TRAINING IMPULSE – TRIMP

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Transcrição da apresentação:

TRAINING IMPULSE – TRIMP Gilberto Cunha – Julho/2011 Orientador: Dr Felipe Hardt

Introdução Medidas de carga externa com objetivo de quantificar as cargas de treinamento são obtidas rotineiramente no esporte Exemplo: Velocidade de corrida e distância de nado são indicadores externos de intensidade e volume de treinamento, respectivamente Sabe-se que cargas externas similares podem gerar níveis de estresse fisiológico distintos e, assim, induzir respostas adaptativas variadas.

Inversamente, cargas externas distintas podem ter repercussões fisiológicas agudas semelhantes. Assim, é necessário conhecer as cargas internas resultantes das sessões de treinamento para um monitoramento eficaz do processo de treinamento. Impellizzeri et al. 2005 -> A carga interna é determinada pelas características inatas, nível inicial de aptidão física, natureza e quantidade de carga externa

Uma das formas mais utilizadas em pesquisas para quantificar a carga interna baseia-se no cálculo do impulso de treinamento ---> TRIMP Esse método pressupõe que o aumento da FC de reserva durante o exercício, multiplicada pela duração da sessão do treinamento, constitui uma aproximação da carga interna

A)Método básico Banister et al, 1975- método simples de cálculo do TRIMP de uma sessão: TRIMP = tempo de treinamento (min) x FC média (bpm) (Ex: 30 minutos de corrida a 145 bpm --> TRIMP = 30 x 145 = 4350) O método faz sentido no cálculo de "doses" de exercício aeróbio e fornece ferramenta de monitoramento do progresso e adesão ao treinamento

Desvantagem: não faz distinção entre diferentes níveis de treinamento Ex: 30 min a 145 bpm = 4.500 TRIMP assim como 25 min a 180 bpm, embora se trate de níveis muito diferentes de treinamento. O último é muito mais exigente, com altos níveis de lactato e carga maior de treinamento.

B)Método de zona de treinamento Para superar a limitação, refinou-se o conceito do TRIMP básico, usando zonas de FC para dosar a intensidade: 1) 50-60% FC máx 2) 60-70% 3) 70-80% 4) 80-90% 5) 90-100%

Indivíduo de 35 anos/FC máx 185 30 min a 140 bpm (76% da FCmáx) --> Intensidade do treinamento = 3. TRIMP = tempo x intensidade = 30 x 3 = 90 25 min a 180 bpm (97% da FCmáx) --> Intensidade de treinamento = 5. TRIMP = tempo x intensidade = 25 x 5 = 125.

O método distingue níveis de treinamento e pode ser usado para quantificar treinamento intervalado, com FC variável, somando-se os tempos de cada zona. Ex:5 tiros de 3 min a 95%FCmáx (zona 5) alternados com 5 de jogging a 70%FCmáx (zona 2) --> TRIMP = 15 min x 5 + 15 min x 2 = 105. Limitação: só quantifica treinamento aeróbio. Treinos de força e velocidade, que envolvem FC menores, mas são intensos, não são calculados com precisão.

C)Método de percepção do esforço o TRIMP é calculado como produto entre tempo de treinamento e a percepção subjetiva de esforço (Borg modificado) repouso =0 muito, muito fácil =1 fácil =2 moderada =3 um pouco difícil =4 difícil =5 muito difícil =7 máximo =10

Discussão Atualmente o TRIMP se baseia na relação exponencial entre ∆FC/[La], quantificando um exercício incremental (Atribui > peso quanto > intensidade). Banister et al, 1995 sugeriu que o resultado fosse multiplicado por uma cte representativa do aumento exponencial [La] em função do aumento da FCreserva

O TRIMP era usado originalmente para atletas de endurance, onde a FC durante treinos ou competição situava-se numa faixa mais estável No entanto, recentemente o TRIMP tem sido analisado em esportes coletivos, onde a intensidade alta e natureza intermitente alteram a relação entre ∆FC/[La] O uso isolado da FC p/ cálculo do TRIMP em esportes coletivos pode não ser reflexivo da intensidade ou variação na intensidade de jogos/treinamentos.

Stagno et al. 2007: modificação do TRIMP, criando 5 zonas em torno das [La] sobre um curva, atribuindo um peso a cada zona Entretanto, a equação utilizada p/ atribuir peso às zonas foi derivada de um teste incremental contínuo e evidências sugerem que a resposta da [La] ao exercício intermitente é diferente do exercício contínuo, principalmente em > intensidades

Como esportes coletivos envolvem exercícios intermitentes, o cálculo do TRIMP pode levar a super/subestimação da carga de treinamento --> implicações sobre grau de fitness e lesões Nenhum estudo examinou o efeito do exercício intermitente sobre [La] e os subseqüentes cálculos p/ atribuir pesos na determinação do TRIMP. .

12 atletas universitários de esportes coletivos (19,4 ± 0,5 anos;1,75 ± 0,06m; 67,4 ± 11,6 kg; VO2max de 55 ± 12mLkg-1 min-1; vVO2max 16,0 ± 1,1 km h-1). FCrepouso, FCmáx, VO2max e vVO2max foram aferidos durante um protocolo incremental em esteira (1 teste contínuo + 1 teste intermitente separados por 48h)

Contínuo - corrida durante 4 min nas veloc Contínuo - corrida durante 4 min nas veloc. correspondentes a 25%, 50%, 75% e 100% de vVO2max, com descanso de 1 min entre cada etapa (coleta de La) Intermitente - corrida por 4 min a 25%, 50%, 75% e 100% dos vVO2max, alternando a velocidade em cada estágio entre maior e menor, a cada 15s, de modo que a média delas fosse a mesma do teste contínuo

Resultados Maior [La] para TI em 75% e 100% de vVO2max; Maior VO2 para TI em 25% vVO2max; Maior de ∆FC para TI em 25%, 75% e 100% da vVO2max; Maior TRIMP no TI para 0.9 e 1.0 de ∆FC

Conclusões O exercício intermitente altera a relação ∆FC/[La] e as ponderações do TRIMP em exercícios de alta intensidade. Determinar o TRIMP utlizando a relação ∆FC/[La] derivada de um protocolo de exercício contínuo tende a subestimar a carga real em esportes coletivos.

Como a subestimação é mais significativa em intensidades mais altas, a intensidade absoluta e/ou o tempo gasto no exercício teria que ser reduzido para atingir um TRIMP pré-estabelecido Se a intensidade absoluta do exercício e/ou o tempo gasto nessas alta intensidades são mantidos, a carga verdadeira será superior à pretendida Isso pode ter implicações para o desenvolvimento de lesões ou overtraining e deve ser considerado quando se monitoriza quantidade de treino dos atletas.