Estudo sobre adesão ao tratamento antirretroviral de

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Transcrição da apresentação:

Estudo sobre adesão ao tratamento antirretroviral de usuários de serviço de saúde pública do município de Florianópolis Coordenador(a): Brígido Vizeu Camargo (UFSC) Equipe: Andréa Barbará Bousfield (UFSC) Andréia Isabel Giacomozzi (SMS) Larissa Papaleo Koelzer (Pibic-UFSC)

A infecção pelo HIV tem sido considerada de caráter crônico e potencialmente controlável, desde o surgimento da TARV e da disponibilização de marcadores biológicos (CD4 e Carga viral) para o monitoramento de sua progressão.

Adesão É um processo colaborativo que facilita a aceitação e a integração de determinado regime terapêutico no cotidiano das pessoas em tratamento, pressupondo sua participação nas decisões sobre o mesmo. A adesão ao tratamento se destaca entre os maiores desafios da atenção às pessoas vivendo com o HIV/Aids, pois demanda de seus usuários mudanças: Comportamentais, dietéticas, uso de vários medicamentos ao dia por toda a vida.

A adesão é crucial para uma vida longa e com qualidade; Estudos indicam que a eficácia do tratamento (supressão viral), exige que o uso do esquema terapêutico deva ser igual ou superior a 95% das doses prescritas. A adesão insatisfatória pode estar associada com o desenvolvimento de resistência viral. Necessidade dos serviços elaborarem novos arranjos e oferta de atividades específicas em adesão.

Objetivo Investigar o nível de adesão ao tratamento, bem como, identificar os fatores de risco para a baixa da adesão ao tratamento antirretroviral de usuários dos serviços de saúde do município de Florianópolis.

Metodologia Estudo exploratório Participantes 154 usuários (82 homens e 72 mulheres) dos serviços de saúde de Florianópolis. Instrumento Questionário aplicado individualmente e em forma de entrevista. Escala de adesão ao tratamento antirretroviral (Remor, Milner-Moskovics & Preussler, 2007). Procedimento Análise de dados (SPSS e Programa Informático ALCESTE) Aspectos éticos - Comitê de ética protocolo 242/09.

Resultados e Discussão Média de idade dos participantes: 40 anos e 3 meses (DP = 9 anos e 8 meses); Média de tempo de tratamento: 5 anos e 3 meses (DP= 4 anos e 7 meses); As respostas da questão “O que o tratamento significa para você” foram digitadas em um banco de dados e analisadas com auxílio do software ALCESTE.

Uso de substâncias no passado: 37% referiram uso de álcool, 25,3% maconha, 20,1% cocaína e 10,4% crack; Uso de substâncias atualmente: 22,7% referiram usar álcool, 12,3% maconha, 1,3% cocaína e 2,6% crack; 50,6% dos participantes afirmaram que sentiram efeitos colaterais no início do tratamento e 33,8% ainda sentem; A relação com o médico foi declarada boa por 82,5%; A relação com a equipe foi declarada boa por 75,7%.

Preconceito – 40% dos usuários. Família – separação de utensílios domésticos e restrição do contato físico (aperto de mão, abraço).

Adesão ao tratamento 45,55% baixa/insuficiente adesão; 31,8% média; 22,7% alta/estrita. Escala de adesão ao tratamento antirretroviral (Remor, Milner-Moskovics, & Preussler, 2007).

Adesão alta/estrita x variáveis preditoras Beta t Sig. Informação 0,223 3,044 0,003 Relação com o médico 0,315 4,223 0,000 Relação com a equipe 0,240 3,236 0,002 29% da variância (F 4,140= 14,352, p< 0,001)

Representações Sociais do tratamento Adesão Baixa Solteiros 19 a 29 anos Com efeito colateral Adesão Moderada Casados Média de 50 anos Sem efeito colateral Tratamento + de 6 anos Adesão Estrita Idade entre 40 e 50 anos Tratamento + de 2 anos Palavra Frequência x² Palavra Frequência x² Palavra Frequência x² Tomar 134 7.28 Tratamento 67 6.87 Efeito 17 6.60 Fazer 58 4.84 Pessoa 36 5.55 Vírus 16 6.76 Passou 41 8.26 Faço 19 4.57 Ótimo 12 16.23 Anos 38 5.58 Negativo 10 10.66 Início 10 13.98 Tempo 24 5.35 Questão 9 16.21 Noite 7 6.45 Dizer 24 4.50 Hepatite 8 8.88 Beber 7 5.44 Gosto 18 8.78 Claro 8 5.60 Rotina 6 7.95 Ruim 18 3.94 Fácil 7 7.03 Casa 6 5.35 Depende 13 7.28 Incomoda 6 5.27 Coquetel 5 5.42 Tontura 9 5.13 Estômago 5 4.27 Vômitos 9 5.13

- Adesão baixa - dependência química, desânimo, descoberta recente da condição sorológica positiva para o HIV e também efeitos colaterais. - Adesão moderada - facilidade no tratamento, uma vez que tem negativado a carga viral, vê o tratamento como prevenção, e, além disso, consideram-se bem informados sobre o tema. Adesão estrita - tratamento como uma chance de sobreviver, por meio de rotinas orientadas pelos profissionais.

Fatores Positivos - relacionados a adesão alta/estrita, considerada pelos estudiosos ideal (Remor, Milner-Moskovics, & Preussler, 2007), é influenciada pelo comprometimento da relação entre paciente, médico e equipe de saúde em geral e nível de informação a respeito do tratamento. Fatores negativos - atrelados a baixa/insuficiente adesão ao tratamento, citam-se: o uso de drogas e o preconceito sofrido devido a condição sorológica.

Impactos do Projeto – Científico Geração de Novos conhecimentos; Geração de conhecimento passível de difusão; Formação e capacitação de recursos humanos.

Impactos do Projeto – Econômico/Social Melhoria da qualidade de vida da população que vive com HIV/Aids; Insumos para políticas públicas.

Impactos do Projeto – Ambiental Subsídio ao aperfeiçoamento da Política Nacional de Saúde; Contribuição para avaliação de Modelo de Atenção; Apropriação/incorporação dos resultados pelos serviços; Melhoria da gestão, organização e qualidade dos serviços; Redução da morbi-mortalidade relacionada ao agravo estudado. Desenvolvimento e aplicação de protocolos clínicos.

Aplicabilidade para o SUS Observou-se que a população estudada apresenta adesão regular ao tratamento antirretroviral. Vale ressaltar, que em termos de práticas de atenção à saúde, é necessária uma boa adesão para garantir o tratamento farmacológico e seus benefícios, um cumprimento insuficiente ou baixo está relacionado com a criação de resistências ao medicamento e fracasso no tratamento. Os pesquisadores apresentarão os resultados obtidos na pesquisa na SMS, para a gestão e profissionais que atendem a esta população, no intuito de sensibilizá-los/capacitá-los para um atendimento mais voltado às necessidades integrais dos usuários.

Produção Científica Trabalho - Internacional Estudo da adesão ao tratamento antirretroviral em Florianópolis e possíveis fatores preditivos XIX Jornadas de Jóvenes Investigadoresasociacion de Universidades Grupo Montevideo (AUGM “Ciencia en el Bicentenario de los Pueblos Latinoamericanos” Universidad Nacional del Este Ciudad del Este República del Paraguay 25, 26 y 27 de octubre del 2011 Representações sociais e adesão ao tratamento antirretroviral XI Conferência Internacional sobre Representações Sociais Universidade de Évora Évora – Portugal 25 a 29 de junho de 2012

Trabalhos – Nacional Representações sociais da terapia antirretroviral VII Jornada Internacional e V Conferência Brasileira sobre Representações Sociais Vitória – ES 24 a 27 de julho de 2011 As representações sociais do viver com o hiv/aids Vivências de preconceito de pessoas que vivem com o HIV/Aids 41a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de psicologia. 26 a 29 de outubro de 2011 – Belém – PA.

Considerações Finais Ressalta-se a importância de uma abordagem integral às pessoas que convivem com o HIV/Aids, que contemple os aspectos emocionais, os comportamentos de saúde, uso/abuso de álcool, crack e outras drogas, relacionamentos íntimos, entre outros, para que se possa promover melhorias efetivas na condição de vida destas pessoas, comprometendo-as também com seu tratamento.

Muito Obrigada! www.laccos.org