A geografia histórica da reestruturação urbana e regional

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Transcrição da apresentação:

A geografia histórica da reestruturação urbana e regional Adriana Villar / Paula Albuquerque

Edward William Soja Geógrafo americano (Nova York, 1941), leciona Planejamento Urbano na Universidade da Califórnia; Em uma de suas obras mais famosas: Geografias Pós-Modernas; A reafirmação do espaço na teoria social crítica (1990); o autor defende a reafirmação de uma perspectiva espacial crítica na teoria e análise social contemporâneas.

Parte I As contradições do capitalismo expressam-se através da formação e reformação das paisagens geográficas; Projetada nelas há uma dialética dinâmica entre espaço e tempo (ação humana x restrição estrutural); Criando uma paisagem capitalista (estruturação espaço-temporal particular); Importância da espacialidade, então, a qual expressa o processo ideológico de desenvolvimento e sobrevivência do capitalismo; Evocando períodos passados mas repleta de novas condições e possibilidades.

Observações sobre o conceito de reestruturação Desconstrução e reconstituição, devidas à deficiências e perturbações no sistema de pensamento e ações aceitos; Crise entre o velho e o novo (não natural); Interpretação das reestruturações pela espacialização; Correntes interpretativas: 1) pós-historicismo / 2) pós-fordismo/ 3) pós-modernismo.

As regiões no contexto da “reestruturação e da “questão regional” Desarticula-se a compartimentalização rígida de primeiro, segundo e terceiro mundos; Surge uma nova divisão internacional do trabalho; Interpretações: 1) teoria social e filosofia contemporâneas; 2) desenvolvimento geograficamente desigual: ligado às divisões espaciais do trabalho / regionalização x regionalismo; 3) periodização das regionalizações : a – capitalismo de livre concorrência (cidade x campo) / b – imperialismo (centro x periferia) / c – capitalismo tardio (desenvolvimento setorialmente desequilibrado) – questão do bem-estar regional.

Continuação 4) particularização do processo contemporâneo de reestruturação – tecnológica e setorial (espacialização flexível da produção, relações trabalhistas e localização das atividades produtivas / acumulação flexível); Mais extensa descentralização e internacionalização geográfica da produção industrial; O período contemporâneo de reestruturação tem sido acompanhado por uma visibilidade acentuada da espacialidade e da espacialização, da regionalização e do regionalismo.

Parte II: A reestruturação e a evolução da forma urbana Geografia histórica: Os estudos a respeito da reestruturação espacial urbana levam em consideração uma retrospectiva da qual a evolução urbana resulta. Crises do capitalismo decorrem em mudanças no modelo produtivo, e consequentemente, a estrutura espacial. É possível notar que apesar de diferenças nas datas entre países e cidades diversos, segue-se normalmente um modelo periodizável, se destacando nessa simplificação quatro períodos “(...) Todas as descrições esquemáticas são mais diretamente aplicáveis a áreas em que a urbanização e a industrialização tenham se originado junto com a difusão do capitalismo.” p.212; É apresentado um esquema da cidade capitalista americana, que mostra esta evolução a partir de fases que rearranjam cumulativamente o espaço, de forma generalizada.

Cidade Mercantil Características: Estados Unidos anos 1820-1840; Pequena produção de mercadorias; Comércio internacional e industrialização limitada; Foco na cidade portuária; Paisagem predominantemente agrícola; População majoritariamente composta de trabalhadores autônomos. A partir da Revolução Industrial, devido a proximidade entre a população tanto pelas relações sociais quanto pelo espaço físico, se tornou impossível esconder acúmulo e desigualdades, culminando em protestos.

Cidade Capitalista Industrial de Livre Concorrência Características: Concentração da produção como nunca antes; Centralização; Maior uso da terra, espaço ampliado; Diversificação do espaço interno de acordo com classes; Nova geografia: função disciplinar do espaço. “(...) Três elementos característicos do capitalismo industrial de livre concorrência: as fábricas industriais e os serviços associados dos produtores, e o novo proletariado urbano. (...)” p.215; Crises globais de 1848-49. Aumento do crescimento industrial e aglomeração intensificada. Protestos trabalhistas.

Cidade Capitalista do Monopólio Empresarial “Não apenas a acumulação capitalista tinha se tornado mais lenta, como também a espacialidade disciplinar fora enfraquecida” p. 216; Características: Nova divisão espacial do trabalho; Produção industrial menos centralizada; Diferenciação produtiva: empresas com uma sede; Núcleos urbanos passando a concentrar setor administrativo; Expansão e fragmentação urbana; Suburbanização. Início do séc. XIX: Grande Depressão.

Sistema Urbano Administrado pelo Estado Período pós II guerra; Características: Sem grandes reviravoltas, a intensificação de processos anteriores. Centralização e desenvolvimento do setor financeiro e empresarial; Fragmentação urbana; Metropolização expansiva; Suburbanização não apenas de classes mais baixas; Intervenção estatal na economia: investimentos industriais, planejamento econômico; Destruição criadora. Imóveis no centro são desvalorizados - Estado investe em “revitalização” para atrair capitais. Gastos possibilitados pela expansão econômica. “Capitalismo monopolista estatal”; Nova crise relacionada a superprodução, encarecimento de petróleo e energia e crise fiscal - dificuldade de acumulação.

Conclusões Impossível prever exatamente o que será da fase atual, outra tentativa de reestruturação de uma crise, buscando obter superlucros com estratégias que garantam paradoxalmente desenvolvimento e subdesenvolvimento + controle social; A partir de 80: Conglomerados empresariais (centralização e concentração); Tecnologização que permitiu alcance espacial (concentração x desconcentração); Envolvimento financeiro global; Nova estrutura em que centro se desindustrializa, ao contrário da periferia; Concorrência estatal por investimentos locais; Terceirização; Crescimento do emprego em setores com exército de mão de obra reserva.