ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J. V. Pinho

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Paulo Rogério Mudrovitsch de Bittencourt Dimpna
Advertisements

Dengue.
Distúrbios do trato respiratório
O Envelhecimento do SNC
AS CEFALÉIAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO.
ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J.V. Pinho
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Causas, sintomas e tratamentos
Excessos Alimentares.
CRISES ISQUÊMICAS TRANSITÓRIAS
Anticonvulsivantes Fundação Universidade Federal do Rio Grande
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
CEFALÉIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Rosângela Carrusca Alvim
Prof. Roosevelt de Carvalho Wanderley
Liga da Dor Curso Introdutório
Cefaléias Marília Polo Minguete e Silva
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS Ambulatório de Neurologia - Prof. Dr. Milton Marchioli Acadêmica Natália H. Papa 4º Ano de Medicina 2011 – FAMEMA.
Bruna Bueno e Giovana Pinotti 4ª série Medicina FAMEMA
Ambulatório de Cefaléia – FAMEMA Mateus Matos Mantovani 2010
CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS
Migrânea Alunos: Lucas Herculano dos Santos Silva
CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS
Fisiopatogenia da Enxaqueca
Dor Neuropática no Diabetes.
Prof. Fernando Ramos Gonçalves
Enf. Saúde Mental e Psiquiatria II
Cefaleia Crônica Diária – Avaliação e Terapêutica
Atropa belladona Codinomes: “Zé nervoso”: tudo nele é AGUDO, VIOLENTO, RÁPIDO, VERMELHO E QUENTE. . NÚCLEO CENTRAL: Congestão: face vermelha, olhar brilhante,
Cefaléias Primárias Fabrício Castro de Borba
CEFALEIAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Classificação Internacional das Cefaléias 2ª Edição ICHD-II
cEFALéIAS Ambulatório de Cefaléia- FAMEMA Prof. Dr. Milton Marchioli
TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO- TCE
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS II
FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES
EPILEPSIA CRISE CONVULSIVA
SÍNDROMES VESTIBULARES
Lesão Medular Espinhal
David Claro – 4ª série Medicina Ambulatório de Cefaléia – Famema 2013 Professor Dr. Milton Marchioli.
CEFALEIAS PRIMÁRIAS Marcos Zanchetta Joyce Mariane Merlo
Cefaleia Crônica Diária – Avaliação e Terapêutica
S.u.n.c.t & S.u.n.a Elda A. Botelho.
Cefaleias Secundárias
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
Caso clínico de Neurologia
Desmaios os síncopes.
Atividade Física x Stresse : o matador silencioso
Cefaleias Primárias Ambulatório de Cefaleia Prof.Dr. Milton Marchioli
Lombalgia.
CEFALÉIA CERVICOGÊNICA
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
Cefaléias Dra Norma Fleming.
Nervos Crânianos Pós Graduação Lato Sensu Universidade Metodista
Hipersonia recorrente ( Kleine-Levin)
SIC 2004 Cefaléia Primárias Cefaléia Secundárias Neuralgias Cranianas.
Classificação SIC Primárias Secundárias Sinais de Alerta Programa Padrões Evolução Migrânea Cefaléia Tensional Cefaléia em Salvas Neuralgia Cranianas Cefaléias.
Deformidades Escoliose Pectus Carinatum (protusão)
Avaliação de cefaléias no adulto
Abordagem da Criança com Cefaleia
Anatomia da Medula Espinhal
Além da hipersonia diurna e distúrbios de sono noturno, os pacientes com AOS apresentam HAS, arritmia cardíaca durante o sono. Complicações sistêmicas.
Cefaléias para o Clínico
Diagnóstico de Diferencial das Cefaléias e Algias Cranianas
Norma Fleming Coordenadora do Ambulatório de Cefaléia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS CEFALÉIAS
BIZU!!!! PADRÃO TEMPORAL DA CEFALÉIA Cefaléia aguda emergente Cefaléia crônica recorrente Cefaléia crônica recorrente com mudança do padrão.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL = AVC OU ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO=AVE
Epilepsias Gustavo Ganne.
Cefaléias na infância e adolescência Aline Sacomano Arsie.
Transcrição da apresentação:

ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J. V. Pinho CEFALÉIA ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J. V. Pinho

Conceito Dor de cabeça

Classificação (Lance) Por distúrbio craniano local. Oriunda de nervos cranianos. Como dor referida. De origem intra-craniana. Do esforço ou da tosse benigna. Vasculares episódicas Da contração muscular

Cefaléia Por Distúrbio Craniano Local Tem-se: I- por lesões que estiram o periósteo. II- inflamação do crânio ou do couro cabeludo. III- Arterite temporal. IV- Carotidínea.

Dor Oriunda De Nervo Craniano Tem-se: I- Por estimulação dos nervos trigêmio e glossofaringeo. (ex: cefaléia do sorvete) II- Compressão ou estimulação de nervos craniano. (Ex: tumor e herpes) III- Nevralgia do trigêmio e glossofaringeo. IV- Dor facial atípica de etiologia desconhecida.

Cefaléia Como Dor Referida Tem-se: I- Dos olhos: Esforço visual, neurite retro-bulbar, glaucoma. II- Dos ouvidos, nariz e garganta: Sinusite, carcinoma naso-faringeo. III- Dos dentes: Abscesso apical do nariz, disfunção da ATM. IV- Do pescoço: espondilose cervical, artrite reumatóide.

Cefaléia De Origem Intra-craniana Tem-se: I- Por vaso-dilatação. II- Por irritação meningéia. III- Por tração ou deslocamento dos vasos intra-cranianos. IV- Cefaléia do esforço ou da tosse benigna.

I- Cefaléia Por Vaso-dilatação Pode ser: Tóxica: infecções sistêmicas, ressaca, CO, abstenção de cafeiina, Indometacina. Metabólica: Hipóxia, hipoglicemia, hipercapnia. Por agentes vaso-dilatadores: histamina, nitrato ou glutamato de na. Pós concussão cerebral – pós convulsiva. Da hipertensão essencial. Por reações pressóricas agudas: cefaléia do feocromocitoma, uso de inibidores da MAO, excitação sexual.

II- Cefaléia Por Irritação Meningéia Tem-se a da: - Hemorragia sub-aracnoidea. - Meningite. - Encefalite. - Pós pneumoencefalografia. - Pós mielografia e radiculografia.

III- Cefaléia Por Tração Ou Deslocamento De Vasos Intra-cranianos Ocorrem: Nas lesões que ocupam espaço: Tumores, hematomas, abscessos. No aumento da pressão intra-craniana: Hidrocefalia, trombose do seio sagital superior ou lateral, elevação da pressão venosa (enfisema, obstrução do mediastino), edema cerebral por outras causas (pós craniotomia, nefrite aguda, hipertensão maligna, hipertensão intra-craniana benigna, hipocalcemia, Doença de Addison)

IV- Cefaléia Do Esforço Físico Ou Da Tosse De Origem Benigna Por: - Esforço físico. - Tosse. - Espirro. - Risada.

Cefaléias Vasculares Episódicas Podem ser: I- Do tipo enxaqueca. II- Cefaléia em salvas. III- Da insuficiência circulatória aguda.

I- Cefaléia Do Tipo Enxaqueca Pode ser: Enxaqueca clássica. Enxaqueca comum. Enxaqueca vértebro-basilar. Enxaqueca hemiplégica. Enxaqueca oftalmoplégica. Enxaqueca facial. Enxaqueca abdominal.

Cefaléia De Contração Muscular Pode ser: I- Secundária a outros fatores como: Esforço visual, defeitos da mordida. II- Por contração muscular exagerada: Cefaléia tensional. III- Combinação com cefaléia vascular: Cefaléia Tenso-vascular.

Estudo De Algumas Formas De Cefaléia

Cefaléia Tensional Cefaléia de aperto, diárias que podem ser exacerbadas pelo estresse emocional, fadiga, luminosidade e ruídos. São generalizadas ou occipitais ou no pescoço. Não se acompanham de sintomas neurológicos.

Cefaléia Da Depressão Semelhante a tensional. Pior ao despertar pela manhã. Desencadeado por problemas psico-somáticos.

Enxaquecas Podem ser: Enxaqueca clássica. Enxaqueca comum. Enxaqueca vértebro-basilar. Enxaqueca hemiplégica. Enxaqueca Oftalmoplégica. Enxaqueca facial. Enxaqueca abdominal.

a) Enxaqueca Clássica A crise de cefaléia é hemicrâniana, latejante, paroxística (se repete a cada quinzena, mês ou em períodos maiores), com duração de 4 a 6 horas, precedida de pródromos (escotomas, amaurose transitória, moscas volantes, embaçamento da visão) cerca de 30 minutos antes do início. Divide-se em: Enxaqueca sem enxaqueca, Enxaqueca retiniana, Enxaqueca complicada.

Enxaqueca “Sem” Enxaqueca Aqui se tem os fenômenos que acompanham a enxaqueca, mas não aparece a cefaléia. Daí seu nome.

Enxaqueca Retiniana Aqui os pródromos se caracterizam pelo aparecimento de escotomas ou fosfenas em apenas um olho, durante alguns segundos, seguido de amaurose parcial ou total do mesmo, por alguns minutos. Segue-se a cefaléia latejante e forte desse olho.

Enxaqueca Complicada Aqui as alterações neurológicas que acompanham a cefaléia ficam, isto é, tornam-se permanentes, irreversíveis.

b) Enxaqueca Comum Aqui a crise de cefaléia inicia sob a forma de pressão ou peso, para depois tornar-se latejante (espontaneamente ou aos esforços), também paroxística (diária, mensal ou bimestral) e que dura um, dois ou três dias.Pode ser precedida de pródromos emocionais como depressão, irritabilidade, mau humor, raciocínio lento, lassidão, sonolência, bocejos, hiperfagia (principalmente para açucarados) e outros. Divide-se em: Do fim de semana, do repouso e menstrual.

Enxaqueca Do Fim De Semana É a cefaléia que aparece quando acordamos mais tarde nos fins de semana. É uma reação de alarme do hipotálamo, pela desregramento do horário normal..

Enxaqueca Do Repouso É a que aparece quando tiramos uma soneca. É explicada pela vasodilatação que ocorre, por falta de vasoconstricção adrenérgica pelo cessar dos estímulos emocionais.

Enxaqueca Menstrual É a que ocorre na menstruação. Está ligada a queda do estradiol, que ocorre nesse período do mês.

c) Enxaqueca Vértebro-basilar É uma cefaléia latejante da região posterior da cabeça. É precedida de desfocalização da imagem, diplopia, vertigens rotatórias, perda do equilíbrio, incoordenação motora até a ataxia, disartria, “perda súbita das pernas”, até desmaio. Haveria isquemia transitória do território vértebro-basilar.

d) Enxaqueca Oftalmoplégica É a enxaqueca com paralisia do III par craniano. Durante a crise aparece queda da pálpebra, desvio lateral do olho e midríase do mesmo lado. Regride em poucos dias ou semanas.

e) Enxaqueca Facial É uma cefaléia que aparece no território da artéria maxilar interna, isto é, começa no palato ou na asa do nariz, irradiando-se para a bochecha, a orelha ou o pescoço e mais raro para a órbita e a têmpora. Pode durar dias ou semanas Na realidade é uma dor facial, unilateral episódica.

f) Enxaqueca Hemiplégica É a enxaqueca em que, durante a crise, aparece hemiplegia transitória.

g) Enxaqueca Abdominal Manifesta-se por dor aguda no baixo ventre ou na região epigástrica, acompanhada de náuseas, extremidades frias e sinais autonômicos. Pode confundir-se com a Epilepsia Abdominal.

Cefaléia Em Feixe * É uma dor periorbital unilateral, severa, diária e que dura uma ou mais semanas. Acompanha-se de congestão nasal ipsilateral, rinorréia, lacrimejamento, vermelhidão nos olhos e síndrome de Horner. Ocorre geralmente à noite, no sono e dura menos de duas horas.

Cefaléia Em Feixe (Cluster) Crônica É uma variante da cefaléia em feixe A dor e os sintomas associados surgem de forma recorrente. Sem remissão.

Nevralgia Esfeno-palatina Síndrome de Sluder. É uma dor nevrálgica, lancinante e contínua da porção média da face. Inicia-se na raiz do nariz e irradia-se para a região orbitária, até mastóide e ombro. Costuma acompanhar-se de obstrução nasal, rinorréia, e lacrimejamento unilateral. Confunde-se com o “Cluster”.

Cefaléia Da Arterite Temporal É uma cefaléia com mialgia, mal-estar, anorexia, perda de peso, perda da visão, hipersensibilidade do couro cabeludo e sobre as artérias temporais.

Cefaléia Pós-traumática É uma dor surda, constante em que pode sobrepor-se o latejamento. Pode simular uma enxaqueca. Pode acompanhar-se de vertigens, náuseas e vômitos. Aparece dias após o trauma e pode durar semanas.

Cefaléia Da Tosse É uma dor forte que é causada por tosse, esforço físico, espirro, risada e que dura poucos minutos.

Nevralgia Do Trigêmio É uma dor facial lancinante, como um choque elétrico, que ocorre no território de um dos três ramos do nervo trigêmio. Geralmente tem uma “zona de gatilho”. O frio, o calor e o toque podem desencadear. A nevralgia do ramo mandibular pode ser confundida com a do Glossofaringeo.

Dor Facial Atípica É uma dor referida como em queimação. Surge local e se espalha para o resto da face, cabeça e até pescoço.

Nevralgia Do Glossofaringeo É uma dor semelhante a do trigêmio. Ocorre na garganta, na região tonsilar ou no ouvido ou na parte posterior da língua. É desencadeada pela ingestão de alimentos, o mastigar, o bocejar e o falar. Pode acompanhar-se de síncope.

Nevralgia Pós-herpética É uma cefaléia severa na região afetada pelo Herpes Zoster. Ocorre em um ou dois ramos do trigêmio. Mais freqüente na forma oftálmica.

Disfunção Da ATM Síndrome de Costen. É uma dor no local da articulação ou nos músculos masseteres ou temporais. Resulta da má função da articulação têmporo-mandibular, por problemas de oclusão, mastigação ou dentadura.

Tratamento Das Cefaléias

Tratamento Da Cefaléia Tensional Pode-se usar: - Analgésicos simples. - Anti enxaquecosos. - Técnicas de relaxamento: massagens, banhos quentes, biofeedback. - Ansiolíticos. - psicoterapia.

Tratamento Da Enxaqueca. Três fases: I- Diminuir, contornar ou eliminar os estímulos nocivos. II- Tratamento profilático. III- Tratamento das crises.

Estímulos Para As Enxaquecas São conhecidos: - A emoção, o ofuscamento, as mudanças bruscas de temperatura, certos odores, o trabalho excessivo, os horários desregrados para a alimentação, a indisciplina no horário de sono, o álcool, o açúcar, certos alimentos (chocolate, gorduras) a pílula anticoncepcional.

Profilaxia Das Enxaquecas Usar no adulto, por dia: - Aspirina: 650 a 1950 mg - Metisergida: 4 a 8 mg - Propanolol: 60 a 240 mg - Pizotifen: 0,5 a 6 mg - Ciproeptadina; 12 a 20 mg - Clonidina: 0,2 a 0,6 mg - Verapamil: 80 a 160 mg – Amitriptilina 10 a 150 mg – Fluoxetina 20 a 60 mg – Sertralina 50 a 200 – Imipramida 10 a 150 mg + Nimodipina + Nifedipina + diltiazen + etc.

Tratamento Das Crises De Enxaqueca Usar no adulto por dia.: - Tartarato de Ergotamina: 1 a 6 mg – Mesilato de Dihidroergotamina: 0,5 a 1 mg EV ou 1 a 2 mg SC – Isomethepteno – Maleato de eragonovina 0,6 a 2 mg – Sumatropina 50 a 100 mg – outros atropinicos.

Tratamento Da Cefaléia Em Feixe Usam-se: - Os antienxaquecosos (profiláticos e de crise). - Oxigênio a 100%. - Tartarato de butorfanol spray. - Prednisona 20 a 40 mg. - Carbonato de lítio: (monitorado).

Tratamento Da Cefaléia da Arterite Temporal Ver................................

Tratamento Da Cefaléia Pós-traumática Pode-se usar: - Analgésicos comuns. - Antienxaquecosos (profiláticos e de crise) - Antidepressivos: Amitriptilina, etc.

Tratamento Da Cefaléia Da Tosse Pode-se usar: - Indometacina 75 a 150 mg dia. - Punção lombar.

Tratamento Da Nevralgia Do Trigêmio Pode-se usar: - Crabamazepina: 200 a 1200 mg/dia. - Fenitoina: 200 a 400 mg/dia. - Bacoflen: 10 a 20 mg 3 a 4 x dia. - Rizotomia por radiofreqüência. - Descompressão cirúrgica do nervo. - Radio cirurgia gama.

Tratamento Da Dor Facial Atípica Pode-se usar: - Analgésicos simples. - Antidepressivos tricíclicos. - Carbamazepina. - Fenitoina.

Tratamento Da Nevralgia Do Glossofaringeo Pode-se usar: - Carbamazepina. - Tratamento cirúrgico.