DESMISTIFICANDO O SUMÁRIO DE URINA Palestrante: José Alcemir Lopes Farmacêutico Bioquímico; Especialista em análises clínicas, microbiologia e citologia
Sistema urinário
FASE PRÉ-ANALÍTICA COLETA: orientação, recipiente, armazenamento Orientação oral e escrita Recipiente e transporte adequados Frasco limpo e seco Tampa rosqueável Identificação correta Prazo de entrega Temperatura ambiente- ideal até 2h Refrigeração após 2h da coleta* Refrigerado até no máximo 12h para analise. Amostra ideal EAS
FASE PRÉ-ANALÍTICA ORIENTAÇÕES COLETA
Instrução para paciente do sexo feminino que controla a micção
Instrução para paciente do sexo masculino que controla a micçao
Pacientes que não controlam a micção TIPOS DE COLETA: Sonda de demora Usar EPI padronizado Clampear o tubo coletor logo abaixo do adaptador para coleta de material Desinfetar o tubo coletor com a álcool a 70% Aspirar a 5 a 10 ml de urina com seringa e agulha estéreis, após 30min. Transferir a urina para frasco de coleta padronizado
Pacientes que não controlam a micção TIPOS DE COLETA Sonda de alivio Usar epi padronizado Limpar região periuretal até a região perineal utilizando gaze e sabão Secar com gaze Realizar antissepsia da região periuretal Lubrificar sonda com solução anestesica Introduzir a sonda Despresar em media 15ml de urina e coletar o fluxo medio em frasco estéril Supra-púbica Procedimento medico
FASE PRÉ-ANALÍTICA COLETA: AMOSTRAS Primeiro jato da primeira urina da manhã Coletada pela técnica do jato médio Primeira urina da manhã Segunda urina da manhã Amostra aleatória: aguardar pelo menos 2h a 4h da última micção
FASE PRÉ-ANALÍTICA AMOSTRAS Tipo de amostra A amostra ideal : depende do objetivo diagnóstico Preferencialmente, a amostra recomendada é a primeira da manhã – jato médio Outras amostras : Jato médio da segunda urina da manhã: amostra ideal para a avaliação de doenças renais e pesquisa de dismorfismo eritrocitário; Primeiro jato e do jato médio da primeira urina da manhã em frascos separados, associado à urocultura, que é uma análise realizada para diagnóstico diferencial de doenças urológicas e uretrais Amostras coletadas aleatoriamente: é preciso que se aguarde, pelo menos duas horas da última micção e se observe a técnica do jato médio. Amostras coletadas por punção supra-púbica ou com o uso do saco coletor são de responsabilidade do laboratório/hospital.
FASE PRÉ-ANALÍTICA RECIPIENTES / armazenamento Tipo de recipientes Frasco limpo, seco e a prova de vazamento preferencialmente estéril e descartável 50mL a 100 mL Crianças pequenas que não controlam a micção: saco coletor de polietileno transparente, maleável e autoaderente, colocado de maneira adequada e trocado a cada 30 minutos A estabilidade a temperatura ambiente: duas horas Refrigeração em 2 a 8ºC se não analisar até 2 horas – estabilidade de 12 h
Qual é a melhor opção para evitar erros na análise urinária? Analisar a urina em até 2h após a coleta evitando a refrigeração, pois a mesma causa alterações na densidade e prejudica a sedimentoscopia. A amostra deve ser refrigerada ou com conservantes para que toda análise física, química e sedimentoscopia sejam feitas perfeitamente.
Preservação de amostra Preservante Quantidade Função Formalina 1 gota / 100ml urina Bom preservante para sedimento Tolueno 2ml/100ml urina Preserva cetonas, proteínas e substâncias redutoras. OBS: Não é eficaz contra bactérias Timol Um cristal pequeno Conservante adequado, porém pouco utilizado. OBS: Interfere com o teste de precipitação ácida Comprimidos preservantes 1 comprimido/30ml de urina Bom conservante de estruturas, não interfere nos testes de substâncias redutoras. Clorofórmio --- Utilizado para inibir crescimento bacteriano, não é recomendado para amostra de rotina, uma vez que provoca alterações nas características do sedimento. Ácido bórico Preserva elementos formados, porém interfere na leitura do pH. É utilizado para preservação de urina para urocultura. Clorexidina Impede o crescimento bacteriano, sendo útil como preservante de glicose
Principais interferentes na analise físico – química do sumario de urina Glicose Falso-positivo: agentes de limpeza, peróxidos e hipocloridicos, Falso-negativo: elevadas concentrações de vitamina c Corpos cetônicos Falso-positivo: Ph ácido, fenilcetonas Sangue Falso-positivo: Menstruação e detergentes, Falso-negativo: Ácido ascórbico e captopril. Observação Clinitest: Quinolonas, Cefalosporina, probenecide e preservantes urinários como formalina e formaldeídos
Principais interferentes na analise físico – química do sumario de urina Proteinas Falso-positivo: detergentes, ph alcalino Nitrito Falso-positivo: urina armazenada incorretamente e por tempo prolongado Falso-negativo: urinas coletadas em tempos inferiores a 2h após a ultima micção Leucocitos Falso-positivo: detergentes, contaminação por secreção vaginal, formalina, antibióticos (Nitrofurantoina, Meropenem, Imipenem e Ácido clâvulamico) Falso-negativo: glicose e proteína elevada, fármacos (vitamina c, ácido oxálico, cefalexina, cefalotina, gentamicina e tetraciclina)
FASE ANALÍTICA Campo claro Contraste de fase Luz polarizada MATERIAL REAGENTE EQUIPAMENTOS Coloração Supravital: cristal violeta + safranina Coloração de Hansel: eosina y + azul de metileno Gram Papanicolaou Sudam III
Fase analítica Procedimento quantitativo do sedimento urinário
INFORMAÇÕES REPORTADAS NO LAUDO DO EXAME Informações reportadas no laudo do exame de urina Cabeçalho Data Identificação do paciente (Nome completo, sexo e data de nascimento); Análise Físico-Química Densidade pH Nitrito Esterase leucocitária Proteínas (Albumina) Hemoglobina Glicose Corpos cetônicos Bilirrubina Urobilinogênio Análise Microscópica Células epiteliais (escamosas, transicionais e tubulares renais) * Leucócitos * Eritrócitos (normais e dismórficos) * Cilindros (tipos/classificação) # Lipídeos Corpos graxos ovais Cristais e grânulos (identificando os tipos) Bactérias Leveduras Outros elementos (parasitas, espermatozoides, etc...) INFORMAÇÕES REPORTADAS NO LAUDO DO EXAME * As células epiteliais, eritrócitos e leucócitos devem ser reportados como número médio de elementos por campo de grande aumento (400x). # Os cilindros devem ser reportados como número médio de elementos por campo de pequeno aumento (100x). Os demais elementos devem ser reportados como presença ou ausência. [Fogazzi, 2010]
Modelo de laudo
Modelo de laudo
Leucócito Células epiteliais
Células epiteliais tubulares Célula epitelial de transição
Células epiteliais
Cilindro leucocitário Cilindro de células epiteliais Cilindro cereo Cilindro granular Cilindro de células epiteliais
Cilindro Hialino Cilindro Hematicos
Fosfato triplo de magnesiano Ácido úrico Oxalato de cálcio Cristais amorfos Fosfato triplo de magnesiano
Fosfato de cálcio Biurato de amônia
Obrigado! CONTATO: Laboratório Lourdes Assi Rua Trairi, 725 - Petropólis - CEP 59020-150 – Fone (84) 3212.3079 – 99507430 E-mail: alcemir.lopes@hotmail.com