III Congresso da CPLP VIH/SIDA - IST

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Transcrição da apresentação:

III Congresso da CPLP VIH/SIDA - IST “Castelar”: construir um castelo A vivência do amor e da sexualidade por intermédio de cartas de mulheres presidiárias. Uma estratégia de prevenção da AIDS. Márcia de Lima

A Visita Íntima Visita íntima ( encontro sexual ) – política de humanização Programa de visita instituído – 2001 Baixa adesão

Metodologia Estudo qualitativo Grupos focais: mulheres que realizavam visita íntima e mulheres que não realizavam a visita íntima Oficina de prevenção em DST/Aids com as mulheres presas

A visita íntima Requisitos Acontece 1 vez por mês por 2 horas Inscrever o parceiro Comprovar conjugalidade Acontece 1 vez por mês por 2 horas Pavilhão anexo aos dormitórios – 20 quartinhos com 2 banheiros

A visita íntima e desigualdades de gênero As regras dos presídios masculinos favorecem ao homens Contato com as parceiras e o elo familiar Possibilidade de práticas sexuais preventivas

A Resposta das Mulheres “ Castelar “ Brilham-lhes os olhos!

Objetivo Desvelar os significados do “castelar” – histórias escritas através de cartas, na perspectiva das mulheres presas da Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo – Brasil, como estratégia de prevenção à Aids.

O “ Castelar” Grupo de mulheres que não realizavam a visita íntima Correspondências: jornais – revistas – rádios “Viagem com a caneta” – as histórias através de cartas Prática muito prazerosa Crença no amor e na paixão entre os correspondentes

E o que o “ castelar”? Criar festas, lugares, tipos de comidas, bebidas, as roupas, lingerie, perfumes, acessórios, sapatos, e toda a disposição para amá-los ou amá-las Há interlocução Não tem espaço para tristezas, brigas e nem o medo da Aids Pouco exploram seus delitos

O “ castelar” favorece: O enfrentamento da prisão Superação da carência – afeto e sexo A vivência da sexualidade entre homens e mulheres Sentimentos: amadas e desejadas – felicidade

“Castelar” sonho ou realidade? Acreditam que há conjugalidade/intimidade entre os correspondentes Acreditam na constituição familiar com seus correspondentes Acreditam ser esta a melhor estratégia de prevenção

Dificuldades Institucionais Quebra de sigilo Das próprias presidiárias Dos funcionários quando lêem suas cartas Barreiras físicas do prédio e institucionais localização dos quartos exposição da intimidade

Apontam: A configuração da visita íntima pode dificultar as parcerias e a prevenção da Aids O desejo como delito - Humilhação – constrangimento O “castelar” – possibilita o resgate da sexualidade e responde a proteção de DST e da Aids

Conclusões: “ Castelar” É uma possibilidade da vivência sexual Vivem um “ amor de verdade e protegido” Alegam ser uma importante estratégia de prevenção Dificuldades no cuidado à saúde sexual no presídio

Considerações O “castelar” estratégia de prevenção DST e Aids – instituída pelas mulheres Dá visibilidade às necessidades de saúde e de prevenção às DST e Aids Ações educativas e reconstrução cultural das mulheres em situação de confinamento Trabalhar projetos de humanização e cuidado em saúde

Obrigada!!! Márcia de Lima Contato: marcia-li@uol.com.br