ULTRASSOM TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE HABRONEMOSE CUTÂNEA

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Transcrição da apresentação:

ULTRASSOM TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE HABRONEMOSE CUTÂNEA Júlia de M. Moraes1; Cinthia Beatriz da S. Dumont2; Lúcio N. Huaixan3; Juliana Vieira F. Sales4; Martha de O. Bravo4; Lucas C. Pereira5; Pollyanna C. Araújo4; Roberta F. de Godoy6 1Doutoranda em Ciência Animal – Escola de Veterinária/UFG *mmjulia_vet@yahoo.com.br; 2 Mestranda em Saúde Animal – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV/UNB; 3Residente do Hospital Escola de Grandes Animais da Granja do Torto – FAV/UnB; 4 Aluna de Medicina Veterinária da FAV/UnB; 5Residente de Anatomopatologia da FAV/UnB; 6Professora Adjunta de Cirurgia de Grandes Animais – FAV/UnB. Introdução A habronemose constitui-se de uma doença parasitária causada por nematódeos que parasitam a porção glandular do estômago dos equídeos, sendo o Habronema muscae, Habronema microstoma e Draschia megastoma as espécies envolvidas. Os hospedeiros intermediários destes parasitas são muscídeos como Musca domestica, principalmente para o Habronema muscae e Draschia megastoma e Stomoxys calcitrans para o Habronema microstoma. Quando as larvas são depositadas sobre uma ferida cutânea ou ao redor dos olhos, elas invadem os tecidos, mas não completam seu ciclo de vida dando origem a uma dermatite granulomatosa denominada habronemose cutânea que é a principal forma clínica da doença. As feridas cutâneas de eqüinos, e em particular as de habronemose são de difícil cicatrização possuindo grande formação de tecido de granulação, prejudicando assim a formação do epitélio para epitelização e contração das bordas. O ultrassom terapêutico (UST) é uma forma não invasiva de tratamento na reparação de lesões teciduais, aumentando o metabolismo celular local, a permeabilidade das membranas celulares, estimulando o desenvolvimento de fibroblastos e a conseqüente produção de colágeno. Assim, há uma diminuição no tempo de cicatrização e aumento na força de tensão da ferida. Portanto, objetiva-se com este trabalho relatar a eficácia clínica da utilização do UST no modo pulsado (não-térmico), no protocolo de tratamento de habronemose cutânea eqüina. Relato de Caso Dois equinos, machos, adultos, foram atendidos no Hospital Veterinário de Grandes Animais da FAV/UnB com histórico de ferida extensa com formação moderada de tecido de granulação. No animal A as feridas apresentavam-se na face lateral entre a quartela e o boleto do membro torácico esquerdo (MTE – Fig. 1) e lateral próximo a coroa do casco do membro torácico direito (MTD - Fig. 2) com medidas de 20,29cm² e 18,1cm² respectivamente. O animal B apresentava ferida na face caudal na porção ulnar do MTE com 88,44cm² (Fig. 5). Além do diagnóstico terapêutico, foi realizado exame histopatológico sendo confirmado o diagnóstico de habronemose. Como tratamento sistêmico foi instituído ivermectina 1% (0,2mg/kg/IM/SID), sendo 4 aplicações com intervalo de 7 dias. O animal A recebeu predinisolona via oral a 1mg/kg durante 14 dias, seguida por 0,5mg/kg por mais 14 dias. Como tratamento tópico foi manipulado pomada a base de carvão ativado, ivermectina 1%, betametasona e dimetil sulfóxido (DMSO), sendo aplicada diariamente, juntamente com limpeza diária com iodopovidona diluída e bandagem compressiva. Foi instituído como tratamento coadjuvante o UST (Sonacel Dual – Bioset®) aplicado pelo método direto, na presença de gel, sobre a pele epilada, no modo pulsado, freqüência de 3MHZ e com intensidade de 0,5W/cm², ao redor das lesões, totalizando 15 minutos de tratamento. As aplicações foram realizadas duas vezes por semana no animal A perfazendo oito sessões em 30 dias, e em dias alternados no animal B, perfazendo 52 sessões em 90 dias. Após trinta dias de tratamento as feridas do animal A reduziram aproximadamente 86% do seu tamanho inicial, ficando com 2,8cm² no MTE (Fig. 3) e 3,1cm² no MTD (Fig. 4). No animal B, houve redução de 62% da ferida, ficando com 33,8cm² (Fig. 6). Nesta fase, as feridas dos dois animais apresentavam boa epitelização e retração de bordas e ausência de tecido de granulação. Neste período o animal A recebeu alta do tratamento. No início da terapia com UST, o animal A já se apresentava em estágio inativo da habronemose, ao contrário do animal B que estava na fase aguda da doença, o que provavelmente aumentou o tempo necessário para cicatrização da ferida. Aos 90 dias de tratamento a ferida do animal B reduziu 98,5% ficando com 1,31cm² (Fig. 7) e completa cicatrização tecidual. Fig.1 Fig.2 Fig.3 Fig.4 Fig.5 Fig.6 Fig.7 Conclusão O tratamento com UST foi essencial para a modulação da resposta inflamatória, do tecido de granulação e da epitelização tecidual. Ao final do tratamento, observou-se completa cicatrização das feridas, com boa epitelização e tensão na área cicatricial, sendo este método de tratamento extremamente eficiente na aceleração da cicatrização de habronemose cutânea de eqüinos. Brasília/2010