Em busca de uma compreensão

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Transcrição da apresentação:

Em busca de uma compreensão O que é Filosofia? Em busca de uma compreensão

A filosofia, muitas vezes, é entendida como a busca da verdade A filosofia, muitas vezes, é entendida como a busca da verdade. Podemos identificar, nos primeiros filósofos gregos, entre os séculos VI e V a. C., uma busca pela compreensão dos princípios que organizam a natureza...

...ou seja, a phýsis, palavra que está na origem do português física e que indica uma compreensão da natureza que é própria dos gregos. Também podemos falar em princípios que ordenam o cosmos – do grego kósmos, que significa ordem e tem a conotação de mundo ordenado. Essa busca de compreensão da natureza foi talvez a primeira dimensão em que se manifestou o pensamento que viria a ser chamado de racional.

Razão, verdade e conhecimento são três conceitos que atravessam toda a história da filosofia. São palavras que têm significado para nós e para os estudantes do ensino médio também. Pensamos que a filosofia, com seu repertório de textos que tratam desses conceitos, pode ajudar os alunos e os professores a... ...formarem visões mais acuradas, mais amplas e mais profundas do significado dessas palavras tanto em relação ao conhecimento escolar quanto em relação à vida e ao cotidiano de todos.

Começaremos agora a discutir alguns aspectos do que se vai constituir como razão e do papel que essa atividade – ou essa forma de pensamento – pode ter na escola.

Na Antiguidade grega, os mitos constituíam um fundo comum de cultura, e a própria educação dos gregos era realizada a partir do conhecimento dos grandes poemas épicos... ...em especial a Ilíada e a Odisseia, de Homero, e a Teogonia, de Hesíodo. Esses poemas contêm narrativas de feitos originários dos deuses e dos heróis... ...incluindo a criação do próprio mundo e dos homens, além da afirmação de valores próprios da vida dos guerreiros, no caso de Homero, e dos pastores e trabalhadores, no caso de Hesíodo, em seu poema Os trabalhos e os dias.

Com o surgimento dos primeiros questionamentos filosóficos, aos poucos, elabora-se uma visão da natureza em que os fenômenos naturais são explicados a partir de elementos da própria natureza, e não mais pela intervenção de forças divinas. Aristóteles, no século IV a. C., considerou que os pensadores anteriores a ele deveriam ser chamados de fisiólogos, por terem desenvolvido teorias acerca da phýsis, isto é, da natureza.

Os pensadores anteriores a ele, embora já participassem e contribuíssem para um ambiente de discussão laico e racional, também evidenciavam, em suas teorias, a permanência de temas próprios dos mitos. Como exemplo, podemos citar a centralidade da água no pensamento daquele que é considerado o primeiro filósofo, Tales de Mileto.

O mito também origina-se daí, pois é um conjunto de coisas admiráveis. Aristóteles aproxima aquele que ama os mitos daquele que ama o saber, isto é, o filósofo. Em ambos, ocorre a admiração ou o maravilhamento, característica inicial do filosofar. Ao experimentarmos uma sensação de dúvida e admiração, reconhecemos um não saber. A dúvida e a admiração, origem do questionamento, do perguntar, surgem de um estado de não saber e provocam seu reconhecimento. O mito também origina-se daí, pois é um conjunto de coisas admiráveis. O mito não tem, contudo, a mesma estruturação racional que a filosofia.

O universal não aparece, na arte, por meio de conceitos, mas, de modo geral, é expresso por um tema, objeto, personagem particular. Desse modo, a arte consegue realizar uma síntese entre o particular e o universal. Por essa característica, podemos considerar a arte como uma espécie de caminho para se chegar à compreensão de questões filosóficas.

Senso comum é uma expressão que foi, muitas vezes, utilizada pelos próprios filósofos para designar o pensamento das pessoas tal como ele ocorre no cotidiano, nas situações comuns da vida.

O senso comum representa um conjunto de opiniões que são aceitas de modo geral, sem que reflitamos sobre sua justificação ou mesmo sobre sua coerência. Essas opiniões apresentam-se como aquilo que se diz, aquilo que se fala, como se fosse uma fala comum a todos, assumindo um caráter quase inquestionável. O pronome se indica aí o caráter impessoal do pensamento, sua generalidade, supostamente comum a todos. Contudo, ao ser apresentado como pensamento de todos, o senso comum é, ao mesmo tempo, pensamento de ninguém. O senso comum pode ser entendido também como ideologia, isto é, um discurso que explica e justifica as relações sociais, ocultando a exploração ou a opressão que está na base dessas mesmas relações.

O senso comum não deve ser tomado em um sentido exclusivamente negativo. Afinal, sua orientação prática é um elemento importante para a sobrevivência de todos nós. Sabemos que nem todos os ditados são aplicáveis a qualquer situação, mas é preciso reconhecer – e saber identificar – aquelas situações em que eles são precisamente aplicáveis e revelam sua força.