Governos da América Latina e Democracia Participativa: Limites e Possibilidades Prof. Dr. Erlando da Silva Rêses – FE/TEF erlando@unb.br Prof. Dr.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Cap A Intervenção do Estado na Economia: A Política Fiscal
Advertisements

Escola de Formação Política Miguel Arraes
Roberto Goulart Menezes (FUP/UnB) e Erlando da Silva Reses (FE/UnB)
UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Rio Grade do Sul
Independência da América Latina
Capitalismo / Socialismo
Profª. Teresa Cristina Barbo Siqueira
1 Maio 2007 Processo de Elaboração PPA e PLOA 2008.
Ana Gabriele Geraldo Orientador Prof. Marcelo Buzetto 2009
"Problemas e Perspectivas para o Currículo Escolar do Ensino Médio no Brasil" Antonio Carlos Amorim Faculdade de Educação/Unicamp GT Currículo ANPEd
A REGIONALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS.
AMÉRICA LATINA, BLOCOS ECONÔMICOS E A REGIONALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
INDEPENDÊNCIAS LATINO- AMERICANAS
Uso dos Indicadores do SIOPS
Revolução Mexicana.
Profª Dra. Vera Peroni - PPGEDU/UFRGS
Nova Ordem Mundial O fim da Guerra Fria, a crise dos “estatismos” e crise do modo capitalista.
11°Fórum de Energia Elétrica Século XXI
Plano de Trabalho Docente Título: Quanto custa a escola gratuita? Quanto custa a escola gratuita? Gestora da Aula: Ana Lúcia Bassetto Gestora da Aula:
1 - A REVOLUÇÃO MEXICANA (1911):
“Capitalismo Selvagem”
Neoliberalismo Prof Vilmar A. Silva.
INTERVENÇÕES ESTADUNIDENSES NA AMÉRICA LATINA
V Congresso Internacional
Ministro Paulo Bernardo
CRISE ECONÔMICA ORIGEM: EUA – MERCADO IMOBILIÁRIO
Governo do Estado de Sergipe Secretaria de Estado da Fazenda AUDIÊNCIA PÚBLICA 3º Quadrimestre 2008 Fev/ AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação do Cumprimento.
Neoliberalismo e Crise da Educação Pública
FORMAÇÃO CONTINUADA E A POLITIZAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: PERCEPÇÕES SOBRE A CULTURA DO CONTEXTO Prof. Dr. Oséias Santos de Oliveira
Desenvolver Por uma Nova Escola.
Prof. Luciel Henrique de Oliveira
Perfil do Profissional
Crise, Desenvolvimento e Política Luís Mah CESA-ISEG FD-UNL, 21 de Novembro de 2012.
As lutas pela independência na América Espanhola e Portuguesa
RESPOSTAS DAS QUESTÕES CAP. 12 E 16
AULA 1 Apresentação do Professor Apresentação da Disciplina.
FUNDAMENTOS POLÍTICOS-ECONÔMICOS DA EDUCAÇÃO
Fundamentos Sócio Antropológicos da Educação
AULA: 13/11/2013 TEMA: AS REFORMAS DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR:
FUNDAMENTOS POLÍTICOS-ECONÔMICOS DA EDUCAÇÃO
REVOLUÇÃO MEXICANA História Prof. Lisiane.
AULA 17 – CMBPREVESTHISTÓRIA – LIVRO PROF VICENTE
Prof. Jeferson C. de Souza
Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX
A Nova Ordem Mundial Ordem ou Desordem?.
Introdução a Questão Social
José Alves de Freitas Neto Célio Ricardo Tasinafo GERAL E DO BRASIL 2.ª edição 2.ª edição.
Tema 1 A HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ELEMENTOS HISTÓRICOS DO ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL.
Universidade do Vale do Itajaí Curso de Geografia
Aula de Economia Política
Contexto As três últimas décadas do século XX marcadas por mais uma crise cíclica do capitalismo. Recoloca-se em cena o debate sobre globalização. A globalização.
Políticas Públicas e Organização da Educação Básica
MARIA DO SOCORRO VEIGA DA SILVA ODALÉIA DO SOCORRO FERREIRA VIANA
DIREITO ECONÔMICO Douglerson Santos. Histórico do Direito Econômico O que levou à Crise de 1929? O que levou.
Avaliação de Geografia
ECONOMIA PÓS - GUERRA 1ª Guerra Mundial: Houve um crescimento na indústria de aço e motores de combustão interna, eletricidade e petróleo. 1929: Queda.
“ ” Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo. (Gandhi)
PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO PNPG
Em 1968 foi inaugurada a REGAP(Refinaria Gabriel Passos), localizada na porção leste do município, próximo da BR 381/262 Na década de 1970, o estado implementa.
UNIVERSIDADE SALVADOR – Campus Feira CURSO: Administração – 7º sem.
História do Brasil republicano
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
GEOGRAFIA O processo de desenvolvimento do capitalismo Ensino Médio.
CONAE 2010 – Brasília Prof° Ms. Marco Antonio Soares – Secretário de Direitos Humanos da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
Democratização da Gestão do SUAS e vínculo SUAS Presidente do COEGEMAS/MS Sérgio Wanderly Silva Secretário Assistência Social.
CAPÍTULOS 26 E 27 – 3ª. SÉRIE DO ENSINO MÉDIO. UNIFICAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ SÉCULO XIX.
Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho BRASIL século XX Até os anos 1930 do século XX a atividade econômica que predominava no Brasil era a monocultura.
Neoliberalismo. Será o caos? Postado em 22 de maio de 2008 por Prof. Rita Alonso.
Capítulo 4- Desenvolvimento e Subdesenvolvimento
DAS “LÓGICAS DO ESTADO” ÀS “LÓGICAS DA SOCIEDADE CIVIL”: ESTADO E “TERCEIRO SETOR EM QUESTÃO” CARLOS MONTAÑO.
Transcrição da apresentação:

Governos da América Latina e Democracia Participativa: Limites e Possibilidades Prof. Dr. Erlando da Silva Rêses – FE/TEF erlando@unb.br Prof. Dr. Roberto Goulart Menezes - FUP/UnB rgmenezes@uol.com.br 19/10/2011

O desenvolvimento da América Latina só se dará na medida em que se resolva sua contradição fundamental ou principal, que configura sua dependência. Isto significará que o ponto de decisão de sua transformação se encontrará dentro de suas sociedades, mas, ao mesmo tempo, fora das mãos de uma elite burguesa, superposta às massas populares oprimidas. Paulo Freire

1. Projeto Nacional a. Independência. b. Educação e a formação da nação. c. Soberania. d. Emancipação. 2. Autonomia frente aos Estados Unidos a. Imperialismo. b. Autodeterminação dos povos. 3. Os novos governos e a integração dos povos. a. Novo Populismo? b. Há uma esquerda moderna e outra arcaica? c. Socialismo hoje d. Movimentos Sociais e participação política e. Pós-neoliberalismo (Estado, políticas sociais e agenda pós-neoliberal). f. Movimentos de refundação: constituições. 4. O caso do Chile a. Educação, direitos de cidadania e autonomia.

AMÉRICA LATINA

Neoliberalismo Tratados de Livre Comércio com os EUA Excesso de regulações estatais - retração dos investimentos e recessão econômica Desestatizar era desregulamentar. Deixar livre a circulação do capital para a reativação da economia. Acúmulo de riqueza para todos saírem ganhando Desregulamentação promoveu um fenômeno distinto: uma transferência gigantesca de capital da esfera produtiva para a especulativa Estado: 1. enfraquecido, reduzido a um Estado Mínimo, sem capacidade de regulamentação. 2. mecanismos de controle para deixar tudo para o mercado. 3. desqualificado, marginalizado, desconhecido como instrumento de luta e como tema de reflexão.

Novos Governos. Caráter progressista Diferença para Neoliberalismo – Papel do Estado Esse abandono do Estado ajudou na construção de uma hegemonia alternativa, para a qual o Estado é imprescindível A regulamentação da circulação do capital financeiro supõe uma ação estatal nessa direção. Prioridade e afirmação das políticas sociais requer políticas estatais ao invés dos ajustes fiscais Papel do Estado na retomada do crescimento econômico e em todas as políticas anticíclicas diante da recessão internacional. Necessidade não é de menos Estado mas de um Estado muito mais democrático, refundado em torno da esfera pública. Estado - incorporação do orçamento participativo. Forma de socialização da política e de incorporação da cidadania nas decisões fundamentais do Estado. Prioridade na integração regional e das alianças Sul-Sul ao invés de Tratados de Livre Comércio com os EUA

Particularidade do CHILE País desigualmente desenvolvido (Lambert) Dualismo social maior concentração de terra da AL. Elite rural e europeizada Elevada taxa de alfabetização Composição étnica: poucos indígenas “puros” e muitos mestiços. Participação européia (alemães). classe média – numerosa Proletariado organizado

A Batalha do Chile “Pinguins” (2006). Referência aos ternos utilizados como uniforme Estudantes secundaristas reivindicam retomada da educação pelo Estado Governo ditatorial de Pinochet (1973-1990) privatizou a Educação. Chile: laboratório do neoliberalismo na América Latina. Municipalização da Educação 6. O acordo com o governo de Michelle Bachelet não foi cumprido 7. A Lei Geral da Educação (2008) não contemplava as reivindicações dos estudantes 8. Estudantes universitários “na rua hoje” foram “pinguins” 9. Radicalidade maior que os “pinguins”. Maior gratuidade no transporte escolar, mais bolsas de estudos, novo sistema de financiamento, fim do lucro na educação, educação pública e de qualidade 10 Luta: ocupação de faculdades e colégios. 700 instituições de ensino médio e fundamental estão ocupadas (200 na capital).

11. Colégios ocupados: cinefóruns, aulas abertas, teatro, greve de fome, etc. 12. Proposta ampliada: mudança no currículo, plebiscito, assembléia constituinte, renacionalização do cobre e reforma tributária (recursos para reforma educacional). 13. Apoio da população (76%) e greves e paralisações de trabalhadores (mineiros do cobre, trabalhadores do Banco do Chile, taxistas, etc). 14. Movimentos sociais: protesto contra projeto hidroelétrico, pelo apoio à Diversidade, etc). 15. Proposta do governo: mais recurso no sistema privado, aumento do crédito bancário e diminuição da taxa de juros dos créditos universitários. Não resolve endividamento 16. Quem está no governo era base política e social da ditadura militar. 17. Desconfiança dos partidos políticos. Autonomia dos estudantes.

AMÉRICA LATINA ATUAL Lugar de resistência ao império (Chomsky) Obama – ilusão. Governo moderado (centro). Unificação regional (Mercosul e Unasul). Fuga de capitais e de bens. Forma de controle das forças sociais (movimento operário). Controle EUA: violência e estrangulamento econômico.Não tem mais lugar Violência não acabou. Golpes de Estados na Venezuela, Haiti e Honduras. Libertação do FMI Relação Sul-Sul. Brasil, África do Sul, China.

“Ensinar exige consciência do inacabamento, reconhecimento de ser condicionado, respeito à autonomia do ser do educando, bom senso, humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, apreensão da realidade, alegria e esperança, convicção de que a mudança é possível” (Paulo Freire. Pedagogia da Autonomia).

BIBLIOGRAFIA AYERBE, Luis Fernando (org.). Novas lideranças políticas e alternativas de governo na América do Sul. São Paulo: Unesp, 2008. AYERBE, Luis Fernando. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. São Paulo: Unesp, 2002. Disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/up000016.pdf CECEÑA, Ana Esther. (org.) Hegemonias e emancipações no século XXI. São Paulo: CLACSO, 2005. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/grupos/cece2PT/cecena2.html DOMINGUES, José Mauricio; MANEIRO (orgs.). América Latina hoje. Conceitos e interpretações. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. FIORI, José Luis ET alii. (org.) O Mito do colapso do poder americano. Rio de Janeiro: Record, 2008. LAMBERT, Jacques. América Latina: estruturas sociais e instituições políticas. Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1969. MARTÍ, José. Nossa América. Tradução de Dionísio Poey Baró, Maria Auxiliadora César e Pablo Sainz Fuentes. Brasília: Editora da UnB, 2011. SADER, Emir (Org.). Latinoamericana. São Paulo: Boitempo, 2006. SILVEIRA, Maria Laura (Org.). Continente em chamas. Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

Vídeos sugeridos a) A privatização da água na Bolívia. In: A Corporação. Direção: Jennifer Abbott e Mark Achbar, Canadá, 2004. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY Trecho sugerido: intervalo entre 1h41’50” e 1h44’. b) A Guerra contra a democracia. Direção: Christopher Martin e John Pilger, Reino Unido/ Austrália, 2007. Duração: 96’. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=CzdSiTEn27I c) A Revolução Não Será Televisionada (Venezuela) http://www.youtube.com/watch?v=aQu8ic0WRXo&feature=results_main&playnext=1&list=PLDB51597A34FF6E89 d) Calle 13 – Latinoamérica. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=DkFJE8ZdeG8&feature=youtu.be