Melanoma amelanótico e co-infecção com pitiose:

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Métodos de Diagnóstico em Dermatologia Veterinária
Advertisements

Tumores cutâneos.
MICOSES ESTRITAMENTE SUPERFICIAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Bello, C. A. 1; Sales, J. V. F. 2; Rajão, M. D. 3; Maranhão, R. P. A
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE VETERINÁRIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
XI CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ – 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Bello, C. A. 1; Sales, J. V. F. 2; Rajão, M. D. 3; Maranhão, R. P. A
PARASITISMO EM EQUINO POR Strongylus spp e Anoplocephala perfoliata :
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE VETERINÁRIA
XI CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ – 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
PITIOSE NASAL EM EQUINO : RELATO DE CASO RESULTADOS E DISCUSSÃO
Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ)- UNESP.Botucatu
Mastocitomas em cães M.V. Vívian Rocha de Freitas
PODODERMATITE INFECCIOSA ASSOCIADA A ABSCESSO DA COROA DO CASCO: RELATO DE CASO Kamila Gravena¹*; Daniela Junqueira de Queiroz¹; Rita de Cássia de Lima.
VEIA PORTA HEPÁTICA EM SUÍNOS DA LINHAGEM (C40 + TEMPO) Aluna: Mariana Leocádia Magro Pibic-Jr/F.A. Orientador: Arlei José Birck.
Universidade Federal de Goiás
NEUROFIBROMATOSE.
Lesão Fundamental Diellen Oliveira Raissa Batista.
Candidíase (=candidose, monilíase)
Pitiríase versicolor Profa.Marise da Silva Mattos
Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular
ARTROTOMIA DO TARSO PARA CORREÇÃO DE FRATURA DO OSSO TALUS
ÚLCERA DE PÉ DIABÉTICO ASSOCIADA À MIÍASE
Realização. Realização Patrocínio Apoio Comissão Organizadora.
Relato de caso XXIII JORNADA PARAIBANA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
PATOLOGIA DOS LINFONODOS
Reunião Anatomoendoscópica
Nevos de Spitz Agminados sobre Mancha Melânica
Psoríase e Doença de Crohn
ANATOMIA MACROSCÓPICA E ENVOLTÓRIOS
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
Carcinoma Basocelular
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA EM CÃES E GATOS
DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS
Filarioses Linfáticas
Distúrbios Desmielinizantes
Patologia Endócrina Anatomo-Clínica IV Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina-HUPES Patologia Cirúrgica I.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria.
Glândula mamária feminina adulta jovem normal, fora da gravidez - observa-se o sistema secretor, composto por lóbulos e ductos e situado no estroma interlobular.
Patologia Geral.
Megaesôfago.
ESTOMATITE VESICULAR Nome do Palestrante:_________________
Pitiríase versicolor “micose de praia”
Úlcera de Martorell: Relato de caso
Zapata.... Zapata... CROMOMICOSE RODRIGO S. P. ROCHA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA DEPT. DE MEDICINA.
1 Médica Residente em Clínica Médica do Hospital Regional de Cacoal. 2 Médica dermatologista e Preceptora do Programa de Residência em Clínica Médica do.
NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 – DISCREPÂNCIA CLÍNICA IMAGENOLÓGICA
Superfamília Oxyuroidea
ANÁLISE HISTOLÓGICA DE PELE NORMAL NA LOCALIZAÇÃO DE MELANOMAS DE ORIGEM INCERTA EM AMOSTRAS MAL IDENTIFICADAS Alberto Wainstein, Guilherme Duarte, Graciele.
Realização:. Universidade de São Paulo Universidade Estadual de Campinas Universidade Estadual Paulista Universidade Federal de São Carlos.
Prof. Dr. Fabrício Bacelar
Dermatopatologia Neoplasias de pele
MORMO.
Empiema das bolsas guturais
Músculo estriado esquelético Prof. Dsc: Erika Korinfsky Wanderley
CÂNCER DE TIREÓIDE ETIOPATOGENIA E CLASSIFICAÇÃO
Equinocultura Estudo do exterior: Pelagens
MED B26/27 Microscopia Necrose. Caso 1. Paciente masculino, 45 anos, apresentou dor retroesternal, constritiva, por doze horas. A dor irradiava para mandíbula.
Transcrição da apresentação:

Melanoma amelanótico e co-infecção com pitiose: relato de caso Carlos Eduardo P. dos Santos¹, Jânio M. Santúrio² & Luiz Carlos Marques³ ¹Doutorando em Medicina Veterinária / Área de Clínica Médica / FCAV-UNESP ²Universidade Federal de Santa Maria / Laboratório de Pesquisas Micológicas ³Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal / Departamento de Clínica e Cirurgia unesp Melanomas ocorrem nas espécies domésticas de grande porte, sendo mais frequentes em cavalos. A pitiose, causada pelo Pythium insidiosum acomete diversas espécies animais, porém, com lesões na pele e tecidos subcutâneos, também, são mais frequentemente diagnosticadas em equinos. Um equino, macho, tordilho, com aproximadamente 14 anos de idade, apresentou de modo progressivo, nódulos de consistência firme, circunscritos, pigmentados e distribuídos aleatoriamente na face e porção ventral da cauda (Figura 1). No membro torácico esquerdo, havia extenso tecido fibroso de coloração avermelhada circundando a região metacárpica e cárpica, com diversos sinus e kunkers em permeio ao tecido de granulação (Figura 2). Tratamento cirúrgico para remoção de lesões causadas por P. insidiosum havia sido realizado anteriormente no mesmo membro. O animal foi a óbito naturalmente e encaminhado ao Setor de Patologia da UFMT. A necropsia observou-se na pele da face e porção ventral da cauda, nódulos de coloração escura variando de 0,2 a 5 cm de diâmetro. Na pele do membro torácico esquerdo havia grande quantidade de tecido fibroso, esbranquiçado e brilhante, entremeado por galerias preenchidas por kunkers (Figura 3). No fígado havia placas esbranquiçadas na superfície glandular sugestivo de migração de Strongylus sp. Havia úlceras no estômago na parte glandular. Na artéria mesentérica estavam presentes nódulos de consistência firme e rugosa apresentando ao corte áreas de calcificação, sugestivo de migração parasitária. Microscopicamente observou-se na pele da face e cauda proliferação de melanócitos anaplásicos e pleomórficos apresentando padrão fusiforme contendo leve quantidade de melanina intracitoplasmática. No fígado havia hepatite multifocal moderada. Na pele do membro torácico esquerdo observou-se dermatite piogranulomatosa difusa com áreas necróticas, eosinofílicas que correspondem aos kunkers, sendo que no interior foram visibilizadas imagens tubuliformes negativas sugestivas de Pythium insidiosum, circundado por intensa proliferação de tecido conjuntivo fibroso. Os achados clínicos e patológicos permitiram concluir que no equino estudado pitiose e melanoma amelanótico eram as causas das dermatopatias presentes. Melanomas são comumente reconhecidos em cavalos de pelagem tordilha e a incidência aumenta com idade. Já a pitiose, não apresenta nenhum tipo de predileção. As lesões cutâneas frequentemente acometem as extremidades distais dos membros e abdômen dos equinos, devido ao contato destas regiões anatômicas com áreas alagadas e vegetação abundante, habitat da forma infectante de Pythium insidiosum. Esta enfermidade, se não tratada, culmina com óbito, principalmente em envolvimentos de caráter crônicos ou reincidentes. Figura 1: Equino acometido por Melanoma amelanótico. Lesões decorrentes desta etiologia distribuem-se comumente na pele da face e região ventral da cauda de equinos senis. Apresentam-se como nódulos de coloração escura e diâmetros variando entre 0,2 a 5 cm. Figura 2: membro torácico esquerdo do mesmo animal da figura 1. Nota-se grande quantidade de tecido fibroso, esbranquiçado e brilhante, entremeado por galerias preenchidas por massas necróticas amareladas denominadas de “kunkers”. Figura 3: Fragmento de pele da secção de membro torácico esquerdo do animal disposto na figura 2. Detalhamento do tecido conjuntivo fibroso e de ‘kunkers” em permeio ao tecido de granulação. Agradecimentos a CAPES pela concessão de bolsa programa Prodoutoral e FAPEMAT pelo financiamento do projeto. Processo 002.282/2007