Geotecnia I Tensões no solo Ana Elza Dalla Roza

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Geotecnia I Tensões no solo Ana Elza Dalla Roza anaelza00@hotmail.com ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Geotecnia I Tensões no solo Ana Elza Dalla Roza anaelza00@hotmail.com

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais Alguns métodos foram desenvolvidos para a determinação das tensões verticais, tais como: Método do espraiamento das tensões Simplificadamente, o método considera as tensões verticais uniformemente distribuídas com a profundidade, com um ângulo de espraiamento de 30º. 2L 30° 30° z.tg30° 2L z.tg30° Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais – Teoria da Elasticidade Para a estimativa das tensões atuantes no interior da massa de solo em virtude de diferentes tipos de carregamento externo são muito utilizadas soluções baseadas na Teoria da Elasticidade (relação tensão-deformação do solo é dada pela Lei de Hooke - material de comportamento linear elástico, homogêneo e isótropo). Um solo é dito isotrópico se os parâmetros definidos em um ponto são os mesmos em qualquer direção A isotropia reduz as constantes elásticas do solo em apenas duas: módulo de elasticidade (E) e coeficiente de Poisson (n) Se as constantes elásticas são as mesmas em todos os pontos de uma massa de solo então ele pode ser considerado homogêneo Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais – Teoria da Elasticidade Para a estimativa das tensões atuantes no interior da massa de solo em virtude de diferentes tipos de carregamento externo são muito utilizadas soluções baseadas na Teoria da Elasticidade (relação tensão-deformação do solo é dada pela Lei de Hooke - material de comportamento linear elástico, homogêneo e isótropo). s Ds De e Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais – Teoria da Elasticidade Entretanto, a aplicação de soluções mais simples da Teoria da Elasticidade aos solos é questionável, pois os mesmos podem não satisfazer as hipóteses: Comportamento linear e elástico Para que seja válida, os acréscimos de tensão devem ser pequenos (pequenas deformações), tal que o estado de tensões seja muito distante da ruptura Homogeneidade Foge da realidade na maioria dos casos. O solo é heterogêneo pela sua natureza e também apresenta relações tensão-deformação variáveis com a tensão de confinamento, logo variável com a profundidade Isotropia O solo é, em muitos casos, anisotrópico pela natureza e arranjo de suas partículas. Entretanto, a condição de isotropia é válida para terrenos onde o solo mantém constituição uniforme por distâncias da ordem de algumas vezes a menor dimensão da área carregada Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais – Teoria da Elasticidade Como ainda não há melhor alternativa para a análise do comportamento das obras e também porque tem tido uma avaliação satisfatória das tensões atuantes no solo, a Teoria da Elasticidade é aplicada como base de várias soluções desenvolvidas. Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Determinação das tensões verticais – Teoria da Elasticidade Boussinesq - carga concentrada; Flamant - carga ao longo de uma linha de extensão infinita; Carothers-Terzaghi - carga uniformemente distribuída ao longo de uma faixa de extensão infinita; Osterberg - carga distribuída na forma de trapézio retangular em uma faixa de extensão infinita; Carothers - carga distribuída na forma de triângulo em uma faixa de extensão infinita; Love - carga uniforme sobre superfície circular; Soluções para carga uniforme sobre superfície retangular: Newmark Steinbrenner Solução para carga uniforme sobre superfície qualquer - Método das superposição de áreas (Ábaco circular de Newmark). Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Boussenesq – Carga concentrada Nesta solução foram determinadas as tensões, deformações e deslocamentos no interior de uma massa elástica, homogênea e isotrópica, num semi-espaço infinito de superfície horizontal, devido a uma carga pontual aplicada na superfície deste semi-espaço. A equação de Boussinesq para o acréscimo de tensão vertical em qualquer ponto devido à aplicação de uma carga Q na superfície é: Q r z sv Sendo r e z definidos como: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Boussenesq – Carga concentrada Na vertical abaixo do ponto de aplicação da carga (r = 0), as tensões são iguais a: Q r z sv Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Boussenesq – Carga concentrada As tensões variam inversamente com o quadrado da profundidade, sendo infinita no ponto de aplicação. Q Tensão vertical 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 40 60 80 100 120 Profundidade Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Flamant – Carga distribuída Solução para o acréscimo de tensão vertical em qualquer ponto devido à aplicação de uma carga Q linearmente distribuída ao longo de um comprimento que tende ao infinito. Exemplos: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Flamant – Carga distribuída Solução para o acréscimo de tensão vertical em qualquer ponto devido à aplicação de uma carga Q linearmente distribuída ao longo de um comprimento que tende ao infinito. Q r z sv Sendo r e z definidos como: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução para carga distribuída em placa Solução de Carothers-Terzaghi, para o acréscimo de tensão vertical em qualquer ponto devido à aplicação de uma carga uniformemente distribuída, sobre uma placa corrida, onde uma das dimensões é predominante às demais, podendo ser considerada infinita. 2b Q   z sv Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução para carregamento triangular Solução para o acréscimo de tensão vertical em qualquer ponto devido à aplicação de um carregamento triangular linearmente distribuída ao longo de um comprimento que tende ao infinito r 2b Q   z sv Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Newmark – Superfície retangular A partir da integração da equação de Boussinesq, Newmark (1933) desenvolveu uma solução para o cálculo das tensões provocadas no interior do semi-espaço infinito de superfície horizontal por carregamento uniformemente distribuído numa área retangular, numa vertical passando por um dos vértices da área. Newmark verificou que a solução era a mesma para situações em que as relações entre os lados da área retangular e a profundidade fossem as mesmas e definiu as seguintes relações: a ou b y x a z ou sv z b Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Newmark – Superfície retangular Em função destes parâmetros, a solução de Newmark é expressa pela equação: Trata-se uma solução muito trabalhosa, mas se considerarmos que a tensão num ponto qualquer é função só dos parâmetros m e n, a expressão pode ser reescrita como: sendo Is um coeficiente de influência que pode ser obtido a partir de um ábaco, em função de m e n. Com base no Princípio da Superposição dos Efeitos é possível determinar as tensões em qualquer outro ponto sob a placa ou fora dela. Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Newmark – Superfície retangular b a z x sv y ou Ábaco para a solução de Newmark para cargas uniformemente distribuídas em área retangular Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Love – Carga circular 2r Q z sv Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark Esta solução tem por base a equação de Love e o Princípio da Superposição dos Efeitos. Quando é aplicada uma carga uniformemente distribuída sobre uma superfície, a tensão gerada a uma dada profundidade é igual ao somatório dos efeitos dos carregamentos em áreas parciais. Para a construção do ábaco são traçados 10 círculos concêntricos cujo acréscimo de carga a um ponto do centro dos círculos situado a uma profundidade z corresponde a 10%, 20%, 30%,...da carga total aplicada. Logo, cada um dos anéis apresenta Iσ = 0,1. Da equação de Love: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark a Q r dA dq a dr q r a z R P Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark Como Iσ = f(r/z), isolando r/z teremos: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark O traçado dos círculos segue dessa maneira: Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark 1º círculo: 20 quadros 2º círculo: 20 quadros 3º círculo: 20 quadros 4º círculo: 20 quadros 5º círculo: 20 quadros + 5 círculos * 20 = 100 quadros + 10 quadros + As áreas que se compensam Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark 1º círculo: 20 quadros 2º círculo: 20 quadros 3º círculo: 20 quadros 4º círculo: 20 quadros 5º círculo: 20 quadros + 5 círculos * 20 = 100 quadros + 10 quadros Ao se contarem os quadros, faz-se uma compensação para as frações dos quadros abrangidos pela edificação. + 20 As áreas que se compensam = Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark Quadros completos 10 + 100 = 110 pontos 1º círculo: 20 quadros 2º círculo: 20 quadros 3º círculo: 20 quadros 4º círculo: 20 quadros 5º círculo: 20 quadros + 5 círculos * 20 = 100 quadros + 10 quadros + 20 As áreas que se compensam = Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Ábaco circular de Newmark O ábaco é dividido em 20 setores de igual área, originando trapézios circulares (“quadros”) cuja unidade de influência Iσ = 0,005. Contam-se quantos quadros foram ocupados pela planta. Cada quadro carregado provoca no ponto 0,5% da tensão aplicada. O nº de quadros vezes o valor da influência (0,005) vezes a tensão aplicada indica a tensão provocada por todo o carregamento da superfície. Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Profª Ana Elza Dalla Roza |Métodos de Cálculo| Solução de Wetergaard Para o caso de solos estratificados, material fino entremeado por lentes de areia, caso de solos sedimentares, a solução de Boussinesq não se aplica. Nesses solos, as camadas com diferentes materiais dão ao solo uma certa resistência as deformações horizontais Nesse caso, utiliza-se a solução de Westergaard que considera deformações laterais nulas. Aula 13 – TENSÕES NO SOLO Profª Ana Elza Dalla Roza

Mecânica dos Solos I Tensões no solo Ana Elza Dalla Roza ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos Solos I Tensões no solo Ana Elza Dalla Roza anaelza00@hotmail.com