Fissuras Lábio-Palatinas MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA UNIDADE DE CIRURGIA BUCO-MAXILAR III Fissuras Lábio-Palatinas
Introdução nomenclatura mais comum em orientais As fissuras labial e palatina são defeitos congênitos caracterizadas pela descontinuidade das estruturas do lábio, palato ou ambos, com extensão variável. nomenclatura mais comum em orientais unilaterais (¾) ou bilaterais masculino (lábio), feminino (palato) defeitos não afetarão o futuro multidisciplinar fonação, mastigação, deglutição, audição, estética
Divisão palato primário palato secundário região pré-forame região pós-forame ( palato duro e mole) Peterson et al., 2000
Embriologia da face inicia na 4ª semana e atinge as características gerais na 8ª semana Lessa e Carreirão, 1981
5ª semana Protuberância nasal lateral protuberância nasal medial Embriologia da face Protuberância nasal lateral formação da asa do nariz protuberância nasal medial porção média do nariz, do lábio superior e da maxila palato primário Peterson et al., 2000
Embriologia da face 6ª e 7ª semana protuberâncias maxilares crescem em direção medial e comprimem as protuberâncias nasais mediais de encontro à linha média, que se fundem e formam o lábio superior. Peterson et al., 2000
6ª e 7ª semana Segmento intermaxilar componente labial Embriologia da face 6ª e 7ª semana Protuberâncias mediais unidas em nível profundo Segmento intermaxilar Origem componente labial forma o filtro do lábio superior componente da maxila contém os quatro dentes incisivos componente palatino forma o palato primário Peterson et al., 2000
6ª e 7ª semana processos palatinos orientados obliquamente para baixo Embriologia da face 6ª e 7ª semana processos palatinos orientados obliquamente para baixo atingem posição horizontal, acima da língua, e unem-se formando o palato secundário Peterson et al., 2000
6ª e 7ª semana Embriologia da face Peterson et al., 2000
Teoria da formação das fissuras Falta de fusão Dursy (1869), His (1892) Falta de fusão dos brotos embrionários durante o desenvolvimento da face, decorrente de patogenias diversas, levará à formação de fissuras medianas, laterais e transversas Lessa e Carreirão, 1981
Teoria da formação das fissuras Penetração mesodérmica Warbrick (1938), Stark (1954) Palato primário resultam da falha do mesoderma que penetra entre os processos nasais mediais e maxilares impedindo a fusão Palato secundário falha na fusão dos processos palatinos falha da língua em descer para dentro da cavidade oral Peterson et al., 2000 Lessa e Carreirão, 1981
Etiologia fatores genéticos (20%) fatores ambientais Carência alimentar: deficiência de vitaminas e nutrientes. Influências psicológicas: distúrbios emocionais durante gestação Doenças infecciosas: rubéola (12 a 15%); Drogas: tranquilizantes; Radiações ionizantes: modificação do código genético.
Classificação Fissuras pré-forame incisivo unilateral (direita ou esquerda) bilateral Fissuras trans-forame incisivo unilateral ( direita ou esquerda) Fissuras pós-forame incisivo completa ou incompleta Fissuras raras Completa Incompleta
Sutura embrionária Lessa e Carreirão, 1981
Fissura pré-forame Pré-alveolar Lessa e Carreirão, 1981
Fissura pré-forame Lessa e Carreirão, 1981
Lessa e Carreirão, 1981
Fissura pós-forame Lessa e Carreirão, 1981
Alterações dentárias mal-oclusão deformidade nasal respiração alimentação audição fonação
Alterações dentárias decíduos e permanentes incisivo lateral e canino alteração morfológica, hipomoneralização, na margem da fissura ausência dentária dentes deslocados supranumerários momento da extração (perda óssea)
Mal-oclusão fissura causa estreitamento do arco discrepâncias esqueléticas retardo no crescimento maxilar classe III condição dentária agrava a mal-oclusão avaliar início da ortodontia
Deformidade nasal quando há fissura labial menor suporte ósseo para a base correção nasal é o último procedimento rebordo, maxila alteram suporte ósseo nasal dificuldade respiratória
Cuidados são importantes para favorecer o trabalho Respiração alterações bastante comuns colapso da asa do nariz desvio do septo hipertrofia de adenóides respiração bucal prejuízo para respiração vital, agravado pelas constantes infecções das vias aéreas superiores Durante a fala, a respiração torna-se ruidosa e irregular Cuidados são importantes para favorecer o trabalho com a articulação.
Alimentação menor pressão negativa intrabucal musculatura é ineficaz dificuldade de sucção e deglutição musculatura é ineficaz melhor posição ao alimentar tipo de alimentação bicos especiais alongados, abertura alargada favorecer adequada maturação motora dos órgãos que servem à alimentação e à articulação seringas, conta-gotas
Audição músculos tensor e elevador do véu palatino inseridos no palato e tubo auditivo permite abertura do óstio na nasofaringe não há drenagem do ouvido médio infecção do ouvido médio recorrente diminui a audição
Fonação retardo dos sons consonantais hipernasalidade formação do vocabulário hipernasalidade mecanismo velo-faríngeo mal-oclusão, posição anormal da língua deficiência na audição
Plano de tratamento multidisciplinar pediatra, geneticista, enfermeira, nutricionista, fonaudiólogo, psicólogo, otorrinolanringologista, assistente social, odontopediatra, ortodontista e cirurgião buco-maxilo-facial problemas estéticos, funcionais, dentários, fonéticos, otorrinolaringológicos, emocionais
Protocolo de atendimento 1ª Semana ao 3º mês terapêutica clínica básica (pediatria, fonoaudiologia, odontologia e prótese); 3º ao 6º mês correção do lábio (queilorrafia) e caso necessário, drenagem dos ouvidos pelo otorrino; 6º ao 15º mês terapia clínica básica
Protocolo de atendimento 15º ao 18º mês correção do palato (palatorrafia) 18ºmês ao 5º ano acompanhamento com a terapia básica 6º ao 9º ano expansão, como já ocorreu a maior parte do crescimento alveolar, é feito a cirurgia de enxerto ósseo alveolar; 9º ao 16º ano início a ortodontia corretiva 16º ao 20º ano cirurgia ortognática
Considerações Finais Apoio multidisciplinar ao paciente Tratamento prolongado Fatores ambientais evitados Apoio familiar e psicológico
Referências http://www.aonp.org.br/fso/revista17/rev1726.htm Lessa, S.; Carreirão, S. Tratamento das Fissuras Lábio-Palatinas. Ed. Interamericana, São Paulo, 1981. Neves et al. Anomalias dentárias em pacientes portadores de fissuras labiopalatinas: Revisão de literatura. Peterson LJ et al. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 772p. Silva et al. Aleitamento materno em recém nascidos portadores de fissura labiopalatina: dificuldades e métodos utilizados. Rev.CEFAC, São Paulo, v.7, n.1, 21-28, 2005.