Farmacologia Básica Professor Luis Carlos Arão

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Mecanismo de ação dos antidepressivos
Advertisements

Potenciais de membrana e potenciais de ação
Sítios Alvo.
Eixo Hipotálamo-Hipófise
ENZIMAS CONCEITOS GERAIS.
Anestésicos gerais Flávio Graça.
Transdução de Sinais Definição Características
CONCEITOS BÁSICOS EM METABOLISMO
O SISTEMA NERVOSO Centro de controle.
Princípios de ação dos fármacos
Cinética Enzimática Prof. Dr. Henning Ulrich.
Prof. Thiago Moraes Lima
INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA
Introdução à Farmacodinâmica
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS.
Transporte de Membranas e Bioeletricidade
Juliana Ribeiro Mariotto
 NOÇÕES SOBRE O EMPREGO DE ANTIBIÓTICOS
BIOQUÍMICA - NUTRIÇÃO CARACTERÍSTICAS DOS ORGANISMOS VIVOS
Potenciais de Membrana Sinapse
Curso de graduação em Enfermagem Professor: Sergio N. Kuriyama
Comunicações celulares por meio de sinais químicos
Introdução à Fisiologia Humana
Receptores farmacológicos
Breve explicação e exercícios sobre:
Fatores que influem na Toxicidade
FIBRATOS Diminuem o fluxo de AG Livres para o fígado, reduzindo a síntese hepática do VLDL. Estimulam atividade da lipase lipoprotéica, aumentando a excreção.
Prof: Ueliton S. Santos.
Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP)
UNIOESTE – Curso de Enfermagem – Disciplina de Farmacologia
Prof. Sanderssonilo Santos
FARMACODINÂMICA RECEPTORES E SEGUNDOS MENSAGEIROS.
Farmacodinâmica Prof: Ueliton S. Santos.
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS I
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Sitios Alvo.
Bioeletrogênese.
Tipos de Proteínas Alvo para Ação de Drogas
FARMACOLOGIA Claudia Medeiros.
ANTIBIÓTICOS EM CIRURGIA
Células e Fenômenos da Membrana
NEUROTRANSMISSORES SINAPSE.
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Metabolismo do fármaco
Cinetica Enzimática Estudo da velocidade da reação enzimática e como ela se altera em função de diferentes parâmetros.
Fisiologia do Sistema Neuromuscular -Excitação do músculo esquelético-
ANESTÉSICOS LOCAIS Guilherme Martins RA Virgínio Rubin RA
Enzimas – Proteínas Especiais
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
TOXICODINÂMICA Aula 03 Profª Larissa Comarella Aula 03 Profª Larissa Comarella.
Interações medicamentosas
TOXICODINÂSMICA E RECEPTORES CELULARES
Enzimas – Proteínas Especiais
Farmacologia É a ciência que estuda as interações entre os compostos químicos com o organismo vivo ou sistema biológico, resultando em um efeito maléfico.
1 2 S1 S2 SINAPSE Neurotransmissores Mecanismos de ação.
Profª. Drª Narlize Silva Lira
Comunicação entre células
FARMACODINÂMICA Estudo de ações e efeitos de fármacos e seus mecanismos de ação no organismo.
Receptores ionotrópicos
Introdução à Psicofarmacologia Prof. Jorge Tostes
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA
SINAPSE Profa. Dra. Cláudia Herrera Tambeli.
Papers O que são, como são e onde estão....
Características dos Seres Vivos
CONTROLE HORMONAL E EXERCÍCIO FÍSICO
Membranas celulares. Membrana Celular Bicamada Lipídica Composição: Lipoprotéica.
Mecanismo de ação de drogas. Mecanismo de ação Droga: não cria efeito, MODULA um função já existente. Nenhuma droga é totalmente específica em sua ação.
Introdução a antibioticoterapia
ENZIMAS – COMPONENTES DA REAÇÃO
Transcrição da apresentação:

Farmacologia Básica Professor Luis Carlos Arão FARMACODINÂMICA Farmacologia Básica Professor Luis Carlos Arão

FARMACODINÂMICA Conceito: estudo dos mecanismos de ação de uma droga. Estuda a maneira como as drogas influenciam os processos do organismo pela sua interação com receptores específicos.

CONCEITOS IMPORTANTES Sítio de ação: local onde o fármaco atua (intracelular, extracelular ou membrana). Efetor: onde se verificam os efeitos. Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco na espécie humana.

CONCEITOS IMPORTANTES Receptores: macromoléculas complexas, dotadas de sítio de ação do ligante para interagir com drogas específicas, bem como de um sítio efetor para iniciar resposta farmacológica.

FARMACODINÂMICA MECANISMOS DE AÇÃO  EFEITOS RESULTANTES

FARMACODINÂMICA  LIGAÇÕES QUÍMICAS AFINIDADE DO RECEPTOR PELA DROGA DROGA + RECEPTOR = EFEITO FARMACOLÓGICO LIGAÇÕES QUÍMICAS AFINIDADE DO RECEPTOR PELA DROGA

Destruição dos receptores DROGA-RECEPTOR Ligação droga-receptor = fraca, reversível, porém, dinâmica. Ligações fortes e irreversíveis = inseticidas organofosforados.  Destruição dos receptores D R D R

Quanto maior a afinidade mais potente será a droga. DROGA-RECEPTOR Afinidade = tendência com que as moléculas da droga são atraídas para seus receptores. Quanto maior a afinidade pelo receptor, mais potente será a droga.

DROGA-RECEPTOR Efeito Maioria dos fármacos: ação dependente da interação fármaco-receptor.  Ligações químicas + transformações celulares características da ação. Efeito

DROGA-RECEPTOR Classificação das drogas: Agonistas; Antagonistas. Atividade intrínseca: respostas celulares ativas. Podem ser excitatórias ou inibitórias.

AGONISTAS Drogas Agonistas: drogas que induzem resposta em um tecido. Causam alterações na função celular, produzindo vários tipos de efeitos. A potência de um agonista depende de dois parâmetros: a afinidade e a eficácia. Tipos de agonistas: totais e parciais.

AGONISTAS Agonistas Totais: produzem efeitos máximos. Exibem alta eficácia; Agonistas Parciais: efeitos máximos menores que os agonistas totais. Produzem uma resposta mais baixa, mesmo com a ocupação completa dos receptores.

ANTAGONISTAS Drogas Antagonistas: drogas que se ligam ao mesmo receptor do agonista, mas que possuem atividade zero. Sua ação é superável por uma dose alta do agonista. Os antagonistas ligam-se ao receptor, mas não o ativam.

ANTAGONISTAS Seus efeitos evitam que os agonistas (outras drogas ou subst. endógenas) se liguem aos receptores, ativando-os. Podem ser: competitivo ou não competitivo (químico, farmacocinético ou fisiológico).

ANTAGONISTAS Antagonista competitivo: ambas as drogas ligam-se aos mesmos receptores. Pode ser reversível ou irreversível. Na presença de uma concentração fixa de agonista, concentrações crescentes do antagonista inibem a ação do agonista. Altas concentrações do antagonista podem inibir completamente a ação do agonista.

ANTAGONISTAS “Os antagonistas competitivos são também conhecidos como bloqueadores de receptores.” Bloqueiam os receptores para evitar que agonistas formem complexos agonista-receptor funcionais.

ANTAGONISTAS Exemplos de grupos antagonistas competitivos: Antimuscarínicos; Anti-histamínicos; Β-bloqueadores adrenérgicos; Anestésicos locais.

ANTAGONISTAS Antagonista não competitivo: drogas que anulam ativamente os efeitos de drogas agonistas ou substâncias endógenas. Podem ser de três tipos: Químico; Farmacocinético; Fisiológico.

ANTAGONISTAS Antagonista Químico: forma ligação química com o agonista, por meio da qual diminui sua afinidade por seus sítios de ligação nos receptores. Exemplos: agentes quelantes como o dimercaprol (envenenamento por arsênio) e protamina que reduz o efeito da heparina por ligações químicas iônicas.

ANTAGONISTAS Antagonista Farmacocinético: reduz a concentração do agonista tanto pela aceleração da biotransformação quanto da excreção. Podem ser também chamados de antagonistas bioquímicos.

ANTAGONISTAS Antagonista Fisiológico: quando o antagonista é um agonista que agem em um sistema de receptores diferentes, no qual produz efeitos fisiológicos opostos àqueles produzidos pelo agonista inicial. Exemplo: Histamina (vasodilatador) é antagonista fisiológico da Adrenalina (vasoconstritor).

Relação entre Agonistas e Antagonistas Reação anafilática → Histamina (agonista dos receptores H). Uso de anti-histamínicos (antagonistas competitivos de H1) não controla a anafilaxia, uma vez que a liberação maciça de histamina desloca o anti-histamínico dos receptores. Intervenção emergencial com antagonista fisiológico da histamina (adrenalina).

Relação entre Agonistas e Antagonistas Uso de glicocorticóides: ação catabólica que leva ao aumento da glicemia. Glicocorticóide e insulina atuam em sistemas diferentes; Uso de insulina → reduz a glicose no sangue. Tumor inoperável no córtex adrenal → administração de insulina.

CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES Os receptores são classificados da seguinte maneira: Ligados a canais iônicos; Ligados a proteínas estruturais; Ligados a enzimas; Ligados às moléculas transportadoras; Interação com os ácidos nucléicos.

RECEPTORES LIGADOS A CANAIS IÔNICOS Alguns canais se abrem apenas quando o receptor a eles acoplado for ocupado por um agonista. Outros bloqueiam fisicamente o canal pela molécula da droga (antagonistas). Ex: Anestésicos locais bloqueiam canais de sódio, levando a alterações na voltagem da membrana  bloqueiam a propagação do impulso nervoso.

RECEPTORES LIGADOS A CANAIS IÔNICOS Outro exemplo: Sulfoniluréias modulam os canais de K+ causando uma despolarização na membrana das células β pancreáticas, estimulando a secreção de insulina. Bloqueadores Permeabilidade bloqueada. Moduladores Probabilidade de abertura aumentada/diminuída.

RECEPTORES LIGADOS A ENZIMAS Quando o fármaco é um substrato análogo que age como um inibidor competitivo da enzima. Pode ser: Reversivelmente: quando a enzima se regenera. Irreversivelmente: quando a enzima não se regenera ou tem regeneração muito lenta.

RECEPTORES LIGADOS A ENZIMAS Exemplos: Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): Captopril, Enalapril e Lisinopril. Inibidores da transpeptidase (essencial para a síntese de peptideoglicanos: Penicilina e Cefalosporinas  bacteriostático.

RECEPTORES LIGADOS A ENZIMAS Exemplos: Inibidores da COX (catalisa a síntese de prostaglandinas): Antiinflamatórios não esteróides. Inibição irreversível. Inibidores da MAO (degrada aminas neurotransmissoras na fenda sináptica): Antidepressivos. Inibidores da Acetilcolinesterase: Inseticidas organofosforados (irreversível) e Neostigmina (reversível).

MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS Proteínas transportadoras necessárias para moléculas muito polares insuficientemente lipossolúveis para penetrar nas membranas lipídicas. Exemplo: transporte de glicose, aminoácidos, íons sódio e cálcio para fora da célula, neurotransmissores pelos terminais nervosos (NOR e 5-HT).

MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS Algumas drogas podem bloquear o sistema de transporte. Exemplos: Antidepressivos tricíclicos → captação de NOR. Diuréticos de alça → Transporte de Na+/K+/2Cl-. Glicosídeos cardíacos → bomba de sódio e potássio.

MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS Transporte normal: Inibidor do transporte: “Transporte bloqueado”

DROGAS QUE INTERAGEM COM OS ÁCIDOS NUCLÉICOS Drogas que interferem nos ácidos nucléicos: Antibióticos (tetraciclinas, aminoglicosídeos, cloranfenicol e eritromicina) interferem na síntese protéica, ao nível dos ribossomas, dificultando a tradução da informação genética. Agentes antineoplásicos ( mercaptopurinas e metrotexato) interferem na síntese do RNA e do DNA.