Abolicionismo da violência António Pedro Dores, http://iscte.pt/~apad Lisboa, Março de 2019
Temas Há violência que se revela escandalosa e há o escândalo da indiferença social perante a extrema violência O moralismo obscurece os conhecimentos sobre o que seja a violência O supremacismo tem um papel na organização da grande violência social
Problemas Segredos sociais ou tabus (ex: violência institucional) As ciências sociais não violam tais segredos A civilização apoia-se em modos de imposição do temor da violência extrema
Movimentos sociais Direitos humanos, os pacifistas, os dos povos primeiros, os anti-esclavagistas entretanto transformados em anti-racistas, os de protecção dos animais e da natureza, feministas, LGBTI, contra o abuso sexual de crianças, contra a guerra nas estradas, movimentos anti-terroristas, pelo respeito dos direitos dos presos, etc.
Movimento abolicionista O sucesso (da abolição da escravatura) é a redução das práticas alvo de crítica moral e social de níveis de frequência mais elevados, com a tolerância e participação dos estados, para níveis de frequência menos elevados e sem a tolerância dos estados. A violência de género, prisões, refugiados?
Abolicionismo Ingénuo (progressismo pós-guerra) Realista (tradições ameríndias e dos descendentes dos escravos contra o genocídio imperial) Actuais (posições individuais, profissionais, públicas)
Desresponsabilização política Por via judicial, reduz a violência a caso de polícia, isto é, à violência de baixo para cima, e torna impune a violência de cima para baixo. Por via partidária, nenhum partido se atreve a denunciar o (ab)uso da violência pelo estado, porque isso é a base de existência do estado
Violência Duplicidade humana perante a violência: a nossa e a dos outros O mito mafioso da protecção do estado Tipos de violência: violência estrutural império violência física juridica/ condenável luta pela existência pré-moral
Ciclos de violência Lei do mais forte Erros da lei do mais forte Retaliação Ameaça credível A vingança consagrada judicialmente Experiência de Milgram
Feminismo punitivo Quadro geral de movimentos identitários (de vítimas) Reclamação de direitos humanos – mulheres, crianças, povos primeiros, imigrantes Subordinação às lógicas revanchistas do estado, continuando a violência através da reivindicação de execução de penas
Quem quer abolir a violência? A violência de género, doméstica e policial são violências estruturais A manutenção das hierarquias sociais recorre à ameaça realista do uso da violência A supremacia de género ganha terreno A indiferença pelo destino das crianças pobres é mau augúrio
António Pedro Dores, http://iscte.pt/~apad FIM António Pedro Dores, http://iscte.pt/~apad