Origem dos raios cósmicos Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas (estimativa) com mais de 10 massas solares,

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Transcrição da apresentação:

Origem dos raios cósmicos

Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas (estimativa) com mais de 10 massas solares, que produzem objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis, passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em 1 bilhão de vezes a partir de seu estado original, tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia, mas, com o passar do tempo, sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior aos primeiros.

Uma supernova possui todos os elementos da tabela periódica, consequentemente pode causar a extinção dos seres da Terra, mas também pode gerar vida. A explosão de uma supernova pode expulsar para o espaço até 90% da matéria de uma estrela. O núcleo remanescente tem massa superior a 1,5 Massas solares, a Pressão de Degenerescência dos elétrons não é mais suficiente para manter o núcleo estável; então os elétrons colapsam com o núcleo, chocando-se com os prótons, originando nêutrons: o resultado é uma estrela composta de nêutrons, com aproximadamente 15 km de diâmetro e extremamente densa, conhecida como estrela de nêutrons ou Pulsar.

Mas, quando a massa desse núcleo ultrapassa 3 massas solares, nem mesmo a Pressão de Degenerescência dos nêutrons consegue manter o núcleo; então a estrela continua a se colapsar, dando origem a uma singularidade no espaço-tempo, conhecida como Buraco Negro, cuja Velocidade de Escape é um pouco maior do que a velocidade da luz.

SN 2008D, uma supernova do tipo Ib, mostrada no espectro de X-ray (a esquerda) e em luz visível (a direita). foto da NASA.

múons Múons são partículas elementares instáveis. Quando um raio cósmico de alta energia (partícula primária cuja origem ainda é desconhecida pela ciência) colide com núcleos de moléculas na alta atmosfera terrestre, ele dá origem a uma sequência de interações nucleares e eletromagnéticas, produzindo uma cascata de partículas que se deslocam com velocidades próximas à velocidade da luz (denominadas de partículas secundárias). Essa cascata é designada de Chuveiro Atmosférico Extenso (CAE) e pode ser descrita como um disco de partículas cujo raio varia à medida que este se propaga para o solo. O número N de partículas secundárias depende da energia E0 do raio cósmico primário. No caso em que E0 > 1012 eV, o número N é suficientemente grande para permitir, a um dado nível de observação, a identificação inequívoca do CAE.

As pesquisas de CAE's podem fornecer informações das interações nucleares de alta energia (exemplos de aparatos que realizam este estudo: AGASA - Akeno Giant Air-shower Array , HiRes - High Resolution Flys Eye, FLASH - Fluorescence from Air in Showers e PAO - Pierre Auger Observatory ), além de possibilitarem a determinação da natureza, da energia e da direção de chegada dos raios cósmicos primários. Este último aspecto tem uma grande importância na astrofísica de altas energias, pois os CAE's observáveis no solo decorrem de partículas primárias que carregam informações sobre a sua origem e o mecanismo de aceleração, constituindo a principal fonte de informação sobre processos astrofísicos de regiões muito afastadas da Terra.

Atualmente os CAE's são detectados com aparatos experimentais que cobrem áreas de até milhares de quilômetros quadrados. Um CAE é composto por aproximadamente 90% de elétrons, pósitrons e fótons, 9% de múons e apenas 1% de partículas hadrônicas (prótons energéticos e píons carregados). Como conseqüência da primeira interação são predominantemente produzidos mésons-p neutros e carregados e em menor quantidade partículas K-méson, prótons, nêutrons e suas antipartículas. Os píons carregados (p+ e p- ) de energias mais altas são produzidos com pequenos ângulos de espalhamento e seguem ao longo da direção de colisão, interagindo e gerando novas partículas, enquanto os de energia mais baixa sofrem uma maior deflexão e decaem em múons carregados (µ+ e µ- ). Devido ao breve tempo de vida dos píons carregados ( ~ 10 - 8 s), é mais provável que eles decaiam antes de sofrer uma seguinte interação forte. O número de partículas de um CAE ao nível do mar pode alcançar dezenas de milhares de partículas e a componente muônica representar até 15% do total de partículas carregadas. A Fig. 1 ilustra esses processos para as duas primeiras interações fortes do início do desenvolvimento de um CAE.

Diversos experimentos mediram o fluxo de raios cósmicos secundários em diferentes altitudes e constataram que a intensidade vertical de múons (positivos e negativos) atinge seu máximo, de 220 partículas/(m2.s), a uma altitude de aproximadamente 15 km. Na superfície terrestre o fluxo vertical de múons diminui para cerca de 90 partículas/(m2.s), Isso pode ser explicado pelo fato de que na medida em que o CAE avança em direção à Terra a densidade de partículas diminui devido ao aumento da área circular da frente do chuveiro e ao decaimento da fração de menor energia. Os múons decaem espontaneamente, através da interação fraca, de acordo com os seguintes esquemas

onde usamos a notação e+ para o pósitron, e e- para o elétron, νe e νμ para o neutrino eletrônico e muônico e νe e νμ para o anti neutrino eletrônico e muônico, respectivamente. A massa de repouso de um múon é bem conhecida e vale 105,658 MeV/c2 e a sua vida média é 2,197 µs. A energia média dos múons detectados no nível do mar é da ordem de 5,0 GeV, ao passo que a uma altitude de 15 km essa energia é da ordem de 6 GeV.

O múon é a partícula elementar carregada mais abundante na superfície da Terra. Ele não interage fortemente (interação nuclear) e possui uma trajetória retilínea. Essas características (alto fluxo, trajetória retilínea, alta energia e longa vida média) fazem esta partícula ser ideal para a demonstração dos efeitos relativísticos demonstrados neste trabalho.

Mecânica clássica Os múons chegam à superfície da Terra com velocidades próximas a da luz, com um valor médio v = 0,998c ou v = 2,992 × 108 (m/s). O tempo que os múons levam para percorrer os 15 km de atmosfera é dado por : O que equivale a um tempo 22,97 vezes maior do que a vida média do múon (i.e., t = 22,97 Γμ)!! Como explicar esse valor?