AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA DOENÇA RENAL CRÔNICA – UMA VISÃO GERAL

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FUNDAÇÃO FACULDADE FEDERAL DE CIENCIAS MÉDICA DE PORTO ALEGRE - FFFCMPA SISP DROGAS LÍCITAS: ÁLCOOL E TABACO; ILÍCITAS: COCAÍNA, MACONHA, ESTIMULANTES.
Advertisements

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E PRODUÇÃO DE VACINAS NO BRASIL
Epilepsias e Crises Epilépticas
Registro Brasileiro de Diálise
Síndrome Metabólica e Doença Renal
Luiz Augusto Marcondes Fonseca
A inserção da Gastronomia nas unidades hospitalares da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) – Brasil Agora vamos dar um pulo na atenção.
Alcohol: no ordinary commodity
Estudo de prevalência de base populacional das infecções
A grande epidemia deste milênio
EPIDEMIOLOGIA Prof. Eduardo Furtado Flores
> Lia Hasenclever (IE/UFRJ) Grupo Inovação - Instituto de Economia da UFRJ A Crise Econômica Global e a Indústria Brasileira.
Comparação da pressão arterial, aferida por MAPA após sessão de hemodiálise, em pacientes submetidos à avaliação clínica ou bioimpedância, para determinação.
Modelo de Estimativa de Risco de Incidência de Tuberculose em Municípios Brasileiros Mineração de Dados Cleiton Lima Eric Ferreira.
Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus.
IV Encontro Nacional de Prevenção da Doença Renal Crônica
Dr. Fernando M. de Lucas Jr. (MG)
Impacto do Status Social na Progressão da Doença Renal Crônica
VIII Congresso Mineiro de Nefrologia
AMBULATÓRIO DE NEFROLOGIA E NUTRIÇÃO
Brasil: conquistas e desafios para o sistema de saúde
Alimentos Regionais Brasileiros e a Promoção da Alimentação Saudável
CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO DAS MERENDEIRAS “Parceiros da Saúde”
Estruturação e Gerenciamento de um Centro de Prevenção de DRC
PREVINA-SE para crianças e adolescentes: uma proposta
“OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA E A NUTRIÇÃO”
Dietética e educação nutricional na enfermaria
Risco cardiovascular e aterosclerose na Artrite Reumatóide
PRODUÇÃO DE SERAPILHEIRA E TRANSFERÊNCIA DE NUTRIENTES EM ÁREA DE SEGUNDA ROTAÇÃO COM FLORESTA DE Pinus taeda L. NO MUNICÍPIO DE CAMBARÁ DO SUL, RS Autores:
EPIDEMIOLOGIA DO USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS NO BRASIL
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Pé Diabético:Ações da equipe multiprofissional de saúde
Choque de Gestão “gastar menos com o governo e mais com o cidadão” Residente: Rose Miranda da Silva.
Bruno Matias Daniel Akamine
REDE ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA EM NEFROLOGIA
Saúde indígena no Brasil: Persiste a carência de dados demográficos e epidemiológicos Ricardo Ventura Santos Escola Nacional de Saúde Pública Fundação.
Saúde Mental População Outubro/ 2007.
Nefrotoxicidade induzida pela ciclosporina em transplante cardíaco
Discussão Anátomo-Clínica Portal da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Protocolo de Manejo da Exacerbação da DPOC
Que comemos? calorias  nutrição, saùde e variedade Quando comemos? comidas regulares  snacks Onde comemos? em casa  fora de casa Como se preparam os.
Vigilância das Transição demográfica e epidemiológica
Um problema de saúde pública
Prof. Dra. Thalyta cardoso alux teixeira
EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA
 2007 Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health Seção B Rastreamento das mortes e doenças relacionadas ao tabaco.
PROGRAMAÇÃO Prof. Dr. Paulo César Stringheta (DTA/UFV):
Doença Renal Crônica: Um Problema Contemporâneo de Saúde Pública
Padrões da Alimentação do Brasileiro na atualidade
MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA
TRATAMENTO CONSERVADOR
Doença Renal Crônica.
Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) - II
PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NA INFÂNCIA
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NEFROLOGIA/HUPE/UERJ
Avaliação do Estado Nutricional de Crianças Regularmente Matriculadas na Fundação Matriculadas na Fundação Joana de Angelis no Município de Tubarão- SC.
Organização da Atenção à Saúde Luiz Marcos Ribeiro 2011
SUB-NUTRIÇÃO FETAL - FENÓTIPO ECONÔMICO
Do indivíduo ao coletivo: Vigilância Epidemiológica Universidade Federal Fluminense Instituto de Saúde da Comunidade Departamento deEpidemiologia e Bioestatística.
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Introdução Objetivo Metodologia Conclusão Resultados Referências
Introdução a Educação Física para Grupos Especiais (GE):
Saúde do adolescente Nutrição na adolescência
Profa. Dra. KÁTIA ANDRADE Médica Intensivista pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia.
Distúrbios Nutricionais: um Problema de Saúde publica no Pais
NUTRIÇÃO E SAUDE PUBLICA PAULA CAMPOS
Hiperdia Tarsila Cunha.
DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM SERVIDORES PÚBLICOS Introdução Os transtornos mentais estão em contínuo aumento no mundo moderno. As doenças mentais causam mais.
INTRODUÇÃO O objetivo desta pesquisa foi a coleta de dados epidemiológicos para a avaliação dos pacientes diagnosticadas com doenças cardiovasculares,
INCIDÊNCIA DE COMPRA DE HORTIFRUTIGRANJEIROS ANTES E APÓS DIVULGAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL E TÉCNICAS DE PREPARO COMO ESTRATÉGIAS DE MARKETING EM SUPERMERCADO.
Transcrição da apresentação:

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA DOENÇA RENAL CRÔNICA – UMA VISÃO GERAL Profa. Dra. Alessandra Campani Pizzato II Congresso Sul Brasileiro de Nefrologia IX Jornada Gaúcha de Nefrologia e Enfermagem em Nefrologia I Jornada Gaúcha de Nutrição em Nefrologia 2007

EPIDEMIOLOGIA DA DRC

DRC - PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA EPIDEMIOLOGIA DA DRC DRC - PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA Presente em elevada porção da população Crescente incidência – tendência  Atinge, desigualmente, diferentes segmentos da população; Evidências de estratégias preventivas que podem reduzir esta condição - políticas, econômicas e ambientais Evidências de não realização destas estratégias (Romão, João. Jornal Brasileiro de Nefrologia. 2004; Schoolwerth et al. Centers for disease control and prevention 2006)

QUAL A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA DRC?

prevalência: pré-diálise e diálise SÍNDROME MIA prevalência: pré-diálise e diálise INFLAMAÇÃO DESNUTRIÇÃO ATEROSCLEROSE ESTRESSE OXIDATIVO ACELERADA (Stenvinkel. Blood Purif. 2001; Pecoits-Filho et al. Jornal Brasileiro de Nefrologia. 2002)

SÍNDROME MIA Curva de sobrevida atuarial, de acordo com o número de componentes da síndrome MIA Nenhuma complicação Uma complicação Sobrevida (%) Duas complicações (P<0,00001) Três complicações Tempo (anos) Modificado de Pecoits-Filho et al, Jornal Brasileiro de Nefrologia (2002)

DRC - Estado inflamatório SÍNDROME MIA -  ptn fase aguda: Associação com hipercatabolismo e desnutrição, etc DRC - Estado inflamatório Desequilíbrio dos padrões de proteínas (albumina) Hipoalbuminemia Mortalidade (Yeun et al. Am J Kidney Dis 2000; Aparicio et al. J Nephrol 2001; K/DOQI - Am J Kidney Dis 2002; Stenvinkel et al .Nephrol Dial Transplant. 2002; Bastos et al. J Bras Nefr 2004; Suliman et al. Am J Clin Nutr. 2005; Mandayam, Mitch. Nephrology (Carlton) 2006)

DRC  associada a FR clássicos da DCV SÍNDROME MIA DRC  associada a FR clássicos da DCV Uremia Disfunção endotelial Processo inflamatório  oxidação de lipoproteínas Processo aterosclerótico (Zoccali. Nephrol Dial Transplant 2000; Locatelli et al. Nephrol Dial Transplant. 2003)

Dano oxidativo  modificações bioquímicas e estruturais das PTN e AA SÍNDROME MIA Dano oxidativo  modificações bioquímicas e estruturais das PTN e AA Alterações funcionais  propriedades metabólicas, enzimáticas e imunológicas Restrição de K   antioxidantes (Canaud et al. Blood Purif 1999;  Descamps-Latscha, Witko-Sarsat. Kidney Int Suppl 2001; Himmelfarb. Kidney Int 2001; Spittle et al Am J Kidney Dis 2001;Oberg et al. Kidney Int 2004)

FATORES ENVOLVIDOS NA DEP NA DRC Dietas restritivas Iatrogenia Inadequada ingestão nutricional Comorbidades existentes Sintomas urêmicos Inflamação e/ou infecção Interações medicamentosas Fatores psico-sociais Diálise – Proteólise e perda de nutrientes CAPD - pressão intraperitoneal  Acidose  degradação protéica corporal e muscular, e oxidação de AA;  síntese de albumina (DIMKOVIC & OREOPOULOS, 2002; TZAMALOUKAS et al., 2002; K/DOQI, 2000; BOSSOLA, 2005)

QUAL A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA DRC?

DRC – Atinge diretamente o estado nutricional IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DRC – Atinge diretamente o estado nutricional Resposta ao tratamento- Progressão da DRC Avaliação Nutricional - identificar desnutrição e risco nutricional INTERVENÇÃO ADEQUADA - TN - Efeitos deletérios da desnutrição, nas fases pré-dialíticas, estendem-se por muito tempo.

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Cada método possui sua importância Nenhum pode ser considerado único e suficiente para predizer o risco nutricional, isoladamente Todos apresentam limitações

MÉTODOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL MÉTODOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS PARÂMETROS DIETÉTICOS PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS PARÂMETROS LABORATORIAIS PARÂMETROS CLÍNICOS PARÂMETROS FÍSICOS PARÂMETROS SOCIAIS E CULTURAIS AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL Avaliação nutricional deve ser periódica!

PARÂMETROS DIETÉTICOS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS DIETÉTICOS Avaliar hábitos alimentares Intolerâncias alimentares Qualidade e quantidade da dieta Modificações da dieta (DUARTE, CASTELLANI, 2002; TRINTIN, 2003)

CONSUMO ALIMENTAR Quantitativos: PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS DIETÉTICOS CONSUMO ALIMENTAR Quantitativos: Objetivo: Conhecer a quantidade de calorias, macro e micronutrientes ingerida (ex: Recordatório 24 horas, Registro Alimentar) Qualitativos: Objetivo: Conhecer o hábito nutricional (ex: anamnese alimentar, questionário de freqüência) (DUARTE, CASTELLANI, 2002; TRINTIN, 2003)

A combinação de mais de um método pode ser útil PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS DIETÉTICOS A aplicação criteriosa de técnicas de inquéritos alimentares diminui a margem de erros dos resultados A combinação de mais de um método pode ser útil Na prática clínica, o inquérito pode representar o 1o passo na identificação de deficiências nutricionais (DUARTE, CASTELLANI, 2002; TRINTIN, 2003)

Técnicas de avaliação de consumo PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS DIETÉTICOS AVALIAÇÃO DA ADESÃO A DIETA Técnicas de avaliação de consumo Geração de uréia Fórmulas para cálculo do Equivalente protéico do aparecimento de Nitrogênio Urêico- PNA (SARGENT & GOTCH, 1979; CUPPARI et al, 2005)

PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS PESO E ALTURA Peso seco – sem edema CAPD: desconsiderar líquido peritoneal ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DOBRAS CUTÂNEAS: lado contrário do acesso vascular CIRCUNFERÊNCIAS: CB e CMB Limitações: estado de hidratação; alterações de massa óssea e muscular; padrão de referência? IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA (DUARTE, CASTELLANI, 2002)

IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Modelo rápido e não invasivo Baseia-se no princípio da condutividade elétrica para estimativa dos compartimentos corporais LIMITAÇÃO: Hiperhidratação superestima a MM

IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA Bom marcador clínico Avalia estado nutricional em HD Estágios iniciais da DRC- avalia prejuízo da composição nutricional Avaliação 2h após a HD- compartimentos hídricos se equilibram (BELLIZZI et al, 2006; NAKAO et al, 2007)

PARÂMETROS LABORATORIAIS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS LABORATORIAIS Albumina Pré-albumina Tranferrina ESTRATIFICADORES DE RISCO E NÃO DE ESTADO NUTRICIONAL (SERES, Nutr Clin Pract. 2005)

PARÂMETROS CLÍNICOS E FÍSICOS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS CLÍNICOS E FÍSICOS Complicações e patologias associadas Sintomas gastrintestinais (náuseas, vômitos) Alteração na ingestão de alimentos Fatores psicológicos Exame Físico Perdas de massa muscular - Hipotrofia muscular Edema Deficiência de nutrientes (Trintin, 2003)

PARÂMETROS SOCIAIS E CULTURAIS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS SOCIAIS E CULTURAIS Baixo poder aquisitivo Incapacidade de comprar ou preparar alimentos Incapacidade de alimentar-se sozinho Condições precárias de moradia Ausência de socialização nas refeições Uso de álcool e tabaco Tabus alimentares (Trintin, 2003)

AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (AGS) PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (AGS) História clínica Variação de peso Consumo alimentar Sintomas gastrointestinais Capacidade física Exame físico Gordura subcutânea Massa muscular Edema - ascite Simples Baixo custo Boa reprodutibilidade Boa confiabilidade Aspectos específicos da DR, podendo identificar com maior precisão a presença da desnutrição (STEIBER et al, J Ren Nutr. 2007)

melhorar o estado nutricional reduzir a perda de peso Papel do Nutricionista É imprescindível uma Avaliação Nutricional criteriosa precoce, buscando identificar aqueles pacientes em risco a fim de: melhorar o estado nutricional reduzir a perda de peso melhorar e resposta ao tratamento reduzir a estadia hospitalar melhorar a qualidade de vida do paciente

OBRIGADA! acpizzato@terra.com.br