RAÍZES E ITINERÁRIO DAS LUTAS E ORGANIZAÇÕES DO CAMPO

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Transcrição da apresentação:

RAÍZES E ITINERÁRIO DAS LUTAS E ORGANIZAÇÕES DO CAMPO “A dor da gente não sai no jornal” Chico Buarque

MEMÓRIA A memória tem aqui uma dupla significação: é entendida como um conjunto de representações do passado que se tornaram dominantes e, também, diz respeito à capacidade dos sujeitos (pessoal e coletivamente) pensarem o passado, reavivando dele situações e experiências silenciadas. A memória é mediadora entre o presente e o passado e, por isso, possui um potencial crítico-transformador Amnésia social - apagar a presença do campesinato na história Ocultar ou minimizar os movimentos sociais

Visão campesinato Modelo medieval de campesinato Visão linear e evolutiva dos processos históricos – camponeses resíduo do feudalismo Proletarização do campesinato – assalariamento coexistência em formações socioeconômicas diversas Conceito hetero-atribuído

Campesinato Categoria histórica e analítica Características: Poliprodutores Produção mão-de-obra familiar Rural – lugar de morar e trabalhar Patrimônio material, cultural e produtivo Relação com a natureza, relação com a vizinhança, relação com a comunidade – modo de vida Busca do acesso aos recursos produtivos – terra, floresta, águas

Diversidade da condição camponesa Pequenos proprietários Posseiros Extrativistas – seringueiros, castanheiros, pescadores artesanais, etc. Ribeirinhos Foreiros, moradores, agregados Quilombolas Serranos, caiçaras, Assentados Arrendatários Colonos

Campesinato na região Morador (sitio, condição, foreiro) Colono Assalariado Tropeiros

Diversidade da condição camponesa Pequenos proprietários Posseiros Extrativistas – seringueiros, castanheiros, pescadores artesanais, etc. Ribeirinhos Foreiros, moradores, agregados Quilombolas Serranos, caiçaras, Assentados Arrendatários Colonos

CONTEXTO DO SINDICALISMO CORPORATIVISTA Processo de modernização conservadora –– aceleração da industrialização de base paradigma do urbanismo – dicotomia campo – cidade- instituição do conceito de cidade – 1937 construção do Estado Moderno, criador de classes sociais modernas (burguesia industrial e proletariado) o fortalecimento de uma classe média urbana, insatisfeita com o domínio imposto pelas oligarquias agrárias. Reajuste na oligarquia agrária para se manter no poder – diversificação do capital. Forte processo migratório

Lei de Sindicalização (decreto 19.770, de 19 de março de 1931). Sindicalismo como cooperação entre patrões e empregados para o progresso da sociedade Intervenção direta do Ministério do Trabalho na criação e funcionamento dos sindicatos disciplinar o trabalho, considerando-o como mero fator de produção

Campesinato Categoria histórica e analítica Características: Poliprodutores Produção mão-de-obra familiar Rural – lugar de morar e trabalhar Patrimônio material, cultural e produtivo Relação com a natureza, relação com a vizinhança, relação com a comunidade – modo de vida Busca do acesso aos recursos produtivos – terra, floresta, águas

Diversidade da condição camponesa Pequenos proprietários Posseiros Extrativistas – seringueiros, castanheiros, pescadores artesanais, etc. Ribeirinhos Foreiros, moradores, agregados Quilombolas Serranos, caiçaras, Assentados Arrendatários Colonos

Campesinato na região Protocampesinato indigena Protocampesinato negro Imigrantes

Campesinato na região Morador (sitio, de condição, foreiro) Colono

CONSTRUÇÃO DA ESTRUTURA SINDICAL OFICIAL Ideologia corporativista Repressão e silêncio dos setores mais combativos Medidas legais e político-ideológicas propaganda doutrinaria Ênfase nos benefícios sociais práticas de formação sindical

PROJETO SINDICAL POPULISTA DE VARGAS Leis sociais Constituição corporativista de 1937 Criação da CLT Instalação da justiça do trabalho Criação do imposto sindical LEGISLAÇÃO FEITA PARA OS TRABALHADORES URBANOS

E NO CAMPO??? Esse tipo de organização não atingiu logo o campo, pois não considerava a especificidade do trabalho no campo, Além disso, quase não existiam juntas de conciliação e julgamento nas cidades do interior, o código civil não permitia a organização de sindicatos rurais, e os proprietários rurais agiam de forma repressiva, inclusive acionando a polícia para reprimir qualquer tentativa de organização e mobilização dos trabalhadores (as) rurais. Somente em 1944 - Decreto 7.038 autoriza de forma explicita a sindicalização rural.

E O CONTEXTO? Modelo nacional desenvolvimentista com ênfase na industrialização Afluxo de capitais estrangeiros aceleração do processo de penetração capitalista, no campo, com a construção de grandes obras e expansão de crédito. Acentuação da separação entre campo e cidade- subordinação da agricultura a industrialização Educação Popular Teologia da Libertação

LIGAS CAMPONESAS Em 1955, os donos do Engenho Galileia, em Vitória de Santo Antão, impuseram o aumento do foro e tentaram expulsar os foreiros da terra, que resistiram ao processo de despejo, e começaram a participar da formação da Sociedade Agrícola dos Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco (SAPPP), fundada inicialmente com fins basicamente assistenciais, para fornecer assistência médica, jurídica, criar escolas e uma caixa funerária para seus associados A repressão atribuiu o nome de Ligas à organização desses trabalhadores para caracterizá-los como comunistas, em alusão ao nome por estes utilizados para certas organizações populares As Ligas se organizavam em “delegacias ou núcleos, por município, distritos ou fazendas. Em âmbito local, eram compostas só de camponeses; no nível estadual além das lideranças camponesas, envolvia profissionais liberais, intelectuais, estudantes, parlamentares As Ligas Camponesas funcionavam com duas seções, a Organização de Massas (0.M.), que reunia moradores da cidade (Ligas Urbanas), mulheres (Ligas Femininas), pescadores (Ligas dos Pescadores), Ligas dos Desempregados, Ligas dos Sargentos e todas as pessoas que admitiam a necessidade da reforma agrária e a Organização Política (O. P.), que aceitava apenas determinados membros da Organização de Massas, aqueles que se destacavam em seu trabalho, reunindo qualidades políticas, ideológicas e morais que justificassem sua condição de militante da organização.

MOVIMENTOS CATOLICOS movimentos da ação católica (JAC, JEC, JIC, JOC E JUC[1]), [JAC (Juventude Agrária Católica), JEC (Juventude Estudantil Católica), JIC (Juventude Independente Católica), JOC (Juventude Operária Católica) e a JUC (Juventude Universitária Católica). que organizava o laicato jovem para uma inserção dentro de sua realidade. Esses movimentos desenvolveram uma metodologia conhecida como Revisão de Vida conhecida como o MÉTODO VER-JULGAR-AGIR

ULTAB

CONSTRUÇÃO DO SINDICALISMO RURAL QUAIS AS INFLUENCIAS DAS IDEOLOGIAS? A DIVERSIDADE DOS SUJEITOS? A DIVERSIDADE DAS DINÂMICAS ECONÔMICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, AMBIENTAIS? INTEGRAÇÃO DA AÇÃO SINDICAL