A cidade e as Serras Eça de Queirós

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Características da Obra
Advertisements

O romantismo I – Contexto Histórico.
Pensamento Quântico, Poder Pessoal e Prosperidade
UNIP FEP Prof: Msc. Carolina Brum Agosto de 2010
O equilíbrio formação pessoal / formação profissional
IV CONGRESSO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
TCC: Monografia e/ou Artigo
ANÁLISE LITERÁRIA A CIDADE E AS SERRAS MUITO ALÉM DO JARDIM.
Paisagem Natural e ação do Homem
A CULTURA ESCOLAR NA SOCIEDADE NEOLIBETAL
Max Weber Os tipos ideais.
Compreensao Weberiana sobre Cidade
A CIDADE e as serras RO M A N C E D E E Ç A D E Q U E I R Ó S.
Realismo - Naturalismo
Literatura Prof. Henrique
FILOSOFIA.
Início do Realismo O Realismo teve seu início na França em 1857, quando Gustave Flaubert publicou sua obra Madame Bovary, em que sua principal personagem.
O Realismo.
Vertentes Realistas.
A Educação N’Os Maias.
A cidade e as serras Eça de Queirós.
O romance e o folhetim Prosa no Romantismo.
A CIDADE E AS SERRAS último romance (póstumo) Conto: a civilização
Auto-estima X Individualismo
O Positivismo.
ESTAR SOZINHO....
Um espaço, uma “estória”
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO E CULTURA Aula de 09/05/2012.
A cidade e as Serras Eça de Queirós
Crítica da razão indolente: contra o despedício da experiência
LIJ BRASILEIRA: O CONTEXTO INICIAL
Aula 6 – Hume e o Empirismo
SEMINÁRIO DE LANÇAMENTO DO PROGRAMA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO EM ZONAS SEMIÁRIDAS NO NORDESTE DO BRASIL.
Sobre Estar Sozinho Dr. Flávio Gikovate
Cultura – conceitos e definições
Lab. de Produção Gráfica e Imagem
Literatura Dom Casmurro Machado de Assis
Contando um pouco sobre CONTOS
LIVRO DOS ESPIRITOS CAPITULO 4
Hortônimo e Heterônimos
"A aia" de Eça de Queirós. "A aia" de Eça de Queirós.
Material de Literatura Prof. HIDER OLIVEIRA
O QUE É FILOSOFIA ?.
Eça de queiros.
CURRÍCULO E AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS
Trabalho realizado por:
REALISMO PORTUGUÊS Prof. Karen Olivan.
ADELAIDE REZENDE DE SOUZA

ROMANTISMO Profª: Indianara..
REALISMO Revolução Industrial
Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio.
1° Seminário de Integração Etapa VI
Arcadismo Introdução.
O Positivismo.
QUESTÃO COIMBRÃ / REALISMO / EÇA DE QUEIRÓS
O que é a Indústria Cultural?
História Da Matemática
ANÁLISE LITERÁRIA A CIDADE E AS SERRAS MUITO ALÉM DO JARDIM.
Por que alfabetização tecnológica do professor?
O trabalho Curso: Psicologia Disciplina: Psicologia e Trabalho I
SOCIOLOGIA Revisão. Max Weber 1. As ideias não determinam a sociedade, mas elas são importantes, ou seja, elas influenciam. O que são os tipos ideais?
FILOSOFIA.
“São introduzidos demasiado cuidado e fardo no seio de nossas famílias e muito pouco de natural simplicidade, paz e felicidade é acariciado. Deve haver.
Sócrates e o nascimento da Filosofia
REALISMO E NATURALISMO
Das aparências ao mundo das idéias.
Eça de Queirós Trabalho realizado por: Francisco Palas nº 8 Madalena Prestes nº 16 Professora: Cristina Pimentel Disciplina: Português Escola.
O ILUMINISMO Cap. 27 – Aulas “Só haverá liberdade quando o último rei for enforcado com as tripas do último padre”. Voltaire.
Transcrição da apresentação:

A cidade e as Serras Eça de Queirós

Como nasce a ideia da narrativa Publicado em 1901, no ano seguinte ao da morte de Eça de Queirós, o romance A Cidade e as Serras foi desenvolvido a partir da ideia central contida no conto Civilização, datado de 1892. 

Narrador e Protagonista Escrito em primeira pessoa, A Cidade e as Serras, como a maioria dos romances de Eça de Queirós, há um narrador-personagem, José Fernandes, o qual não se confunde com o protagonista da obra, Jacinto de Tormes. Uma particularidade da personagem José Fernandes, está na importância que dá aos instintos, sobrepondo-os à sua capacidade de sentir ou de pensar.

O protagonista português e seus conflitos Jacinto de Tormes é filho de uma família de fidalgos portugueses, mas nascido e criado em Paris. Se cerca de artefatos da civilização e de tudo o que a ciência produz de mais moderno. Entretanto, o excesso de ócio e conforto o entedia, a ponto de fazê-lo perder o apetite, a sede lendária, a robustez física e a disposição intelectual da juventude. Levado pelas circunstâncias a conhecer suas propriedades nas serras portuguesas, apaixona-se pelo campo, lá introduzindo algumas inovações. Mesmo em contato com a natureza, Jacinto não abandona alguns de seus hábitos urbanos.

Simbologia Ao longo da narrativa percebemos que Jacinto representa não apenas uma crítica do escritor à ultracivilização, mas também a utopia de um novo Portugal, uma nova pátria, capaz de modernizar-se, sem perder as tradições e as particularidades nacionais.

Nasce o conflito José Fernandes pôde observar com maior atenção a vida do amigo em Paris; suas intensas atividades o desgastavam e, com o passar do tempo, constatou que Jacinto foi perdendo a credulidade, percebendo a futilidade das pessoas com quem convivia, a inutilidade de muitas coisas da sua tão decantada civilização. Nos raros momentos em que conseguiam passear, confessava ao amigo que o barulho das ruas o incomodava, a multidão o molestava: ele atravessava um período de nítido desencanto.

A jornada de Jacinto de Tormes A travessia de Jacinto é nítida quando o personagem troca o mundo civilizado, repleto de comodidades provenientes do progresso tecnológico, pelo mundo natural, selvagem, primitivo e pouco confortável.

Conflito da narrativa realista Jacinto de Tormes representa a elite portuguesa. A obra critica-lhe o estilo de vida afrancesado e desprovido de autenticidade, que enaltece o progresso urbano e industrial e se desenraiza do solo e da cultura do país. Na narrativa, a apologia da natureza não pode ser confundida com o elogio da mesmice e da mediocridade da vida campestre de Portugal. Ao contrário, trata-se de ressaltar o espírito lusitano, em seu caráter ativo e trabalhador. Assim, podemos afirmar que depois da viagem, o protagonista busca a síntese, ou seja, o equilíbrio, que vem da racionalização e da modernização da vida no campo.

O espaço geográfico A Cidade e as Serras é um romance no qual se destaca a categoria espaço, na medida em que os ambientes são fundamentais para a compreensão da história, destacando-se os contrastes por meio dos quais se contrapõem. Assim, a amplidão da quinta de Tormes contrasta com a estreiteza do universo tecnológico do 202, o que aponta para a oposição entre o espaço civilizado e o espaço natural, presente em todo o romance.

O sentido da vida Jacinto de Tormes, ao buscar a felicidade, empreendeu uma viagem que o reencontrou consigo mesmo e com o seu país. Tal viagem, concomitantemente é exterior e interior, abarca a pátria portuguesa e se reveste de uma significação particular, pois pode ser lida como um processo de auto conhecimento: um novo Portugal e um novo português se percebem nas serras e querem utilizar as qualidades da cidade para se civilizarem sem se corromperem.