Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão

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Transcrição da apresentação:

Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão Aula 4 Gabriela Maffei Tatiana Palazzo

Reflexão sobre Nomenclaturas e surdez: qual a importância em diferenciar surdos e deficientes auditivos? Definições: clínica e outra sócio antropológica.

Definição clínica Na visão clínica, enfatiza-se a perda da audição. Skliar (1997, p.45) cita: [...] o surdo é considerado uma pessoa que não ouve e, portanto, não fala. É definido por suas características negativas; a educação se converte em terapêutica, o objetivo do currículo escolar é dar ao sujeito o que lhe falta: a audição, e seu derivado: a fala.

O autor citado também define: Medicalizar a surdez significa orientar toda a atenção à cura do problema auditivo, à correção de defeitos da fala, ao treinamento de certas habilidades menores, mais que a interiorização de instrumentos culturais significativos, como a língua de sinais. E significa também opor e dar prioridade ao poderoso discurso da medicina frente à débil mensagem da pedagogia.

Assim define Sánchez (1998, p.51): A surdez não é uma doença que necessita de cura, mas é uma condição que deve ser aceita. Os surdos não são inválidos que precisam de reabilitação. Eles são membros de uma comunidade linguística minoritária que deve ser respeitada e possuem o direito inalienável de receber sua educação nesta língua.

Capovilla (1998, p.1543) também relata o antagonismo da terminologia surdo: [...] posição médica que considera a surdez como um problema a ser resolvido e o surdo como portador de uma deficiência a ser curada, há posição antropológica que considera a surdez como uma peculiaridade humana e o surdo como portador de uma cultura e uma língua própria a serem respeitadas.

Conceito enquanto construção social Tomando o conceito de surdez enquanto construção social, e não como falta biológica, conseguimos visualizar possibilidades educacionais, sociais, mas é de fundamental importância reconhecer que é por meio da língua de sinais que essas pessoas conseguem realmente participar do mundo, expressando seus desejos e suas vontades e assumindo realmente seu papel na sociedade.

Definição técnica [...] deficiência auditiva é a “perda parcial ou total bilateral, de 25 (vinte e cinco) decibéis (db) ou mais, resultante da média aritmética do audiograma, aferida nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz” (art. 3º, Resolução nº 17, de 8/10/03, do CONADE – Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência.

Definição técnica Porém em 2/12/04, o Decreto nº 5.296, de 2/12/04, alterou de 25 decibéis para 41 decibéis, a definição de Deficiência Auditiva. (SASSAKI, 2005).

Surdo e deficiente auditivo Uma das definições que poderíamos adotar é a que coloca os surdos como pessoas que utilizam a comunicação espaço-visual como principal meio de conhecer o mundo, em substituição à audição e à fala. Eles são usuários da língua de sinais; sua audição não é funcional na vida comum. Para o hipoacústico (deficiente auditivo), a audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.

Marques (1998) define que o surdo compreende o mundo pelo visual. A linguagem visual para o sujeito surdo é a sistematização e produto de seu desenvolvimento cognitivo e histórico, tornando-se instrumento para a formulação de generalizações que facilitem a transição da reflexão sensorial espontânea para o pensamento racional através do uso dos signos.(MARQUES,1998 apud DALCIN,2005,p.13)

Educação escolar Qual o tipo de comunicação que a pessoa com surdez utiliza? A ideia é não somente garantir a presença dos intérpretes de LIBRAS nas escolas, mas também para se organizarem os atendimentos educacionais em LIBRAS e de LIBRAS.

Ainda o preconceito... Uma reflexão que poderia ser feita é que talvez o mais importante não seja como é chamada a pessoa com surdez, mas como se lida com a deficiência.

Referência RODRIGUES,L. A. Educação Inclusiva: Princípios e Práticas. LIBRAS. Módulo 5.1, Faculdade Interativa COC, 2007, p.113-168.

Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão Atividade 4 Gabriela Maffei Tatiana Palazzo

“Três dias para ver”, de Helen Keller Várias vezes pensei que seria uma bênção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no princípio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silêncio lhe ensinaria as alegrias do som. De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles veem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara.

“Nada de especial”, foi a resposta “Nada de especial”, foi a resposta. Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno.