T e m p o.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
Advertisements

Macroeconomia Aula 2.
Empresas em Mercados Competitivos
Introdução à Microeconomia Pedro Telhado Pereira João Andrade.
Concorrência Perfeita e Monopólio Natural
Demanda por moeda 4.1 O Fed (apelido do Federal Reserve Bank) é o Banco Central dos Estados Unidos. A moeda, que você pode usar para transações, não paga.
Fundamentos de Economia
Tomando Decisões (Cap. 7)
Administração Financeira ANÁLISE FUNDAMENTALISTA Aula 10 Prof. Reinaldo Coelho.
O papel da Moeda e o Sistema Financeiro
CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO
Microeconomia A III Prof
Copyright © 2004 South-Western 27 As Ferramentas Básicas das Finanças.
Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos
Macroeconomia Aula 3 Professora: Msc.Karine R.de Souza.
Economia Brasileira_26/02/2007
POLÍTICAS ECONÔMICAS.
Desafios gerenciais Aula 4.
CURVA IS EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
Departamento Economia: Mercado de Capitais Pedro Paulo H. Wilhelm 1 CAPITALISMO:Forma de organização de uma sociedade econômica, onde as decisões de produção.
Sistema Monetário Aula 6 Prof. Karine R. de Souza.
Bruno Silveira Getúlio Silva Nylo Rodrigues
Aula 10 Avaliação do Retorno Econômico Material Elaborado por Betânia Peixoto.
DIREITO ECONÔMICO IRAPUÃ BELTRÃO.
Distribuição aos Acionistas. Os lucros gerados podem ser reinvestidos em ativos operacionais, utilizados para aquisição de valores mobiliários ou cancelamento.
PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTOS
Administração de Recursos de Curto e Longo Prazo – 4ª aula ARECA05 –14/05/14.
Poupança, Investimento e Sistema Financeiro
ELEMENTOS BÁSICOS NA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DE CAPITAL
MICROECONOMIA Aula 9 – Monopólio: hipóteses e funcionamento de mercado e os resultados da firma monopolista.
Matemática Financeira
Valor Futuro VF = VP (1+K)n VF = * (1+0,25)3 VF = ,25
FUNDAMENTOS NEOCLÁSSICOS PARA A LEI DA OFERTA E DA DEMANDA
Revisão de Microeconomia: Mercado, Demanda, Oferta e Bem-Estar Social
Estrutura de Mercado Prof. Rogério César, Ph.D.
Introdução à Microeconomia
Introdução à Macroeconomia Pedro Telhado Pereira António Almeida.
Importância da Elaboração do Orçamento de Capital.
Capítulo 5Slide 1 Introdução Fazer escolhas na ausência de incerteza não envolve grandes dificuldades. Como devemos escolher quando certas variáveis, como.
Assuntos preliminares
FORMAS DE INVESTIMENTO
TÓPICOS ESPECIAIS DE FINANÇAS
5 - 1 ©2004 by Pearson Education Capítulo 5 Informação Relevante e Tomada de Decisão: Decisões de Marketing.
Ambiente Financeiro Brasileiro
Renda Nacional: Produção, Distribuição e Alocação Aldo Roberto Ometto.
Administração Financeira Prof. Ms. Nilo Valter Karnopp
A MACRO E MICRO ECONOMIA
ECONOMIA ABERTA As transações internacionais permitem uma série de ganhos de eficiência, como: Especialização na produção/ vantagens comparativas Diversificação.
ECONOMIA E FINANÇAS Quinta Aula Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro.
Gerência Financeira das Reservas Técnicas
MICROECONOMIA.
Investimento Prof. Cleiton Silva FSA, 2012.
Mulher! “Na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um DEZ sou forte, mas não chego aos seus pés…” Erasmo Carlos 1.
DADOS MACROECONÔMICOS
Demanda por moeda 4.1 Conceitos:
Ariela Diniz.  A relação entre as taxas de juros sobre títulos de dívida com o mesmo vencimento pode ser explicada por 3 fatores: ◦ O risco de default;
CAPÍTULO 3 © 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard O mercado de bens Olivier Blanchard Pearson Education.
12/12/ MICROECONOMIA II P ROFESSORA S ILVINHA V ASCONCELOS 1 PPGEA - UFJF.
Harcourt, Inc. items and derived items copyright © 2001 by Harcourt, Inc. Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos Capítulo 31.
Plano Financeiro Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado.
CUSTO DE CAPITAL Conceito: é o retorno mínimo exigido de um novo investimento; é a taxa de retorno que uma empresa deve pagar aos investidores a fim de.
POLÍTICA MONETÁRIA Moeda e Crédito.
Medindo a Renda de Uma Nação
Critérios Quantitativos de Análise Econômica de Projetos
Matemática Financeira
Gestão Financeira Prof. Augusto Santana. Análise de Investimentos A Decisão de Investir As decisões de investimento envolvem a elaboração, avaliação e.
MACROECONOMIA CLÁSSICA PARTE III EFEITOS DAS VARIAÇÕES DO INVESTIMENTO NO PIB E NO MERCADO DE TRABALHO.
Prepared by: Fernando Quijano and Yvonn Quijano 7 C A P Í T U L O © 2004 by Pearson EducationMacroeconomia, 3ª ediçãoOlivier Blanchard Agregando Todos.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Transcrição da apresentação:

T e m p o

Motivação Capital é durável, ao contrário de trabalho e matéria-prima Se a empresa aluga capital, ela ainda compara a receita do produto marginal corrente deste fator de produção com seu custo corrente, da mesma forma que o faz com trabalho e matéria-prima Mas se a empresa adquire a propriedade do capital, o tempo entra em consideração: ela compara os gastos de agora com o lucro adicional que o novo capital pode gerar no futuro Ao decidir investir, a empresa precisa saber: hoje, qual é o valor dos lucros futuros? Esta decisão intertemporal envolve risco Se a empresa tomar emprestado para adquirir o capital, a taxa de juros entra em consideração

Objetivos Calcular o valor dos fluxos monetários futuros Estudar as decisões de investimento das empresas Analisar de que forma as empresas lidam com o risco Examinar as particularidades da produção de recursos esgotáveis Expor os determinantes da taxa de juros

Estoques e Fluxos Como medir os fatores de produção que a empresa adquire? A quantidade de capital é medida em estoque Se a empresa adquirir uma fábrica de motores elétricos no valor de $10 milhões, ela possui um estoque de capital nesse valor As quantidades de trabalho e de matérias-primas são medidas em fluxo Por exemplo, 20000 homens-hora de trabalho por mês e 50000 kg de cobre por mês O custo variável também é medido em fluxo

Estoques e Fluxos Se a remuneração do trabalho for de $15 por hora e o preço do cobre for de $0.8 por kg, então o custo variável total será de $340000 por mês, i.e. (20000)(15) + (50000)(0.8) = 340000 A produção também é medida em fluxo A empresa pode utilizar os 20000 homens-hora de trabalho e 50000 kg de cobre por mês para produzir, por exemplo, 8000 motores elétricos por mês O custo variável médio é, porém, o custo por unidade Neste caso ele é de $42.50 por unidade, i.e. ($340000 por mês)/(8000 unidades por mês) = $42.50 por unidade

Estoques e Fluxos Supondo que a empresa venda seus motores ao preço de $52.50 cada, então seu lucro médio será de $10 por unidade, i.e. $52.50 por unidade – $42.50 por unidade = $10.00 por unidade O lucro total é medido em fluxo e é igual a $80000 por mês, i.e. (8000 unidades por mês)($10 por unidade) = $80000 por mês Para fabricar e vender motores, a empresa utilizou não apenas trabalho e matéria-prima, mas também capital, i.e. a fábrica de $10 milhões Portanto, o estoque de capital de $10 milhões permite que a empresa gera um fluxo de lucros de $80000 por mês Supondo que a fábrica dure 20 anos, o lucro desse período será de $19.2 milhões, i.e. ($80000 por mês)(12 meses)(20 anos) = $19.2 milhões

Estoques e Fluxos A empresa investiu hoje $10 milhões na fábrica e irá auferir $19.2 milhões em vinte anos À primeira vista seria um bom investimento, pois ela iria lucrar $9.2 milhões Mas este cálculo está incorreto, pois superestima o ganho O problema é que os $19.2 milhões que serão recebidos nos próximos vinte anos valem menos do que $19.2 milhões hoje $19.2 m hoje > $19.2 m daqui a 5 anos > $19.2 m daqui a 20 anos Porque $19.2 m hoje poderia ser investido em poupança ou títulos, render juros, e levar a um valor maior do que $19.2 m daqui a 20 anos

Valor Presente Descontado Quanto vale hoje $1 pago no futuro? Depende da taxa de juros: o preço de se tomar ou conceder empréstimos em dinheiro Supondo que a taxa de juros seja r por ano e constante, então $1 pode ser investido hoje para render (1 + r) por ano $1(1+ r) é o valor futuro de $1 de hoje Analogamente, o valor hoje (i.e. o valor presente descontado, VPD) de $1 pago daqui a 1 ano é $1/(1 + r) hoje

Valor Presente Descontado Generalizando, VPD de $1 pago daqui a 1 ano = $1/(1 + r) VPD de $1 pago daqui a 2 anos = $1/(1 + r)2 . . . VPD de $1 pago daqui a n anos = $1/(1 + r)n Se a taxa de juros não for constante, no ano 1, r = r1 no ano 2, r = r2 e no ano n, r = rn

Valor Presente Descontado Note que $1 pago no futuro vale pouco hoje, se a taxa de juros for alta Por exemplo, com r = 20%, o VPD de $1 para daqui a 30 anos é de apenas 0.4%

Valor Presente Descontado Qual dos dois fluxos é melhor? Isto dependerá da taxa de juros

Valor Presente Descontado O fluxo de pagamentos B ($220) tem VPD maior apenas para taxas de juros baixas Para taxas de juros altas, o fluxo A ($200) tem VPD maior! Embora o valor total pago no fluxo A seja menor ($200), ele é liquidado antes Por exemplo, para r = 20%, o VPD de A = $183.33 > VPD de B = $172.77

Títulos Título: contrato em que o tomador de empréstimo concorda em pagar um fluxo monetário ao emprestador (portador do título) Exemplo Título de uma empresa: cupom de $100 ªª durante os próximos 10 anos + Principal de $1000 daqui a 10 anos Quanto pagar por este título? O seu VPD E este cálculo depende de r

Títulos Se r   VPD , i.e. o valor do título 

Títulos Perpetuidade: título que paga uma quantia monetária fixa ao ano para sempre Qual é o valor de uma perpetuidade que paga $1 por ano? O seu VPD = $1/r, i.e. Se r   VPD , i.e. o valor da perpetuidade 

Títulos Se o preço de mercado da perpetuidade p for igual ao VPD, i.e.  ou O r torna-se a taxa de retorno (ou rendimento efetivo) que se recebe ao se investir na perpetuidade

Investimento Critério do valor presente líquido (VPL): VPL = VPD – C C = custo do investimento Exemplo Investimento de capital custa C para a empresa e ela espera o benefício de lucros  nos próximos 10 anos: A empresa investe se VPL > 0 i.e. se benefício do valor dos fluxos de caixa futuros esperados > custo O r é agora a taxa de desconto, que representa o custo de oportunidade do capital da empresa

Investimento Que r a empresa escolhe? Aquele que ela poderia obter em outro investimento de igual risco risco   retorno  Se, por exemplo, a empresa escolher os títulos do governo anuais (descontados da inflação) para representar r, ela estará supondo retorno quase sem risco O critério do VPL deixa de ser razoável se o investimento for irreversível, atrasado ou sujeito a incertezas

Risco Se os administradores da empresa forem avessos ao risco, fluxos de caixa futuros que apresentem risco valem menos do que os garantidos A taxa de desconto torna-se a taxa de juros sem risco + prêmio de risco Prêmio de risco: quantidade de dinheiro que o indivíduo avesso ao risco deseja pagar para evitar correr um risco Risco diversificável: pode ser eliminado investindo-se em muitos projetos ou adquirindo-se ações de muitas empresas Exemplos Não sei se uma moeda jogada será cara ou coroa. Mas sei que em mil jogadas aproximadamente a metade será cara O meu vendedor de seguro de vida não sabe quantos anos viverei. Mas ao vender para muitos clientes, ele utiliza a taxa de mortalidade anual

Risco Ativos com risco diversificável geram em média taxas de retorno próximas às taxas sem risco Apenas o risco não diversificável afeta o custo de oportunidade do capital e entra no prêmio de risco Exemplos Uma guerra é um risco não diversificável para uma empresa de seguro de vida. A maioria das apólices de seguro (vida, saúde, imóvel) não inclui guerras Booms e recessões macroeconômicos afetam os lucros das empresas e são um risco não diversificável O prêmio de risco pode ser medido pelo CAPM (Capital Asset Pricing Model, i.e. Modelo de Formação de Preços de Bens de Capital)

Risco Se você investe no mercado acionário como um todo através de um fundo mútuo (mutual fund), o investimento estará completamente espalhado e não há risco diversificável Mas o mercado acionário tende a acompanhar a situação econômica, que afeta as expectativas de lucros, que por sua vez afetam o mercado acionário  aqui entra um risco não diversificável O retorno esperado do mercado acionário é maior do que a taxa sem risco Se a ação da empresa for correlacionada com o mercado acionário como um todo, ela apresenta risco não diversificável

Risco O CAPM compara o retorno esperado do ativo com o retorno esperado do mercado acionário como um todo O prêmio de risco da ação ri  rf é proporcional ao prêmio de risco do mercado acionário rm  rf A constante de proporcionalidade, o beta do ativo, mede o risco não diversificável da ação Se   prêmio de risco da ação  porque o risco não diversifícável   o retorno esperado da ação  Conhecendo o  podemos determinar a taxa de desconto r para o cálculo do VPD do ativo: taxa de retorno = taxa de juros sem risco + prêmio de risco

Recursos Exauríveis A produção de hoje afeta vendas e custos futuros Porque há uma curva de aprendizagem, a produção atual é um investimento em futuras reduções de custo Decisões de produção intertemporais precisam comparar custos e benefícios atuais e futuros: devem utilizar o VPD Exemplo: decisão de produção de petróleo

Recursos Exauríveis Regra de Hotelling Em concorrência perfeita, se todas as empresas se comportarem da forma acima, o resultado será apenas Na produção de bens em geral sob concorrência perfeita, a empresa produz até o ponto em que o preço iguala o custo marginal Mas pela regra de Hotelling, em um mercado competitivo de bens exauríveis, o preço ultrapassa o custo marginal de extração e esta diferença tende a aumentar com o tempo

Recursos Exauríveis Na produção do recurso exaurível, custo marginal total > custo marginal de extração pois custo marginal total = custo marginal de extração + custo de uso da produção Custo de uso da produção é um custo de oportunidade adicional, pois a produção e a venda de uma unidade hoje torna esta unidade inexistente para produção e venda no futuro Portanto custo de uso da produção = preço  custo marginal de extração Quando o tempo  custo de uso da produção  pois o recurso no solo fica cada vez mais escasso e o custo de oportunidade de extrair uma nova unidade 

Recursos Exauríveis Sob monopólio, podemos generalizar a regra de produzir o recurso exaurível para Concorrência perfeita é o caso especial em que p = RMg pois a demanda é horizontal No monopólio a curva de demanda é negativamente inclinada e p > RMg Se a empresa produz de acordo com (4) mas vende por p > RMg  recurso se esgota mais lentamente do que em concorrência perfeita

Taxa de Juros Depende de oferta e demanda por fundos disponíveis para empréstimo As famílias que economizam sua renda para consumir mais no futuro ou deixar herança geram a oferta de fundos de empréstimo O banco central, por ter poder de imprimir dinheiro, também influencia a oferta de fundos de empréstimo A demanda por fundos de empréstimo é originada nas famílias, firmas e governo As famílias que se dispõem a pagar juros em troca de não ter de esperar para poder consumir As empresas que investem, pois os lucros futuros somente são possíveis com custos pagos no presente O governo com déficit fiscal, com despesas superiores ao valor arrecadado em impostos Exemplos de taxas de juros Treasury Bill Rate, Treasury Bond Rate, Discount Rate, Commercial Paper Rate, Prime Rate, Corporate Bond Rate

Fonte: Pindyck & Rubinfeld Microeconomia, 5a edição Capítulo 15, Investimento, Tempo e Mercado de Capitais  Sergio Da Silva & Martha Scherer 2005