Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular

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Transcrição da apresentação:

Sedentarismo, Depressão e Risco de Mortalidade Cardiovascular

Introdução: Doenças cardiovasculares (incluindo doenças coronarianas e AVE), são a maior causa de morte em países europeus (32% de todas as mortes. Além de fatores de risco clássicos, como pressão alta e colesterol, sintomas depressivos e sedentarismo têm sidos associados com risco aumentado de doenças cardiovasculares.

Primeiras evidências: Estudos em pacientes com infarto do miocárdio 1/3 de de pacientes pós infarto tinham depressão. Pacientes con depressão tinham pior prognóstico pós episódio de infarto

Hipóteses: Pessoas deprimidas adotam estilo de vida menos saudável Ex: pessoas deprimidas desenvolvem estilo de vida mais sedentário Portanto: sedentarismo pode ser um fator intermediário na relação entre sintomas depressivos e doença cardiovascular. Além disso, a depressão e o sedentarismo podem interagir, posivelmente via processos ateroscleróticos, no desenvolvimento de doenças cardiovasculares

Estudos prévios: Apenas dois estudos avaliaram o efeito independente do comportamento sedentário na relação entre sintomas depressivos e doença ou mortalidade cardiovascular. Um deles: sedentarismo explica parcialmente a relação entre sintomas depressivos e mortalidade cardiovascular. O outro: depressão não explica a associação entre exercícios e causas de eventos e mortalidade cardiovarcular.

Objetivos deste estudo: Determinar os efeitos prospectivos, independentes e combinados, dos sintomas depressivos e sendentarismo na mortalidade caardiovarcular em 10 anos, em uma amostra populacional de homens idosos europeus.

Métodos: Estudo FINE (Finlândia, Itália, e Netherlands Elderly – idosos de Holanda) : estudo populacional de coorte baseado em fatores de risco e saúde em homens idosos. Sintomas depressivos (escala de depressão de auto-avaliação – SDS: nunca, às vezes, bastante ou sempre) Sedentarismo (questionário de auto-avaliação para homens aposentados: frequencia, duração e ritmo de atividades)

Coleta de dados: Dados sobre mortalidade foram coletados durante 10 anos de seguimento Outras variáveis foram estudadas (para evitar excesso de confundimento): estado civil, nível educacional, consumo de álcool e tabagismo. IMC também foi calculado, pressão arterial e níveis de colesterol (HDL e total) AP de doenças cardiovasculares

Amostra estudada: 1734 homens entre 70-90 anos = amostra inicial 1416 (82%) participaram 909 (64%) não tinham história pessoas de diabetes ou doença cardiovascular 268 homens da Finlândia 261 da Itália 386 da Holanda

Análise de dados: Depressão foi variável estudada independentemente Atividade física foi a variável dependente (com ajustamento para estilo de vida e região demogréfica) Análise foi ajustada para potenciais variáveis de confundimento ou fatores intermediários, como idade, país, anos de estudo, morar sozinho, tabagismo atual, consumo de álcool, pressão arterial sistólica e níveis de colesterol total e HDL.

Cálculo dos riscos: Foi investigado se sintomas depressivos e sedentarismo interagem no risco de mortalidade cardiovascular A soma dos fatores causa um risco maior do que cada um, independentemente, quando somados?

Resultados: O maior índice de depressão foi na Itália O menor índice foi na Holanda Homens na Itália eram mais velhos e mais ativos fisicamente, com maiores níveis de HDL Homens na Holanda tinham maiores níveis de educação, maior tendência a fumar e pressões sistólicas e diastólicas menores, com menores níveis de colesterol total.

Resultados: Após 10 anos de seguimento, 471 (52% dos 909 homens) tinham morrido. 256 homens (28%), tinham morrido de doenças cardiovasculares. Um decréscimo em 30 minutos diários em atividade física, levou a um aumento de 9% (95% IC, 1.04-1.14) de risco de mortalidade por doença cardiovascular

Resultados: Um aumento nos sintomas depressivos, foi associado com um risco 42% maior de mortalidade cardiovascular (95% IC, 1.26-1.60, )após ajustar por idade, país e morar sozinho) Ajustamento por tabagismo atual, consumo de álcool, IMC, pressão arterial sistólica e colesterol total e HDL não mudara o risco.

Resultados: Após ajuste para sedentarismo, o risco decresceu, porém manteve-se um risco independente: (RR=1.37, 95% IC, 1.21-1.56) Não houve diferenças significantes entre países. Homens com sintomas depressivos mais graves tiveram maior risco de mortalidade cardiovascular se comparados com homens com sintomas mais leves.

Limitações do estudo: 1: participação seletiva de indivíduos mais saudáveis 2: possibilidade de outras variáveis de confundimento 3: pode-se argumentar que sintomas depressivos e sedentarismo são características de doença cardiovascular subclínica 4: sintomas depressivos foram avaliados em um ponto específico do tempo 5: pode-se argumentar que os dados não podem ser extendidos à população feminina.

Conclusão: Sintomas depressivos em homens idosos são associados com um nível mais baixo de atividade física, e que sintomas depressivos e sedentarismo ambos aumentam o risco de mortalidade cardiovascular. No entanto, sedentarismo não explica inteiramente a relação entre sintomas depressivos e mortalidade cardiovascular. Sintomas depressivos e sedentarismo podem INTERAGIR para aumentar o risco de mortalidade cardiovascular Outra possível explicação: desregulação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenocortical, levando a inflamação, reatividade de plaquetas e disfunção autonômica – aterosclerose.

Conclusão final: Sedentarismo não é necessariamente um mediador (interage aditivamente com a depressão) Em adição a outros fatores de risco clássicos, depressão e sedentarismo são fatores necessários, porém não suficientes na proporção de mortalidade cardiovascular.

FIM Obrigada!