ANTICONCEPÇÃO HORMONAL

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Transcrição da apresentação:

ANTICONCEPÇÃO HORMONAL DEPARTAMENTO DO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA SETOR DE REPRODUÇÃO HUMANA FMRP - USP

TIPOS DE ANTICONCEPÇÃO HORMONAL Anticoncepcional hormonal oral Injetável mensal Injetável trimestral Implantes

ANTICONCEPCIONAL COMBINADO HORMONAL ORAL (ACHO)

CONSIDERAÇÕES GERAIS Eficácia: Falha anual = 0,3 a 0,7 gestações/100 mulheres ano Não ingestão de uma ou mais pílulas Problemas gastrointestinais Uso de drogas que afetam a absorção / metabolismo Uso incorreto Eficácia prática = 95% Índice de falha de 5 a 8 gestações /100 mulheres ano

Retorno à fertilidade: 25% em 13 meses 90% em 24 meses

CLASSIFICAÇÃO Combinado Monofásico Bifásico Trifásico

MODO DE USAR Iniciar a primeira cartela no primeiro dia da menstruação 1 drágea a dia por 21 dias Pausa de 7 dias Reiniciar nova cartela no 8º dia após última drágea

PÍLULAS MONOFÁSICAS 1º esquema pausa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

PÍLULAS BIFÁSICAS 1º esquema 2º esquema pausa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

PÍLULAS TRIFÁSICAS 1º esquema 2º esquema 3º esquema pausa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

COMPONENTES ESTERÓIDES COMPONENTE ESTROGÊNICO Etinilestradiol (EE) Dose: 0,35 a 0,2 mg Mestranol Deve ser convertido em EE para que seja ativo

COMPONENTE PROGESTÍNICO Derivados da 17-OH-progesterona Pregnanos Acetato de medroxiprogesterona Acetato de megestrol Acetato de ciproterona

Derivados da 19-nor-testosterona Estranos Acetato de noretisterona Acetato de etinodiol Linestrenol Noretisterona Gonanos Levonorgestrel Desogestrel Gestodeno Norgestimato

MECANISMOS DE AÇÃO HIPÓFISE HIPOTÁLAMO ACHO ÚTERO OVÁRIOS TROMPAS

Ação anovulatória Efeitos sobre a hipófise e hipotálamo Estrogênio Supressão do FSH  inibe a seleção do folículo dominante Progestágeno Supressão do LH  inibição da ovulação

Ação sobre o útero Estrogênios Estabilidade ao endométrio   sangramentos de escape Potencialização dos efeitos do progestágeno (aumenta nº de receptores) Progestágeno Torna endométrio decidualizado (secretor) glândulas atróficas não receptivo à implantação do embrião

Ação sobre as trompas: Dificuldades no transporte do óvulo PROGESTÁGENOS Alteração na secreção Alteração no peristaltismo

Ação sobre o muco cervical: PROGESTÁGENOS Torna o muco espesso Impermeável à passagem dos espermatozóides

EFEITOS METABÓLICOS SISTEMA CARDIOVASCULAR Estrogênio em  dose: Aumento risco de trombose venosa profunda Predisposição genética Presença de fatores de risco

Prgestágenos  PA Reversível Pacientes predispostas

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Progestágenos Aumento na resistência periférica à insulina Diminuição na tolerância à glicose Não ocorre com os ACHO de baixa dosagem

METABOLISMO DE LIPÍDIOS Estrogênio Diminuição do colesterol total Aumento do colesterol HDL Diminuição do colesterol LDL Aumento dos triglicérides

EFEITOS BENÉFICOS NÃO CONTRACEPTIVOS Proteção contra câncer de endométrio (60%) Proteção contra câncer de ovário  incidência de doenças benignas da mama  risco de gravidez ectópica Regulariza ciclos,  fluxo menstrual

 síndrome da tensão pré-menstrual, dismenorréia  endometriose, mioma  risco de doença inflamatória pélvica  artrite reumatóide  densidade óssea Melhora acne e hirsutismo

EFEITOS INDESEJÁVEIS Aumenta a incidência de colelitíase em mulheres susceptíveis Aumenta risco de : Câncer de mama (??) Câncer de colo Adenoma hepatocelular

Náusea, cefaléia, irritabilidade Desconforto mamário Ganho de peso Cloasma Diminuição da libido

CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS Idade > 35 anos com fatores de risco Neoplasia hormônio-dependente (ou suspeita) Câncer genital e de mama Doença tromboembólica ou com antecedentes importantes Sangramento uterino de causa indeterminada Gravidez Lactação < 120 dias

Doença coronariana, cerebro-vascular ou ocular Hipertensão arterial grave Diabetes insulino-dependente com lesão vascular ou duração > 20 anos Tabagismo pesado (> 20 cigarros/dia) Hepatopatia grave Lúpus Doenças cardiovasculares Próteses, hipertensão pulmonar, cordiomiopatia, coarctação de aorta, etc.

CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS Passado de icterícia gravídica Doenças da vesícula biliar Enxaqueca Epilepsia, psicose e neuroses graves Hipertensão arterial leve ou moderada Diabetes descompensado Uso de medicamentos que interagem com a pílula

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Drogas que diminuem a eficácia dos ACHO Antibióticos Rifampicina Tetraciclina Anticonvulsivantes Carbamezepina Barbitúricos Hidantoína, etc. Anti-histamínicos

Drogas que são afetadas pelos ACHO Anti-hipertensivos Metildopa Guanetidina

ANTICONCEPÇÃO HORMONAL DE EMERGÊNCIA

INDICAÇÕES Relação sexual não planejada e desprotegida Uso inadequado de métodos anticoncepcionais Falha anticoncepcional presumida Violência sexual (estupro)

CONSIDERAÇÕES GERAIS Fertilização ocorre nas trompas (72 horas após coito) Implantação do blastocisto no endométrio 3º dia de ovo-transporte 6º dia após a ovulação

EFICÁCIA Redução na incidência de gravidez = 75% sobre o risco calculado Taxas de falha = 0.03 a 0.3% Eficácia é tanto maior quanto mais precoce for iniciado

MÉTODOS Regime de Yuzpe (1977) 100 mcg de etinilestradiol + 500 mcg de levonorgestrel em duas doses com intervalo de 12 horas Equivalente a 2 cp de ACHO de alta dosagem – 2 doses com intervalo de 12 horas

Progestágenos em alta dosagem Levonorgestrel 750 mcg em duas tomadas co intervalo de 12 horas

MECANISMOS DE AÇÃO Interferência em uma ou mais fases do processo reprodutivo Ovulação Migração dos espermatozóides Transporte e nutrição do ovo Fertilização Função lútea Implantação

EFEITOS COLATERAIS Náuseas Vômitos Cefaléia Mastalgia Dores abdominais Antecipação do fluxo menstrual

CONTRA-INDICAÇÕES Tempo de administração da contracepção de emergência é muito curto  diminuição das contra-indicações

MINIPÍLULA

COMPOSIÇÃO Progesterona em baixa dosagem Levonorgestrel 0,03 mg Noretisterona 0,35 mg Linestrenol 0,5 mg Desogestrel 0,75 mg

INDICAÇÕES Principal indicação  contracepção durante lactação Extremos de vida reprodutiva  ciclos ovulatórios escassos Pacientes com contra-indicação absoluta ao uso de estrogênio

MECANISMO DE AÇÃO Ação sobre o endométrio Espessamento do muco cervical A minipílula não afeta qualidade nem quantidade do leite

40% das pacientes  ovulação e ciclos regulares 20%  amenorréia 40%  ciclos irregulares

MODO DE USAR 1 pílula ao dia em horário rigoroso (não ultrapassar 3 horas do horário habitual) Quando iniciar : Pacientes em aleitamento exclusivo  3º mês de puerpério As demais  3ª semana após o parto

ANTICONCEPÇÃO HORMONAL INJETÁVEL TRIMESTRAL

COMPOSIÇÃO Acetato de medroxiprogesterona de depósito (150 mg) Hormônio sintético derivado da progesterona natural Administração: 1ª injeção na primeira semana do ciclo menstrual Injeções subsequentes a cada 90 dias

MECANISMOS DE AÇÃO Inibição do pico de LH  inibição da ovulação Modificação no endométrio Espessamento no muco cervical Supressão do FSH menos intensa que a dos ACHO Permite crescimento folicular  produção de estrogênio semelhante à fase folicular inicial

EFICÁCIA Índice de falha inferior a 1%

VANTAGENS Não possuem os efeitos colaterais do estrogênio Administração fácil Ação duradoura Beneficia a lactação Aumenta o volume do leite materno e duração da lactação

INDICAÇÕES Lactação Mulheres com contra-indicação ao uso de estrogênio

CONTRA-INDICAÇÕES Câncer de mama Câncer do trato genital (exceto o de endométrio) Sangramento uterino de causa indeterminada Gravidez Função hepática alterada Doença cerebro-vascular Diabetes e dislipidemias

BENEFÍCIOS NÃO CONTRACEPTIVOS Aumenta nível de hemoglobina Diminui concentração de células falciformes no sangue Proteção contra doença inflamatória pélvica Diminui incidência de endometriose, mioma Menor risco de gravidez ectópica

EFEITOS INDESEJÁVEIS Sangramento irregular Amenorréia Ganho de peso Depressão Demora no retorno à fertilidade (9 meses) Pequena alteração no metabolismo de carboidratos

CONTRCEPÇÃO HORMONAL INJETÁVEL MENSAL

COMPOSIÇÃO Componente estrogênico Enantato de estradiol Valerato de estradiol Cipionato de estradiol Componente progestogênico Acetofenido de diidroxiprogesterona Enantato de noretindrona Acetato de medroxiprogesterona

MECANISMO DE AÇÃO Inibição da ovulação Modificação do endométrio Espessamento do muco cervical

CARACTERÍTICAS Enantato de estradiol (10 mg) + Acetofenido de diidroxiprogesterona (150 mg) Eficácia próxima a 100% Ciclos irregulares duração do componente estrogênico Atraso no retorno à fecundidade (1 a 3 meses) Administração: injeção IM entre 7º e 10º dia do ciclo

Valerato de estradiol (5 mg) + Enantato de noretisterona (50 mg) Diminuição no componente estrogênico: Sangramento menstrual regular Retorno à fertilidade 60 a 90 dias Administração: 1ª injeção nos primeiros 5 dias do ciclo Injeções subsequentes com intervalos de 30 ± 5 dias

VANTAGENS Altamente eficazes Fácil administração Maior privacidade Maior aceitação quando comparados aos injetáveis trimestrais Menor incidência de irregularidade menstrual e amenorréia

DESVANTAGENS Efeitos colaterais dependentes do estrogênio Mesmas contra-indicações dos anticoncepcionais orais Obs: Como se trata de estrogênios naturais com administração IM  ausência da primeira passagem pelo fígado

IMPLANTES

COMPOSIÇÃO Progestágenos: Levonorgestrel Acetato de nomegestrol 3-keto-desogestrel Tubos flexíveis inseridos sob a pele Hormônio liberado em velocidade constante

MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS COLATERAIS Semelhantes aos dos injetáveis trimestrais de progesterona: Disfunção ovulatória Ovulação com defeito da fase lútea Espessamento do muco cervical