História Social do Conhecimento

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Transcrição da apresentação:

História Social do Conhecimento Patrícia Fernanda Dorow Mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil, patriciad@ifsc.edu.br Maurílio Tiago Brüning Schmitt Mestrando do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil, maurilio.tbs@gmail.com Juliana Clementi João Artur de Souza Professor do Programas de Pós-graduação em Engenharia de Produção e do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil, jartur@gmail.com

Organização do trabalho Introdução Procedimentos Metodológicos Arqueologia, Genealogia e Governabilidade Conhecimento Organização do conhecimento Os letrados europeus Conhecimento e poder Resultados Considerações Finais

Introdução Como as pessoas lidavam com o poder entre os séculos XVI e XVIII? Quando aconteceu o interesse da Igreja e dos Estados em controlar as informações? O artigo está baseado no livro “Uma História Social do Conhecimento:” de Gutenberg a Diderot de Perter Burke e se utiliza de conceitos utilizados por Foucault para entender como se originou o processo de controle do conhecimento.

Objetivo Analisar o que era considerado conhecimento na ótica de alguns pensadores entre o período do Iluminismo e Renascimento e como isso influenciou na organização do conhecimento e na gestão de si.

Procedimentos metodológicos A metodologia utilizada no presente estudo compreende três partes: a) levantamento dos perfis encontrados nos pesquisadores presentes no livro “Uma História Social do Conhecimento”; b) levantamento das formulações mais recentes de Foucault; c) análise dos indícios encontrados em a) e b) com a finalidade de propiciar a visão do campo de conhecimento.

Procedimentos metodológicos A pesquisa documental exploratória descritiva, sua abordagem é predominantemente qualitativa, pois busca entender o conhecimento da realidade, segundo a ótica de pensadores-chave para o tema.

Arqueologia, Genealogia e Governabilidade A maneira como o conhecimento foi organizado, agrupado, estocado e protegido segundo Foucault (1972) sempre esteve ligado ao poder das pessoas na época; O autor criou todo um vocabulário específico para discutir a relação entre conhecimento e poder em diferentes níveis, desde o micronível da família até o macronível do Estado, e também para analisar os vários espaços ou lugares do conhecimento – clínicas, escolas etc.

Conhecimento Burke (2003) aponta o que a modernidade entendia na época por conhecimento, cita o conhecimento da magia, da bruxaria, dos anjos e dos demônios. Os caminhos escolhidos em relação do que era considerado conhecimento era definido de acordo com o conhecimento que as pessoas detinham na época e isso refletia na imperfeição das informações, o que eu não conheço não é conhecimento.

Organização do conhecimento

Organização do conhecimento

Os letrados europeus Segundo Burke (2003), após a visibilidade dos letrados europeus fora dos mosteiros e com o desenvolvimento das universidades houve uma crescente divisão do trabalho associada ao surgimento das cidades.

Conhecimento e poder Para Foucault (1980) o poder não é negativo, mas positivo porque produz verdade e conhecimento, bem como também é consistente com o poder diluído na estrutura social, já que quem tem conhecimento tem poder.

Podemos visualizar muito bem essa análise quando nos voltamos para certas organizações como a igreja e o Estado, que se utilizavam de técnicas específicas tanto para coleta, armazenamento, recuperação e supressão de suas informações como para evitar que essas fosse disseminadas, como por exemplo, a censura.

Resultados Tabela 1- TRAJETÓRIA DO CONCEITO DE CONHECIMENTO DESDE SUA PERCEPÇÃO A FATOR DE TRANSFORMAÇÃO EM NOSSA SOCIEDADE Fonte: Os autores, retirado de Burke (2003). Georges Gurvitch (1966) Distinguia sete tipos de conhecimento: perceptivo, social, cotidiano, técnico, político, científico e filosófico. Bacon (1972) Conhecimento não pode se separar da natureza, e que sem ela a investigação da filosofia e da ciência se tornaria inócua, porque a natureza é o fundamento para o conhecimento. Foucault (1980) Conhecimento corresponde à constituição de discursos sobre classes de objetos julgados cognoscíveis, sempre esteve ligado ao poder das pessoas na época. Belenky (1986) Conhecimento seria conectado e se tornou um tema central na epistemologia, de modo que há modos femininos de conhecer. Burke (2003) Conhecimento era definido de acordo com o conhecimento que as pessoas detinham na época.

Resultados Tabela 1- TRAJETÓRIA DO CONCEITO DE CONHECIMENTO DESDE SUA PERCEPÇÃO A FATOR DE TRANSFORMAÇÃO EM NOSSA SOCIEDADE Fonte: Os autores, retirado de Burke (2003). John Locke (1689) Conhecimento é a percepção da Concordância ou discordância de duas ideias: Conhecimento intuitivo demonstrativo e sensitivo. Fritz Machlup (1962) Conhecimento como commodity Conhecimento prático intelectual passado espiritual/religioso indesejável. Michael Polany (1964) Conhecimento tácito (sabemos mais do que Podemos expressar). Conhecimento tácito não pode ser reproduzido ou armazenado em uma base. Marshal McLuhan (1964 e 1988) A mídia é a mensagem. - Surgimento de uma nova sociedade caracterizada por sua conectividade e pelas redes. Peter Drucker (1964 e 1993) Trabalhador do conhecimento. Conhecimento é central, recurso fundamental que não conhece geografia. Sociedade do conhecimento.

Considerações finais Religião e a ciência não são instrumentos para se atingir a verdade absoluta, pois estão sujeitas a erros por serem feitas por seres humanos; A visão das pessoas sobre as relações entre ciência e religião muda ao longo da história e envolve uma gama muito grande e complexa de aspectos, como politicos, sociais, econômicos e aqueles que envolvem as relações de autoridade e poder.

Considerações finais Fica evidente que existem várias opiniões acerca do que é conhecimento, mas é indiscutível que as novas tecnologias possibilitam que todos, independente de classe compartilhem essa nova riqueza que é combustível para o desenvolvimento social. Podemos observar que o individualismo e a competitividade estiveram presentes nas primeiras formas de organização e já no inicio da era moderna as organizações tentam dominar a vida de acordo com seus interesses próprios.

Referências BACON, Francis. The works of Francis Bacon. London: Longmans & Co, 1889. BELENKY, M.F., et al. Women’s Ways of Knowing, 1986. BOURDIEU, Pierre. Outlines of a Theory of Practice, trad. ingl., Cambridge. 1972. BOUWSMA, W.J. Lawyers and early Modern culture, reimp. Em seu A Usable Past. 1973. BURKE, P. Uma história Social do Conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. EISENSTEIN, E. The Printing Press as na Agent of Change, 2 vols. Cambridge. 1979. FOUCAULT, M. (1997). Subjetividade e verdade. In: M. Foucault, Resumo dos cursos do Collège de France (pp. 107-116). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. FOUCAULT, M. (1999). Las técnicas de sí. In: Á. Gabilondo (Ed.), Estética, ética y hermenéutica (pp. 443-474). Barcelona: Paidós.