A ORTODOXIA DO DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO
1. O contexto do surgimento O processo de reestruturação do capitalismo: maior velocidade e flexibilidade; O desenvolvimento científico e tecnológico; Nova organização das empresas (maior tecnologia, flexíveis e integradas ao território); Novas regras de localização de empresas; Reforma do Estado e a descentralização política; Inserção de novos agentes locais no contexto; Realidade empírica e teórica.
2. As heranças teóricas da ortodoxia endógena Abordagens sobre a Industrialização Endógena: Organização industrial e Teoria do Desenvolvimento Industrial (sistemas produtivos locais como estratégia de competitividade e produtividade); Teorias Clássicas de Crescimento e de Desenvolvimento: o papel das externalidades, mas com ênfase nas relações entre as empresas; foge das etapas de desenvolvimento; foge do desenvolvimento só a partir das cidades;
Teoria da Dependência: a impossibilidade do desenvolvimento; a dependência tecnológica como restrição ao desenvolvimento; a globalização gera concentração do capital nos centros; Teoria do Desenvolvimento Territorial (desenvolvimento de baixo para cima e para os lados, o território como fundamental e ativo, a importância da descentralização); É uma síntese de várias teorias.
3. Significado e determinantes do desenvolvimento endógeno “É um processo interno de ampliação contínua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é a retenção do excedente econômico gerado na economia local e/ou a atração de excedentes provenientes de outras regiões” (FILHO, 1996, p. 37); Não significa fechamento e paroquialismo;
Busca o bem-estar econômico, social e cultural ao invés de mudanças na divisão internacional e nacional do trabalho; Atua tanto nos aspectos produtivos quanto nos aspectos sociais, culturais e institucionais; Em um enfoque territorial do desenvolvimento; Valoriza o papel das redes de médias e pequenas empresas; A proximidade territorial: favorece as interações, relações cara-a-cara, facilidades de negócios e troca de informações; facilidades de compra de produtos;
Valorização da aprendizagem (aprender a aprender, a ouvir, a buscar novos conhecimentos, a estar atento aos ruídos do mundo); É uma resposta regional e local ao processo de globalização; É um instrumento de ação; O reconhecimento do caráter endógeno do capital humano, das instituições, da pesquisa e desenvolvimento, do conhecimento, da informação para o desenvolvimento; Passam a ser considerados fundamentais para as estratégias de desenvolvimento regional e local;
Visa à participação da comunidade regional e local nas decisões e ações; Tradicionalmente eram valorizados, sobretudo, o capital físico (distância, acessibilidade, recursos naturais, tamanho, infra-estrutura) e força de trabalho; Atualmente, soma-se aos novos fatores, o capital social, a história e a cultura regional e local, as relações horizontais entre os atores, a descentralização, os governos locais e estaduais; É necessária a existência de um território organizado.
4. Quem faz o desenvolvimento endógeno Os governos locais e estaduais (articulador, animador); Os empresários; Os sindicatos; associações; conselhos; Ação de forma cooperada, articulada, em rede; Descentralizada, flexível.
5. Estratégias de desenvolvimento endógeno Modernização do aparelho estatal; Instalação de infra-estrutura; Implantação de distritos industriais: valorização das concentrações geográficas; Incentivos fiscais; Investimento em educação, saúde, segurança; Investimento em ciência e tecnologia; Investimento em informação e conhecimento; Inovação institucional (descentralização);
Consciência ambiental; Aproveitamento de recursos humanos com baixos salários; Formas de trabalho flexível (domiciliar, temporário); Utilização do trabalho feminino; Difusão do cooperativismo; Marketing Territorial; Valorização das potencialidades endógenas.