Antes de conceber Jesus na sua carne, Maria O concebeu pela fé. Na Anunciação, Maria ofereceu a Deus o voluntário dom da sua submissão. Assim foi mostrada a relação de amor esponsal entre Deus e a criatura humana.
Maria tinha fé expressa na Encarnação futura. A sua fé em Deus precede a Anunciação, mas é realizada pela fé na pregação do anjo.
Toda obra salvífica tem Deus como autor, mas este a prepara e realiza pela mediação de alguns escolhidos, não para receber privilégios privados, particulares, mas para serem canais da ação de Deus no meio dos homens.
Podemos observar os vários "anúncios" da parte de Deus, encontrados no Antigo Testamento, nos quais Ele chamou “mediadores”, que recebiam graças extraordinárias sempre compatíveis com a missão que deveriam desempenhar. O chamado à Maria, foi essencialíssimo, superando todos os anteriores.
Deus escolhe homens simples para grandiosas missões. O relato da Anunciação a Maria deve ser situado em continuidade com a história do plano Salvífico de Deus. “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”. Tal saudação traduz o convite a alegrar-se pela escolha divina de si mesma e de seu povo, o povo de Deus.
A expressão "Cheia de Graça" substitui o nome de Maria, indica a missão e unção recebida da parte de Deus. O título anuncia o papel de Maria na história da Salvação, mas indica que Deus já fez de tal maneira a dispô-la para este papel.
Preparada com a plenitude da Graça para uma missão específica na Salvação trazida por Jesus Cristo, ela é a imagem da atuação criadora de Deus, santa por obra divina, e não por simples esforço humano. Maria não é chamada a ser simplesmente mãe física daquele menino, mas a mãe do Herdeiro da promessa Davídica.
“Eis aqui a serva do Senhor”. Maria assume uma posição de pertencer ao Senhor, e de se colocar debaixo da Sua proteção. Ser Serva de Deus significa sempre ter um bom Senhor, jamais servidão no sentido negativo. Se Maria é serva humilde, então lhe resta apenas abrir-se à ação da Palavra de Deus, como uma israelita fiel, em nome do povo.
É digna de admiração a total disponibilidade e esquecimento de si que percebemos em Maria. Maria tem consciência da vontade de Deus e se mantém na simplicidade. Deus é toda a sua riqueza e posse.