Novas Governanças. Reaparelhando para o desenvolvimento: novas governanças para a região metropolitana do Rio de Janeiro André Urani Rio Além do Petróleo.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Estratégia de Desenvolvimento Integrado
Advertisements

Desenvolvimento Local & Territórios
Zoneamento Ecológico Econômico no Estado do Amapá:
AGÊNCIA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO. AGÊNCIA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO METAS DESAFIOS APOIO DESENVOLVIMENTO IMPORTÂNCIA ESTRATÉGIAS DIVISÃO.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
V Seminário Nacional de APLs de Base Mineral Gestão de APLs Recife, 25 de setembro de 2008 Heloisa Menezes Instituto Euvaldo Lodi – DR MG Nucleo Estadual.
SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA AGENDA TERRITORIAL – EJA
Seminário SANTA CATARINA ECONOMIA E MEIO AMBIENTE Macro diretriz: Aumentar, de forma sustentável, a competitividade sistêmica do estado Áreas de.
JA Juventude em Ação: construindo a Agenda 21 na Escola
Departamento de Apoio à Descentralização – DAD/SE/MS Agosto de 2005
Ação Social do Governo do Estado de São Paulo
SEBRAE & Desenvolvimento LocaL
Financiadora de Estudos e Projetos Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT.
Rio de Janeiro, 6 de julho de 2011
Projetos Sociais na Estratégia das Organizações Apresentação do BNDES no 60 Workshop de Responsabilidade Social Rio de Janeiro, 18 nov 2010.
Desenvolvimento Local e Sustentabilidade Gilson Domingues Cardoso Gerente de Desenvolvimento e Planejamento Vitória 19 de novembro de ª Gestão das.
COMO SER PREFEITO.
Síntese do PE 2006 Revisão pós 22 de maio P.E. 06/07 passo a passo - Levantamento de temas preparatórios – dez 05 - Pesquisa com Comitês e Lideranças.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, TECNOLÓGICO E DE COMÉRCIO EXTERIOR HORIZONTE 2008 Brasilia, 06 de julho de 2006 INICIATIVA NACIONAL DE INOVAÇÃO PROGRAMAS.
COOPERAÇÃO TÉCNICA APOIO À MELHORIA DA LOGÍSTICA URBANA DE CURITIBA
SANEAMENTO Palestrante Deputado LUIZ PAULO
P STER srl Processos constituintes para mobilizar novos Territórios Produtivos Paolo Gurisatti Brasilia, 05 de agosto de 2004.
Ana Teresa Holanda de Albuquerque
O que é o potencial social?
Desenvolvimento Humano e Industrias Extractivistas: abordagem de capacidades Ieva Lazareviciute Oficial de Desenvolvimento Humano Local e Fortalecimento.
Plenária GTP APL e Núcleos Estaduais de Apoio aos APLs 2ª Geração de Políticas para APLs Brasília, 10 de dezembro de 2012.
City Marketing em Sedes de Megaeventos Esportivos
CHEFE DA ASSESSORIA ECONÔMICA
Políticas Públicas de Apoio às Micro e Pequenas Empresas CONSESAD - Araraquara – 17/07/2009.
Desenvolvimento e Capacitação: o papel da gestão de pessoas
MINISTRO GUIDO MANTEGA
Talentos para Inovação
Outubro de 2009 A Indústria do Capital Empreendedor no Nordeste: Oportunidades e Desafios.
Abordagem das Questões Anticorrupção na Perspectiva do PNUD.
A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO UM PACTO PELA GOVERNANÇA
Produtividade, Formação Profissional e Crescimento Inclusivo
Diagnóstico e Recomendações para uma Proposta de Desenvolvimento Local Sustentável para Jirau, Rondônia São Paulo, 05 de junho 2009.
INOVAÇÃO NA POLÍTICA INDUSTRIAL
III ENCONTRO DAS INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA REGIONAL DE TURISMO DO PARANÁ Curitiba, 15 de dezembro de 2009 Boas práticas das instâncias de governança de.
1 INSTITUTO SOLON TAVARES PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO INSTITUCIONAL GRUPO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 2007.
Política Nacional de Habitação
PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO
CONCITIBA Advogada Sheila Branco Coordenadora Administrativa do CONCITIBA 1ª REUNIÃO CÂMARA TEMÁTICA DE HABITAÇÃO – CTHAB 26/março/2014 Sala Redonda.
Os desafios da regularização fundiária de assentamentos informais consolidados em áreas urbanas Edésio Fernandes.
Programa URB-AL Cooperação entre as cidades da América Latina e da União Européia.
1 w w w. c a p l a b. o r g. p e Rio de Janeiro, 20 e 21 de maio de 2008 Painel 3: Desenvolvimento e promoção de políticas, estratégias e serviços integrados.
1 Qua-07 de Maio de 2014 Uberlândia/MG Seminário 2: Consórcios Públicos de Saneamento Básico: Estruturação, Implantação e Sustentabilidade.
Mercado Ambiental no Brasil: Desenvolvimento e Perspectiva Mercado Ambiental no Brasil: Desenvolvimento e Perspectiva Ricardo Rose ADERES - Vitória, 24.
Regras Institucionais e Inovação no Sistema de Proteção Brasileiro: Décadas de 1990 e 2000 Seminário Políticas de Saúde e Proteção Social – Escola Nacional.
AGENDA 2020 O Rio Grande que queremos. Crescimento econômico Elevação da qualidade de vida Eqüidade social e regional Referência em inovação e tecnologia.
MAIO DE 2002 INOVAÇÃO FINANCEIRA E CAPITAL DE RISCO PARA MPES -SEMINÁRIO ALIDE-
Perspectivas de Investimento no Brasil Ministro Paulo Bernardo Londrina, 10 de junho de 2005.
Apresentação Diagnóstico Social
Uma Escola do Tamanho do Brasil
AUDIÊNCIA PÚBLICA Brasília, 13 de maio de 2008 Câmara dos Deputados Comissão Da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional Câmara dos.
DOS BANCOS COMUNITÁRIOS
Uma estratégia para empresas e governos atuarem juntos por cidades mais justas e sustentáveis Fórum Empresarial de Apoio às Cidades Sustentáveis.
Seminário da Associação Nacional dos Servidores de Carreira do Planejamento e Orçamento, Repartição de competências e recursos entre entes federados:
Práticas de cooperação e estratégias de desenvolvimento:
Anderson Cabido A mineração como âncora do desenvolvimento econômico do Alto Paraopeba.
GEOGRAFIA DO BRASIL - O TURISMO EM NUMEROS -. Panorama mundial De acordo com a Organização Mundial de Turismo – OMT (2013), as chegadas de turistas internacionais.
POLÍTICA NACIONAL DE TURISMO: Diretrizes e Programas
A Nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional Desafios e Perspectivas Fernando Bezerra Coelho Ministro de Estado da Integração Nacional.
Objetivos O Programa de Redução da Violência Letal tem como objetivos: mobilizar e articular a sociedade em torno do tema dos homicídios construir mecanismos.
A encrenca metropolitana e a nova agenda de desenvolvimento brasileira André Urani Apresentação preparada para o seminário internacional A reinvenção do.
A FRENTE NACIONAL PELO SANEAMENTO AMBIENTAL FNSA.
Saneamento Básico um Direito de Todos 46ª Assembleia Nacional da Assemae.
CRESCIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL Vitória-ES, agosto de 2008, Ana Paula Vitali Janes Vescovi.
Seminário Internacional: A Nova Geração de Políticas para o Desenvolvimento Produtivo: Sustentabilidade Social e Ambiental Brasil: o novo impulso de desenvolvimento.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 1 BNDES NO PAC: Infra-estrutura Social. Elvio Lima Gaspar Diretor da Área de Inclusão Social.
Transcrição da apresentação:

Novas Governanças

Reaparelhando para o desenvolvimento: novas governanças para a região metropolitana do Rio de Janeiro André Urani Rio Além do Petróleo Apresentação preparada para o IV Encontro do projeto Rio Além do Petróleo Centro Cultural da Light, 10 de Abril de 2008

Por que novas governanças?

Indicadores econômicos e sociais evoluíram positivamente nos últimos anos • Desemprego e pobreza têm diminuído • Emprego com carteira assinada, salários reais e renda domiciliar per capita estão aumentando • Novos investimentos – Resgate do século XX (COMPERJ, CSA, Gerdau…) – Infra-estrutura (Arco Metropolitano, PAC,…) – Portadores de futuro (Symetrix no Fundão, resseguros,…)

Mas os patamares atuais são muito deprimidos • Recuperação atual se dá depois de duas décadas de estagnação • Rastro de destruição: – Desindustrialização – Migração do setor financeiro – Desemprego ( desempregados) – Informalidade ( empregados sem carteira de trabalho assinada, outros tantos empreendedores de subsistência) – Favelização • Setores dinâmicos, por si só, têm baixa capacidade de gerar oportunidades para a maioria • Manutenção de alta desigualdade + baixa mobilidade social = incentivo aos comportamentos de risco (jovens)

Principais problemas da região metropolitana (alguns dos…)

Baixo crescimento econômico

A geração perdida carioca

Desigualdade • Distância entre os municípios do centro e da periferia da RM supera um século de DH • Idem para bairros da capital • 8 décadas entre bairros contíguos

Mais de desempregados

Mais de empregados informais

E mais um milhão de empreendedores de subsistência

Perda de vocação dos territórios • Rio de Janeiro – Centro – Subúrbios – Zona Oeste • Municípios periféricos da RM

Meio ambiente • Saneamento – Baía de Guanabara – Praias oceânicas – Lagoas • Degradação das encostas • Florestas urbanas

Violência • Alguns indicadores têm melhorado (homicídios), mas níveis ainda são muito elevados, mesmo quando comparados com outras regiões metropolitanas brasileiras

Características comuns • Longo prazo • Não são resolvíveis por um ou outro ator isoladamente • “Caixa de ferramentas” dos policy- makers não foi montada para fazer frente a eles • Necessidade de criar novas ferramentas

Não estamos sós

A encrenca é metropolitana

Soluções • Escalas diferenciadas • Sustentabilidade • Frutos de parcerias: – Desenhadas de baixo para cima, em função da natureza dos problemas a serem enfrentados – Controle social – Esforços conjugados de diferentes níveis de governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada

Escalas

Exemplos de temáticas intra-municipais • Potencialização das vantagens competitivas de longo prazo da Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro • Desenvolvimento da Barra da Tijuca e Jacarepaguá • Reconversão dos Subúrbios da Cidade do Rio de Janeiro • Revitalização do Centro da Cidade do Rio de Janeiro

Exemplos de temáticas inter-municipais • Saneamento da Baía de Guanabara • Desenvolvimento econômico da Baixada Fluminense • Ambiente de negócios (sobretudo para as micro e pequenas empresas – ACRJ) • Adensamento das cadeias produtivas em torno do COMPERJ e da CSA • Potencialização dos impactos do Arco Metropolitano • Lixo • Transportes • Saúde • Megalópole Brasileira

Menos de 1% do território nacional

Divisões administrativas

Dimensões • 232 municípios em 3 Estados (SP, RJ e MG) • km2 (0,97% do território nacional) • 41,7 milhões de habitantes (22,66% da população brasileira em 2007) • PIB (2004) = 420 bilhões de Reais (35% do PIB brasileiro)

A maior megalópole do hemisfério sul

Requerimentos básicos • Legitimidade / pertencimento • Recortes não burocráticos, mas desenhados em função da natureza dos problemas a ser enfrentados • Combinação de esforços entre diferentes níveis de governo, setor privado e sociedade civil • Mix de atores e papel de cada um depende do território e do pacto estabelecido • Pick-up the winners

Sustentabilidade

Para além do curto-prazismo • Prazos requeridos maiores que mandatos dos governantes • Projetos → processos – Como alimentar? • Como alongar os olhares? – Planejamento estratégico – Câmaras de Desenvolvimento Local – Quem dirige? • Recursos: – De quem? – Para quem? • Blindagem frente a ciclos políticos

Compartilhamento

1 + 1 > 2 • Complementaridade de competências • Nenhum ator isoladamente (público ou privado) tem capacidade de arcar sozinho com o tamanho dos investimentos requeridos • Estado e municípios não têm capacidade de endividamento • Externalidades positivas: investimento de um em determinada área aumenta a rentabilidade do investimento do outro nesta mesma área • Outras vantagens: – > impermeabilidade a ciclos – > transparência e controle social

Redesenho do espaço público • Inadequação das instituições atuais para fazer frente a estes problemas • Novas institucionalidades: não substituem as que existem – mas as complementam • Novo desenho não vem pronto de Brasília; deve ser fruto de processos participativos constitutivos de baixo para cima: de quem é a iniciativa? • Novas formas de participação • Novas legitimidades

A reinvenção do futuro

Futuro desejável • Não pode jorrar de cima para baixo, como em meados do século XX • Referente aos territórios: auto-constituídos (identidade) • Especialização / temática • Quais incentivos? – União Européia – Veneto • Por parte de quem? – Ministério das Cidades? – CEF? – BNDES? – Governo do Estado? – Agências multilaterais? • A mobilização do setor privado para o desenvolvimento do Rio de Janeiro (ACRJ)

Que espaços de discussão / deliberação? • Que espaços de discussão / deliberação? – Planejamento Estratégico • Erros e acertos da experiência anterior • Outras experiências ao redor do mundo, a partir de Barcelona – Câmaras de Desenvolvimento Local • Grande ABC (1996) • Rio de Janeiro (2000) • Quem participa? – Pertencimento – Oferta e demanda de serviços • Utilidade pública • Sociais • Produtivos • Regras claras – Ausência de hierarquia, de personalidade jurídica e de máquina administrativa própria – Compartilhamento dos custos entre os que se dispõem a participar

Sistema de informações • Marco zero: investimento em diagnóstico – Quantitativo – Qualitativo • Monitoramento / avaliação e redesenho de políticas públicas • Rio Como Vamos

Agências de Futuro • Braços executivos das Câmaras (ou do Planejamento Estratégico) • Inspiração: – Europa pós-Maastricht – Grande ABC – Região Metropolitana de SP (?) • Direito privado, interesse público (OSCIPs?) • Personalidade jurídica e máquina administrativa próprias • Poderes públicos entram como sócios minoritários (sustentabilidade política) • Outros sócios: – Demais participantes das Câmaras (ou do Planejamento Estratégico – Empresas privadas • Financiamento de longo prazo / garantias (sustentabilidade econômica) • Não faltam recursos, mas bons projetos e instituições capazes de captar estes recursos e de utilizá-los de forma adequada

O papel das agências de fomento • CEF / BNDES / FINEP / BID / Banco Mundial etc. • Financiamento de longo prazo (subsidiado mas não a fundo perdido) – Projetos precisam ter um significado (e um retorno) econômico • Apoio institucional – Disseminação de melhores práticas (nacionais e internacionais) – Capacitação de técnicos e dirigentes – Desenvolvimento de ferramentas de gestão

Royalties e participações especiais?

Dos grandes investimentos ao desenvolvimento local: oportunidades do presente • PAC • Arco Metropolitano • COMPERJ • CSA • …

Obrigado!