Projeto Marte Mackpesquisa 2014

Finalmente, sobre o tema escolhido, MARTE, se justifica por ser local das explorações mais recentes da NASA. O filme pretende entrevistar participantes das missão Curiosity em MARTE a partir de questões sobre a perspectiva de uma futura exploração tripulada ao planeta, a busca de indícios de vida, o processo de transmissão da imagem de Marte até a Terra: única concretude da exploração! A história cultural do Planeta Marte deverá ser contada a partir do momento em que foi observado pelo telescópio por Christiaan Huygens em 1659, os canali de Schiaparelli, os canais sugeridos por Lowell, as vertentes literárias de H.G. Wells, de Alexander Bogdanov, de Orson Wells e Ray Bradbury, que imaginaram Marte como um planeta de fortes emoções e habitado por seres imaginários, às vezes dóceis e evoluídos, às vezes ferozes inimigos. Imagens antigas e fotográficas (com direitos autorais livres) deverão compor este filme do ponto de vista cultural, deixando clara a relação entre as utopias da cultura e as descobertas astronômicas, para deixar ao espectador a lembrança de que as explorações e descobertas do nossos tempos são também parte de nossos desejos atuais. Os desenhos de marcianos do brasileiro Henrique Alvim Correa, ilustrador da edição do livro Guerra dos Mundos (1906) de Wells, também deverão ser mostrados.

Em visita acadêmica na NASA Headquarters em Washington e no AMES Center Research da NASA em San Francisco em dezembro de 2012, nosso grupo foi informado de que pode usar as imagens da TV NASA para ilustração do nosso material e que tem apoio de seus pesquisadores: Ramon de Paula (executivo responsável pela missão Curiosity), Michael Sims (AMES), Jon Welch (AMES), Estelle Dodson (LockHeed Martin Space/AMES), responsáveis pelas imagens processadas do envio da Curiosity e do Prof. Nilton Renno da Universidade de Michigan e participante das missões Voyager e Curiosity no JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA. São vários s e chats on line para uma futura colaboração entre Mackenzie, NASA e UFPB no que se refere a imagem 4K e sua transmissão.

É preciso lembrar que esta é uma pesquisa de cunho interdisciplinar que envolve pesquisa tecnológica, desenvolvimento de conteúdo de super-alta definição e experimento narrativo em consonância com a tecnologia apresentada. O projeto reafirma que a seleção do conteúdo é coerente imageticamente com capacidade tecnológica de visualização adequada ao universo espacial. Uma vez produzido e finalizado em 4K, poderá ser transmitido através do FOGO Player – device desenvolvido pelo LAVID – UFPB em eventos que visam explorar as redes fotônicas para o melhor desempenho de transmissão e qualidade dos dados transmitidos. Há várias oportunidades internacionais e nacionais para estas transmissões que sempre contam com o apoio da RNP. Estas demonstrações fortalecem os laços dos grupos de pesquisa já iniciados, com ampla troca de conhecimentos e desenvolvimento cultural e tecnológico. Assim, o LABCine pretende se legitimar como Laboratório de Pesquisa em 4k - talvez único no Brasil – formando pesquisadores para este campo e se especializando em temas científicos que poderão produzir excelentes trabalhos interdisciplinares entre as artes cinemáticas e campos como astronomia, biologia, medicina entre outros.

Objetivos / Principal Produzir filme 4k sobre o planeta MARTE e suas recentes explorações para ser transmitido por redes fotônicas; Específicos: 1. Estudar e acompanhar o estado da arte da produção de filmes de super-alta definição; 2. Capacitar pesquisadores de Graduação, Mestrado e Doutorado para pesquisa e produção inovadora de filmes 4k e 8K, confirmando a performance da Universidade Presbiteriana Mackenzie neste campo; 3. Consolidar o Laboratório de Artes Cinemáticas como produtor de filmes científicos, exercitando a narrativa científica e educacional, a partir de imagens de escala gigante; 4. Confirmar a vocação da imagem super pixalizada para exibições de grandes dimensões de narrativas fílmicas espaciais; 5. Testar recursos computacionais de edição, empacotamento e armazenamento de dados; 6. Exercitar a roteirização de temas científicos considerando imagens de altíssima definição; 7. Fornecer conteúdo para parceiros (LAVID, LARC, LRV) desenvolverem produtos computacionais cada vez mais evoluídos para exibição e transmissão de filmes; 8. Fortalecer parcerias acadêmicas já estabelecidas e desenvolver novas parcerias.

Metodologia O grupo de pesquisadores deverá, antes de tudo, conhecer a bibliografia tanto sobre a tecnologia, quanto sobre a temática para participar das primeiras discussões e iniciar uma roteirização. Deve-se deixar claro que os procedimentos mais comuns da realização de um filme científico são diferentes da realização do filme documental tradicional, pois se dirige a um espectador mais especializado e conhecedor do assunto. No entanto, não se deve esquecer dos aspectos educacionais da proposta. Ou seja, o filme deverá ser suficientemente conteudístico, mas também poderá apresentar teorias científicas mais sofisticadas, inclusive partir de uma hipótese – sem necessitar ser cronológico ou especificamente demonstracional.

As ilustrações culturais e históricas usarão imagens fotográficas antigas, desenhos e diagramas do Planeta Marte, filmes antigos com direitos autorais liberados. Este procedimento visa dar ao espectador a dimensão histórica da pesquisa em contraste com o deslumbramento das imagens espaciais sedutoras e gigantes. Trata-se de um procedimento contemporâneo de desconstrução de cinemas emocionais e profundamente retóricos, em nome de um conhecimento crítico que aborda a complexidade temática, “historicizando” as imagens. Obras de autores como Kluge, Hansen, Gunning e Machado foram citadas como referenciais teóricos que abordam as semelhanças das imagens pós-cinemáticas e as dos primeiros cinemas e a mistura de materiais distintos como fotografias, imagens fílmicas antigas, desenhos como prática contemporânea que favorece a complexidade narrativa. O roteiro deverá partir de imagens pesquisadas na TV NASA, em sites específicos de vídeo, além de notícias em jornais e internet sobre o assunto. Uma vez delimitando questões principais a serem abordadas, as imagens deverão ser selecionadas para a edição. Pretende também falar da participação dos brasileiros Ramon de Paula e Nilton Renno na missão. As imagens em HD sofrerão upgrade para 4K e algumas imagens já em 4K do AMES poderão servir como ilustração para a narrativa do filme.

Uma equipe de 3 pesquisadores deverá ir aos Estados Unidos fazer as entrevistas e pesquisar outras imagens a serem fornecidas pelos entrevistados. Esta viagem deverá contemplar 4 locais: Washington (HeadQuarters), onde está a TV Nasa; Michigan, onde está o Prof. Renno; San Francisco, onde se localiza o AMES Research Center e Pasadena, onde está o JPL. Os entrevistados serão previamente contatados e agendados. As entrevistas serão filmadas com uma câmera apenas e iluminação apropriada, com fundo branco. A TV NASA deverá autorizar informalmente (de acordo com conversa em Washington) o filme.

Edição O filme será então editado em HD, considerando as imagens captadas e as imagens pesquisadas servirão para continuidade narrativa do filme. A edição será feita no Centro de Rádio e Televisão (CRT) ou no Laboratório de Narrativas Poéticas do programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura equipado com duas workstation com processador Core I7 – 3770K 3.50Ghz, 8Gb RAM. Para a edição, usamos HDs externos de 6 terabytes, que garantirá espaço de armazenamento. Em fase de pós-produção, o filme deverá resgatar as imagens em 4K do arquivo original e sofrer upgrade para 4k de imagens menores. Haverá uma pesquisa para sonorização, visando especificação de sons “espaciais”, mas usando biblioteca sonora com licenças livres. As entrevistas deverão ser traduzidas para o português e para o inglês e legendadas. O filme deverá ser exibido em salas especialmente preparadas para 4k e transmitido em eventos científicos de porte.

Para desenvolver este projeto com este nível tecnológico, solicitamos os seguintes equipamentos: 1. Câmera JVC GY-HMQ10 4K Compact Handheld Camcorder (incluindo componentes como Case, 4 cartões SD, baterias) – O Mackenzie não tem ainda câmera 4K. Esta câmera também poderá ser usada para transmissão. 2. Software Scratch Lab 3. Software Final Cut PRO + Motion 5 + Compressor HDs externos de 6 Tb