Evolucionismo Cultural (Edward Tylor, Lewis Morgan e James Frazer).

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Transcrição da apresentação:

Evolucionismo Cultural (Edward Tylor, Lewis Morgan e James Frazer). 6ª aula Profª Karina Oliveira Bezerra

Edward Tylor (1832-1917) Tylor lançando-se no debate da época no qual as diferenças entre os homens deveriam ser explicadas pela diferença de local de origem (determinismo geográfico) ou de raça (determinismo biológico), posiciona-se contra estes, porque assume teoricamente o evolucionismo como explicação da variabilidade (de grau) da Cultura, bem como a origem única do homem, o monogenismo, afirmando que: para o presente propósito, parece tanto possível quanto desejável eliminar considerações de variedades hereditárias, ou raças humanas, e tratar a humanidade como homogênea em natureza, embora situada em diferentes graus de civilização.

Edward Tylor (1832-1917) Inglaterra Considerava a humanidade um todo em crescimento através dos tempos, indo da infância à maturidade, estando os povos primitivos situados no estágio infantil. Atribuía aos antropólogos a tarefa de estabelecer, de modo geral, uma escala da civilização, colocando as nações européias em um extremo da série social e, na outra, as nações selvagens. Achava que as instituições humanas eram distintamente estratificadas, tal como as diferentes camadas da terra, que se sucedem em séries uniformes por todo o globo, independentemente das raças ou da linguagem. Tylor procurou das um cunho cientifico à Antropologia, usando o que chamou de “aritmética social”, ou seja, a disposição dos costumes em tabelas para ver como se relacionavam. Por isso pode ser considerado o fundador do método comparativo.

A comparação deve ser feita entre elementos da cultura (armas; mitos, ritos e cerimônias), pois “um primeiro passo no estudo da civilização é dissecá-la em detalhes e, em seguida, classificá-los em seus grupos apropriados” Tylor afirma que a comparação deveria ser entre “raças que se encontram em torno do mesmo grau de civilização”, não sendo levado em consideração a “o tempo histórico e local geografico. O elemento que o ajudaria a traçar o curso da evolução seria as “sobrevivências”, pois como seriam “processos, costumes, opiniões que, por força do hábito, continuaram a existir num novo estado de sociedade diferente daquele no qual tiveram sua origem”, seriam evidências, “provas e exemplos de uma condição mais antiga de cultura que evoluiu em uma mais recente”

Lewis Morgan (1818-1881) Estados Unidos Morgan apresentou a tese evolucionista na introdução de seu livro Ancient Society (1877). Para ele, é incontestável que parte da família humana viveu em estado de selvageria, outras em estado de barbárie e outras, ainda, em estado de civilização, sendo também inegável que essas três condições distintas estavam ligadas umas às outras por uma sequência do progresso natural. Ver quadro na próxima página. Quando organizadas e comparadas tendem a mostrar a origem única da humanidade, a semelhança de desejos humanos em um mesmo estágio de avanço e a uniformidade das operações da mente humana em condições similares de sociedade. Lewis Morgan debruçou-se sobre o parentesco na tentativa de compreender os estágios de evolução cultural do homem. Morgan percebia que o parentesco é um elemento universal, estando presente em todas as culturas, porém, de formas diversas.

James Frazer (1854-1941) Frazer pesquisou a noção de “magia” entre os nativos com um determinado objetivo de pesquisa, que foi  Perceber que a magia faz parte de uma etapa do desenvolvimento humano que é superada pela religião e, por fim, pela ciência. "O ramo de ouro" é uma obra onde o autor faz um estudo comparativo dos mitos e do folclore de várias sociedades, e levanta a tese de que o pensamento humano evoluiu de um estágio mágico para outro religioso, e daí para um nível científico.

Unidade psíquica da espécie humana A grande questão que tomava conta do debate antropológico e sobre os quais os antropólogos buscavam respostas era: Como pode haver uma grande diversidade cultural entre os povos se há uma origem comum? A solução a esta questão é a existência de uma evolução, isto é, haveria um caminho a ser trilhado por todas as sociedades, numa trajetória vista como obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio “selvagem”, passando pela barbárie até chegar à civilização. A partir desse pressuposto, os antropólogos deveriam estudar os povos antigos ou a cultura primitiva para traçar essa trajetória.

Postulados básicos da teoria evolucionista da cultura Sucessão unilinear: Existência de um fio singular ou evolução unilinear através de toda a história cultural; mesmo havendo, em determinado momento, degeneração, a tendência geral era sempre ascendente. Significa que diferentes grupos humanos partiram, em tempos remotos, de uma condição geral de carência de cultura e, devido à unidade da mente humana e à consequente resposta similar a estímulos externos e internos, evoluíram em todas as partes aproximadamente do mesmo modo, parecidos. A história cultural encontra, portanto, “raízes em uma unidade psíquica pela qual todos os grupos humanos teriam supostamente o mesmo potencial de desenvolvimento evolucionário, embora alguns estivessem mais adiantados do que outros devido ao clima, ao solo e outros fatores”. Método comparativo Sobrevivência: vestígios através dos quais se poderia, num trabalho semelhante ao de um detetive, reconstituir o curso da evolução cultural humana.

Aspectos negativos e positivos 1 – Não consideração do fator tempo e espaço. 2- Emprego indiscriminado do método comparativo/falta de rigor teórico. 3- Conceito de sobrevivência, que teria retardado o trabalho de campo. Aspectos positivos Contribuições teóricas como: análise da realidade social e conhecimento de diferentes sociedades, para o entendimento geral da humanidade. Primeiros a empregar o conceito de cultura e a livrar este conceito de sua primitiva confusão com o de raça. Enriqueceram o vocabulário com a introdução de termos como: exogamia e endogamia, magia simpática, totemismo, clã, tribo, e tantos outros.