AGENESIA DO MESOCOLON ASCENDENTE EM UM EQUINO: RELATO DE CASO.

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Transcrição da apresentação:

AGENESIA DO MESOCOLON ASCENDENTE EM UM EQUINO: RELATO DE CASO. Leonardo Rodrigues de Lima 1; Giancarlo T.R.M. Coutinho2; Monique Colombo3, Rafael Resende Faleiros 4, Geraldo Eleno Silveira Alves4. 1-Doutorando EV-UFMG; 2- Docente UNIPAC- J.Fora MG; 3 - Graduação UNIPAC; 4 - Docente EV-UFMG Introdução O cólon maior dos equinos é propenso aos deslocamentos devido à ausência de fixação do mesentério em sua maior parte à parede da cavidade abdominal Além disso, alterações dos padrões de motilidade do cólon esquerdo e o fornecimento de concentrados à base de grãos podem predispor o cólon às mudanças de posição. Em animais alimentados com grandes quantidades de concentrado, a presença de gás diminui a densidade da ingesta predispondo os animais aos deslocamentos e torções do cólon maior. Adicionalmente, deslocamentos e torções de cólon têm sido encontrados em animais portadores de anomalias congênitas. O presente estudo de caso relata o deslocamento à direita do colon maior associado à ausência do mesocolon ascendente em um eqüino com sintomatologia de cólica. Descrição do caso Um garanhão da raça Mangalarga Marchador de 5 anos de idade foi atendido no Hospital Veterinário Estrada Real em Juiz de Fora – MG com sinais moderados de cólica. Ao exame clinico inicial o animal apresentou freqüência cardíaca de 48 bpm, mucosas normais e diminuição dos ruídos intestinais. Iniciou-se o tratamento com Ringer Lactato adicionado de 20 ml/L de gluconato de cálcio, 20 ml/L de cloreto de potássio 10% e metoclopramida. Três horas após a admissão, o quadro de dor se intensificou e a freqüência cardíaca passou a 92 bpm. Foram administrados então xilazina (1 mg/kg) e butorfanol (0,05 mg/kg). Sem melhora do quadro, foi administrado flunixin meglumine(1,1mg/kg) e, após 40 minutos, novamente xilazina. Não havendo controle efetivo da dor, o animal foi encaminhado para cirurgia, sendo diagnosticados deslocamentos à direita do cólon maior, compactação na flexura pélvica e ausência de mesocolon ascendente. Foram realizadas enterotomia na flexura pélvica com evacuação do conteúdo colônico e omentectomia. As alças intestinais foram reposicionadas e a cavidade abdominal fechada rotineiramente. Como medicação pós operatória foi administrada dipirona sódica 20 mg/kg IV BID, penicilina G procaína 22.000 UI/kg IM SID e gentamicina 6,6 mg/kg IV SID por 3 dias. Na manhã seguinte, o animal apresentava freqüência cardíaca de 56 bpm, temperatura de 38,1°C e mucosas hiperêmicas. A fluidoterapia foi mantida com solução de Ringer Lactato (60 ml/kg/dia) adicionado de 20 ml/L de gluconato de cálcio e 20 ml/L de cloreto de potássio 10%, por mais 24 horas. O animal foi monitorado por duas semanas, apresentando constantemente freqüência cardíaca entre 40 e 44 bpm, mucosas normocoradas e ruídos intestinais normais. O paciente obteve alta 3 semanas após a cirurgia e foi mantido em baia recebendo ração e capim elefante picado. Entretanto, novos episódios de dor branda com duração média de 48 horas foram observados aos 53, 65 e 76 dias após a laparotomia. Esses paroxismos foram fracamente responsivos à analgesia com flunixin meglumine. Durante esses episódios o animal permaneceu internado por 10 dias se alimentando exclusivamente de feno de Tifton-85 e não apresentou dor nos dias seguintes de internação. Após o último episódio o animal passou a receber omeprazol (4 mg/kg SID PO por 50 dias) e foi mantido solto em piquete, sem suplementação de forragem e não mais apresentou sinais de cólica.Discussão: Acredita-se que este seja o primeiro caso relatado de um eqüino com deslocamento à direita do colon maior associado à ausência de mesocolon. Nesse animal, é provável que a falta de conexão entre as porções dorsal e ventral do cólon facilite a livre movimentação das alças, predispondo aos deslocamentos. A melhora destes sinais após a mudança de manejo alimentar sugere que a compactação por capim picado pode ter sido a causa da dor. Alternativamente, o tratamento com omeprazol pode ter causado a melhora dos sinais, uma vez que ulcerações gástricas são comuns em eqüinos hospitalizados. A união por meio de suturas das partes ventral e dorsal do cólon poderia estabilizar a movimentação das alças. Contudo, devido ao risco de se causar danos neurovasculares ou mesmo restringir a motilidade natural, o procedimento não foi realizado. Conclusão Anomalias congênitas, embora raras, devem ser esperadas durante a investigação cirúrgica das causas do abdome agudo na espécie eqüina.