRIANÇA:
Introdução e Objetivos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
História Natural da Doença
Gráfico 1 – Distribuição da amostra conforme resultado do teste
Laura Lopes da Silveira Orientadora: Teresinha Weiller
RELAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL COM RISCOS CARDIOVASCULARES DE IDOSOS
DERRAMES PLEURAIS PARAPNEUMÔNICOS Maurícia Cammarota Hospital Regional da Asa Sul Brasília, 13/5/2010.
Eosinofilia e Recém Nascidos de Muito Baixo Peso : que relação ?
ENTEROCOLITE NECROSANTE EM NEONATOS COM PESO DE NASCIMENTO INFERIOR A 1.000G: ÍNDICE DE PROTEÇÃO DA COLOSTROTERAPIA   HELLEN CRISTINA SEGANFREDO; LISSANDRA.
Relato de caso: Diagnóstico de Doença de Crohn em idosos Francisco FF; NametalaJ; Palacio FGM; Amorim C; CarneiroAJV; Fogaça H; Sampaio AP; Beatriz, P.
Arterite de Takayasu e tratamento para depressão
ORIENTAÇÕES PARA O ENFRENTEMANTO DA INFLUENZA A (VÍRUS H1N1)
Bronquiolite Aguda HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA
Aluno: Ismara Grandales Hernandez Orientadora: Ana Paula Belini
HIGIENE DO SONO EM PEDIATRIA O que pensam as mães?
FATORES PROGNÓSTICOS E PREDITIVOS DO CÂNCER DE MAMA:
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO EM PEDIATRIA
A UTI Neonatal: Uma Visão Materna
Universidade Federal de pelotas Especialização em Saúde da Família Modalidade à distância Turma 7 Melhoria da Atenção à Saúde da Criança de zero a setenta.
SÍFILIS – O que é, formas de transmissão, diagnóstico, tratamento e prevenção  É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser.
SITUAÇÃO PROBLEMA MICROBIOLOGIA. Em setembro de 2015, João foi admitido no setor de indivíduos HIV positivo, apresentando lesões altamente pruriginosas.
Enterocolite necrosante em neonatos com peso de nascimento inferior a 1.000g: índice de proteção da colostroterapia   HELLEN CRISTINA SEGANFREDO; LISSANDRA.
Impacto da introdução da vacina Meningocócica C Conjugada no Programa Nacional de Imunização na população pediátrica atendida em Hospital de referência.
Aspectos odontológicos relacionados à Esquizofrenia
Procedimentos antes e após coleta dos dados
Orientador: Dr. Fabrício Prado Monteiro
EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA - I PROCESSO SAÚDE/DOENÇA
É Possível avaliar se a Saúde de Assis vem melhorando, a partir da análise do Orçamento e do Planejamento?
Aplicada à Biomedicina
Pesquisa de Sífilis Congênita no momento do parto:
Centro Universitário UNILEÃO, Juazeiro do Norte – Ceará, Brasil.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
História Natural da Doença
ABORDAGEM INADEQUADA DO HPV NA INFÂNCIA: FALTA DE CONHECIMENTO?
Gráfico 1 – Distribuição da amostra conforme resultado do teste
Perfil clínico-epidemiológico do paciente pediátrico internado com diagnóstico de adenomegalia em Serviço de referência no Distrito Federal Lucas Rodrigues.
Atuação do Médico Psiquiatra na atenção primária à Saúde.
Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul ATENDIMENTO DO PACIENTE COM SIBILÂNCIA NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL REGIONAL.
CCIH: composição, seu papel e resultados
Renata Rodrigues de Araújo Neves
Indicadores epidemiológicos
VIGILÂNCIA DA INFLUENZA JACKELINE CHRISTIANE PINTO LOBATO VASCONCELOS
Orientadora: Dra. Liú Campello
Infecção urinária febril Maurícia Cammarota
Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade de Neonatologia
J Pediatr (Rio J) 2004;80: Alunos: Manoel Menezes Marcela Maia
Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade de Neonatologia
Manejo conservador da onfalocele gigante com iodopovidona e seu efeito
EPIDEMIOLOGIA DA INFLUENZA
ENTEROCOLITE NECROSANTE EM NEONATOS COM PESO DE NASCIMENTO INFERIOR A 1.000G: ÍNDICE DE PROTEÇÃO DA COLOSTROTERAPIA   HELLEN CRISTINA SEGANFREDO; LISSANDRA.
Centro Universitário UNILEÃO, Juazeiro do Norte – Ceará, Brasil.
Eficácia do sulfato de magnésio no tratamento inicial da asma aguda grave em crianças, realizado em um Hospital Universitário de nível terciário. Um estudo.
Transcrição da apresentação:

ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA Autor: Caíque Acácio Gonçalves Orientador: Jefferson Augusto Piemonte Pinheiro www.paulomargotto.com.br Brasília, 7/12/2016 ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA -HMIB/SES- DF 1

Introdução As infecções das vias respiratórias inferiores tornaram- se um problema recorrente, especialmente em crianças com até dois anos de idade.1,2 A bronquiolite viral aguda (BVA) se caracteriza como uma infecção respiratória, que acomete as vias aéreas inferiores muito comum na primeira infância.1,2 Perfi l dos pacientes internados por bronquiolite viral aguda em uma Unidade de Terapia Intensiva em hospital infantil do sul do Brasil 2

Em média, 80% dos casos registrados como BVA podem ocorrer até o final do primeiro ano de vida, tendo maior incidência entre os primeiros dois a seis meses de vida. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o agente etiológico mais frequente, sendo responsável por 50-80% dos casos. COTRAN, RS; KUMAR, V; COLLINS, T. ROBBINS. Patologia estrutural e funcional, 6. ed., Guanabara Koogan, 2012. 3

Infecção pelo VSR é mais grave? Efeito cumulativo de infecção simultânea por dois vírus? 4

Inicio com sinais e sintomas de infecção de vias aéreas superiores. 5

À medida que a doença progride pode surgir dispneia e com o agravamento do quadro respiratório tornam-se evidentes sinais de dificuldade respiratória 6

Atualmente considera-se que o diagnóstico de bronquiolite deve ser baseado na história clínica típica e no exame objetivo. 7

Observa-se que na prática clínica, os pacientes com quadro de BVA são, em geral, classificados e tratados de forma diferente. Diante disso, torna-se necessário analisar os agentes etiológicos envolvidos na bronquiolite viral aguda e tentar relacionar o agente viral com o desfecho clínico do paciente. FERREIRA JP e cols. Pediatria-Diagnóstico e Tratamento. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 8

Objetivos Analisar as características clínico-epidemiológicas e os agentes etiológicos envolvidos na bronquiolite viral aguda relacionando-os ao desfecho clínico de cada paciente. 9

Métodos Estudo descritivo e retrospectivo Vigilância Epidemiológica  Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) Foram selecionados os pacientes em conformidade com os critérios de inclusão(23 pacientes) e realizado no programa Trakcare a revisão dos prontuários 10

Critérios de inclusão: Pacientes com menos de 2 anos de idade Ter realizado isolamento viral pela vigilância epidemiológica com resultado positivo Diagnóstico de BVA firmado por 2 médicos assistentes na emergência do HMIB Nascido a termo e não possuir quaisquer comorbidades. 11

Os dados foram tabulados e analisados no Programa SPSS versão 20.0 O isolamento viral foi realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) usando a técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR). O teste identificava os seguintes vírus: Influenza B e A com seus subtipos, Vírus Sincicial Respiratório, Parainfluenza 1, 2 e 3, Metapneumovírus, Rinovírus e o Adenovírus. 12

Resultados Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 13 47,4% 52,6% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 13

Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 68,5% 21% 10,5% 0% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 14

Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 57,9% 26,3% 10,5% 5,3% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 15

Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 47,3% 31,7% 15,8% 5,2% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 16

Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 68,4% 31,6% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 17

Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 94,7% 79% 68,4% 26,3% 26,3% Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 18

VARIAÇÃO MÉDIA MEDIANA TEMPO DE INTERNAÇÃO 2 -16 DIAS 7.63 8 Fonte: Hospital Materno Infantil de Brasília, 2016 19

Discussão Prevalência na faixa etária abaixo dos seis meses, sendo 68,5% dos casos. A percentagem de pacientes com necessidade de UTI foi de 31,6% do total de avaliados 20

Os outros 4 pacientes foram identificados com o VSR. Das crianças que necessitaram de suporte em UTI e, portanto, tiveram o desfecho clínico pior, apenas um foi diagnosticado com o vírus H1N1. Os outros 4 pacientes foram identificados com o VSR. 21

O VSR foi identificado em 57,9% dos pacientes analisados Em relação ao agente etiológico, observa-se nos resultados que diversos vírus podem ser causadores da mesma sintomatologia, tais como VSR, influenza, parainfluenza, adenovírus, rinovírus, coronavírus e metapneumovírus O VSR foi identificado em 57,9% dos pacientes analisados 22

As indicações mais frequentes de VM são insuficiências respiratórias (15,8% dos pacientes) e apneias. Esta indicação varia de 40-65% nos pacientes admitidos em UTIs. O estudo não contemplou a necessidade do suporte ventilatório, sendo tão somente da internação em UTI. 23

O vírus H1N1, embora tenha sido o segundo mais prevalente na amostra, normalmente não é frequente como agente na BVA. Diminuição da cobertura vacinal para H1N1 entre os contactantes das crianças menores? 24

Neste estudo, as médias de idade foram significativamente menores nos pacientes que necessitaram de UTI, mostrando que estes estão mais sujeitos a quadros graves. 25

A identificação do agente viral não afeta o manejo na maioria dos casos, porém pode evitar o uso desnecessário de antibióticos e orientar a maneira de precaução direcionada para cada agente. 26

Muito embora o uso de antibióticos seja recomendado somente em evidência de infecção bacteriana, frequentemente os pacientes fazem uso por quadro de febre, baixa idade ou gravidade do quadro, como nos casos de necessidade de ventilação mecânica11. 27

Em nosso estudo observou-se que em 31,7% dos pacientes apresentaram como complicação a pneumonia, porém em 68.4% dos pacientes foi utilizado antibiótico. Isso demostra que no HMIB utilizam-se mais antimicrobianos que o necessário. 28

No manejo do paciente não se observa que o salbutamol spray melhore os sintomas, porém em nossa unidade 79% dos pacientes utilizaram o spray. 29

Na maioria dos casos, a doença é moderada e a criança inicia o processo de recuperação entre o 3º e 5º dia de doença, conforme se observa no período de internação que, na maioria dos casos é menor que dez dias, com uma média de 7. 30

Apesar de ocorrerem mais internações de pacientes do sexo feminino, esta variável não configurou fator de risco adicional nos desfechos analisados bem como a infecção pelo VSR. 31

Considerações Finais Faixa etária Tratamento sem bases cientificas Internação em UTI VSR mais prevalente H1N1 - Atenção 32