SOLUÇÕES XAROPE ELIXIR

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
SOLUÇÕES E SOLUBILIDADE
Advertisements

soluções DISPERSO DISPERSÃO DIPERSANTE
Misturas e Soluções.
Drágeas, Cápsulas e Supositórios
SOLUÇÕES.
Química Geral Soluções - Cálculos Solução
Extração de DNA de Plantas.
ESTUDOS DAS SOLUÇÕES.
Tópicos em Preparo de Soluções e Conversão de Unidades
Soluções Luiz Fernando Chiavegatto.
Forma farmacêutica: Suspensão
O que você deve saber sobre
SOLUÇÕES By ducha.
Estudo dos Sistemas Dispersos
Estudo dos Sistemas Dispersos
Dispersões È a união de duas ou mais espécies químicas
A Água -Ciclo da água - A Água na Natureza - A Água e os seres vivos
Misturando as coisas....
PRODUTO DE SOLUBILIDADE
PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS
Misturando as coisas....
SOLUÇÕES Prof. Cleverson Chacal.
FORMAS FARMACEUTICAS LIQUIDAS
Desnaturação 4ª Parte.
ESTUDOS DAS SOLUÇÕES.
QUÍMICA GERAL UNIDADE 9 – SOLUÇÕES Prof. Cristian Berto da Silveira.
SOLUÇÕES.
Professor: José Tiago Pereira Barbosa
SOLUÇÕES
SOLUÇÕES.
Soluções.
Soluções.
Profa. Patrícia da Fonseca Leite
Profa. Patrícia da Fonseca Leite
Formas farmacêuticas constituídas em sistemas dispersos heterogêneos
SUSPENSÕES E SOLUÇÕES.
Cápsulas.
Curvas de Solubilidade
ESTUDO DAS DISPERSÕES.
SOLUÇÕES E SOLUBILIDADE (PARTE 02)
A Química tem Soluções.
Profa. Patrícia da Fonseca Leite
SOLUÇÕES E SOLUBILIDADE (PARTE 01)
Controle de Qualidade na Farmácia de Manipulação
Capítulo 17 Aspectos Adicionais dos Equilíbrios Aquosos
Propriedades das Soluções
Formulações e Formas Farmacêuticas
Soluções aquosas e concentrações.
Revisão Avaliação Bimestral de Ciências
Revisão Avaliação Bimestral Ciências 1º bimestre
Prof. ALEXANDRE D. MARQUIORETO
Módulo III - Métodos de Preservação da Carne
Propriedade das soluções Nomes: João Paulo Bruscadin Nº Rafael Truffa Nº Rafael Truffa Nº
SOLUÇÕES Em nosso dia-a-dia, encontramos várias soluções, muitas das quais são essenciais à nossa vida. Por exemplo, o ar que respiramos, (isento de partículas.
SUBSTÂNCIAS PURAS E MISTURAS
Prof. Fernando Antonio Antunes de Oliveira
Pós, Granulados e Comprimidos
SOLUÇÕES.
SOLUÇÕES.
Profa. Ms. Larissa Funabashi de Toledo Dias
PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS
PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS
Biofarmácia Curso de Farmácia
Forma Farmacêutica de Dispensação
QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA
Prof. MSc. Rodrigo Alves do Carmo
Vias de Administração Anne K. Schreiber.
SOLUÇÕES.
SOLUÇÕES. Quando juntamos duas espécies químicas diferentes e, não houver reação química entre elas, isto é, não houver formação de nova(s) espécie(s),
Prof. Cleverson chacal Soluções Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. O mundo que nos rodeia é constituído por sistemas formados por.
Transcrição da apresentação:

SOLUÇÕES XAROPE ELIXIR Profa. Dra. Patricia da Fonseca Leite

SOLUÇÃO - DEFINIÇÕES: Mistura de dois ou mais componentes que formam uma única fase, que é homogênea. Constitui um sistema disperso, entretanto o tipo de interação é molecular. Impossível separar o disperso do dispersante por processos físicos. Em farmácia, uma solução é uma forma farmacêutica líquida, caracterizada pela formação de um sistema onde todas as substâncias sólidas presentes na formulação devem estar totalmente dissolvidas em um veículo adequado. Portanto a solução deve ser líquida e transparente.

Quando dissolvemos o sal na água, as características elétricas da molécula de H2O interferem com a atração eletrostática dos íons do sal, que se enfraquecem e se dispersam pelo líquido de novo na condição de íons livres.

USOS DAS SOLUÇÕES: INTERNO: ORAL E INJETÁVEIS. EXTERNO: TÓPICO (PELE E MUCOSAS). VANTAGENS: - > FACILIDADE DE INGESTÃO: PACIENTES PEDIÁTRICOS, GERIÁTRICOS, PROBLEMAS DE DEGLUTIÇÃO; - MELHOR ABSORÇÃO (BIODISPONIBILIDADE): FÁRMACO JÁ DISSOLVIDO; - É UM SISTEMA HOMOGÊNEO: FÁRMACO UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDO – UNIFORMIDADE DOSE; - MENOR IRRITABILIDADE NO TGI.

DESVANTAGENS TRANSPORTE E ARMAZENAGEM: VOLUMOSOS, PESADOS; QUEBRA DA EMBALAGEM: PERDA IRREVERSÍVEL; ESTABILIDADE (HIDRÓLISE): USO DE ADJUVANTES (ANTIHIDROLÍTICOS); FACILIDADE DE CONTAMINAÇÃO: USO DE CONSERVANTES; DIFICULDADE EM MASCARAR SABOR/ODOR DESAGRADÁVEIS; - MEDIDA CORRETA DA DOSE: DEPENDE DA HABILIDADE DO PACIENTE.

TIPOS DE SOLUÇÕES: - ocular (preparações oftálmicas): colírios Uso oral - auricular: soluções auriculares (gotas otológicas) - xaropes - elixires - retal: enemas - soluções extemporâneas - vaginal: soluções anti-sépticas soluções para rehidratação pele: loções, soluções anti-sépticas, Uso interno soluções injetáveis Outras soluções Uso externo (tópico) - soluções extrativas Destinam-se para aplicação na pele e mucosas: - oral: colutórios ou bochechos, gargarejos - nasal: soluções nasais (gotas)

SOLUBILIDADE A solubilidade de uma determinada substância em um determinado solvente corresponde à concentração máxima na qual uma solução com aquela substância e aquele solvente pode ser preparada. Dependendo da quantidade de soluto: - solução: soluto totalmente dissolvido; - solução saturada: solvente dissolveu o máximo de soluto; - solução supersaturada: apresenta corpo de fundo, um excesso de soluto não dissolvido.

FORMAS DE EXPRESSAR A CONCENTRAÇÃO Quantidade por quantidade Peso ou volume de soluto que está contido em um dado peso ou volume do solvente. Ex. g/mL, g/100mL, mg/mL, mg/10mL, g/L, mg/mL etc. Percentual por volume % p/v = gramas do soluto em 100 mL de solução final. Pode ser também: % v/v, % p/p

Solubilidade relativa Expressões descritivas da solubilidade relativa Expressão descritiva Partes do solvente necessárias para dissolver uma parte do soluto Muito solúvel menos de 1 Livremente solúvel de 1 a 10 Solúvel de 11 a 30 Moderadamente solúvel de 31 a 100 Ligeiramente solúvel de 101 a 1.000 Pouco solúvel de 1.001 a 10.000 Praticamente insolúvel ou insolúvel mais de 10.000

FORMULAÇÕES DAS SOLUÇÕES SOLUÇÕES AQUOSAS A água constitui o solvente mais utilizado como veículo para medicamentos devido à sua atoxicidade, compatibilidade fisiológica e a capacidade para dissolver várias substâncias. Tipos de água Água potável: adequada para ingestão. Água purificada: destilada e/ou deionizada – eliminação de material orgânico e íons contaminantes. Água para injetáveis: parenterais, oftálmicos e inalantes.

MÉTODOS PARA MELHORAR A SOLUBILIDADE Utilização de co-solvente (eletrólitos fracos ou moléculas pouco polares): solventes hidrossolúveis em associação com a água. limitação da escolha do solvente: toxicidade, irritabilidade. - utilização de misturas de solventes com polaridades ou constante dielétrica semelhantes ao soluto (“semelhante dissolve semelhante”). - Misturas mais utilizadas: Etanol:H2O. Sorbitol 70%:H2O. Glicerina, propilenoglicol.

2. Controle do pH - Fármaco ácido ou básico - influência do pH do meio. - Solubilidade de uma base ou ácidos fracos - podem ser aumentados por diminuição ou aumento do pH da solução. Importância do pka do fármaco. Controle por pH deve ser criterioso – assegurar a viabilidade da preparação. Utilização de sistema tampão. ATENÇÃO: - estabilidade química - biodisponibilidade

3. Uso de tensoativos - Atóxicos e não irritantes – escolhidos de acordo com a via de administração. - Miscível no sistema solvente e compatível com os outros componentes da formulação. Livre de odor e sabor desagradáveis e não ser volátil. - Importância da quantidade de tensoativo: Excesso – aumento da toxicidade, alterações durante a produção e diminuição da biodisponibilidade. Quantidade pequena – pode não solubilizar o fármaco.

4. Complexação É essencial que o complexo seja facilmente reversível para que o fármaco livre seja liberado durante e após o contato com os fluidos biológicos. 5. Controle do tamanho de partícula Menor tamanho maior solubilidade. - Método tem menor importância no preparo de soluções, mas é particularmente relevante para suspensões.

SOLUÇÕES NÃO AQUOSAS   Solventes alternativos São empregados quando não é possível assegurar a dissolução completa dos componentes da solução em sistema aquoso. Vantagens do uso de solventes não aquosos: Sistemas de liberação prolongada IM – injeções oleosas - A solução oleosa permanece no tecido muscular, liberando lentamente o fármaco nos tecidos vizinhos. - Limitações destes solventes seguem a seguinte ordem: Parenteral > uso interno > uso externo

PRINCIPAIS ADJUVANTES DE UMA FORMULAÇÃO - SOLUÇÃO - Objetivo do uso de adjuvantes em soluções - tornar a solução mais compatível com o meio fisiológico que será aplicada - promover a dissolução em água de um fármaco que é muito pouco solúvel ou insolúvel neste solvente - retardar ou impedir hidrólise ou oxidação - evitar o desenvolvimento de microorganismos - melhorar as características organolépticas, quando necessário, para melhorar a aceitabilidade do medicamento pelo paciente

PRINCIPAIS ADJUVANTES DE UMA FORMULAÇÃO – SOLUÇÃO Sistemas tamponantes (pH final deve proporcionar máxima estabilidade, solubilidade e biodisponibilidade do fármaco). Agentes modificadores de densidade - substâncias que aumentam o tempo de permanência da solução aquosa de uso tópico (pele ou olhos). Aumentam a viscosidade de soluções. Ex: Povidona, carbômeros. Conservantes (antimicrobianos): - não ser incompatível com o pH da preparação e demais componentes - devem ser adequados para a via de administração em questão. Agentes antioxidantes: Veículos aquosos: - pH ácido: metabissulfito, - pH neutro: bissulfito, - pH básico: sulfitos, Veículos oleosos: - BHT, tocoferol, - - quelantes: EDTA.

Edulcorantes (correção de sabor) Aromatizantes e essências - usados em conjunto com edulcorantes. - muito usados em formulações pediátricas. - auxiliam na identificação do produto. Corantes - usados principalmente para soluções de uso oral e uso externo. - normalmente associado a um aroma. - facilitam a identificação. *Verificar se o corante é aprovado para uso farmacêutico, cosmético ou alimentar.

PREPARO GERAL DE UMA SOLUÇAÕ 1) Calcule a quantidade de P.A (soluto) 2) Pese ou meça o P.A. 3) Escolha o melhor solvente ou conjunto de solventes para solubilizar o P.A verificando se não há nenhuma incompatibilidade fármaco / solvente. 4) Verifique a necessidade de adjuvantes farmacotécnicos. 5) Defina a ordem de adição de cada componente da fórmula. 6) Escolha a técnica e operação farmacêutica mais adequada ao preparo (dispersão, solubilização, aquecimento, agitação mecânica, etc) 7) Filtre a solução (observar se houve retenção de soluto no filtro). 8) Verifique e corrija o pH, se necessário. 9) Embale adequadamente e identifique a solução preparada.

XAROPE Os xaropes são preparações aquosas concentradas de um açúcar ou de outra substância que o substitua, com ou sem acréscimo de flavorizantes e PA.   Componentes: - açúcar - H2O - conservante - flavorizante - corante Alta concentração de açúcar - sacarose ou substituto doce e viscoso; - mascarar sabor desagradável; - diminuir constante dielétrica da H2O; - resistência ao crescimento bacteriano ([ ] açúcar próxima à saturação); - estabilidade.

Métodos de preparação: - dissolução a quente. Vantagens: - veículo edulcorado. - hipertônico: evita o desenvolvimento de microrganismos. - viscoso: apropriado para deglutição. - solubiliza vários fármacos. atrativo para pediatria. Métodos de preparação: - dissolução a quente. - dissolução a frio (sob agitação). adição de açúcar a uma solução medicamentosa ou aromatizada. percolação

1. Obtenção por dissolução a quente A inversão do açúcar provoca a quebra da sacarose em dois açúcares que formam a sua molécula: GLICOSE e FRUTOSE. A fórmula da reação química é a seguinte: C12H22O11 (sacarose) + H2O (água) = C6H12O6 (glicose) + C6H12O6 (frutose).

2. Obtenção por dissolução a frio - evita hidrólise da sacarose - xarope é obtido sob agitação vigorosa - processo mais demorado, mas o produto é mais estável - obtenção de xaropes incolores 3. Adição de açúcar a uma determinada solução medicamentosa - a adição de açúcar a uma solução medicamentosa ou aromatizada. obtenção de tinturas e extratos fluidos medicinais: tornam-se xaropes após adição de açúcar. 4. Percolação - a sacarose é percolada com água para se preparar o xarope.

Xaropes isentos de sacarose: - sacarose pode ser total ou parcialmente substituída por dextrose, sorbitol, glicerina e propilenoglicol. - para diabéticos são utilizadas substâncias não glicogênicas, como a metilcelulose e a hidroxietilcelulose. - viscosidade resultante é semelhante a do xarope simples. - xarope é obtido sob agitação vigorosa. - a adição de edulcorantes artificiais complementa a mimetização do xarope.

EMBALAGEM PARA XAROPES - vidro âmbar. - tampa de rosca e batoque. - preencher quase todo o volume, para evitar a cristalização do açúcar na superfície. usar tampas, colheres ou pipetas dosadoras. Demonstração de cálculos para preparação de xarope simples. 85g de sacarose em 100mL de água pura. Se a densidade é de 1,313 g/mL, ou seja, 131,1g – 100mL. Temos: 131,1g – 85g = 46,3g ou mL de água. Solubilidade da sacarose é de 1g em 0,5 mL água. 85g de sacarose se dissolvem em 42,5mL de água. Excesso de água nesta preparação é muito pequeno – BAIXA CONTAMINAÇÃO MICROB. – Sol. Hipertônica.

Elixires - Soluções hidroalcoólicas medicamentosas edulcoradas com açúcares, sacarina ou glicóis. Apresentam-se claros, adocicados e flavorizados. ☺ adequados para fármacos insolúveis em água, mas solúveis em misturas hidroalcoólicas. ☺ Feito por dissolução simples. ☺ Normalmente não necessitam da adição de conservantes. ☹ menos doce e menos viscoso que os xaropes. ☹ menos efetivo no mascaramento do sabor. ☹ alta graduação alcoólica – 15-50%.