AMOR E PAIXÃO NA FILOSOFIA Professora Yama Elice
O que é que eu penso do amor “Em suma, não penso nada. Bem que eu gostaria de saber o que é, mas estando do lado de dentro, eu o vejo em existência, não em essência” O que é que eu penso do amor PATHOS: sofrer; suportar; deixar-se levar por Amor: Afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, etc.
O amor no mito: EROS e PSIQUÉ Eros, filho de Afrodite e Ares, representado por uma criança travessa que flecha os corações para torná-los apaixonados. Quando ele próprio se apaixona por PISQUÉ, Afrodite , invejosa da beleza de Psiqué, afasta-a do filho e a submete ás mais difíceis provas e sofrimentos, dando-lhe como companheiras a INQUIETUDE e a TRISTEZA; até que Zeus, atendendo ao apelo de Eros, liberta-a para que o casal se uma novamente.
O BANQUETE - PLATÃO Para Platão o amor é um princípio cósmico. Ele afirmou que o amor é uma escada com sete degraus, que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do universo. Ele diz que, mesmo que eu me apaixone por uma pessoa, atraído por qualidades, fixar-me exclusivamente nessa pessoa é permanecer no primeiro degrau de uma escada que possui muitos outros. O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Entretanto, fixar-se nesse primeiro degrau é permanecer parado, em comparação a tudo o que uma pessoa pode vir a ser. Isso não quer dizer que Platão negue o corpo ou o amor físico. Ele apenas afirma que, se eu deixar de ampliar esse relacionamento e não subir até os outros seis degraus, irei permanecer estagnado. Os passos seguintes serão um desdobramento natural da condição humana.
OS ANDRÓGINOS No livro, diversas figuras da sociedade ateniense estão reunidas discutindo a natureza, o sentido e as implicações do amor. Elas fazem várias descrições de amor, todas unilaterais, embora não falsas, até chegar a vez de Sócrates. Uma das pessoas disse que o amor nos faz adotar atitudes nobres para sermos merecedores do amado. Outra afirmou que o amor é uma espécie de frenesi e loucura, e outros, como Aristófanes, classificaram-no como a busca da nossa outra metade. Segundo Platão, Aristófanes disse que todas as pessoas têm corpos duplos e dupla face. Haveria três tipos de humanos no mundo. Na figura homem/homem, o corpo todo era formado por figuras masculinas. Um outro tipo seria composto por elementos femininos, e por último haveria o masculino/feminino. Segundo Aristófanes, esses seres duplos cometeram transgressões contra os deuses; como castigo, foram divididos ao meio. Sob essa perspectiva, o amor é literalmente a busca da outra metade.
AMOR PLATÔNICO, EXISTE? Trata-se, contudo, de uma má interpretação da filosofia de Platão, quando vincula o atributo "platônico" ao sentido de algo existente apenas no plano das idéias. Porque Idéia em Platão não é uma cogitação da razão ou da fantasia humana. É a realidade essencial. O mundo da matéria seria apenas uma sombra que lembraria a luz da verdade essencial. A expressão amor Platônico é uma interpretação equivocada do conceito de Amor na filosofia de Platão. O amor em Platão é falta. Ou seja, o amante busca no amado a Idéia - verdade essencial - que não possui. Nisto supre a falta e se torna pleno, de modo dialético, recíproco. Em contraposição ao conceito de Amor na filosofia de Platão está o conceito de Paixão. A Paixão seria o desejo voltado exclusivamente para o mundo das sombras, abandonando-se a busca da realidade essencial. O amor em Platão não condena o sexo, ou as coisas da vida material.
A paixão, por definição filosófica, é algo que desejamos e não podemos ter. A fixação se dá através da proximidade física simultânea à impossibilidade da realização deste desejo. Quando cobiçamos uma pessoa ao alcance visual e nos é negado o desejo acontece um desencontro racional com inconsciente e dai nasce a paixão. Enfim, se apaixonar é sofrer por um desejo " não compreendido“, uma frustração lógica, porém,a paixão nasce de uma hipótese aparentemente viável. PAIXÃO
Espinosa, Hegel, Feuerbach, Bérgson e os Românticos Amor como UNIDADE e IDENTIFICAÇÃO. Um fenômeno cósmico ou principio da realidade suprema, o amor humano está condenado ao insucesso Espinosa, Hegel, Feuerbach, Bérgson e os Românticos Teorias sobre o AMOR Platão, Aristóteles, Santo Tomaz de Aquino, Descartes, Leibniz, Scheler e Russel. Amor como TROCA RECIPROCA entre dois que preservam a INDIVIDUALIDADE e a AUTONOMIA. Tem como finalidade o bem do outro como um bem próprio, é importante lembrar que há reciprocidade, união, mas não uma UNIDADE.