Neurociência e escrita

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Neurociência e escrita Elvira Souza Lima

2 – Componentes da escrita Este texto discorre sobre o ato de escrever, utilizando como referência o conhecimento disponibilizado pela neurociência. Não se trata de um texto técnico sobre o cérebro e o seu desenvolvimento, mas sobre as implicações que os conhecimentos sobre linguagem e funcionamento cerebral têm para o ensino e a aprendizagem da escrita na escola. Tópicos: 1 – Cérebro e escrita 2 – Componentes da escrita 3 – Currículo e planejamento para a aquisição da escrita 4 – A aplicação da neurociência no ato de escrever

Cérebro e Escrita Escrever tem duas funções importantes para o ser humano: É um instrumento para o próprio pensamento da pessoa Forma parâmetros para a comunicação Diálogo consigo mesma Forma instrumentos mentais para o pensamento A escrita funciona como suporte para a memória da pessoa. A escrita serve à memória coletiva A escrita é instrumento de comunicação e de socialização do conhecimento. Suporte para a memória coletiva Compartilhamento de saber e de poder

O cérebro tem centros para a linguagem O cérebro tem centros para a linguagem . Esta descoberta se deu no século XIX por Wernick e Broca, a partir de estudos de casos de patologia e comparação de cérebro pós-morte. Algumas áreas do cérebro envolvidas no processamento da linguagem:. Área de Broca (Azul), Área de Wernicke (Verde), Giro supramarginal (Amarelo), Giro angular (Laranja) , Cortex auditivo primário (Rosa) A neurociência é o estudo do sistema nervoso humano, o cérebro, e as bases biológicas da consciência, percepção, memória e aprendizagem.

Componentes da Escrita Três domínios Linguística: sintaxe, léxico, prosódia, semântica, fonologia e morfologia Gráfico: instrumentos, convenções - cima para baixo e esquerda para direita – e as culturais - segmentação Conceitos: palavra, letra, sílaba, frase, parágrafo e texto

A escrita como sistema linguístico A escrita é um sistema simbólico que tem uma estrutura linguística. No cérebro, há várias áreas que correspondem à aprendizagem dessa estrutura. As dimensões linguísticas do ato de escrever A sintaxe é fundamental para a formulação do sentido de uma frase. Sintaxe – Verbo de ação o verbo de ação tem grande permanência no cérebro, ou seja, é o elemento mais agregador de significados Semântica trata de elementos básicos da criação do significado da escrita. Para escrever é necessário integrar as palavras em sentenças segundo a estrutura gramatical, de forma que o significado possa ser constituído. Léxico = vocabulário Entender a formação das palavras ajuda tanto na ampliação do léxico, como na escrita correta das palavras (fonologia e ortografia).

Dimensões da linguagem na escrita e na leitura A prosódia é o que permite comunicar na escrita a qualificação de estados de emoção, movimento, intencionalidade e humor que a linguagem oral apresenta. A prosódia depende do uso de classes gramaticais diferentes. Dimensões da linguagem na escrita e na leitura Para atribuir significado ao que lê, a pessoa utiliza seus acervos de memória (visual, auditiva e semântica). Para escrever necessita “trabalhar” conscientemente com a estrutura da sintaxe para escolher as palavras. Tomar decisões constantemente é uma característica básica da escrita. Recorre-se à memória para buscar palavras e para disponibilizar o método para escrever. Enquanto na leitura a pessoa forma o significado a partir do que o autor escreveu, a pessoa é autora das escolhas e estas devem corresponder exatamente à intenção de significado dela.

Convenções da escrita Conceitos A humanidade inventou a escrita como um sistema de registro. A aprendizagem da escrita supõe a formação na memória de todas as suas convenções. Essa formação de memórias depende da mobilização de áreas distintas do cérebro, ligadas à percepção e ao processamento de imagens (letras e palavras), as quais, por sua vez, precisam estar articuladas com o significado. Escrita como meio de comunicação Convenções quanto à organização espacial Língua portuguesa – linha e parágrafo, segmentação, sinais gráficos, tipos de texto. Conceitos As sílabas são aprendidas como padrão pela memória. As palavras são formadas por sílabas organizadas em uma certa ordem. As regras que determinam a formação das palavras precisam ser interiorizadas, ou seja , precisam ficar gravadas na memória.

Currículo e planejamento para a aquisição da escrita Formar os conceitos de letras, sílaba e palavra está relacionado às dimensões do léxico, da semântica, da morfologia e da fonologia. A sintaxe e a prosódia podem ser utilizadas como recurso metodológico. Já para formar o conceito de frase e de texto é necessário o trabalho com as todas as dimensões linguísticas da escrita. Currículo e planejamento para a aquisição da escrita Escrever aprende-se escrevendo Planejamento de atividades de escrita quanto ao tempo Planejamento de atividades de escrita quanto ao espaço Suportes para a memória Estratégia de auto-avaliação Organização da escrita Ortografia Análise de frases Concordância Análise do parágrafo Roteiro

A aplicação da neurociência no ato de escrever 1ª Exemplo Dona galinha saiu com seus pintinhos para passear. Ela estava procurando uma minhoquinha para dar de comer aos pintinhos. De repente, ela avistou uma... A lisa e do pinho (título) Itlnotvsot Nistasneivsovitsot Sottvs piara dar nisamsvi comer aospintinhos Rinsesatsnvisotsaoa Imeesnotivicatsi vsaisnsoivivso Vsatsatoisai snisatuso Gsatusi Vsatisastis visasnviso

2º Exemplo 1º dia Escreva no balão 1 – o que o gatinho esta pensando? Aluno responde: EU SAL COME ESIT Ele lê para a professora: “Eu quero comer o peixe” 2 – O que o peixinho esta pensando? Ele responde: EUA SUQEI Ele lê: “Ele está querendo me comer” 4º dia EU/GOSI/DA/NIA/MAI/ECA/COSMABUTÃ/NITA EU/GOSI/DA/NIA/MAI “eu gosto da minha mãe”.

6º dia NEZA A TIANEZA É LE HAU. EU QERIA FICA MAI NETA ESCOLA “Neuza. A tia Neuza é legal. Eu queria ficar mais nesta escola”. 9º dia MÃE QUERO QUE VOSÊ VENHA NAFESTA DA ESCOLA “Mãe, quero que você venha na festa da escola”. Os estudos recentes da neurociência revelam que ler é uma atividade complexa que envolve inúmeras áreas do cérebro. Revelam, também, que ler é uma prática de cultura: precisa ser ensinada e depende de constância e continuidade para ser dominada.

Como o nosso cérebro lê O nosso cérebro é doido !!! De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito. 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!