autismo infantil e epilepsia
epilepsia & autismo infantil José Salomão Schwartzman Universidade Presbiteriana Mackenzie
autismo & epilepsia a prevalência estimada de epilepsia entre indivíduos autistas varia de 12% a 28% a ocorrência de epilepsia aumenta com a crescente idade dos pacientes anormalidades eletrencefalográficas nestes indivíduos variam de 14,3% a 82,9%
autismo & epilepsia crises convulsivas podem ocorrer em 42% das crianças que apresentam uma das desordens do espectro autista há uma distribuição bimodal quanto à idade de início da epilepsia com um pico ocorrendo entre os 2 e os 5 anos de idade e o segundo na adolescência
autismo & epilepsia tem sido descrita uma (ainda controversa) associação entre uma “regressão autística do comportamento” e a presença de atividade epileptiforme subclínica do lobo temporal
autismo & epilepsia a associação de anormalidades eletrencefalográficas localizadas com prejuízos da fala e do comportamento está melhor definida em duas condições: síndrome de Landau-Kleffner síndrome da epilepsia com espículas-ondas contínuas durante o sono com atividade lenta
síndrome de Landau-Kleffner afasia adquirida que se manifesta entre os 3 e os 8 anos de idade a forma mais freqüente de afasia é a de uma afasia verbal auditiva melhora espontânea ocorre em cerca de 2/3 dos casos porem com seqüelas permanentes
síndrome de Landau-Kleffner características similares às do autismo podem ocorrer, principalmente nos casos em que o início é mais precoce 70% a 80% dos casos apresentam crises epilépticas que podem anteceder ao início da afasia as alterações EEGráficas ocorrem, em geral, na região temporal média
síndrome de Landau-Kleffner os tipos mais comuns de crises são: ausências atípicas crises atônicas crises parciais motoras com generalização secundária tratamentos mais efetivos: prednisona drogas anticonvulsivantes
epilepsia com espícula-onda contínua durante o sono lento condição epiléptica adquirida que cursa com regressão em diversas funções neuropsicológicas: linguagem (predominantemente afetada) memória de curto prazo orientação temporo-espacial) atenção movimentos involuntários comportamento agressivo (eventualmente)
epilepsia com espícula-onda contínua durante o sono lento o EEG mostra espículas-ondas lentas continuas, ocorrendo pelo menos em 85% do sono não REM pode haver um foco irritativo na região frontal nos traçados inter-críticos inícia-se por volta dos 5 anos de idade com duração entre 6 meses e 5 anos
epilepsia com espícula-onda contínua durante o sono lento as anormalidades cognitivas e comportamentais podem ser muito similares às observadas nos casos das desordens do espectro autístico pode se apresentar de forma similar à síndrome de Landau-Kleffner porem o padrão de deterioração costuma ser mais abrangente e severo
Brief Report: Implication of EEG Diagnoses in the SubClassification of Infantile Autism Luke Y. Tsai, Merling. C. Tsai & Gerald J. August Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 15, n. 3, p. 339-44, 1985.
Tsai et al (1985) 100 EEGs realizados entre 132 autistas idade média de 6 anos e 8 meses avaliar a incidência de EEGs anormais nesta população identificar fatores que pudessem diferenciar autistas com EEGs normais/anormais investigar relações entre fatores genéticos e EEGs nestes pacientes
Tsai et al (1985) EEGs normais = 47 EEGs anormais = 43 EEGs duvidosos/limítrofes = 10 foram encontradas anormalidades variadas, em geral bilaterais não se observou nenhum padrão “típico” do autismo
Tsai et al (1985) nesta amostra não foram observadas diferenças significativas entre autistas com EEGs normais e EEGs anormais o grupo com EEGs normais continha mais meninos do que meninas este dado está de acordo com resultados de trabalhos mostrando que, de modo geral, meninos autistas são menos comprometidos do que meninas não está clara a relação entre a alteração eletrofisiológica e o quadro de autismo
Autistic and Dysphasic Children. II: Epilepsy Roberto F. Tuchman, Isabelle Rapin & Shlomo Shinnar Pediatrics, v. 88, n. 6, p.1219-25, 1991.
Tuchman et al. (1991) 302 crianças autistas e 237 disfásicas divididas em 4 grupos: crises afebris não provocadas (epilepsia) 2 ou mais crises não provocadas ocorrendo com intervalo superior a 24 horas crises febris crises neonatais crises duvidosas
Tuchman et al. (1991) 302 crianças autistas 14% (42) com epilepsia 5 tiveram crises afebris isoladas e não foram computadas
Tuchman et al. (1991) 237 crianças disfásicas 8% (19) com epilepsia 3 tiveram crise afebril isolada e não foram computadas
Tuchman et al. (1991) os tipos de crises convulsivas observadas foram: generalizadas tônico-clônicas ausências atípicas atônicas mioclônicas espasmos infantis parciais
Tuchman et al. (1991) 40 crianças autistas com epilepsia: 83% EEGs anormais 75% (30): anormalidades epileptiformes 85 (3): anormalidades não epileptiformes 139 crianças autistas sem epilepsia: 20% (25): EEGs anormais 8% (11): anormalidades epileptiformes 10% (14) anormalidades não epileptiformes
Tuchman et al. (1991) epilepsia foi observada em 14% das crianças autistas e em 8% das crianças disfásicas os maiores fatores de risco para a presença de epilepsia foram deficiência mental severa e prejuízo motor a combinação de deficiência mental severa e prejuízo motor em crianças autistas associou-se com epilepsia em 42% dos casos uma mesma criança apresenta, com freqüência, mais de um tipo de crise
Tuchman et al. (1991) a porcentagem de crianças autistas com epilepsia sem deficiência mental severa e prejuízo motor (7%) é similar à porcentagem observada em crianças disfásicas não autistas nestas 2 populações a ocorrência de epilepsia é superior à encontrada na população geral a presença de epilepsia entre as crianças autistas é significativamente maior nas meninas do que nos meninos nesta amostra, 79% das crianças autistas com epilepsia tiveram sua primeira crise antes dos 5 anos de idade
American Journal on Mental Retardation, v. 100, n. 1, p. 6-16, 1995. Clinical and Neurophysiological Aspects of Epilepsy in Subjects With Autism and Mental Retardation M. Elia, S.A. Musumeci, R. Ferri and Bergonzi American Journal on Mental Retardation, v. 100, n. 1, p. 6-16, 1995.
Elia et al. (1995) população: 63 autistas (DSM-III-R) 29 sexo feminino 34 sexo masculino idade média de 14 anos ( 4 a 26 ) duração média do acompanhamento: 4 anos
epilepsia e autismo n=63 Elia et al. (1995) 11 35 28 17
epilepsia e autismo n=63 Elia et al. (1995) os autores concluem que o risco de epilepsia nesta população depende diretamente dos fatores etiológicos subjacentes a presença de autismo e epilepsia no mesmo indivíduo indica que os mesmos fatores etiológicos são determinantes de ambas as condições
autismo infantil & epilepsia José Salomão Schwartzman
população estudada 218 casos de autismo infantil (DSM-III-R) idades entre 8 meses e 17 anos e 3 meses 183 (84%) sexo masculino 35(16%) sexo feminino proporção de 5:1
idade da população estudada n=218 34 140 45 (>11) (0-3,11) (4-10,11)
seguimento da amostra (n=218) 116 113
autismo infantil (n=218) 174 45
autismo infantil & sexo proporção masculino/feminino de 5:1
autismo infantil, bom rendimento intelectual & sexo proporção masculino/feminino de 8:1
autismo & x-frágil (n=54) 9 45
autismo & epilepsia 5% sem epilepsia 180 39 epilepsia 82% 18% 13% feminino masculino
idade de início das convulsões (n=218) 9% 11 21 3 (>11) 0 a 3,11 31% 4 a 10,11 (4-10,11) (0-3,11) > 11 60%
tipos de crises convulsivas (n=218)
crises generalizadas ausências simples
crises generalizadas crises mioclônicas
crises generalizadas crise tônica
crises generalizadas crise tônico-clônica
crises generalizadas espasmos infantis
crise parcial complexa crises parciais crise parcial complexa
crise parcial com generalização secundária crises parciais crise parcial com generalização secundária
crise de difícil classificação
controle das crises (n=30)
autismo infantil e epilepsia