Categorias da Narrativa

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
7º. ANO - LÍNGUA PORTUGUESA
Advertisements

O CONTO.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINGUAGEM E DO DISCURSO
Contando Histórias… Isto é uma ARTE….
Não há factos em si, exteriores ao indivíduo; O papel do investigador não é estabelecer nem descobrir um conjunto de factos, mas sim observar atentamente.
Comentário e Dissertação
Naturalismo O discurso.
Categorias da Narrativa
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Textos narrativos ficcionais e textos poéticos. Michele Picolo
Categorias da narrativa
CATEGORIAS DA NARRATIVA PONTUAÇÃO
CONTO analisando a estrutura
Características da Narrativa
Pedro Silva Elsa Cardoso Rita Mendes Sónia Costa Rita Correia
CATEGORIAS DA NARRATIVA
Um espaço, uma “estória”
Elementos da Narrativa
Principais características do
TEXTO TEATRAL Profª Natália Tiezzi.
Texto com Diálogo 6º D e E Profª Natália Tiezzi.
PLANIFICAR E PRODUZIR UM TEXTO ESCRITO.
Intencionalidade discursiva
Narração É a apresentação, por meio de um narrador, de fatos ou acontecimentos vividos por personagens em determinado espaço e tempo.
Narração É a apresentação, por meio de um narrador, de fatos ou acontecimentos vividos por personagens em determinado espaço e tempo.
Categorias da narrativa
Vygotsky – Pensamento e linguagem
Texto Narrativo.
TEXTOS NARRATIVOS Hoje, vamos falar um pouco sobre narrativa, um dos gêneros textuais que, normalmente, são estudados no Ensino Fundamental 1 e 2, mas.
Os elementos da narrativa: o enredo, o tempo e o espaço
Elementos da narrativa
Trabalho por: Bruno Gonçalves nº4 TGPSI 1º ano Disciplina: Português Prof.: Dina Ferreira Teste de Countéudos Programáticos.
Elementos da Narrativa
NARRATIVA Relato de acontecimentos ou fatos,
AS CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DRAMÁTICO.
GÊNEROS TEXTUAIS: DEFINIÇÃO E FUNCIONALIDADE
Narração: personagem/ espaço/ enredo
Categorias da Narrativa
Texto Narrativo.
Linguagem literária. Linguagem literária A linguagem literária assumiu, através dos tempos, três formas bem distintas: poema drama relato.
Tipologia Textual: Texto Narrativo Definição Exemplo Características.
CATEGORIAS DA NARRATIVA
GÊNEROS LITERÁRIOS.
NARRATIVA Relato de acontecimentos ou fatos,
O CONTO e seus elementos
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO DENOTAÇÃO – Atribui às palavras significados claros, objetivos, que evocam um único sentido, aceito pelas pessoas como algo convencional.
Lendas….
Tipos de Comunicação.
Adequação discursiva.
NARRATIVA Relato de acontecimentos ou fatos,
Categorias da Narrativa Sistematização
Material de Literatura Prof. HIDER OLIVEIRA
Teorias do texto: discurso, enunciação, texto
NARRAÇÃO Disciplina: Redação.
AS CATEGORIAS DA NARRATIVA
Personagem As pessoas envolvidas na narrativa, os seres que realizam ou sofrem as ações narradas são chamados de personagens. Na historia de Chapeuzinho.
Narração Narrar é o desenrolar de fatos acerca de um acontecimento.
PRODUZINDO UM TEXTO NARRATIVO
O CONTO O conto é uma narrativa ficcional.
FACULDADE DE DESPORTO DA UNIVERSIDADE DO PORTO Discentes: o Joana Fernandes Van-zeller Campos o Joana Filipa Pinto Correia o João Diogo Costa o Maria Teresa.
ANOTAÇÕES e DIÁRIO DE CAMPO
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Comunicação e Redação Empresarial
NARRATIVA FICCIONAL ELEMENTOS
TEATRO.
Diálogo da Biologia com a Língua Portuguesa
Você vai escrever um conto em que o narrador será o personagem da história e também o protagonista dos acontecimentos.
Narração Ato de narrar, contar estórias, de relatar fatos ou acontecimentos passados , presentes ou futuros.
Redação gêneros do discurso e gêneros literários
Considerações sobre a obra: Postura da Igreja: considera-se autoridade instituída por Deus para julgar o povo. Eliminar a heresia; Discursar em favor da.
Transcrição da apresentação:

Categorias da Narrativa Acção Tempo Espaço Personagens Narrador Narratário Modos de Expressão e representação

O texto narrativo O texto narrativo conta acontecimentos ou experiências conhecidas ou imaginadas. Contar uma história, ou seja, construir uma narrativa, implica uma acção, desenvolvida num determinado espaço e num determinado tempo, praticada por personagens, que nos é transmitida por um narrador. Normalmente, o texto narrativo é constituído por narração (a acção evolui), descrição (das personagens e do espaço), diálogo (as personagens falam entre si) e monólogo (uma personagem fala consigo mesma). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

I - Categorias da Narrativa Acção Acção Relevância dos acontecimentos Estrutura da acção Final da acção acontecimentos principais e acontecimentos secundários; Acção central e acção secundária; momentos determinantes no desenrolar da acção: situação inicial (introdução), desenvolvimento (acontecimentos) e desenlace (desfecho ou conclusão); acção fechada (solucionada até ao pormenor) ou acção aberta (não solucionada); EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Ordenação dos acontecimentos e da narrativa Organização das sequências narrativas e/ ou acções ordem real dos acontecimentos / ordem textual dos acontecimentos: encadeamento (ordenação cronológica dos acontecimentos), alternância (entrelaçamento das sequências e/ou acções), encaixe (introdução de uma sequência e/ou acção noutra). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Espaço e Tempo Espaço Tempo espaço físico (lugar da realização da acção), espaço social (o meio social a que as personagens pertencem e onde se deslocam), espaço psicológico (o espaço vivenciado pela personagem, de acordo com o seu estado de espírito, ou o lugar do pensamento e da emoção da personagem). tempo cronológico (marcas da passagem do tempo), tempo histórico (enquadramento histórico dos acontecimentos), tempo psicológico (tempo vivenciado subjectivamente pelas personagens). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Personagem Personagens relevo ou papel concepção caracterização central / principal / protagonista, secundária, figurante, mencionada ou aludida; modelada, plana, tipo, individual, colectiva; retrato das personagens: físico (traços fisionómicos, vestuário, gestos), psicológico (traços psicológicos, de carácter; sentimentos, comportamentos), social (grupo social; linguagem); formas de obter informações sobre as personagens: directa (através de palavras da personagem acerca de si própria, de palavras de outras personagens, de afirmações do narrador), indirecta (deduções do leitor acerca da personagem, a partir de atitudes ou comportamentos da mesma). Personagens relevo ou papel concepção caracterização modos de caracterização EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Narrador e Modos de Representação presença Ponto de vista Representação Expressão marcas da sua presença ou ausência - participante (como personagem ou como observador), não participante; marcas da sua imparcialidade ou parcialidade - objectivo (não toma posição face aos acontecimentos), subjectivo (narra os acontecimentos, declarando ou sugerindo o seu ponto de vista). narração, descrição; diálogo, monólogo. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

A acção A acção é o desenrolar de acontecimentos que se relacionam entre si e se encaminham ou não para um desenlace. A ordenação ou estrutura de uma narrativa caracteriza-se por uma situação inicial (introdução), um desenvolvimento (acontecimentos) e um desenlace (desfecho ou conclusão), que não existe em certas narrativas modernas. Quando existe desenlace, isto é, a resolução de todas as dúvidas, expectativas, conflitos ou anseios acumulados, diz-se que se trata de uma acção fechada. Quando não existe desenlace, ou seja, se a narrativa deixar ao leitor a possibilidade de imaginar a continuação da história, diz-se que se trata de uma acção aberta. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Um momento da acção ou sequência é uma unidade narrativa, isto é, um bloco semântico (de sentido) reconhecido intuitivamente pelo leitor. Os momentos da acção ou sequências podem seguir a ordem cronológica dos acontecimentos - encadeamento - ou não. Por vezes, são integrados, no tempo em que a acção decorre, factos anteriores (analepse ou flash-back) ou posteriores (prolepse). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

A personagem A personagem é um ser ficcional em torno do qual gira a acção do texto narrativo. As personagens definem-se em função do seu relevo ou intervenção na acção: personagens principais ou protagonistas - as que assumem o papel mais importante; personagens secundárias - as que têm uma intervenção menor; figurantes - as que não têm qualquer interferência na acção. A identificação de uma personagem corresponde à atribuição de um nome. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

A caracterização das personagens revela-se através de um conjunto de atributos, traços, características físicas e psicológicas – retrato físico e retrato psicológico - moral. Quando as características físicas e psicológicas das personagens são apresentadas pelo narrador, pelas outras personagens ou pela própria personagem, fala-se de caracterização directa; quando as características psicológicas ou morais podem ser deduzidas a partir das atitudes, do comportamento, das emoções, da maneira de falar das personagens, fala-se de caracterização indirecta. Relativamente à construção da personagem, ela poderá ser construída sem profundidade e com um reduzido número de atributos - personagem plana (repete, por vezes com efeitos cómicos, gestos, comportamentos, «tiques» verbais); ou poderá possuir complexidade bastante para revelar uma personalidade vincada - personagem modelada (revela o seu carácter gradualmente e de forma imprevisível). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O espaço O espaço é o lugar ou lugares onde decorre a acção. Distinguem-se três tipos de espaços, que nem sempre se encontram em todas as narrativas: o espaço físico, o espaço psicológico e o espaço social. A multiplicidade dos espaços ocorre apenas nas narrativas de maior extensão e complexidade, como a epopeia e o romance. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O espaço físico é o conjunto dos componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da acção e à movimentação das personagens. Assim, o espaço físico integra os cenários geográficos (espaço físico exterior) e os cenários interiores, como as dependências de uma casa, a sua decoração, os objectos, etc. (espaço físico interior). O espaço físico pode constituir apenas o cenário da acção ou ter também uma função importante na revelação do carácter e do comportamento das personagens. Neste caso, convém considerar a variedade dos aspectos do espaço: se abrange ou não uma grande extensão, se identifica geograficamente determinada região, se é um espaço natural ou construído pelo homem, rural ou urbano, no país ou no estrangeiro. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

A descrição é o modo de representação das três espécies de espaço. O espaço psicológico é a vivência do espaço físico pelas personagens ou o lugar do pensamento e da emoção das personagens. Assim, por exemplo, locais evocados pela memória correspondem ao espaço psicológico. Por outro lado, em relação ao mesmo espaço, a personagem pode experimentar diferentes sentimentos, conforme o seu estado de espírito ou condições exteriores, como as condições atmosféricas. O espaço social consiste nas relações sociais, económicas, políticas e culturais entre as personagens. Constitui-se através das personagens figurantes e das personagens-tipo, correspondendo à descrição de um determinado ambiente que ilustra, por exemplo, vícios e deformações de uma sociedade, servindo então para expressar uma intencionalidade crítica. A descrição é o modo de representação das três espécies de espaço. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O tempo O tempo corresponde à sucessão dos momentos, de acordo com a sua contagem (minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, etc.). Distinguem-se três espécies de tempo: o tempo cronológico, o tempo histórico e o tempo psicológico. O tempo cronológico refere-se às marcas da passagem do tempo, obedecendo às regras da sua contagem ou cronometria, e pode ser considerado o tempo físico, real. Corresponde à sucessão cronológica de eventos susceptíveis de serem datados. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O tempo histórico engloba o enquadramento histórico dos acontecimentos, ou seja, revela-se nas indicações cronológicas que inserem a acção numa determinada época histórica. O tempo psicológico refere-se ao tempo vivenciado subjectivamente, ou seja, opõe-se muitas vezes ao tempo cronológico, que tem a ver com os dados objectivos. O tempo psicológico revela-se nas impressões que as personagens manifestam relativamente ao desenrolar temporal, bem como nos dados provenientes da memória ou da imaginação, e pode indicar também as mudanças operadas pela passagem do tempo e as experiências vividas. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O narrador O narrador é um ser ficcional, não devendo ser confundido com o autor real que o cria. O narrador tem a função de enunciar e organizar o discurso; é ele que nos transmite o mundo inventado ou recriado numa narrativa. Distinguem-se diferentes tipos de narrador, tendo em conta a sua presença ou ausência no universo da narrativa, a adopção de determinado ponto de vista e o grau de conhecimento que demonstra ter da história que conta. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Relativamente à presença, o narrador classifica-se como participante ou não participante. O narrador participante é aquele que se integra no mundo narrado, estando presente na acção de dois modos possíveis, participante como personagem (narra na primeira pessoa, podendo ser também o protagonista) ou participante como observador (narra na primeira pessoa, mas não interfere na acção, limita-se a acompanhá-la). O narrador não participante exprime-se na terceira pessoa e está ausente do universo narrativo. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Em relação ao ponto de vista adoptado, o narrador classifica-se como objectivo ou subjectivo. Se o narrador revela imparcialidade, ou seja, se não assume posição face aos acontecimentos, é objectivo. Se o narrador é parcial, ou seja, se afirma ou sugere o seu ponto de vista, é subjectivo. O narrador caracteriza-se também em função do conhecimento da história: ele pode fingir que sabe apenas o que presencia, enquanto personagem ou observador, ou manifestar um total conhecimento da acção e das personagens, ou seja, revelar que sabe mais que as personagens. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O narratário O narratário pode identificar-se com o leitor virtual (todo o leitor que venha a ler a obra). É a ele que se dirige o narrador. Pode também ter o estatuto de uma personagem e intervir na acção. EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

Modos de representação e de expressão O texto narrativo pode apresentar várias modalidades de discurso. O discurso do narrador, mais próximo da ficção narrada, apresenta-se sob as formas de: narração - relato de acontecimentos e de conflitos, situados no tempo e encadeados de forma dinâmica, originando a acção (verbos de movimento e formas verbais do pretérito-perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito); descrição - informações sobre as personagens, os objectos, o tempo e os lugares, que interrompem a dinâmica da acção e vão desenhando os cenários (verbos copulativos ou de ligação e formas verbais do pretérito imperfeito). EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07

O discurso das personagens, mais distante do narrador, apresenta-se sob as formas de: diálogo - interacção verbal ou conversa entre duas ou mais personagens (discurso directo com registos de língua variados); monólogo - conversa da personagem consigo mesma, discurso mental não pronunciado ou pronunciado, mas sem ouvinte (discurso directo com frases simples e reduzidas, muitas vezes com suspensões). Fim! EBI de Apúlia Prof. Paulo Almeida – 2006/07