Daniel Trabulo, Ana L. Alves, Cristina Lobato, Fátima Augusto, Ana P

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Transcrição da apresentação:

Desafios terapêuticos na hepatite autoimune: experiência de um hospital distrital Daniel Trabulo, Ana L. Alves, Cristina Lobato, Fátima Augusto, Ana P. Oliveira Serviço de Gastrenterologia Hospital de São Bernardo Centro Hospitalar de Setúbal

Introdução Corticoterapia +/- azatioprina – terapêutica eficaz Remissão clínica, laboratorial e histológica - 80% em 3 anos Sobrevida aos 20 anos > 80% Redução/prevenção da fibrose hepática – 79% Morte por insuficiência hepática/necessidade de transplante < 5% No entanto… Ausência de resposta ou intolerância – 10-20% Efeitos adversos graves - 13% Falência do tratamento – 9% Resposta incompleta – 13% Recidiva após suspensão da terapêutica – 50-86% Czaja, World J Gastroenterol 2010 Czaja, Aliment Pharmacol Ther 2013

Introdução Hepatite auto-imune: Diversidade de apresentação clínica Incertezas relativas à história natural Evolução de opiniões relativas aos endpoints terapêuticos Doença refractária à terapêutica convencional Intolerância à terapêutica convencional Plétora de agentes imunossupressores alternativos (ciclosporina, tacrolimus metotrexato, micofenolato mofetil, anticorpos monoclonais, moléculas recombinantes…) Guidelines fracas, discrepantes ou não-existentes Czaja, World J Gastroenterol 2010 Czaja, Aliment Pharmacol Ther 2013

Introdução Desafios terapêuticos: Suspensão do tratamento Tratamento da síndrome de sobreposição Tratamento após recidiva Tratamento se resposta subóptima à terapêutica convencional (falência, resposta incompleta) Efeitos adversos à terapêutica convencional Instituição de terapêuticas de resgate Czaja, World J Gastroenterol 2010 Czaja, Aliment Pharmacol Ther 2013

Objectivos Estudar as características clínicas e laboratoriais Estudar a abordagem terapêutica utilizada Avaliar a eficácia dessa estratégia terapêutica Doentes com HAI intolerantes ou não respondedores à terapêutica convencional (prednisolona ou prednisolona+azatioprina)

Doentes e Métodos Estudo retrospectivo dos processos clínicos dos doentes seguidos em consulta de Hepatologia com diagnóstico de HAI (critérios de diagnóstico de IAIHG, 2008)1 e Intolerantes ou não respondedores à terapêutica convencional com prednisolona +/- azatioprina. 1Hennes EM, Zeniya M, Czaja AJ et al. Simplified criteria for the diagnosis of autoimmune hepatitis. Hepatology, 2008

Definições Resposta incompleta – ausência de remissão em 2 anos de tratamento Falência do tratamento – agravamento clínico, laboratorial e histológico apesar de compliance terapêutica Intolerância ao tratamento – descompensação de diabetes mellitus, psicose, fractura vertebral, glaucoma (corticóides) ou citopénia, artralgia, mialgia, pancreatite aguda (azatioprina) Recidiva após suspensão da terapêutica – recrudescência de actividade inflamatória caracterizada pelo reaparecimento de hepatite de interface na biópsia hepática e  AST 3x LSN Síndrome de overlap – HAI + CBP/CEP/outro síndrome colestático Czaja, World J Gastroenterol 2010 Czaja, Aliment Pharmacol Ther 2013

Resultados N=19/60 (31%) Idade média 46,9 anos

Resultados %

Resultados

Resultados

Resultados

Resultados Diabetes descompensada - 1 Glaucoma - 1 Pancreatite à azatioprina – 1 Citopénia - 1

Resultados

Resultados ALT: p=0,01 AST: p=0,005

Resultados Tempo médio de follow-up: 5,2 anos Ausência de resposta com terapêutica imunossupressora com evolução para cirrose e óbito em lista de espera para Tx hepático - 1 Nos restantes: Efeitos secundários – 0 Complicações - 0 Recidivas - 0

Conclusão A nossa estratégia terapêutica foi eficaz em 95% dos casos (18/19) Nos doentes com síndrome de sobreposição e FA > 2x o limite superior do normal, adicionou-se AUDC 13-15 mg/kg/d Nos doentes com resposta incompleta optou-se por: Aumentar a dose de azatioprina (>50-150 mg/dia) Terapêutica de manutenção com azatioprina Nos doentes com recidiva após suspensão da terapêutica: Reinstituir terapêutica original Aumentar dose de azatioprina (> 50-150mg/dia)

Conclusão Nos doentes com falência do tratamento: Aumento da dose de prednisolona (40 mg/d) e de azatioprina (150 mg/d) – 1 mês Desmame progressivo de corticóides Terapêutica de manutenção com azatioprina Nos doentes com falência do tratamento/intolerância à azatioprina ou prednisolona, optou-se por: Tacrolimus 4 mg bid Metotrexato 15 mg/semana Budesonido 3 mg tid

Conclusão Existem níveis de incertezas, opiniões divergentes e ausência de evidência consistente na abordagem deste grupo particular de doentes Redefinição de estratégias actuais de tratamento: Aumento da dose de azatioprina Utilização de corticóide alternativo Introdução de novos fármacos imunossupressores como o tacrolimus e o metotrexato Estas decisões terapêuticas requerem julgamentos clínicos que devem ser individualizados e adaptados a cada doente.