Prof. Dr. Mauro Hegenberg Instituto Sedes Sapientiae

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Transcrição da apresentação:

Prof. Dr. Mauro Hegenberg Instituto Sedes Sapientiae Quatro tarefas Prof. Dr. Mauro Hegenberg Instituto Sedes Sapientiae

Primeira sessão Coleta de informações Apenas escutar Anamnese Apenas perguntar Sedes: formular uma intervenção inicial

O paciente se frustra quando nada ocorre na primeira, quando o Tp O paciente se frustra quando nada ocorre na primeira, quando o Tp. nada fala, apenas escuta. Alguns pacientes, muito angustiados, não deixam o Tp. falar. Trabalhar como se o Pc. não fosse voltar. Como saber? Autoritário supor que o Pc. TEM que retornar mesmo que nada ocorra.

Interpretar é se fazer conhecer: mais democrático. Paciente escolhe o terapeuta: também tem critérios de avaliação e de escolha a serem respeitados.

Winnicott O jogo da espátula A sessão como “situação estruturada” hesitação: enfiar a espátula na boca gera aflição (escutar o paciente) brincar: paciente pode ser criativo (pode interpretar) desinvestimento: paciente se cansa. Hora de terminar a sessão.

Winnicott Um encontro terapêutico é possível em apenas uma sessão. “O valor da consulta terapêutica”: Interessado na exploração da primeira ou primeiras sessões. “É bem sabido que a primeira sessão pode conter material que se apresentará para análise durante meses e até mesmo anos”. “Muitos pacientes esperam ser entendidos de imediato”. “Na primeira sessão, o paciente está amiúde ávido por informar o Tp”. “é comum os pacientes saírem desiludidos e sem disposição para efetuar nova tentativa... “ “O jogo do rabisco”: forma de estabelecer contato na primeira sessão. “Na minha prática descobri que um lugar especial tem que ser concedido à primeira entrevista”.

Quatro sessões Gilliéron Primeira sessão Formular uma hipótese psicodinâmica para explicar o porquê da procura do atendimento Formular uma interpretação inicial para: Indicar ao Pc. a natureza da mudança que nele está sendo produzida e as angústias a ela relacionadas Relação entre passado e futuro (o ponto fundamental desta fase é a análise da dinâmica relacional Pc-Tp) c. Formular uma interpretação inicial no final da primeira ou início da segunda.

Segunda e terceira sessões Elaboração das reações do paciente à interpretação inicial.

Quarta sessão Sessão da decisão, permite: Estruturar melhor as primeiras entrevistas. Conhecer melhor as ligações entre os conteúdos manifestos e latentes das queixas dos pacientes. Pressentir mais claramente a natureza do funcionamento do inconsciente. Concluir na quarta?

Quatro tarefas Hegenberg formular uma intervenção inicial baseada na angústia que motivou a procura por auxílio 2. Reconhecer se há crise ou não 3. Distinguir o foco 4. Decidir a indicação

Poder formular uma questão, compreender a demanda: Primeira sessão Poder formular uma questão, compreender a demanda: O por quê da consulta? Qual a angústia em pauta? Qual o sentido que poderá ter a psicoterapia, em função da pergunta levantada?

A pergunta deverá fazer sentido para Tp e Pc e já será explorada, através de interpretações que auxiliarão o Pc a se inteirar de sua angústia e da razão pela procura da terapia. A angústia que aparece logo no início está ligada às características de personalidade e a focalização levará em conta esta formulação. A proposta é que o indivíduo, sob o impacto do primeiro contato com alguém, está em momento privilegiado para se expor, até além do que pretenderia. O estilo da pessoa é captado pela apreensão estética e pela reação emocional do terapeuta. A relação neste primeiro contato está menos permeada pela palavra.

Intervenção inicial Estará permeada pela escuta do motivo da consulta e pala avaliação inicial da personalidade (tipos). Leva em conta: motivo da consulta, queixa, angústia, sintoma, demanda. Observar: 1. apresentação do paciente (corporeidade) 2. primeira fala significativa (verbal) 3. reação emocional do Tp (transicional)

Apresentação Primeiro contato: a indicação. Observar telefonema ou secretária (demora a marcar a consulta, exigências ou não, quer falar ao telefone....). Transferência se inicia antes do primeiro contato, na hora da indicação. O paciente procura objeto-terapeuta que transforme seu self, influenciado pela relação conflitiva atual. Sala de espera. Oferecer água, ou café? Aperto de mão (beijo?), olhar. Movimento do Tp. Entra na sala. Senta-se? Falando ao celular. Apresentação. Roupa, acessórios. Sete segundos. Atenção ao ‘clima’ da sessão.

Safra O indivíduo apresenta o seu existir por gesto, por sonoridade, por formas visuais, por diversos meios disponíveis pra constituir seu self e seu estilo e ser. São criações de grande complexidade simbólica e não passíveis de decodificação.

Primeira fala A experiência do Tp e seu percurso teórico influenciam a escuta. Mas... a primeira fala se repete...

Reação emocional do Tp Terapeuta pode sentir: Contratransferência/espaço transicional ‘Clima da sessão’ no ‘terceiro analítico’ Terapeuta (pessoa real) não é mero observador Terapeuta pode sentir: Rivalidade Proteção (apoio) Agressividade Reasseguramento Distanciamento Rejeição Autoproteção Desorganização Estranhamento Irritação Competição Querer organizar Curiosidade (o que o Tp sente e não sua avaliação sobre)

Intervenção inicial Buscar a comunicação significativa no espaço transicional. Nas sessões iniciais se avalia e se discute esta intervenção.

Crise e foco Segunda e terceira tarefas Crise: ruptura de sentido de vida Foco: angústia ligada aos tipos de personalidade

Quarta tarefa Indicação: Possibilidade de atravessar a crise; Possibilidade de focalização; Demanda de análise; Continuidade: PB, Tr-P, apoio, fim, corpo, grupo, família, casal...; Contrato.

Referências M. Hegenberg. Psicoterapia breve. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2004. D. Winnicott. Observação de bebês em uma situação estruturada,in “Da pediatria à psicanálise”, 1941. D. Winnicott (1964). O jogo do rabisco, in Explorações psicanalíticas. Artes Médicas, 1994. D. Winnicott (1965). O valor da consultas terapêutica, in Explorações psicanalíticas. Artes Médicas, 1994. E. Gilliéron (1983). Introdução às psicoterapias breves. São Paulo, Martins Fontes,1993. G. Safra (1999) A face estética do self. Unimarco.