O género e o poder político - Flávia, Margarida, Patrícia e Tânia -

Objectivo: analisar a perspectiva de mulheres integradas na vida política acerca da temática – participação feminina na actividade política. Objectivo: analisar a perspectiva de mulheres integradas na vida política acerca da temática – participação feminina na actividade política.

Conquistas com vista à igualdade: trabalho – Portugal tem a terceira maior taxa de actividade feminina no escalão etário dos 25 aos 49 anos; trabalho – Portugal tem a terceira maior taxa de actividade feminina no escalão etário dos 25 aos 49 anos; crescente número de mulheres licenciadas; crescente número de mulheres licenciadas; entrada em áreas anteriormente dominadas pelos homens (ex. medicina, engenharias, etc.); entrada em áreas anteriormente dominadas pelos homens (ex. medicina, engenharias, etc.); quadro jurídico igualitário – mudança nas leis para a menor inferiorização das mulheres. quadro jurídico igualitário – mudança nas leis para a menor inferiorização das mulheres.

O que ainda está por alterar: Na sociedade: Divisão das tarefas domésticas Socialização Mudança de mentalidades Incentivos à licença de paternidade. Na vida política: Estabelecimento de percentagens mínimas para a participação das mulheres na política Funcionamento da vida partidária A visibilidade das mulheres na vida partidária.

Realidade política: A participação feminina na política tem vindo a aumentar ao longo dos anos, mas é ainda pouco significativa; A participação feminina na política tem vindo a aumentar ao longo dos anos, mas é ainda pouco significativa; Na Assembleia da República (AR) apenas cerca de 25% dos deputados são mulheres; Na Assembleia da República (AR) apenas cerca de 25% dos deputados são mulheres; Nos partidos de esquerda existem mais mulheres na AR do que nos partidos de direita; Nos partidos de esquerda existem mais mulheres na AR do que nos partidos de direita; Actualmente o PS é o partido com maior percentagem de mulheres (à excepção do BE). Actualmente o PS é o partido com maior percentagem de mulheres (à excepção do BE).

Entrevistas realizadas: Entrevista exploratória: Entrevista exploratória: Isabel Romão (CIDM) Isabel Romão (CIDM) Entrevistas principais: Entrevistas principais: Odete Santos (deputada do PCP) Odete Santos (deputada do PCP) Sónia Fertuzinhos (deputada do PS) Sónia Fertuzinhos (deputada do PS) Teresa Caeiro (deputada do CDS) Teresa Caeiro (deputada do CDS)

Como surgiu a ideia de seguir uma carreira política? Como surgiu a ideia de seguir uma carreira política? Para todas foi um processo progressivo e não repentino. Para todas foi um processo progressivo e não repentino. Tanto a Teresa C. como a Sónia F. tornaram-se militantes apenas depois de exercerem cargos nos respectivos partidos. Tanto a Teresa C. como a Sónia F. tornaram-se militantes apenas depois de exercerem cargos nos respectivos partidos. A Odete S. aproximou-se do partido nos tempos da faculdade na luta contra a ditadura. A Odete S. aproximou-se do partido nos tempos da faculdade na luta contra a ditadura.

Os esforços no meio político são comuns a homens e mulheres? As três entrevistadas concordam que as mulheres têm que se esforçar mais do que os homens para atingirem os mesmos objectivos; As três entrevistadas concordam que as mulheres têm que se esforçar mais do que os homens para atingirem os mesmos objectivos; é mais dificil para as mulheres sobretudo no tipo de sociedade em que estamos inseridas com as características na distribuição de tarefas nomeadamente domésticas e familiares que ainda temos... Teresa C., CDS As mulheres precisam de se esforçar mais do que os homens porque o espaço de poder é mais reduzido e a organização política é essencialmente masculina. Sónia F., PS

Participação feminina na política ao longo dos anos tem havido uma evolução positiva no sentido de focar mais a atenção do que antes sobre a fraca participação das mulheres nos órgãos de poder Odete S., PCP a questão da igualdade ainda necessita de muito investimento político e sobretudo cívico Sónia F., PS

Se houvesse mais mulheres no poder as coisas iriam melhorar? As três entrevistadas não acreditam que os problemas da sociedade melhorassem mas iria dar qualidade à própria democracia As três entrevistadas não acreditam que os problemas da sociedade melhorassem mas iria dar qualidade à própria democracia O aumento da percentagem de mulheres (...) não iria trazer com elas as virtudes de mulher mas sim do ser humano Sónia F., PS eu não concordo com a opinião de que as mulheres são as sensíveis e pensam nas coisas sociais [e que] os homens são os brutos e só pensam em fazer estradas Teresa C., CDS

Se houvesse maior representação feminina, as mulheres sentir-se-iam mais representadas e interessadas pela política? As três deputadas defendem que a participação das mulheres suscitaria um maior interesse por parte das cidadãs. As três deputadas defendem que a participação das mulheres suscitaria um maior interesse por parte das cidadãs. Sim, pode ter um efeito propulsor para cativar mais mulheres para a política. Teresa C., CDS Teresa C., CDS Quanto à representação as opiniões divergem e, aparentemente, estão pouco definidas. Quanto à representação as opiniões divergem e, aparentemente, estão pouco definidas.

O porquê de não haver tantas mulheres a seguir uma carreira política A sociedade não consegue olhar para homens e mulheres de uma forma igual. (...) é necessário criar uma consciência colectiva em relação à igualdade A sociedade não consegue olhar para homens e mulheres de uma forma igual. (...) é necessário criar uma consciência colectiva em relação à igualdade Sónia F., PS A Teresa C. acredita que o pouco interesse pela política aliado às tarefas domésticas se reflecte na sua fraca participação. Segundo Odete S. essa participação reduzida deve-se a factores socio-económicos e a condicionalismos culturais.

Quotas Vantagens (s: Vantagens (segundo Isabel Romão): Os partidos seriam obrigados a procurar mulheres Os partidos seriam obrigados a procurar mulheres Demonstraria que as mulheres seriam capazes, que teriam aptidões para participarem na vida política, expondo as suas ideias, sentindo-se assim mais úteis na sociedade. Demonstraria que as mulheres seriam capazes, que teriam aptidões para participarem na vida política, expondo as suas ideias, sentindo-se assim mais úteis na sociedade. Mudaria a imagem das mulheres numa sociedade machista Mudaria a imagem das mulheres numa sociedade machista Tornaria a participação das mulheres algo normal. Tornaria a participação das mulheres algo normal. Criação de uma classe política feminina. Criação de uma classe política feminina. As mulheres na política contribuiriam para a mudança do tipo de discurso. As mulheres na política contribuiriam para a mudança do tipo de discurso. Aumento da percentagem de mulheres na vida política: Desvantagens: - inferioriza as próprias mulheres; - a competência deixa de ser o critério principal

Quotas: sim ou não? PS – Sim (é o único partido que tem quotas nos estatutos) PS – Sim (é o único partido que tem quotas nos estatutos) CDS – Não CDS – Não PCP – Não, pelo menos formalmente. PCP – Não, pelo menos formalmente. As quotas não são para as mulheres mas sim para os partidos. Sónia F., PS

Principais conclusões: As perspectivas variam de partido para partido: As perspectivas variam de partido para partido: Todos concordam que há poucas mulheres na vida política e que este é um tema incontornável; Todos concordam que há poucas mulheres na vida política e que este é um tema incontornável; Embora com algumas divergências, todos concordam que a sociedade torna-se um entrave à participação feminina; Embora com algumas divergências, todos concordam que a sociedade torna-se um entrave à participação feminina; Os partidos de esquerda são mais activos do que os de direita quanto a esta questão. Os partidos de esquerda são mais activos do que os de direita quanto a esta questão.