Centro de Formação Os Templários Tomar, 6 de Fevereiro de 2009

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Transcrição da apresentação:

Centro de Formação Os Templários Tomar, 6 de Fevereiro de 2009 SUPERVISÃO PEDAGÓGICA Congratulo-me com o facto de esta assembleia querer ouvir falar e debater a Didáctica, assunto este que tem andado arredado dos discursos sobre Educação. Fala-se muito de Pedagogia, mas pouco de Didáctica. Esta comunicação contém três partes: de início uma clarificação do tema, seguindo-se a enunciação de alguns princípios e sugestão de um percurso a adoptar para o ensino do funcionamento da língua e, a terminar, uma referência à Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Comecemos, então, pela Didáctica. O que é a Didáctica? Centro de Formação Os Templários Tomar, 6 de Fevereiro de 2009

SUPERVISÃO PEDAGÓGICA Congratulo-me com o facto de esta assembleia querer ouvir falar e debater a Didáctica, assunto este que tem andado arredado dos discursos sobre Educação. Fala-se muito de Pedagogia, mas pouco de Didáctica. Esta comunicação contém três partes: de início uma clarificação do tema, seguindo-se a enunciação de alguns princípios e sugestão de um percurso a adoptar para o ensino do funcionamento da língua e, a terminar, uma referência à Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Comecemos, então, pela Didáctica. O que é a Didáctica? . O conceito de supervisão . Supervisão e avaliação do desempenho docente . A competência científica, a pedagógica e a didáctica

Supervisão Acto ou efeito de dirigir, de coordenar, de orientar ou inspeccionar. (Grande Dicionário de Língua Portuguesa, Porto Editora, 2004) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão Processo em que um professor, em princípio mais experiente e informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional, com um objectivo: o desenvolvimento profissional do professor. Situa-se no âmbito da orientação de uma acção profissional: daí chamar-se-lhe, também, orientação da prática pedagógica. (Alarcão & Tavares, 1987) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Cultura docente Ensinar é um empreendimento solitário. Os médicos discutem os diagnósticos dos pacientes; os advogados de defesa e de acusação analisam os julgamentos; os atletas profissionais estudam videogravações dos seus competidores; os artistas escrutinam as telas uns dos outros; e os escritores revêem habitualmente o trabalho dos seus colegas. Os professores, pelo contrário, funcionam em quarentena profissional, raramente tendo a oportunidade de observar outras aulas, comparar convicções, trocar pontos de vista e considerar opções. (Rubin, 1989) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

1.Individualismo 2.A caminho da colegialidade 3.Colegialidade real Cultura docente 1.Individualismo 2.A caminho da colegialidade 3.Colegialidade real 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Cultura docente 1. Individualismo Trabalho isolado, na acção, na preparação, na análise, na discussão, o que pode limitar o acesso a novas ideias e a melhores soluções e fazer com que o stress seja interiorizado e acumulado. Associação desse individualismo à autonomia e ao poder. Implica, por vezes, o não reconhecimento do mérito. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Cultura docente 2. A caminho da colegialidade Trabalho conjunto para garantia de formalização comum (tempos, materiais, etc.). Trabalho conjunto para garantia de cumprimento de normativos, de forma idêntica. Promove o relacionamento entre os professores, mas não se estende à actividade nas salas de aula. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Cultura docente 2. A caminho da colegialidade Este tipo de trocas entre os professores, que não tem repercussões na sala de aula, deixa intactas as suas concepções sobre as práticas e o controlo que exercem sobre elas (...). É um dos impedimentos ao desenvolvimento profissional e à inovação, bem como à implementação de mudanças. (Hargreaves, 1998) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Cultura docente 3. Colegialidade real 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada. Debate regular, pelos docentes, da natureza e fundamento da acção docente que realizam ou planeiam. Situações frequentes de aprofundamento de saber profissional em conjunto, baseadas no estudo e nos contributos de cada um. Assunção regular de decisões colectivas adoptadas por deliberação fundamentada. Acção e decisão individual debatida e analisada com os profissionais seus pares.

Supervisão – concepções O saber profissional específico dos professores não pode ser compreendido se o desligarmos da função social dos professores como alguém a quem a sociedade confia a tarefa de criar contextos de desenvolvimento humano que envolvam o educando na multiplicidade e interactividade das suas dimensões: cognitiva, afectiva, psicomotora, linguística, relacional, comunicacional, ética. (Alarcão & Roldão, 2008) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão – concepções 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada. É a função da escola que promove o ensino através da assistência directa a professores, o desenvolvimento curricular e a formação contínua. (Glickman, 1985) Inclui estratégias de mediação concebidas para facilitar a construção e expansão das capacidades reflexivas do professor e dos seus processos de compreensão e interpretação. (Garmston; Lipton & Kaiser, 2002)

Supervisão – concepções Ganhou uma dimensão colaborativa, auto-reflexiva e autoformativa. (Alarcão & Roldão, 2008) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão – conceitos Aprendentes Os que, na sua dinâmica desenvolvimentista, se autotransformam Saberes Constituídos e em evolução Sociedade Que a cada dia se transforma Profissionais de Ensino: profissionais do desenvolvimento humano 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão – tipos 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada. Vertical – normalmente na formação inicial de professores Horizontal – Sempre que acontece interpares, colaborativa (devendo acompanhar a supervisão vertical)

Supervisão democrática 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada. A Supervisão Democrática valoriza: – a reflexão; – a aprendizagem em colaboração; – o desenvolvimento de mecanismos de auto-avaliação e de aprendizagem individual; – a capacidade de gerar, gerir e partilhar o conhecimento; – a assunção da escola como comunidade reflexiva e aprendente. (Alarcão e Tavares, 2003; Sullivan e Glanz, 200, Tracy, 1998)

Supervisão A supervisão deve compreender formas de interacção e de cooperação entre professores / pares profissionais, susceptíveis de favorecer a investigação-acção, a prática reflexiva e a profissionalização interactiva. (Perrenoud & Thurler, 2002; Liberman,2000; Day,2001) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

SUPERVISÃO é visa foca-se tem Através de Feedback Questionamento Apoio Sugestões Sínteses / balanços Esclarecimentos conceptuais (estratégias) SUPERVISÃO Ambiente formativo estimulador (conceito) Apoiar e regular o desenvolvimento (finalidade) Na reflexão acerca da prática (focagem) Relevância é visa foca-se tem Através de 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão Pedagógica e Avaliação do Desempenho Profissional O desenvolvimento profissional parte de quatro premissas que se interligam: 1. Os professores têm necessidades profissionais ao longo de toda a vida, que devem ser encaradas em termos de continuidade e de progressão; 2. Para que a continuidade e a progressão sejam alcançadas, é necessário avaliar regularmente as necessidades de desenvolvimento profissional; 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Supervisão Pedagógica e Avaliação do Desempenho Profissional Quatro premissas (conclusão): 3. As necessidades de desenvolvimento profissional dos professores derivam do plano de desenvolvimento concebido pelas escolas e condicionam o seu sucesso; 4. As necessidades profissionais identificadas deverão ser conciliadas com as necessidades da escola. (Hargreaves, cit. por Day, 2000). 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Avaliação do Desempenho Profissional A avaliação não fará sentido se não se reflectir positivamente no desenvolvimento profissional do docente, na sua participação mais activa na vida da escola e, sobretudo, nas aprendizagens dos alunos. (Antunes, 2002) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Avaliação do Desempenho Profissional De acordo com o artigo 40.º do ECD: “A avaliação do desempenho do pessoal docente visa a melhoria dos resultados escolares dos alunos e da qualidade das aprendizagens e proporcionar orientações para o desenvolvimento pessoal e profissional no quadro de um sistema de reconhecimento de mérito e de excelência” (DL n.º15/2007, de 19 de Janeiro) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Constituem objectivos da avaliação do desempenho (art.º 40.º do ECD): 1. Contribuir para a melhoria da prática pedagógica do docente; 2. Contribuir para a valorização e aperfeiçoamento individual do docente; 3. Permitir a inventariação das necessidades de formação do pessoal docente; 4. Detectar os factores que influenciam o rendimento profissional do pessoal docente; 5. Diferenciar e premiar os melhores profissionais; 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Constituem objectivos da avaliação do desempenho (art.º 40.º do ECD) (conclusão) 6. Facultar indicadores de gestão em matéria de pessoal docente; 7. Promover o trabalho de cooperação entre os docentes, tendo em vista a melhoria dos resultados escolares; 8. Promover a excelência e a qualidade dos serviços prestados à comunidade. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

De acordo com o artigo 45.º do ECD e o 17.º do DR n.º 2/2008, A avaliação efectuada pelo coordenador do departamento curricular pondera o envolvi-mento e a qualidade científico-pedagógica do docente, com base na apreciação dos seguintes parâmetros classificativos: A. Preparação e organização das actividades lectivas; B. Realização das actividades lectivas; C. Relação pedagógica com os alunos; D. Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Referenciais de Qualidade A procura de referenciais, critérios ou indicadores de qualidade de ensino – que permitam, por um lado, orientar as práticas docentes e, em consequência, sustentar a sua apreciação e, por outro lado, fundamentar as opções de selecção e de formação dos professores – tem sido uma presença constante na teoria e investigação pedagógica. (Damião, M. H., 2008) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Referenciais de Qualidade Expressões como bom professor, professor ideal, professor eficaz, professor competente, são usadas com frequência nesta discussão. Mas… afinal, o que é um bom professor? O que significa um ensino de qualidade? (Damião, M. H., 2008) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Modelos ou Paradigmas de Ensino 1. Tradicional 2 Modelos ou Paradigmas de Ensino 1. Tradicional 2. Do presságio-produto 3. Do processo-produto 4. Personalista 5. Ecológico 6. Reflexivo 7. Cognitivista (Damião, M. H., 2008) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Modelos ou Paradigmas de Ensino (Estrela, 1999) 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada. Modelos ou Paradigmas de Ensino (Estrela, 1999)

EDUCAÇÃO A educação é o processo que visa o desenvolvimento harmónico do ser humano nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade. É um processo de aquisição de conhecimentos e aptidões. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

ALUNO O substantivo aluno provém do latim alumnu-, e significava «criança que se dá para criar». A partir desse significado, a palavra passou a designar, em geral, a criança que está a aprender. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

PROFESSOR Professor é também uma palavra com origem no latim, com o significado de «aquele que ensina», «aquele que cultiva uma arte», «o que é muito versado em algo». Professor: pessoa cuja profissão ou função é o ensino de alguma ciência, arte ou língua. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Científica Pedagógica Didáctica As 3 Competências do Professor Científica Pedagógica Didáctica 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

COMPETÊNCIA CIENTÍFICA Um professor tem de dominar o saber inerente à disciplina que lecciona. Tem de ter um conhecimento sólido das matérias que vai leccionar. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

COMPETÊNCIA PEDAGÓGICA A palavra Pedagogia provém do grego e começou por significar «direcção ou educação de crianças». Um professor tem de ter conhecimentos sólidos sobre a psicologia das crianças e dos jovens (que constituem a maioria dos alunos no sistema de ensino português) e da forma como aprendem. De realçar, actualmente, os conhecimentos trazidos pelas neurociências. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

DIDÁCTICA A arte de ensinar DIDÁCTICA A arte de ensinar. A arte, técnica ou ciência de fazer aprender. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

DIDÁCTICA A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a escrever. Cada disciplina, cada saber, tem a sua didáctica. 1. O termo Didáctica começa a ser utilizado no contexto de Educação nos finais do século XVI, princípios do XVII. O pedagogo alemão Wolfgang Ratke (1571-1635) chamou-se a si próprio “didacticus” ao introduzir um novo sistema educativo na Alemanha. Quem vulgarizou o termo foi Coménio (1592-1670), com a sua famosa obra Didactica magna, seu omnes omnia docendi artificium, em boémio (1628) e em latim (1657). 2. O que é então a Didáctica? A didáctica é a arte de ensinar; a arte, técnica ou ciência de fazer aprender. A didáctica de uma disciplina ou de uma área de ensino compreende todos os processos específicos (métodos e técnicas) que levam a que esse saber seja aprendido e dominado pelos alunos. Não se ensina Educação Física como se ensina Matemática ou Ciências da Natureza ou como se ensina a ler ou a compreender como a Língua funciona. Cada disciplina, cada saber tem a sua didáctica. 3. Quanto ao termo Funcionamento da Língua, ele é utilizado há quase duas décadas nos programas de Português, alternando com o termo Gramática, por um lado porque os assuntos que pertencem ao domínio do Funcionamento da Língua ultrapassam os que eram tratados na gramática tradicional e por outro porque aquele termo “funcionamento da língua” indicia o tratamento proposto nos programas aos assuntos deste domínio: pretende-se que os alunos compreendam como a língua funciona, se apercebam dos seus aspectos estruturantes, obtenham conhecimentos e desenvolvam competências de modo a também eles dominarem esse funcionamento da língua. A menor utilização do termo gramática indicia a recusa do ensino da gramática apenas como um conjunto de termos ou de regras. No programa do 3.º Ciclo do Ensino Básico (o ciclo final do Ensino Básico), no início do capítulo respeitante ao “Funcionamento da Língua” (pág. 48), explicita-se o seguinte: A gramática, enquanto exercício de observação e de aperfeiçoamento dos discursos e de estruturação de conhecimentos linguísticos funcionais, permite regular e consolidar progressivamente a expressão pessoal nas suas realizações orais e escritas. A reflexão gramatical deverá ocorrer oportunamente no âmbito de estratégias pedagógicas orientadas para a resolução de problemas linguísticos: - manifestados pelos alunos em intervenções orais, na interpretação ou no aperfeiçoamento de textos; - antecipados pelo professor a partir de debates, de leituras de obras, de textos produzidos pelos alunos. Ou seja, ensinar o Funcionamento da Língua é ensinar Gramática, e, como não há que ter medo das palavras, vamos aqui recuperar o termo Gramática. A Gramática existe pelo menos desde o tempo de Aristóteles, que, na Grécia antiga, se preocupara em analisar a língua, embora superficialmente. Ele analisou as orações, fazendo uma certa distinção entre partes significativas das mesmas: considerou que o nome e o verbo são partes significativas da oração, enquanto os artigos e as conjunções são partes da oração sem qualquer significação. Também se preocupou com a noção de caso, a divisão das palavras e várias partes do discurso. Os estóicos continuaram os estudos aristotélicos com investigações sobre as diferentes categorias gramaticais, assim como os alexandrinos, aos quais devemos algumas das definições gramaticais que perduraram até ao século XX. Os Romanos apropriaram-se em parte dos estudos gramaticais dos Gregos, adaptando-os, e esses ensinamentos foram seguidos na Idade Média. As obras dos gramáticos latinos (Élio Estilão, Varrão, Nigídio Fígulo, Probo, Acelo Gélio, Suetónio Tranquilo e, sobretudo, os autores do século IV, Élio Donato e Prisciano) exerceram uma enorme influência na cultura gramatical da Idade Média, tendo dado um grande contributo para a feitura das gramáticas e dos manuais dos tempos modernos. Em Portugal, surge-nos, no século XVI, Fernão de Oliveira, o autor da primeira gramática da língua portuguesa. Seguem-se-lhe, também no século XVI, João de Barros, Duarte Nunes de Leão e Pêro de Magalhães de Gandavo. No século XVII, os nossos principais gramáticos são Bento Pereira, Amaro de Reboredo e Frei Domingos Vieira. Do século XVIII, podemos referir os nomes de Lobato, M. Feijó, Monte Carmelo, José de Macedo, Melo da Fonseca, Frei Jerónimo, Contador de Argote, Cândido Lusitano e António Pereira de Figueiredo. Nos séculos XIX e XX, são muitos os autores de gramáticas e manuais, salientando-se alguns nomes que ainda são conhecidos dos professores mais antigos: Adolfo Coelho, A. Epifânio da Silva Dias, António Garcia R. de Vasconcelos, José Domingos de Azevedo, Adriano A. Gomes, Ulisses Machado, José Portugal, José Joaquim Nunes, Francisco Torrinha, Pires de Castro e M. Santos Lameirão, José Guerreiro Murta, José Maria Relvas, José Pereira Tavares, F. J. Martins Sequeira, Teresa Leitão de Barros, Irondino Teixeira de Aguilar… De meados do século XX, em Portugal, é sobejamente conhecida a gramática de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira; depois, diacronicamente falando, a de Lindley Cintra e Celso Cunha. Podemos ainda referir os nomes de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz ou de Mário Vilela como autores de gramáticas de referência. Os nomes que avultam agora, no final do século XX, inícios do XXI, são os de Maria Helena Mira Mateus, Ana Maria Brito, Inês Duarte e Isabel Hub Faria, com estudos significativos sobre Linguística e co-autoras da Gramática da Língua Portuguesa, da Caminho, obra que, na sua quinta edição, em 2003, se constituiu como uma referência a ter em conta quando se fala em Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Não queria terminar esta breve referência a autores de gramáticas da Língua Portuguesa sem mencionar alguns nomes de ilustres gramáticos brasileiros do século XX: Alfredo Gomes, Antenor Nascentes, o grande Manuel Said Ali, Celso Cunha, Mário Barreto, Napoleão Mendes de Almeida, Henrique da Rocha Lima e Evanildo Bechara, este último, o autor da melhor gramática brasileira de Língua Portuguesa, intitulada Moderna Gramática Portuguesa, da Editora Lucerna, que em 2003 deu à estampa a 37.ª edição, revista e ampliada.

Qual o suporte das evidências (portefólio; aulas...)? Supervisão Pedagógica e Avaliação do Desempenho Docente Como construir um referencial de ADD: Quais os referentes internos e externos (normativos, fichas ADD; PEE, Programas, ...)? Que critérios (correcção; adequação; conformidade; pertinência; regulação; ...)? Qual o suporte das evidências (portefólio; aulas...)? Qual a técnica de recolha de informação? (análise documental; observação; entrevista; ...)? Quais os instrumentos de registo (Grelha de observação; lista; ...)? Como relacionar com os parâmetros das fichas de avaliação? (Alves & Machado, 2008) 38

Supervisão Pedagógica e Avaliação do Desempenho Profissional No contexto de uma supervisão colaborativa e de um processo de avaliação entre pares profissionais: O importante é descrever e não julgar, perspectivando a avaliação como um processo formativo; O avaliador não é o sujeito da avaliação, mas um dos sujeitos da mesma, organizando o processo de negociação e estimulando os avaliados que se tornam co-autores da sua própria avaliação (Simões, 2000)

Estratégias Facilitadoras O processo de avaliação deve ser praticável, isto é, não deve ser incómodo, complexo, burocrático ou inútil. (Day, 1992) Contexto mais comum: formação inicial • Contexto actual: actividade profissional Trabalho colaborativo no departamento

Estratégias Facilitadoras A avaliação e o desenvolvimento profissional devem contribuir para um menor isolamento do professor e libertar mais tempo para reflectir sobre a acção, tanto fora como dentro da sala de aula. (Day, 1992)

Questões de ordem ética Princípio da transparência Princípio da confiança mútua

Áreas de Reflexão e Experimentação Competências e funções do supervisor no contexto de uma supervisão colaborativa Áreas de Reflexão e Experimentação Competências Funções Supervisão Atitudes: Abertura Disponibilidade Flexibilidade Sentido crítico Informar Questionar Sugerir Encorajar Avaliar Observação Saberes (experimental + documental) do processo de supervisão do processo de observação da didáctica da disciplina Didáctica Capacidades Descrição Interpretação Comunicação Negociação (Vieira, 1993) 43

Qualidade da Supervisão A qualidade da supervisão surge associada ao seguinte critério: “promover a capacidade de reflectir, criticamente, sobre a acção profissional” (Schön, 1987) É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 44

Qualidade da Supervisão Indicadores de qualidade positiva Indicadores de qualidade negativa Constrangimentos É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro (Alarcão e Roldão, 2008) 45

Qualidade da Supervisão Indicadores positivos Exemplos: Saber Capacidade de aceitar e reformular em conjunto Capacidade de liderar, orientar e estimular o grupo para a acção Promoção de trabalho em colaboração Disponibilidade Pesquisa de informação científica Capacidade de introduzir mudanças na prática docente Crítica construtiva Estímulo ao pensamento Partilha de experiências e comunicação entre colegas Abertura a novas perspectivas . . . É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 46

Qualidade da Supervisão Indicadores negativos Exemplos: Falta de flexibilidade Deficiente avaliação Pouco apoio dos supervisores Ausência de trabalho colaborativo . . . É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 47

Qualidade da Supervisão Constrangimentos Exemplos: De ordem temporal (trabalho excessivo, falta de tempo para supervisionar correctamente) Considerar a sala de aula como uma “ilha” dentro da escola – situação limitativa de uma compreensão educativa global. Dificuldades organizativas Resistências pessoais à avaliação (auto e hetero) É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 48

O processo de supervisão O fulcro da actividade reside na colaboração que se manifesta no encontro de colegas que se debruçam sobre os dados colhidos durante uma observação realizada para perscrutar o sentido de um aspecto específico do acto do ensino e aprendizagem, as razões da sua existência e/ou as mudanças que nele se pode operar. É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 49

Dimensões da Supervisão Decreto regulamentar n.º2/2008, art.º 17.º • Preparação e organização das actividades lectivas • Realização das actividades lectivas • Relação pedagógica com os alunos • Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 50

O Ciclo da Supervisão Pré-observação Pós-observação Observação 51 Os professores, como adultos, não aprendem tanto com a frequência de cursos ou a leitura de livros e revistas (Stenhouse,1978), mas sobretudo com a observação, análise e reflexão do seu próprio ensino ou do ensino praticado pelos seus colegas (Berlak e Berlak,1981; Little,1982; Sprinthall e Sprinthall,1986). 51

Finalidades de cada uma das fases do ciclo de supervisão Encontro pré-observação:: . Clarificação da tarefa de ensino (objectivos, estratégias, etc.) e definição dos objectivos de observação; antecipação de possíveis problemas de aprendizagem. Análise da concepção da planificação das aulas a observar, identificando-se o enfoque da observação a efectuar. De um modo global, o encontro pré-observação orienta a observação numa direcção determinada, geral ou focalizada, em função das circunstâncias e necessidades do observado. Ao nível afectivo, contribui para elevar o grau de confiança do professor, criando um clima de colaboração e inter-ajuda. É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 52

Encontro pré-observação Possíveis itens a abordar: • Caracterização da turma • Objectivos (aprendizagens e competências a desenvolver, pelos alunos, nesta aula) • Conteúdos a abordar • Procedimentos de avaliação • Estratégias a implementar (tarefas a propor, forma de organização do trabalho, recursos) • Momentos ou fases da aula e tempo • Expectativas (previsão de dificuldades e propostas de resolução) • Integração na sequência de trabalho (o que se fez antes e o que se prevê fazer de seguida) (Adaptado de Palmira Alves por Santos,L., 2008) É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 53

Finalidades de cada uma das fases do ciclo de supervisão Observação: Momento de recolha de informação relativa aos objectivos previamente delineados, tendo em vista a descrição do que acontece. Os dados recolhidos constituirão a base da posterior reflexão e análise da aula. É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 54

Observação Possíveis itens a abordar: • Estrutura (fases, duração, sequência) • Tarefas propostas (natureza, origem, grau de estruturação, sistematização, avaliação) • Discurso na acção (papel do professor e do aluno) • Ambiente (ritmo, envolvimento dos alunos, relação entre professor e alunos e alunos entre si) (Adaptado de Palmira Alves por Santos, L., 2008) É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 55

Finalidades de cada uma das fases do ciclo de supervisão Encontro pós-observação: Supervisor e professor analisam o que aconteceu durante a aula. Faz-se a análise dos pontos sobre os quais se convencionou centrar a observação, de acordo com as necessidades do formando ou de algum plano sistemático. Discute-se a congruência entre intenções e realizações, numa tentativa de identificar os pontos que são susceptíveis de modificação e conducentes ao novo plano de acção a executar. São traçados novos objectivos e estratégias de ensino e de observação, o que significa que pode ocorrer alguma sobreposição temporal entre este encontro e o de pré-observação seguinte. Não se deve perder de vista o binómio ensino-aprendizagem: o comportamento do professor e os comportamentos dos alunos deverão analisar-se na sua inter relação, centrando-se a reflexão no acto ensinar-aprender. Subjacente a toda a análise devem estar perguntas relativas ao porquê da aprendizagem ou não-aprendizagem dos alunos (desmotivação, desinteresse, indisciplina). 56

Encontro pós-observação Possíveis itens a abordar: • O que correu bem e porquê • Incidentes críticos • Aspectos menos conseguidos e possíveis razões explicativas • Estratégias a alterar • Ilações a tirar para o futuro • Identificação de necessidades e formas de lhes dar resposta (Adaptado de Palmira Alves por Santos, L., 2008) É socioconstrutivista: é apoiado por outros (colegas e supervisores) É analítico-reflexivo pois envolve: Observação de si e dos outros; reflexão; feedback; organizadores mentais (mapas conceptuais) Contacto com a realidade; contextos diversificados; lógica projectual; pesquisa, ... É intemporal: influência de antigos professores, Revisita disciplina do curso Perspectiva exercício futuro 57

Finalidades da Supervisão: desenvolvimento em contexto profissional Neste quadro, a supervisão da prática pedagógica: emerge não apenas como um caso particular de ensino e aprendizagem mas como uma auto e hetero supervisão comprometida e colaborante, em que os professores se entreajudam a desenvolver-se e a melhorar o seu próprio ensino; constitui um verdadeiro projecto de investigação dos professores sobre o seu próprio ensino, através de um caminho metodológico que inclui experiência, conceptualização, acção, observação, reflexão e avaliação – professor investigador.

Instrumentos de registo Observação de aulas Instrumentos de registo Listas de verificação Permitem identificar a presença ou ausência de elementos considerados relevantes (factos, comportamentos, resultados de aprendizagens…). Grelhas de observação Instrumentos um pouco mais sofisticados, uma vez que permitem também registar a frequência dos elementos observados, incluindo mesmo, por vezes, escalas de apreciação relativamente aos itens em que as grelhas se estruturam.

Instrumentos de registo Critérios de construção (Instrumentos simples, claros e eficazes) Instrumentos de Registo Seleccionar apenas a informação necessária e útil. Convém não multiplicar desnecessariamente os dados a recolher, ao ponto de dispor de informação redundante, sem que daí resulte qualquer benefício para o sistema. Assegurar a precisão, credibilidade e fiabilidade dos dados. Estes deverão ser rigorosos e válidos. Respeitar o princípio da transparência. Num agrupamento de escolas ou numa escola não agrupada, os instrumentos de registo normalizados que forem adoptados devem ser do conhecimento de todos os avaliados.

Instrumentos de registo Critérios de construção (conclusão) Proceder ao cruzamento da informação proveniente de várias fontes de dados e da aplicação de diferentes métodos. Quanto maior for o cuidado de realizar cruzamentos entre diferentes metodologias e resultados obtidos, mais adequada e completa será a avaliação final efectuada, contribuindo para reduzir o grau de subjectividade das apreciações. Manter em todo o processo uma conduta pautada por um elevado grau de ética profissional. Esta atitude poderá reforçar um clima de respeito e de confiança entre profissionais de educação e garantir o rigor e a credibilidade dos instrumentos. (Conselho Científico para a Avaliação de Professores, Recomendações de 25 de Janeiro de 2008)

Instrumentos de Registo ENQUADRAMENTO SISTÉMICO Fichas de Avaliação DIVERSIDADE CONTEXTUAL SINGULARIDADE DOS INSTRUMENTOS DE REGISTO Instrumentos de Registo

Instrumentos de Registo Indicadores Definição de Indicadores Comportamentos susceptíveis de serem apreendidos pelos instrumentos de registo e tradutores das dimensões constantes nas fichas de avaliação. Indicador: Instrumento construído com o objectivo de revelar certos aspectos pertinentes de uma realidade, de outro modo não perceptíveis, com o fim de estudar, de diagnosticar ou de agir (avaliar) sobre ela. (Carmo e Ferreira, 1999)

Instrumentos de Registo Indicadores Definição de Indicador A construção do indicador implica passar da abstracção (conceito) à observação ou medida necessária para o nível de participação (ex.: participação nas aulas) Os Indicadores podem ser: Qualitativos e Quantitativos

Instrumentos de Registo Indicadores Exemplo: C1 – Promoção de um clima favorável ao bem- -estar e ao desenvolvimento afectivo, emocional e social dos alunos Como se define clima favorável? Como se define bem-estar? Como se define desenvolvimento afectivo e emocional? Se não forem definidos com exactidão, não poderá acontecer que o avaliador (coordenador) se deixe influenciar pela sua conceptualização (percepção), que pode não corresponder à do avaliado (professor) e pode ser diferente da de um outro avaliador da mesma escola?

A Concluir Fazer supervisão não é um processo meramente técnico. É um processo social em que a dimensão cognitiva e a relacional se conjugam instrumental e estrategicamente em função de dois objectivos: o desenvolvimento da escola como organização e o desenvolvimento profissional dos professores. (Alarcão, 2002)

Bibliografia Alarcão, I. & Roldão, Mª C. (2008). Supervisão. Um contexto de desenvolvimento profissional. Mangualde: Edições Pedago. Alarcão, I. & Tavares, J. (2003). Supervisão da Prática Pedagógica. Uma perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Livraria Almedina (2.ª ed. revista e desenvolvida). Alves, P. & Machado, E. (2008). Encontros Temáticos: Avaliação do Desempenho Docente, in http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.dgrhe.min-edu.pt/ . Carmo, H.; Ferreira, M. M. (1999). Metodologia da Investigação: Guia para auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta. Damião, M. H. (1996). Pré, inter e pós acção – planificação e avaliação em pedagogia. Coimbra: Minerva.

Bibliografia Damião, M. H. (1996). Pré, inter e pós acção – planificação e avaliação em pedagogia. Coimbra: Minerva. Damião, M. H. (2008). Ensino e formação de professores: De perspectivas teóricas a um esquema ecléctico. Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra [FEDER/ POCI 2010 – SFA – 160 – 490]. Damião, M. H. & Ribeiro, J. M. (2008). Reflexão docente: problemática, dilemas e critérios. In De Rerum Natura. Day, C. (2001). Desenvolvimento Profissional dos Professores: Os Desafios da Aprendizagem Permanente.Porto: Porto Editora. Estrela, A. (19944). Teoria e Prática de Observação de Classes – Uma estratégia de formação de professores. Porto: Porto Editora.

Bibliografia Estrela, A. (19944). Teoria e Prática de Observação de Classes – Uma estratégia de formação de professores. Porto: Porto Editora. Hargreaves, A. (1998). Os Professores em tempos de mudança – O trabalho e a cultura dos professores na idade pós-moderna. Lisboa: McGraw Hill. Santos, L. (2008). Formação de formadores: Avaliação do Desempenho dos docentes. Sintra. Simões, G. (2000). A Avaliação do desempenho docente: Contributos para uma análise crítica. Lisboa: Texto Editora. Schön, D. (1987).Educating the Reflective Practioner. New York; Jossey-Bass. Sullivan, S. ; Glanz, J. (2000). Alternative approaches to supervision. In Journal of Curriculum and Supervision, 15(3): 212-235. Vieira, F. (1993). Supervisão – Uma prática reflexiva de formação de professores. Porto: Porto Editora.

Centro de Formação Os Templários Tomar, 6 de Fevereiro de 2009 FIM SUPERVISÃO PEDAGÓGICA Congratulo-me com o facto de esta assembleia querer ouvir falar e debater a Didáctica, assunto este que tem andado arredado dos discursos sobre Educação. Fala-se muito de Pedagogia, mas pouco de Didáctica. Esta comunicação contém três partes: de início uma clarificação do tema, seguindo-se a enunciação de alguns princípios e sugestão de um percurso a adoptar para o ensino do funcionamento da língua e, a terminar, uma referência à Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Comecemos, então, pela Didáctica. O que é a Didáctica? Centro de Formação Os Templários Tomar, 6 de Fevereiro de 2009 FIM