Governo do Estado do Pará

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Transcrição da apresentação:

Governo do Estado do Pará Secretaria Especial de Promoção Social Instituto de Artes do Pará Workshop de Elaboração de Projetos de Pesquisa em Arte OS CONTORNOS DO IMATERIAL CONSIDERAÇÕES SOBRE UM PROJETO DE INVESTIGAÇÃO ARTÍSTICA Alexandre Sequeira Fevereiro de 2014

RELAÇÕES ENTRE CULTURA E ARTE

Cultura significa cultivar, e vem do latim colere Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente cultura é todo um complexo que inclui diversos hábitos e aptidões adquiridos pelo homem, não somente em família, como também por um grupo maior, por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é. Nesse sentido, cada grupo social tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores.

Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de idéias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda de forma específica, uma determinada variante da herança social. Já em biologia a cultura é uma criação especial de organismos para fins determinados.

A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a capacidade, que os indivíduos tem de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica. A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, onde vai se transformando perdendo e incorporando outros aspetos  procurando assim melhorar a vivência das novas gerações.

A cultura é um conceito que está sempre em desenvolvimento, pois com o passar do tempo ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.

Arte é um termo que vem do Latim, e significa técnica/habilidade Arte é um termo que vem do Latim, e significa técnica/habilidade. A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. De um modo geral, Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem sensível, feita por artistas a partir de percepção, emoções e idéias, com o objetivo de estimular um interesse de consciência em um ou mais espectadores.

Na história da filosofia tentou se definir a arte como intuição, expressão, projeção, sublimação, evasão, etc. Aristóteles definiu a arte como a imitação da realidade, mas Bergson ou Proust a vêem como a exacerbação da atipicidade intrínseca ao real. Para Kant, a arte será aquela manifestação que produza uma "satisfação desinteressada".

À luz da Estética, da Fenomenologia ou da Sociologia, surgem também outras e novas interpretações de Arte. A dificuldade em se chegar a uma definição única está na direta relação e dependência das práticas artísticas com a conjuntura histórica e cultural que as fazem surgir, como também na complexa rede de elementos que se articulam em sua constituição. Associado à sua natureza múltipla, soma-se o caráter efêmero dos mecanismos de análise e validação. Ao se instaurar e estabilizar um novo "estilo", este quase sempre entra em conflito e invalida os sistemas anteriores.

PARTICULARIDADES DA CULTURA E DA ARTE

SOBRE O PERCURSO CRIADOR

O percurso criador mostra-se como um itinerário recursivo de tentativas, sob o comando de um projeto de natureza estética e ética, também inserido na cadeia da continuidade e , portanto, sempre inacabado. É a criação como movimento, onde reinam conflitos e apaziguamentos. Um jogo permanente de estabilidade e instabilidade, altamente tensivo. O produto desse processo é uma realidade nova que é, permanentemente, experienciada e avaliada pelo artista, e um dia será por seus receptores.

O processo criador é um percurso com um “objetivo a atingir, um mistério a penetrar”, de acordo com Picasso (1985). A intenção do artista é pôr obras no mundo. Ele é, nessa perspectiva, portador de uma necessidade de conhecer algo, que não deixa de ser conhecimento de si mesmo, cujo alcance está na consonância do coração com o intelecto. Desejo que nunca é completamente satisfeito e que, assim, se renova na criação de cada obra.

O percurso de concretização da obra caminha para uma satisfação mesmo que transitória, pois há uma profunda verdade que o artista procura expressar em sua obra, mas nunca o consegue integralmente.

O artista não é um ser isolado, mas alguém inserido e afetado pelo seu tempo e seus contemporâneos. O tempo e o espaço do objeto em criação são únicos e singulares e surgem de características que o artista vai lhes oferecendo, porém se alimentam do tempo e do espaço que envolve sua produção.

MATERIALIZAÇÃO SENSÍVEL / AÇÃO TRANSFORMADORA

O que se observa é a sensibilidade permeando todo o processo O que se observa é a sensibilidade permeando todo o processo. A criação parte de e caminha para sensações e, nesse trajeto, alimenta-se deles.

O processo criativo é palco de uma relação densa entre o artista e os meios por ele selecionados, que envolve resistência, flexibilidade e domínio.

Alguns objetos utilizados nas apropriações nas artes plásticas, antes de um processo determinado, saem de seu contexto de significação primitivo e passam a integrar um novo sistema direcionado pelo desejo do artista.

O ato criador manipula a vida em uma permanente transformação poética para a construção da obra.

Os elementos selecionados já existiam, a inovação está no modo como são colocados juntos. A construção da nova realidade, sob essa visão, se dá por intermédio de um processo de transformação.

A lógica criativa consiste na formação de um sistema, que gera significado, a partir das características que o artista lhe concede. O processo de apreensão dos fenômenos envolve, portanto, recorte, enquadramento e angulações singulares.

O processo de apreensão das imagens criativas do mundo revela a ação do olhar dominando a realidade com armas poéticas. Não se pode, no entanto, limitar o olhar poético à experiência visual, mas devemos pensá-lo como o instante de estabelecimento de relações por meio da harmonia dos sentidos.

De acordo com Bakhtin (1988, p De acordo com Bakhtin (1988, p.69), a criação não ocorre a partir do nada, mas pressupõe a realidade do conhecimento, que a liberdade do artista apenas transfigura e formaliza. A poeticidade não está então nos objetos observados, mas no processo de transfiguração desse objeto. A obra de arte surge como uma reorganização criativa da realidade e não apenas como seu produto ou derivado.

Como lembra Mario Pedrosa, a experiência estética, ao contrário das outras formas de conhecimento, é da ordem da intuição, mas essa “apreensão imediata” requer estudo, ao longo do qual se prepara e cultiva a sensibilidade.

Fim