O gRAFFITI NA CIDADE DE liSBOA:

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Transcrição da apresentação:

O gRAFFITI NA CIDADE DE liSBOA:

Arte ou vandalismo?

Biografia do graffiti Graffiti é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se graffiti uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade. Apesar de durante muito tempo ter sido visto como um assunto irrelevante, atualmente o graffiti já é considerado como uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art, na qual o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade e corromper com o conservadorismo, razão pela qual, muitas vezes os graffiters revelam preferência por espaços ilegais, para, desta forma, expressarem de forma mais enfática o seu protesto.

O Homem tem uma característica inerente ao seu ser: a necessidade de expressar aquilo que sente, de protestar, de notar e ser notado. Foi devido a esta tendência natural do ser humano que tivemos em diversos momentos verdadeiras revoluções na arte, e comportamentos retratados por artistas e grandes pensadores. No final dos anos 60, surge nos guetos de Nova York uma manifestação artística que poderia contribuir para ultrapassar o preconceito e a descriminação, sofrida por negros, latinos e imigrantes.

Contudo, foi a partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris serviram de suporte para inscrições de caráter poético-político, que a prática do grafite se generalizou pelo mundo. Atualmente, há uma enorme diversidade de estilos do graffiti, entre os quais se distinguem os: Tags - nome/pseudónimo do artista, tipicamente conhecidos por “rabiscos” Wild Style - Estilo de letras quase ilegível. Foi um dos primeiros estilos a ser utilizado no surgimento do grafite. Bombing (bomb) throw up - Grafite rápido, associado à ilegalidade, com letras mais simples e eficazes. 3D - Estilo tridimensional, baseado num trabalho de brilho / sombra das letras.

Problema identificado: A destruição da cidade de lisboa pelo graffiti Necessidade: Limpar os espaços que se encontram vandalizados e promover o graffiti enquanto forma de arte urbana e não como fator de degradação

Identificação do local de estudo Parede localizada na Rua da Cintura do Porto de Lisboa

Trabalho de campo – fotografias do espaço:

Inquéritos realizados Num total de 278 inquiridos, encontram-se incluídos indivíduos de diversas faixas etárias, de ambos os sexos, inseridos em espaços e realidades sociais distintos, o que naturalmente se reflete na forma como vivem o graffiti.

Os gráficos a seguir apresentados são o resultado dos inquéritos distribuídos:   Gráfico 1 Percentagem de inquiridos que já grafitaram por faixa etária

A partir da análise do gráfico, concluímos que o graffiti tem vindo progressivamente a ganhar expressividade e consequentemente a expandir-se. Tal justifica-se pelo facto dos indivíduos pertencentes a faixas etárias mais elevadas responderem, na sua maioria, que nunca grafitaram, ou seja, na sua geração, esta prática não era comum. Com o passar dos anos, há cada vez mais uma tendência dos jovens para aderirem a esta modalidade. É de notar também, que a faixa etária entre os 20 aos 24 ganha importância face ás outras, do que deduzimos que é nesta idade que há mais apoiantes á arte de grafitar, o que se explica através da comparação com a faixa etária dos 16 aos 19. Embora as idades sejam próximas e as faixas etárias correspondam à mesma geração, a primeira revela ter um maior peso de inquiridos que já grafitaram.

Gráfico 2 Percentagem de inquiridos que já grafitaram por local de ensino

Os valores obtidos revelam-nos uma forte desigualdade entre o publico e o privado. As quatro escolas públicas mencionadas como local de ensino de diversos estudantes revelam uma maior percentagem de inquiridos que já grafitaram. Em oposição, com uma maioria arrebatadora de inquiridos que nunca grafitaram, encontram-se os três colégios analisados.

Gráfico 3  Preferência dos inquiridos que praticam regularmente esta forma artística, por fazê-lo em espaços legais ou ilegais

O resultado obtido é claro, 71% dos inquiridos que grafitam regulamente preferem fazê-lo em espaços ilegais. Isto prende-se ao facto do graffiti ser uma forma de linguagem intencional para interferir na cidade e corromper com o conservadorismo. OS “artistas” utilizam estes espaços ilegais para que a mensagem que querem transmitir tenha um impacto maior nesta sociedade de valores retrógrados.

  Gráfico 4

Os inquiridos deram especial importância á necessidade de criação de espaços específicos para esta prática, seguida do desenvolvimento de atividades relacionadas com o tema como exposições, museus, concursos, entre outros. 23% apostaram na legalização desta arte e por fim, com uma minoria percentual encontra-se a opção D, na qual os inquiridos deram como ideias, por exemplo a reabilitação de edifícios com fachadas danificadas, através do seu embelezamento através de graffitis, assim como em zonas de obras ou zonas mais degradadas.

Gráfico 5

Os resultados traduzem que em geral a população aprecia graffitis Os resultados traduzem que em geral a população aprecia graffitis. Os restantes 36% estão distribuídos ás outras opções. Tendo as apreciações “discordo com a prática” um peso de 23% e “sou indiferente” uma relevância de 13%, a menor percentagem de todas. É de notar, que vários inquiridos que se intitularam como apreciadores da arte, sublinharam que só apreciam o graffiti quando se trata de uma forma de arte e não de vandalismo.

pROPOSTA DE INTERVENÇÃO Propor à Câmara a limpeza da parede, dado o estado de degradação em que ese encontra e o facto de se localizar numa área de Lisboa movimentada Promover a transformação da parede em causa num local próprio para a prática legal do graffiti enquanto forma de arte urbana

pAREDE “Pegada de Arte” Em que consiste o concurso? Depois de limpa e transformada num local próprio para ser graffitado legalmente, o grupo propõe a realização de um concurso em torno da parede “Pega de Arte”. Em que consiste o concurso? Como estratégia de promoção do graffiti enquanto forma de arte, o concurso chamar-se-ia “Como descreverias Lisboa em apenas uma só imagem?”, destinando-se a todos os cidadãos lisboetas, desde os mais novos aos mais velhos.

2. Porquê? Uma das principais causas motivadoras da realização de um concurso sobre o tema foram os resultados de uma das questões incluídas no inquérito distribuído pelo grupo pela cidade de Lisboa. A questão era: “Gostarias de participar num concurso alusivo ao graffiti?” Eis os resultados:

3. Quais os objetivos do concurso? Promover o graffiti enquanto forma de arte, legal, mostrando, desta forma, não apenas aos graffiters, mas também a todas as pessoas que existem, de facto, locais previamente selecionados, adpatados e próprios para estas poderem expressar os seus pensamentos livremente   Dinamizar a região e proporcionar um momento de convívio e divertido, a todos os interessados, mostrando que não é preciso ser um artista profissional para ser original Por fim, publicitar um espaço, mais concretamente na “Pegada de Arte”, a qual se encontra degradada pelo graffiti, necessitando assim, de ser reabilitada. Este processo de reabilitação passará não só pela limpeza e manutenção do espaço, mas também pela reconversão num local destinado à prática legal do graffiti enquanto forma de arte urbana.

4. Como vencer o concurso? 5. Como participar? O vencedor do concurso seria aquele que melhor representar Lisboa num símbolo, isto é, aquele que, em graffiti, melhor descrever Lisboa e o significado que esta tem para si. 5. Como participar? Para participar no concurso, seria apenas necessária a aquisição de um bilhete de entrada, a que o grupo chamou “Bilhete de Bordo”, dado que o grupo, com o concurso, pretende convidar todos os cidadãos lisboetas a embarcar nesta viagem pelo mundo do graffiti.  

6. Objeções: Dada a dimensão do concurso, todas as questões de legalidade existentes e ainda alguns obstáculos com que o grupo se depara, nomeadamente, todos os membros serem menores de idade, tudo aquilo mencionado anteriormente constitui apenas uma proposta, a qual o grupo terá que apresentar formalmente à Câmara Municipal de Lisboa e aguardar o feedback da mesma, para assim, se possível, a proposta ser colocada em prática.

Trabalho realizado em 1 de Março por: Carlota Galhardas – nº3 11ºD-SE Joao Pereira – nº5 11ºD-SE João Belo – nº6 11ºD-SE Teresa Nicolau – nº10 11ºD-SE Escola: Colégio de Santa Doroteia Professora: Elisa Amado