Adriana Kachani Nutricionista-Responsável PROMUD

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Effectiviness of lifestyle changes on impired plasma glucose and lipids Impacto das mudanças do estilo de vida em pessoas com elevados níveis plasmáticos.
Advertisements

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DIRETORIA GERAL DE SAÚDE.
Neuropsychological functioning in adolescent marijuana users: Subtle deficits detectable after a month of abstinence KRISTA LISDAHL MEDINA,1,2 KAREN L.
O Uso de Drogas e as Mulheres
SEMINÁRIO LIDANDO E PREVENINDO COM A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA EMPRESA
XIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria
Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
A psicanálise pode ser um instrumento técnico e teórico bastante rico se pudermos considerar as especificidades dessa patologia. Recebeu tratamento injusto.
A equipe interdisciplinar nos Transtornos Alimentares
MÓDULO 3 – SAÚDE MENTAL E ESPIRITUALIDADE
SITUAÇÕES POLÊMICAS EM ALCOOLISMO
Conselho Regional de Medicina – São Paulo Novembro 2002
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSIQUIATRIA
DROGAS, NOÇÕES BÁSICAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO
PROCESSO DE RECUPERAÇÃO
Álcool.
Alcoolismo e o Comportamento Suicida
Obesidade Rosângela Carrusca Alvim.
Insulina Inalável Gabriela Reis Diccini Nutricionista – CRN
A Nutrição no Câncer de Cabeça e Pescoço
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
Importância da Prevenção de Dependência de Álcool e Outras Drogas
EM BUSCA DO PESO IDEAL IDENTIFICAÇÃO: - ADEMIR ROQUE ENGEROFF
Distúrbios alimentares !
Dietética e educação nutricional na enfermaria
Implantação de Programas de Prevenção e Tratamento da Dependência Química PPTDQ.
SAÚDE DA MULHER Tais Braga Rodrigues
Alimentação Saudável ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL Programação 1. ALIMENTAÇÃO E ESTILO DE VIDA 1.1. Atividade Física: Sedentarismo X Obesidade 1.2. Risco a Saúde:
EPIDEMIOLOGIA DO USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS NO BRASIL
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO USO RACIONAL DE ANOREXÍGENOS
Tratamento da Síndrome de Dependência de Álcool
Distúrbios alimentares
A GESTÃO DOS SISTEMAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO SÉCULO XXI
um novo caminho para você…
Abordagem Geral do Usuário de Substâncias com Potencial de Abuso
SESI INDÚSTRIA SAUDÁVEL
Nutrição do Trabalhador
A psicanálise pode ser um instrumento técnico e teórico bastante rico se pudermos considerar as especificidades dessa patologia. Recebeu tratamento injusto.
DISTÚRBIOS ALIMENTARES
Abuso de álcool e drogas no transtorno bipolar: aspectos clínicos e tratamento Fabiano G. Nery Programa de Transtorno Bipolar (PROMAN) - Depto de Psiquiatria.
DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS E TRANSTORNOS ALIMENTARES
Vulnerabilidades para que o adolescente se envolva com drogas
Alimentação e Nutrição do Idoso
Papel dos Guias Alimentares
Sheridan Waldron Zanzibar Segunda-feira, 21 de julho de 2008
TABAGISMO E DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS
2-) FATORES DE RISCO PARA SD. METABÓLICA Juliana Luisa F. de A. Fruet
Avaliação e Orientação Nutricional de Nutrizes
Tratamento de Pacientes Especiais
OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA
OBESIDADE Turma do 8º Ano de Ciências da Escola Evangélica Ágape
Universidade Federal da Bahia
NAS – NÚCLEO DE ATENÇÃO À SAÚDE SOU – SAÚDE OCUPACIONAL UNIMED
PSICOFISIOLOGIA Aula 2- Comportamento Alimentar.
NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA
Profª Adriana S. Nagahashi 2015
Comorbidades Psiquiátricas na Dependência Química
Terapia nutricional no cuidado do paciente
Transtornos por uso de Substâncias
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Ciências Médicas Liga de Oncologia Alimentando Saúde Uma alimentação saudável deve ser: Variada:
Transtornos da Alimentação
INTRODUÇÃO O objetivo desta pesquisa foi a coleta de dados epidemiológicos para a avaliação dos pacientes diagnosticadas com doenças cardiovasculares,
Nutrição de Risco: Gravidez na Adolescência
INTRODUÇÃO O objetivo dessa pesquisa foi de mostrar como as medidas antropométricas auxiliam os profissionais da saúde na detecção de doenças crônicas,
NASF de Bela Vista do Toldo
Abordagem Nutricional no Tratamento de Mulheres Dependentes de Drogas.
Transcrição da apresentação:

Adriana Kachani Nutricionista-Responsável PROMUD Abordagem Nutricional no Tratamento de Mulheres Dependentes de Álcool e outras Drogas Adriana Kachani Nutricionista-Responsável PROMUD

PROMUD Programa de Atenção à Mulher Dependente Química - IPq – HC - FMUSP Fundado a partir da tese de doutorado da Dra. Patrícia Hochgraf, que estudou comparativamente homens e mulheres dependentes de álcool, avaliando características sócio demográficas, evolução e aderência ao tratamento.

PROMUD Atividades estabelecidas no tripé: Assistência, pesquisa e ensino ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL: Consultas individuais com psiquiatra (frequência variável); Grupo psicoterapêutico Grupo de terapia ocupacional Aconselhamento legal Aconselhamento nutricional Atendimento médico outras especialidades.

PROMUD INTERNAÇÃO Atendimento psiquiátrico diário; Psicoterapia individual – 2x semana Psicoterapia familiar – 1x semana Terapia ocupacional individual – 2x semana Terapia nutricional – 1x semana

O papel da Nutricionista

Dependência Química e Nutrição Pacientes psiquiátricos possuem barreiras frente a conselhos relacionados à saúde, apesar de terem hábitos relacionados ao estilo de vida menos saudáveis do que a população em geral (DESAL et al. JGIM, vol 17, 2002); Pacientes dependentes de substâncias psicoativas tratados por equipes que contenham um nutricionista possuem melhor evolução e prognóstico (GRANT et al. J Am Diet Assoc, vol 104, no.4, 2004).

Dependência Química e Nutrição Além dos já conhecidos efeitos fisiológicos maléficos da dependência de substâncias psicoativas, a doença prejudica o modo de vida dos drogadictos, entre os quais, os hábitos alimentares. Nesta população, é evidente a alimentação irregular e dietas pobres em valor nutricional (University of Maryland, 2006- www.umm.edu/ency/article/002149.htm ).

Usando critério de IMC, Jackson e Grilo (2002) encontraram 71% de sobrepeso e 8% de obesidade em pacientes em tratamento ambulatorial de dependência de substâncias químicas...

...um resultado compatível com o que mostra a literatura científica: Uso de maconha leva ao aumento de apetite (Borini, Guimarães e Borini,2004); Anfetaminas e cocaína são substâncias anorexígenas, e a interrupção do consumo leva a um aumento de apetite (Piran & Robinson, 2006; Cochrane, Malcolm & Brewerton, 1998); O álcool possui alto valor energético (Mitchell& Herlong, 1986; Gurr, 1993; Reis & Rodrigues, 2003)

Em relação ao álcool, Suter PM, Hasler E & Vetter, W. Nutrition Reviews vol.55, no. 5, 157-171, 1997.

O consumo de álcool é relacionado com aumento de IMC Suter PM, Hasler E & Vetter, W. Nutrition Reviews vol.55, no. 5, 157-171, 1997.

Kachani, Cardoso, Barbosa, Furtado, Brasiliano & Hochgraf, 2006 Paralelamente, o alto consumo de bebidas alcoólicas é associado com aumento da circunferência da cintura: Kachani, Cardoso, Barbosa, Furtado, Brasiliano & Hochgraf, 2006

Paralelamente, o alto consumo de bebidas alcoólicas é associado com aumento da circunferência da cintura: Kachani, Cardoso, Barbosa, Furtado, Brasiliano & Hochgraf, 2006

Normalmente, o apetite é restabelecido durante o tratamento da dependência, causando um alto consumo de alimentos (University of Maryland, 2006)

Medicação Antipsicóticos possuem alguns efeitos adversos: Ganho de peso; Hiperglicemia e diabetes; Dislipidemias ; Síndrome metabólica. FDA determinou (2004) que pacientes fossem monitorados. Teixeira & Rocha, Rev Psiquiatr RS, 2006

Uma vez que o peso é uma preocupação constante no gênero feminino, um tratamento para dependência química especializado em mulheres não pode menosprezar este dado. Portanto, faz-se necessário a presença do nutricionista para orientar as pacientes adequadamente.

OBJETIVO GERAL da TERAPIA NUTRICIONAL Ensinar uma nova forma do paciente encarar as escolhas alimentares que devem associar a importância dos nutrientes ao organismo e sua relação com a promoção da saúde (Desai et al. 2002; Grant et al, 2004; Alvarenga et. al, 2004).

Objetivos do tratamento ambulatorial Contenção de excessos alimentares Reeducação alimentar Manutenção da eutrofia Melhora da auto estima Prevenção da recaída Melhora da qualidade de vida Prevenção dos Transtornos Alimentares

Objetivos do tratamento na enfermaria Recuperação do estado nutricional Recuperação do peso Melhora da ingestão de micro e macro nutrientes Melhora da depressão Melhora do prognóstico

Descrição da composição alimentar e do consumo alcoólico na fase lútea tardia de mulheres dependentes de álcool. Adriana Trejger Kachani Orientador: Prof.Dra.Patrícia Brufentrinker Hochgraf

REVISÃO DA LITERATURA

COMPULSÃO ALIMENTAR Alteração alimentar mais relatada; Alterações bioquímicas redução de serotonina; Serotonina triptofano carboidratos (PEARLSTEIN & STEINER, 2000) Aumento da demanda energética?? Aumento da fome? (EVANS e cols, 1999; DYE & BLUNDELL, 1997)

ÁLCOOL E TPM TPM = fase de risco para exacerbação de comorbidades psiquiátricas (EHLERS & PARRY, 1996); TDPM possui correlação neurofisiológica com alcoolismo (LIMOSIN & ADES, 2001); Mulheres com TDPM relatam maior consumo de álcool e grande comorbidade com alcoolismo (RAGAN, 1995);

ÁLCOOL, COMPULSIVIDADE E TPM Dependência de substâncias está entre as doenças relacionadas a compulsões; na abstinência pode ser direcionada a outros elementos, por exemplo, o alimento (BRASILIANO, 2005).

Linha de Pesquisa

BRASILIANO, 2005 Avaliou a presença e o impacto dos transtornos alimentares clínicos e subclínicos no tratamento de 80 pacientes dependentes de substâncias psicoativas.

KACHANI, 2007 Continuação da pesquisa em relação a heterogeidade em subgrupos de mulheres dependentes de álcool; Carência de trabalhos que estudem a fase lútea tardia e a dependência de álcool. Neste sentido, O período pré menstrual influenciaria o aumento de consumo alimentar e alcóolico? Aumentaria a vontade do consumo alcoólico? Seria uma fase perigosa para recaídas? Aumentaria o consumo alimentar, dificultando a manutenção de peso, peça fundamental na garantia da auto estima das pacientes?

OBJETIVOS

GERAL Avaliar o consumo alimentar e alcoólico de mulheres dependentes de álcool durante a fase lútea tardia.

ESPECÍFICOS Investigar a quantidade de fome na TPM; Verificar o consumo de energia e macronutrientes na TPM; Observar o número de refeições na TPM; Estudar o desejo por alimentos específicos na TPM; Avaliar a presença ou não de compulsões na TPM; Observar o uso de álcool e avaliar associação do período com recaídas.

CASUÍSTICA E MÉTODO

CASUÍSTICA Inclusão Preencher critério diagnóstico p/ dependência de álcool (DSM-IV); Ser maior que 18 anos; Ser alfabetizada; Ter ciclos menstruais regulares; Assinar termo de consentimento; Estar em tratamento no PROMUD. Exclusão Doença clínica ou ginecológica que contribuam para piora dos sintomas; Uso de medicação hormonal – últimos 6m- excluindo anticoncepcionais orais; Gestação.

MÉTODO APLICAÇÃO DE ESCALAS: Protocolo comum Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I.) Questionário Transtornos do Controle de Impulso; Questionário de Sintomas do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual; Questionário de Consumo Alimentar na TPM.

MÉTODO HORA O que? Quanto? Ingredi- entes Fome (0-10) Vontade de beber

MÉTODO 4 dias fase lútea 4 dias fase lútea 4 dias fase folicular 4 dias fase folicular Média FL 1 Média FL 2 Média FF 1 Média FF 2 Média FL`1 + Média FL 2 / 2 Média FF 1 + Média FF 2 / 2 CICLO 1 CICLO 2

Sempre lembrando que para melhorar a qualidade de vida, é fundamental que as mudanças alimentares venham acompanhadas da prática de atividade física.

OBRIGADA drikachani@uol.com.br promud@hcnet.usp.br