Clara Carvalho – CEA-IUL Aline Afonso - ICS-UL

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Transcrição da apresentação:

Adversidade e imaginação: dinâmicas de suporte social entre as mulheres na Guiné-Bissau Clara Carvalho – CEA-IUL Aline Afonso - ICS-UL Libertad Jimenez | Universidade de Extremadura

Objectivo: Compreender e analisar as várias práticas de financiamento utilizadas pelas mulheres para aceder aos serviços de saúde no país, quer através de grupos auto-organizados ou enquadradas por organizações não-governamentais. Argumenta-se neste texto que as práticas de financiamento desenvolvidas palas mulheres se apresentaram como o mecanismo fundamental para garantir o seu acesso, e das suas famílias, aos serviços de saúde na Guiné-Bissau. A responsabilidade pela saúde dos filhos e pelo cuidado da família é da mulher

3 partes: Panorama político-económico guineense em relação aos impactos dos sucessivos conflitos político-militares e da implementação dos PAE; Compreender, sem pretensões de realizar um trabalho exaustivo, as práticas de sobrevivência e entreajuda desenvolvidas pelos guineenses, e em especial pelas mulheres, no contexto da fragilidade das políticas públicas para o sector de saúde; Compreender a estrutura, dinâmica e os principais mecanismos de entreajuda nos grupos de Mandjuandadi, nos grupos de jovens e associações culturais, em Bissau e na região sul do país.

Principais opções metodológicas Início em Lisboa com a análise e a discussão da bibliografia relacionada, em seminários metodológicos realizados com a equipa do projecto durante o primeiro ano; Instrumentos de investigação na Guiné-Bissau o levantamento de dados estatísticos e relatórios disponibilizados pelas instituições, a observação directa e entrevistas semi-estruturadas; O trabalho de campo foi realizado na Guiné-Bissau, em Bissau e na região Sul (Tite, Buba, Falacunda, tabanca de Kâ, tabanca de Aidara), de Abril a Junho de 2011 (diferenças entre os espaços!); Identificação dos entrevistados.

Contexto Dependência da campanha do caju Indicadores socioeconómicos (INE, 2011) – De acordo com a indicação dos agregados familiares: 65,7% têm como principal fonte de iluminação a vela, 2,6% electricidade; 34,3% consomem água de poço não protegido, 26,6% de poço protegido e somente 6,3% água canalizada dentro de casa ou no quintal; 63,4% cozinham com lenha, 35% com carvão, apenas 1,1% dispões de gás; 20,2% não dispõe de qualquer sistema de esgoto, 44,7% dispõem de latrina não melhorada, 20,7% dispõem de latrina melhorada, 9,8% de casa de banho com fossa céptica e 4,2% de casa de banho com rede de esgoto. - De entre os 187 países analisados no IDH de 2011 a Guiné-Bissau foi classificada na 176.ª posição.

Práticas de sobrevivência e entreajuda na Guiné-Bissau O sector informal é um espaço privilegiado de (re)construção das redes de solidariedade. Estes sistemas de entreajuda, conjuntamente com as redes familiares e as redes criadas nas instituições religiosas – não isolados, complementam-se e retroalimentam-se; A necessidade de capital para o acesso a bens e serviços nas cidades deu origem tanto a novas formas de entreajuda como a novas formas de relações e redes. Nas áreas urbanas prevalecem as práticas que privilegiam o dinheiro nas relações, enquanto nas zonas rurais destacam-se as práticas que privilegiam a troca de mão-de-obra e o pagamento em espécie. (e.g) “djunta mon” , “laja kaza”, Xitique, Kixikila Abota (Guiné-Bissau)

Manjuandadi e grupos de jovens As mandjuandadi são associações que se desenvolveram nas praças coloniais fortemente inspiradas nos sistemas de associação locais. Interpelam membros dos diferentes bairros e tabanca, são um importante foco de formação de identidades colectivas e de legislação comunitária. O tipo de agremiação mais generalizado é o das classes de idade, definidas como um grupo etário restrito, nascido num período de tempo determinado, pelo que a inserção na classe de idade é determinada desde o nascimento. Grupos de jovens

Agradecimentos

Obrigada