NOTAS SOBRE O PARADOXO DA DESIGUALDADE NO BRASIL

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Transcrição da apresentação:

NOTAS SOBRE O PARADOXO DA DESIGUALDADE NO BRASIL UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUI NOTAS SOBRE O PARADOXO DA DESIGUALDADE NO BRASIL SIMON SCHWARTZMAN PROF°.: Dr. Dejalma Cremonese Cidadania e Processos Democráticos de Desenvolvimento MESTRANDOS: CLEDER MARCELO OHSE ECKER, ADRIANO MAUSS E ELISA ADRIANA HAUBERT VANONI

AS CAUSAS DA POBREZA As causas da pobreza não são individuais, mas estruturais; Muitas vezes as doações feitas aos pobres, bem como campanhas beneficentes tem caráter cínico e nocivo; Certa vez em uma visita feita em um barraco na favela, comentou sobre as péssimas condições em que ele vivia, tentando estimular a sua consciência de classe. A resposta foi de indignação. Ele era pobre, sim, mas tinha orgulho de seu barraco, limpo e arrumado. Que direito tinha eu (o autor) de dizer que ele vivia uma vida miserável;

Segundo Malthus a causa da pobreza era culpa dos próprios pobres, que não tem determinação e força de vontade para trabalhar; De acordo com suas idéias o problema se resolveria facilmente se os pobres controlassem seus impulsos sexuais e deixassem de ter tantos filhos. No século XIX, houve tentativas de classificar as pessoas de acordo com suas necessidades de ajuda:

Primeiro grupo: critério de proximidade: a prioridade deveria ser dada aos parentes, vizinhos e concidadãos, e não aos desconhecidos, estranhos ou estrangeiros. Segundo grupo: distinguia entre a pobreza involuntária - e por isso digna dos órfãos, doentes e viúvas; da pobreza voluntária – e por isto indigna – das pessoas saudáveis que não queriam trabalhar par se manter.

POBRES DIGNOS E INDIGNOS Para Marx somente o proletário é realmente classe revolucionária, ou seja, que efetivamente trabalha, como um grande exército na produção da riqueza que os burgueses expropriavam. Ao lado destes pobres virtuosos, portadores do futuro, estavam os marginais, os decaídos, vítimas da dissolução das antigas classes sociais em decadência. Eram, portanto a classe perigosa, a escória social, as massas que apodreciam ao serem expelidas pelas camadas mais baixas da sociedade antiga.

Ao longo do século XX criou-se uma nova ordem social que garantia uma melhor distribuição da riqueza entre burgueses e proletários. Era o Welfare State, uma forma de organização social, que parecia reunir o melhor dos mundos, reduzindo a pobreza sem afetar a riqueza dos burgueses e capitalistas, pobreza e escravidão no Brasil. Ninguém parece ter pensado, no Brasil do século XIX, em criar leis e instituições para ajudar aos pobres, como se tentou fazer na Inglaterra ou nos EUA.

O WELFARE STATE BRASILEIRO Com a República, a idéia de que algo deveria ser feito com a pobreza e a miséria em que viviam grande parte da população brasileira começa a ganhar forças por vários caminhos distintos. Para os positivistas o país necessita de um governo forte, centralizado, que fizesse uso dos conhecimentos científicos para educar o proletariado, planejar a economia, e livrar o país da ignorância e da superstição das elites tradicionais. Em outros círculos intelectuais, prevalecia a noção de que os problemas do pais tinham a ver com as características raciais e culturais da população brasileira, que impediam que população desenvolvesse hábitos adequados da higiene e trabalho.

Já a doutrina Cooperativista, a sociedade deveria ser pensada não como um conjunto de indivíduos agindo autonomamente, conforme os interesses de cada um, mas como um organismo pré-ordenado, no qual cada um ocuparia um lugar previsto e determinado. Segundo Oliveira Viana, o Cooperativismo seria a resposta tanto para a ganância e o egoísmo dos patrões, quanto para a hostilidade dos trabalhadores em relação a estes, resolvendo, desta forma, o conflito entre classes sociais.

OS PARADOXOS DA DESIGUALDADE Enquanto os especialistas defendem a necessidade de uma reforma que distribua melhor os recursos existentes e atenda de preferência aos mais necessitados, muitos políticos e a opinião pública não consideram esse problema como central, preferindo colocar ênfase na necessidade de ampliar os benefícios de poucos para todos.

A sociedade brasileira no século XIX era escravocrata; A sociedade brasileira no século XX, transforma-se em Capitalista Moderna. Os negros livres, os mulatos dos campos e cidades, vivendo em favelas e mocambos. O paternalismo aparece como a única alternativa de atendimento às necessidades sociais.

Fonte: http://www.schwartzman.org.br/simon/paradoxos.htm