INTOXICAÇÃO POR DDT E DIOXINAS Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia
dicloro difenil tricloroetano INTOXICAÇÃO POR DDT H Cl C c dicloro difenil tricloroetano
CARACTERÍSTICAS GERAIS DDT – produto sintético ORGANOCLORADO (1873), com ação INSETICIDA (1939), usado durante a Segunda Guerra Mundial para combater os vetores da malária, tifo e outras doenças Existe resistência dos insetos ao produto 1960 – descoberta de seu efeito cancerígeno e sobre a reprodução dos pássaros 1970 - banido de vários países Forma de cristais ou pó brancos Praticamente insolúvel em água, mas solúvel em gorduras
CARACTERÍSTICAS GERAIS Poluente Orgânico Permanente (POP), extremamente persistente no meio ambiente: meia-vida de 2 a 15 anos no solo, 56 dias em lagos, 15 dias nos rios MOBILIDADE MUITO REDUZIDA no meio ambiente Degradação no ambiente DDE - dicloro difenil dicloroetileno DDT e DDE acumulam-se em plantas e animais, principalmente aquáticos quantidade de DDE maior que de DDT no sangue INTOXICAÇÃO CRÔNICA
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ELIMINAÇÃO Absorção: tubo digestivo e pulmões e, menos rapidamente, pela pele Fígado: transformado em outras substâncias tóxicas como o DDE, DDD, e DDA é o órgão alvo: DDT age sobre as substancias (enzimas) que participam do metabolismo de outras se acumula no tecido gorduroso, sobretudo no cérebro: DDT, DDE e seus outros derivados causa problemas na reprodução e desenvolvimento de camundongos, ratos, coelhos, cães e aves seus efeitos clínicos não puderam ser bem determinados no homem, por falta de estudos amplos
AÇÃO E EFEITOS AGUDOS Cloracne dor de cabeça, tonturas, fotofobia dores de cabeça distúrbios respiratórios agem sobre o sódio e o potássio das células nervosas: impulsos nervosos constantes com contrações repetidas (hiperexcitabilidade) desorientação convulsões paralisias morte
AÇÃO E EFEITOS CRÔNICOS anomalias do sistema nervosos periférico, inclusive paralisia dos membros aceleração do ritmo respiratório distúrbios sanguíneos, indo até a aplasia medular lesões do fígado (aumento de volume - câncer?), com alterações dos testes de laboratório ( das enzimas TGO e TGP) lesões dos rins anomalias do ritmo cardíaco
CARCINOGÊNESE Administração oral em camundongos: câncer do fígado, pulmão e gânglios Administração oral em ratos incidência de tumores do fígado Administração oral em hamsters: câncer das glândulas supra-renais
PARTICULARIDADES DA ESTRUTURA Comparação das fórmulas químicas do DDT e estradiol H Cl C c DDT Estradiol
DISTÚRBIOS HORMONAIS Prematuridade e baixo peso ao nascer Estrutura do DDT semelhante ao do hormônio feminino estrógeno puberdade precoce em meninas efeito anti-andrógeno nos homens, com do volume e da quantidade de esperma (efeito tóxico nas vesículas seminais e na próstata)
EXAMES LABORATORIAIS Cromatografia em fase gasosa VALOR DE REFERÊNCIA DDT E DDE em leite humano 90 ng/L (Agência Nacional do Ambiente, Alemanha - Ewers, 1999)
INTOXICAÇÃO POR DIOXINAS Cl C O H c Tetracloro dibenzo para-dioxina TCDD Cl C O H c Tetracloro dibenzo furano TCDF
CARACTERÍSTICAS GERAIS PCDDs e PCDFs são produtos de degradação de vários processos de industriais e amplamente distribuídos no meio-ambiente Têm um mecanismo de ação comum e geram quadros clínicos parecidos TCDD constitui uma das toxinas mais potentes conhecidas Passam do meio ambiente para os animais, através da alimentação, e acumulam-se em gorduras Passam para o homem pelo consumo das gorduras contidas na carne, em ovos e no leite Meia-vida no meio ambiente de várias décadas Julho 2004 Novembro 2004 Viktor Yushchenko campanha eleitoral UCRÂNIA, 2004
ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E ELIMINAÇÃO Bem absorvidos por via digestiva Passam rapidamente para o sangue, onde se associam às lipoproteínas Se distribuem por todos os tecidos ricos em gorduras Agem em doses muito pequenas TCDD e TCDF penetram nas células do fígado e se unem a receptores específicos e complexos enzimáticos (proteínas do receptor Ah e proteínas do citocromo P450) : entrada de TCDD formação de complexos TCDD - receptores Ah produção de proteínas citocromo P450 formação de complexos TCDD – proteínas do citocromo P450 Difíceis de dosar: equipamentos sofisticados, quantidades mínimas
INTOXICAÇÃO CRÔNICA Cloracne IARC 2,3,7,8-TCDD - cancerígeno Lesões de pele semelhantes à acne (“espinhas”) Espessamento da pele com descamação (hiperqueratose), fissuras, infecção e sangramento Unhas quebradiças Pigmentação da pele Saliva espessa Dentes quebradiços Alergia cutânea Seqüelas cicatriciais IARC 2,3,7,8-TCDD - cancerígeno para o homem (Grupo I) 2,3,7,8,-TCDF – não pode ser classificado http://www.dermnet.org.nz/
www.anvisa.gov.br toxicologia@anvisa.gov.br AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA GERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA www.anvisa.gov.br Área de atuação: Agrotóxicos e Toxicologia http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/sia.htm Sistema de Informação sobre Agrotóxicos - SIA toxicologia@anvisa.gov.br (0xx61) 3448 6203 (0xx61) 3448 6202 (0xx61) 3448 6201 Qual é a isca? Água limpa
Área afetada Industria Chemice Meda Sociètat (ICMESA), do grupo suíço Rhodia, produtora de triclorofenol (herbicida e bactericida) Em 20 minutos, 1810 hectares foram contaminados pela nuvem tóxica